Depois de deixar-mos Le Marais, fomos direito ao Museu d' Orsay, que infelizmente já se encontrava fechado, à hora a que lá chegámos. Assim sendo, dirigimo-nos de metro à zona da Ponte da l'Alma, onde em 1997, Diana, a princesa de Gales, morreu num trágico acidente de automóvel.
Dirigimo-nos para a Avenue Montaigne onde iniciámos o nosso passeio de final de ano, percorrendo toda a avenida vendo as montras, onde Prada, Nina Ricci, Dior, MaxMara, Valentino e muitos outros estilistas têm suas lojas. A zona transpira dinheiro, pena ter começado a chover torrencialmente, senão eram os euros que iam na cheia.
A Avenue Montaigne, a Avenue Georges V e a Avenue Champs Elysées, formam o que se chama o "Triângulo de Ouro". Na hierarquia dos endereços prestigiosos de Paris este triângulo representa o que há de mais caro e selectivo, em Paris.
A ave. Montaigne, no séc. XIX, era um lugar muito em voga na vida nocturna parisiense. Os Parisienses dançavam toda a noite no Salão de Baile Mabile até este fechar em 1870. Nesta época também Adolphe Sax, fazia música no Jardim de Inverno, com o seu recém inventado saxofone. Hoje esta avenida concorre com a rue Faubourg-St-Honoré como morada das mais prestigiadas casas de alta costura. Aqui ainda se encontram hotéis e restaurantes de luxo, cafés e dois teatros, o Comédie des Champs-Elysées e o Théâtre des Champs-Elysées.
Esta avenida, por volta de 1940, era ainda habitada pela elite parisiense e internacional. Os seus imóveis, construídos por volta de 1875, eram o endereço residencial da alta nobreza e da antiga burguesia parisiense dos séculos passados. Foi aqui que a actriz e cantora alemã Marlene Dietrich viveu num apartamento de luxo, e isolada do mundo, aqui passou os seus últimos dias. Aos poucos os seus prédios, foram sendo ocupadas por escritórios de advocacia e escritórios de grandes empresas internacionais e passou a ser o endereço quase obrigatório das grandes lojas de alta costura.
Aqui se encontra o Bar des Théâtres, onde geralmente se podem encontrar gentes relacionadas com a moda e com o teatro Comédie des Champs-Elysées. Ao voltar-se para trás, pelo outro lado da Ave. Montaigne, a caminho do Arco de Triunfo, podem encontrar-se outros locais de compras, pois é aqui, já na ave. Champs-Elysées que as "pessoas normais" fazem compras, a preços mais acessíveis.
Apanhámos em seguida o metro, e fomos ainda para o Quartier Latim, uma vez que ainda não tinha sido visitado por nós à noite. Este local é uma festa. As suas ruas cheias de gente, os seus restaurantes e cafés, as suas lojas de souvenires e as suas ruas medievais enfeitadas com balões nesta época, fazem desta zona uma das mais encantadoras da cidade de Paris.
Depois de um leve jantar num restaurante japonês, no Quartier Latin, dirigimo-nos de metro para o Trocadero, junto do Palais de Chaillot e Torre Eifell, onde fizemos a nossa Ceia de Fim de Ano no Café Restaurante Trocadéro, (onde provámos alguns dos queijos franceses, acompanhados com Moet Chandon bem fesquinho), mesmo frente à praça do mesmo nome. Este conjunto, é um dos mais visitados do mundo, que vale a pena ser visto de dia e de noite, com seus monumentos e espectáculos de luz, dos canhões de água e Torre Eiffel.
Os jardins do Trocadero, desenhados em 1937, estão dispostos em terraços, descendo a colina Chaillot do palácio até ao sena e à Pont d'léna. O elemento principal deste parque de 10 ha é o longo lago rectangular ladeado de estátuas de pedra e de bronze, incluindo a "Mulher" de Georges Braque (1882-1963). À noite, as fontes luminosas são espectaculares.
Quando a meia-noite se aproximou, foi incrível observar o sem número de pessoas que tal como toupeiras, saiam aos magotes das estações de metro próximas do Trocadero e se dirigiam para as imediações da Torre Eiffel, afim de ali comemorarem o Final de Ano. No cimo das escadarias da Praça do Trocadero, juntou-se uma enorme multidão, (com gentes de todas as faixas etárias, de várias nacionalidades e possivelmente de vários credos), e o aperto era tal, que as pessoas perdiam muitos dos seus objectos pessoais.
O esperado fogo de artifício, foi muito pobre, não passando do primeiro andar da Torre, diria mesmo decepcionante, em contraste com a forma ordeira, comedida e civilizada, com que as pessoas festejavam o final do ano de 2006.
Às 02h00 da manhã já não funcionavam os transportes públicos, e os táxis, na sua maioria recusavam-se a fazer qualquer serviço, uma vez que grande parte da Avenue des Champs-Elysées, estava cortada à circulação automóvel. Foi o caos!... Porém ai por volta das 04h00, tivemos a sorte de encontrar um taxista do norte de África, que embora de má vontade, nos transportou até Nanterre.
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