Depois de visitarmos o Centro Georges Pompidou, dirigimo-nos para o Museu Picasso, que ficava no mesmo bairro (que não foi visitado por nós, devido à hora tardia a que lá chegámos, por nos termos perdido pelas ruas...), le Marais, e que por sinal, é um dos bairros mais simpáticos de Paris.
Le Marais é um bairro da cidade de Paris, situado na zona direita e norte, do Rio Sena. É um bairro histórico, e frequentado pela nobreza até finais do século XIX. Antes de tudo o Marais é um bairro heterogéneo: uma mistura de burgueses fugindo à monotonia dos bairros tradicionais.
Para muitos o Marais é o bairro mais agradável de Paris, com os seus palacetes, museus e ruas medievais, mas o bairro não passava de um pântano, até Henrique IV mandar construir a Place Royale, hoje Place des Vosges, em 1605. Após ter ganho fama como berço da Revolução Francesa, esta zona da Bastilha (Bastille), caiu no esquecimento até à chegada de artistas e designers na década de 90. As suas ruas são hoje ocupadas pelos espaços nocturnos dos mais animados de Paris.
Actualmente é uma zona turística, marcada pela presença judaica, desde o final do século XIX, e frequentada pela comunidade gay. No Marais estão as melhores galerias de arte contemporânea misturadas ao que restou da arquitectura dos séculos anteriores ao Barão Haussmann. O Marais é vivo, jovem, alegre...Conhecer este bairro é deambular pelas suas ruas e ruelas, calmamente, procurando…
A zona judaica, em torno das ruas des Rosiers e des Écouffes, foi fundada no séc. XIII e tem atraído imigrantes desde a Revolução. Muitos judeus fugiram para aqui na perseguição na Europa Ocidental, mas foram presos durante a ocupação nazi. Desde a Segunda Guerra Mundial, judeus safarditas da África do Norte estabeleceram-se aqui.
A rue des Rosiers, um importante gueto judeu, hoje definhando lentamente diante do preço elevado do mercado imobiliário. Logo à esquerda um oculista adorado pelas gentes ligadas à moda - Alain Mikli, ao lado uma casa de chá muito famosa, onde se podem comer tortas deliciosas salgadas e doces - Le Loir dans la Théière; um pouco para a frente uma das lojas mais bonitas e chiques de Paris - L´Eclaireur. Em seguida outras lojas de marcas famosas, como Isabel Marant ou Issey Miyake Europe...impossível enumerar todas. A rue des Rosiers termina na rue Vieille du Temple, e ao virar à esquerda, podem ver-se os cafés, sobretudo os que estão situados no Impasse du Tresor, à esquerda, um pouco mais à frente.
Na rue du Bourg Tibourg, formada por um só quarteirão, tudo é interessante, sobretudo a famosa loja de chás Mariage Frères. Ao entrar pode sentir-se o perfume dos chás, e admirar a elegância dos vendedores. Uma maravilha!... Uma loja perfumada pelas essências de chás vindos do mundo inteiro. As lojas de groumets, as merciarias, as padarias e pastelarias, com uma fartura inegualável, com tudo o que é necessário para a noite de fim de ano, e outras... mariscos, peixes, carnes, pâtés, charcutaria vária, croissants, baguettes, pão de noz, pão de centeio com passas, doces....de deixar água na boca,... enfim, um luxo...
A Place des Vosges, é o ponto central do Marais e é uma das praças mais bonitas e mais antigas de Paris, também chamada Praça Real, mandada construir por Henri IV em 1612. Todos os prédios são da mesma altura com excepção dos Pavilhões do Rei e da Rainha, e todos protegidos pela lei de protecção dos monumentos nacionais.
Em comparação com a Place de la Concorde é pequena, com imóveis residenciais de tijolos vermelhos, (36 casas ao todo com fachadas de pedra e tijolo vermelho e janelas de sotão, que foram construídas numa simetria impressionante em 1612), com telhados pontudos de ardósia. Estas casas que foram construidas para os tecelães de seda, depressa foram ocupadas por personalidades como o Cardeal Rechelieu e o dramaturgo Molière, e desde então permanece uma zona residencial elegante. No centro, um jardim com estátuas e fontes, e as galerias de arte sob as arcadas... Linda! Pela arquitectura, pelo tamanho e pela sua história.
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