

Até sairmos do local, a polícia visitou o lugar mais algumas vezes, pelo que deduzimos, que este era muito concorrido por "amantes do alheio" durante o dia, que aproveitam a ausência dos turistas que ali deixam os seus carros para irem visitar a cidade.
Assim sendo resolvemos levar a AC para uma zona mais segura, ficando esta perto da porta Sul da muralha da cidade e situada num pequeno parque fora da cidade antiga, frente ao posto da polícia municipal. Descansados fomos então visitar a antiga Toledo, que já conhecíamos de outras paradas. Após esta visita o rumo seguido foi o de casa.
Cervantes descreveu Toledo como a "glória da Espanha". A parte antiga da cidade está situada no topo de uma colina, cercada em três lados por curvas do rio Tejo.
As suas muralhas abrigam uma riquíssima herança cultural, arquitectónica e artística que provém das culturas muçulmana, cristã e judaica, que ali conviveram em relativa harmonia e foram ao longo do tempo expressando um conjunto de influências medievais e renascentistas que perduram até hoje.
Dos numerosos monumentos da cidade, o mais conhecido é a Catedral de Toledo, (Igreja Primaz da Espanha), que se ergue no local onde existiu uma igreja visigótica e uma mesquita.
O exterior desta catedral, com sua grande torre e maciços contrafortes, é melhor apreciada fora da cidade ou nas proximidades, de preferência de um ponto alto como o Parador Nacional de Turismo. De perto, é difícil avaliar a dimensão da catedral, por se encontrar rodeada por uma amálgama de construções habitacionais, mas o seu interior compensa e a sua beleza é mais do que evidente.
E por falar em El Greco, esta também foi a cidade escolhida por este grande mestre da pintura universal, quando chegou de Creta, em 1577, e onde deixou muitas das suas obras, que até hoje conserva.
Esta antiga cidade ainda mantém o seu plano de estradas medievais. É uma cidade com imensas ruelas onde qualquer um se perde com facilidade, devido à torção das suas ruas, que caminham por terrenos irregulares, onde a mudança visual é constante. Nestas ruas estreitas e sinuosas o vento quente traz-nos sons próximos e por ele nos vamos orientando, na esperança de encontrarmos o que procuramos.
Toledo foi a capital da Hispânia visigótica, até à conquista moura da Península Ibérica no século VIII. Sob o Califado de Córdoba, Toledo conheceu uma era de prosperidade e após a decomposição do Califado de Córdoba em 1035, tornou-se capital do Califado de Toledo.
A 25 de Maio de 1085, Afonso VI de Castela ocupou Toledo e estabeleceu o controle directo sobre a cidade, sendo o primeiro passo concreto do reino de Leão e Castela na chamada Reconquista.
Após Filipe II de Espanha mudar a corte de Toledo para Madrid em 1561, a cidade entrou em lento declínio, do qual nunca se recuperou.
Quando os romanos conquistaram a região, Cuenca era um matagal. A cidade só foi construída pelos árabes, quando estes já controlavam Espanha.
A cidade velha faz desta uma cidade única, onde a força da tradição religiosa espanhola é aqui fortemente percebida, nos edifícios que abrigam os seminários, capelas e o convento das carmelitas descalças, que se encontram dentro da cidade antiga.A partir das "Casas Suspensas", descendo o caminho, é interessante atravessar a ponte de metal sobre o rio Huécar, que corre tranquilo 100 metros abaixo.
O que se pode afirmar com certeza, é ter sido venerada na dita cidade já no século VI. Nessa época os mouros, atravessando o estreito de Gibraltar, invadiram a Espanha, e os cristãos, receando a profanação de suas imagens mais veneradas, esconderam-nas em baixo da terra ou em antros mais inacessíveis das montanhas, sendo a de Montserrat uma das que oferecia grandes recursos.
Assim a imagem foi levada para lá pelos piedosos fiéis de Barcelona e escondida numa de suas cavernas. Segundo a lenda, a imagem da Virgem de Montserrat foi encontrada mais tarde por alguns pastorinhos que no mês de Abril do ano de 880, apascentavam seus rebanhos à margem do rio Llobregat.
As crianças depois de verem uma luz que apareceu de repente sobre a montanha, dirigiram-se para lá e simultaneamente começaram a ouvir um coro de vozes angélicas que os deixou extasiados. Naquele local encontraram a imagem da Virgem Maria numa caverna.
É nesta bonita povoação que param os comboios vindos de Barcelona, cheios de turistas que vêm visitar o Mosteiro e La Moreneta, a padroeira da Catalunha.
É ali também que se encontram as estações de funicular e teleférico, para se ascender ao cimo da montanha. Ainda se pode optar por subir a estrada, que se contorce nas vertentes desta imponente montanha.
Esta estrada para o mosteiro é deslumbrante, embora muito sinuosa e íngreme e por vezes muito estreita, em especial já numa zona de bastante altitude, fazendo com que a maioria das pessoas que visitam o mosteiro, por medo de a enfrentar, façam a viagem até lá acima de teleférico ou de funicular.
Para quem sofre de vertigens, como por exemplo, o nosso resistente e “heróico” condutor, a subida é um autêntico suplício, mas quando se chega lá acima, ninguém é capaz de dizer que não mereceu a pena a aventura, pois a paisagem é de uma beleza de tirar o fôlego.
O lugar de pernoita foi logo encontrado, num parque de estacionamento, junto aos primeiros restaurantes, antes da ponte, com uma vista soberba, de onde se vislumbrava toda a Catalunha.