A caminho de Lausanne

Após o almoço seguimos viagem até Lausanne, onde pretendíamos ficar dois dias. A viagem de Genève a Lausanne é curta, uma vez que as duas cidades estão separadas por apenas 61 Km de distância.

Fomos parando pelo caminho, para observar a paisagem que se desfrutava das margens do lago, uma vez que não fizemos o percurso pela auto-estrada e sim pela estrada do lago (junto ao lago Lèman).

As margens do lago Lèman, são pontuadas por cidades e vilas de onde partem barcos de transporte de pessoas e mercadorias, bem como, barcos para pequenos cruzeiros. O reflexo das montanhas nas suas tranquilas águas azuis, faz dele um dos mais cativantes cenários suiços.

No caminho quer se olhe para a esquerda ou direita, o vestido das pastagens é verde. Admirar o panorama das margens do lago ou olhar as cristas altas das montanhas do Jura é de deixar qualquer um sem fôlego.

As montanhas mais altas, no Verão, ainda guardam algo do seu habitual avental branco. As videiras ocupam um lugar muito especial no coração desta região, com uma paisagem absolutamente arrumada e bucólica, caracterizada pelo constante encontro de aldeias tão bem enquadradas nos seus espaços que ajudam a reflectir a verdadeira natureza da paisagem.

Esta é uma rota delicada e deliciosa para todos os nossos sentidos, de vinhedos que mais parecem jardins, com adegas de trabalho que se misturam harmoniosamente nos pequenos povoados de casas de varandas e janelas floridas.

Em Nyon, cidade da nossa primeira paragem, o passado e o presente encontram-se. Há inúmeras indicações de uma longa história de prestígio dessa antiga colónia romana. A região circundante não é menos bem equipada, com palácios, igrejas e outros locais classificados, testemunho de uma longa história passada.

A cidade tem um belo castelo branco, um edifício fortificado, com cinco torreões. O castelo foi construído no séc. XII. No séc. XVI o edifício foi reconstruído e em seu redor, o castelo apresenta um bonito terraço panorâmico. Nos últimos anos o castelo tem sido amplamente renovado, e hoje abriga um museu histórico, que na altura da nossa visita, se encontrava fechado.

A seguir foi a vez de pararmos em Rolle, uma pacata vila com um castelo medieval do séc. XII, com um fosso mandado construir pelo Duque de Sabóia no séc. XIII. O castelo segue uma planta triangular, com uma torre em cada canto e confina com o lago Lèman. A vila encontra-se no coração da zona vinícola de La Côte e possui uma bela marginal, só para peões, junto do lago.

Mais uns poucos quilómetros percorridos e chegámos a Lausanne. A cidade tende a inspirar uma hipérbole. Num país de grande e espectacular beleza natural, esta é uma das suas mais belas cidades.

É uma cidade de colinas incrivelmente íngremes que se tem desenvolvido por camadas acima do lago, numa sucessão de compactos terraços orientados a sul.

Sobre ela Victor Hugo escreveu: "Do terraço da Catedral, eu vi o lago acima dos telhados, as montanhas acima do lago, as nuvens acima das montanhas e as estrelas acima das nuvens. Foi como uma escada onde os meus pensamentos subiam passo a passo e eram ampliados a cada nova altura.”

Nós também vimos o mesmo e os nossos pensamentos também voaram...

Nenhum comentário: