A chegada a Figueres, já de noite, fez com que fossemos de imediato para o lugar de pernoita, no parque de estacionamento do passeig Nou, junto ao Parc Bosc, o mesmo lugar da nossa última estadia na cidade e que nos proporcionou mais uma vez uma noite tranquila.
Na manhã seguinte, por volta das 11h00, fomos para a bicha de entrada do museu, que no Verão é de cerca de uma hora e meia e por isso é sempre bom levar-mos um chapéu e uma garrafa de água fresca, pois o calor aperta. Este tempo de espera dá para tudo... Almoço pelo caminho, uma vez que a oferta é muita, com pastelarias e padarias mesmo ali na rua à nossa espera, dando ainda para apreciar os artistas de rua, que para nós cantam e tocam.
Pintor surrealista espanhol,
Salvador Domingo Felipe Jacinto Dalí y Domenech teve um impacto incrível sobre o mundo, com a sua marcada personalidade, algo bizarra, mas sempre marcante e repleta de belas imagens artísticas.
(ver: Salvador Dalí, o génio surrealista)
Mais conhecido por seu brilhante quadro "A Persistência da Memória", onde o "derretimento" de relógios são envolvidos numa paisagem árida, o trabalho de Dali primou sempre por uma grande criatividade e imaginação.
O estimulante trabalho de Dalí nunca decepciona. É esse brilho e talento que transparece da visita ao Museu Dalí, que abriga algumas das mais importantes obras de arte do mundo.Inaugurado em 1974 na cidade de Dalí, o Teatro Museu Gala Salvador Dalí, em Figueres, na Catalunha, tem a particularidade de ser o maior objecto surrealista do mundo.
O local, originalmente, abrigava o Teatro Municipal que foi destruído pelo fogo em 1939, no final da Guerra Civil Espanhola. No entanto, quando todos viram ruínas, Dalí viu uma oportunidade de criar um pedaço da história, construindo o seu museu.
Actualmente, o Teatro Museu Dalí encerra cerca de 1.500 peças de arte de diferentes épocas, desde obras de escultura à pintura e desenho, da gravura à fotografia e muito mais…
Muitas das obras ali expostas destacam e mostram o verdadeiro interesse de Dalí por Freud, enquanto outras põem a ênfase nas ciências, matemática ou até história, enquanto outras estão intimamente relacionados com própria vida de Dalí, numa enorme variante artística e criativa.
A visita ao Teatro Museu Gala Salvador Dalí começa mesmo antes de se cruzar o limiar da sua real entrada, uma vez que no seu exterior, as suas obras nos assaltam na praça logo ali em frente, bem como nas escadarias de acesso a essa praceta.
O edifício em si é uma afirmação ousada para a genialidade e brilho de Salvador Dalí. A sua cúpula, bem como todo o edifício permanecem como um marco distinto na pequena cidade de Figueres.
A arquitectura do edifício é por si só, uma obra de arte surrealista. No interior, porém, é vital que em cada sala e em qualquer recanto, se olhe bem em redor, porque se nos centramos só e exclusivamente nas suas obras de arte, certamente se perdem os inúmeros toques "Dalí", que decoram todo o interior, incluindo os pisos, paredes e tectos. São estes mínimos detalhes e toques criados por Salvador Dalí, que nos mostram a todo o momento que ele está ali e que quando os criou, teve o intuito de nos surpreender e encantar.
Não é segredo que Dalí não era apenas excêntrico, mas também um pouco egocêntrico. Trabalhou sempre algum aspecto de si mesmo em muitas das suas obras. Mantendo em mente estas suas características, devemos caminhar de sala em sala, não esquecendo de explorar todas as várias galerias que as ligam, repletas de obras, que por vezes parecem ser o produto de um verdadeiro colapso psicológico, que caracterizam o estilo de Dalí. Na cave do edifício acabamos por tropeçar na sua própria cripta e constatamos que até mesmo na morte, ele ainda nos quis surpreender!
O Teatro Museu Gala Salvador Dalí pode ser comparado a um amigo, daqueles que já se tem dificuldade de encontrar, que nos proporciona uma óptima maneira de passar uma manhã ou uma tarde, dando-nos o prazer constante de uma nova descoberta, de uma fascinante ilusão de óptica, de uma impressionante escultura ou de uma pintura perfeita que nos leva a imaginar o momento vivido pelo autor...
O entrar no museu é um entrar num mundo surreal que nos traz a vida a partir de inúmeros dos seus sonhos, a luz em inúmeras das suas perfeitas pinceladas e o sonho a partir do seu cinzel ou da sua inigualável criatividade. Para se viver em pleno esta realidade, devemos deixar que a imaginação nos guie…
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