O Sul de Espanha, facilmente acessível a partir de Portugal, tem quase sempre a nossa preferência, em especial nas férias curtas, como estas de Natal.
O Sul de Espanha, facilmente acessível a partir de Portugal, tem quase sempre a nossa preferência, em especial nas férias curtas, como estas de Natal.
Há já algum tempo que visito habitualmente o excelente blog “Pronuncia do Norte”, onde geralmente encontro também excelentes divagações. Esta que publico agora, é uma das com que mais me identifico e por isso aqui fica…
Até sairmos do local, a polícia visitou o lugar mais algumas vezes, pelo que deduzimos, que este era muito concorrido por "amantes do alheio" durante o dia, que aproveitam a ausência dos turistas que ali deixam os seus carros para irem visitar a cidade.
Assim sendo resolvemos levar a AC para uma zona mais segura, ficando esta perto da porta Sul da muralha da cidade e situada num pequeno parque fora da cidade antiga, frente ao posto da polícia municipal. Descansados fomos então visitar a antiga Toledo, que já conhecíamos de outras paradas. Após esta visita o rumo seguido foi o de casa.
Cervantes descreveu Toledo como a "glória da Espanha". A parte antiga da cidade está situada no topo de uma colina, cercada em três lados por curvas do rio Tejo.
As suas muralhas abrigam uma riquíssima herança cultural, arquitectónica e artística que provém das culturas muçulmana, cristã e judaica, que ali conviveram em relativa harmonia e foram ao longo do tempo expressando um conjunto de influências medievais e renascentistas que perduram até hoje.
Dos numerosos monumentos da cidade, o mais conhecido é a Catedral de Toledo, (Igreja Primaz da Espanha), que se ergue no local onde existiu uma igreja visigótica e uma mesquita.
O exterior desta catedral, com sua grande torre e maciços contrafortes, é melhor apreciada fora da cidade ou nas proximidades, de preferência de um ponto alto como o Parador Nacional de Turismo. De perto, é difícil avaliar a dimensão da catedral, por se encontrar rodeada por uma amálgama de construções habitacionais, mas o seu interior compensa e a sua beleza é mais do que evidente.
E por falar em El Greco, esta também foi a cidade escolhida por este grande mestre da pintura universal, quando chegou de Creta, em 1577, e onde deixou muitas das suas obras, que até hoje conserva.
Esta antiga cidade ainda mantém o seu plano de estradas medievais. É uma cidade com imensas ruelas onde qualquer um se perde com facilidade, devido à torção das suas ruas, que caminham por terrenos irregulares, onde a mudança visual é constante. Nestas ruas estreitas e sinuosas o vento quente traz-nos sons próximos e por ele nos vamos orientando, na esperança de encontrarmos o que procuramos.
Toledo foi a capital da Hispânia visigótica, até à conquista moura da Península Ibérica no século VIII. Sob o Califado de Córdoba, Toledo conheceu uma era de prosperidade e após a decomposição do Califado de Córdoba em 1035, tornou-se capital do Califado de Toledo.
A 25 de Maio de 1085, Afonso VI de Castela ocupou Toledo e estabeleceu o controle directo sobre a cidade, sendo o primeiro passo concreto do reino de Leão e Castela na chamada Reconquista.
Após Filipe II de Espanha mudar a corte de Toledo para Madrid em 1561, a cidade entrou em lento declínio, do qual nunca se recuperou.
Ali o ambiente melhorou e rapidamente se encontrou o lugar de pernoita, num parque de estacionamento bastante iluminado, de uma grande superfície comercial.
Esta é a razão pela qual a cidade é conhecida por "ninho das águias” devido à sua posição, no alto de uma colina, separada do vale dos rios Júcar e Huécar, por ravinas profundas no fundo das quais estes rios correm.
A parte antiga constitui um todo, que ao longo do tempo fez desta cidade uma das mais maravilhosas cidades de Espanha, sendo por isso digna, de uma boa exploração turística. Quando os romanos conquistaram a região, Cuenca era um matagal. A cidade só foi construída pelos árabes, quando estes já controlavam Espanha.

Um dia é mais que o suficiente para explorar os recantos da pequena cidade antiga. Estacionar na cidade de Cuenca é difícil, no entanto subindo até ao belíssimo miradouro de Cuenca, onde não se pode deixar de ir, encontram-se muitos lugares onde estacionar.
O melhor passeio deve iniciar-se por caminhar pelas ruelas que circundam a Plaza Mayor, não podendo faltar uma visita à Catedral gótica, que domina esta praça e que merece ser apreciada com vagar. Também a rua principal sempre a subir até ao miradouro, com os seus prédios multicores e comércios à moda antiga, não se deve deixar de percorrer.A cidade velha faz desta uma cidade única, onde a força da tradição religiosa espanhola é aqui fortemente percebida, nos edifícios que abrigam os seminários, capelas e o convento das carmelitas descalças, que se encontram dentro da cidade antiga.
A partir das "Casas Suspensas", descendo o caminho, é interessante atravessar a ponte de metal sobre o rio Huécar, que corre tranquilo 100 metros abaixo.
Esta estrada também nos leva a outros dois outros lugares de destaque, a "Cidade Encantada", um parque geológico que é constituído por formações geológicas invulgares e caprichosas, a cerca de 30 Km de Cuenca e a nascente do rio Corvo, a cerca de 60 Km, com fabulosas quedas de água, onde não podemos ir por falta de tempo.
"A ética deve fundar-se no bem comum no respeito aos direitos do cidadão e na busca de uma vida digna para todos."

O Museu está dividido em diferentes secções organizadas de forma instrutiva, no entanto os visitantes são impedidos de registar a visita e as suas pinturas favoritas em fotografia, que embora se entenda o motivo, não é uma prática de grande virtude.
A Pintura dos séculos XIX e XX, uma das melhores colecções de pintura catalã, com nomes relevantes, como pinturas de Picasso, Metzinger, Juan Gris, Renoir e impressionistas espanhóis, como Isidre Nonell, Dario Regoyos, Joan Llimona, Roma Ribeira, Santiago Rusiñol e Ramon Casas.
Há também uma representação do impressionismo francês, incluindo obras de Monet, Sisley, Degas, Pissarro e exemplos de trabalhos gráficos de pintores famosos como Chagall, Braque, Le Corbusier, Rouault, Miró, Dalí, Tapies, etc.
Desde 2006, o Museu tem, com uma nova secção, cujo colecção de 160 pinturas bizantinas e eslavas, intitulada “luz alegre”, onde as obras brilham numa atmosfera de igreja oriental, onde a luz que entra na sala tem um papel decisivo.
A história de Nossa Senhora de Montserrat perde-se na escuridão dos tempos. Uma piedosa tradição refere que a santa imagem foi levada para Barcelona pelo apóstolo São Pedro. O que se pode afirmar com certeza, é ter sido venerada na dita cidade já no século VI. Nessa época os mouros, atravessando o estreito de Gibraltar, invadiram a Espanha, e os cristãos, receando a profanação de suas imagens mais veneradas, esconderam-nas em baixo da terra ou em antros mais inacessíveis das montanhas, sendo a de Montserrat uma das que oferecia grandes recursos.
Assim a imagem foi levada para lá pelos piedosos fiéis de Barcelona e escondida numa de suas cavernas. Segundo a lenda, a imagem da Virgem de Montserrat foi encontrada mais tarde por alguns pastorinhos que no mês de Abril do ano de 880, apascentavam seus rebanhos à margem do rio Llobregat.
As crianças depois de verem uma luz que apareceu de repente sobre a montanha, dirigiram-se para lá e simultaneamente começaram a ouvir um coro de vozes angélicas que os deixou extasiados. Naquele local encontraram a imagem da Virgem Maria numa caverna.

Embora o Mosteiro de Montserrat fique no topo de uma montanha fantasticamente recortada, numa altitude de cerca de mil metros acima do nível do mar, pode ainda ser observado mais acima, numa das montanhas vizinhas, sendo necessário subir pelo funicular.

Ao deixar-se a Auto-Estrada do Mediterrâneo e seguindo pela Auto-Estrada de Montserrat, encontramos a cerca de 40 quilómetros, a cidade de Terrassa, de onde se vislumbra ao longe todo o imponente maciço de Montserrat, que faz parte do Parque Natural da Montanha de Montserrat.
É nesta bonita povoação que param os comboios vindos de Barcelona, cheios de turistas que vêm visitar o Mosteiro e La Moreneta, a padroeira da Catalunha.
É ali também que se encontram as estações de funicular e teleférico, para se ascender ao cimo da montanha. Ainda se pode optar por subir a estrada, que se contorce nas vertentes desta imponente montanha.
Esta estrada para o mosteiro é deslumbrante, embora muito sinuosa e íngreme e por vezes muito estreita, em especial já numa zona de bastante altitude, fazendo com que a maioria das pessoas que visitam o mosteiro, por medo de a enfrentar, façam a viagem até lá acima de teleférico ou de funicular.
Para quem sofre de vertigens, como por exemplo, o nosso resistente e “heróico” condutor, a subida é um autêntico suplício, mas quando se chega lá acima, ninguém é capaz de dizer que não mereceu a pena a aventura, pois a paisagem é de uma beleza de tirar o fôlego.
O lugar de pernoita foi logo encontrado, num parque de estacionamento, junto aos primeiros restaurantes, antes da ponte, com uma vista soberba, de onde se vislumbrava toda a Catalunha.
Após o jantar, fomos a pé ver o mosteiro com a sua iluminação nocturna, o que é imperdível! O nome oficial do lugar é Monasterio de Santa Maria de Montserrat.
Até hoje é lugar de peregrinação de fiéis que procuram milagres através da adoração da Virgem de Montserrat, "La Moreneta".
Rezavam em uníssono às duas virgens de sua devoção, a Virgem de La Macarena, de Sevilha e à Virgem La Moreneta, da Catalunha. Quando nos viram, logo nos contaram o que tinha sucedido. A pequena e jovem pomba, ainda com fracas asas, teria caído lá de cima, da torre e como ainda não conseguia voar ali estava caída, sem amparo. Espero que durante a noite, tal Fénix Renascida, a pomba tenha voado novamente para o seu ninho e para os cuidados de sua mãe…
Alguns têm subidas bem fortes, outros vão serpenteando pelas encostas dos morros. Nada que demande equipamento ou calçados especiais, pois tudo são estradinhas bem definidas, inclusive com escadarias nos pontos mais íngremes e guardas de protecção nas partes mais perigosas.