No passado dia 21 de maio,
comemorou-se o Dia Mundial da Diversidade Cultural para o Diálogo e o Desenvolvimento.
A
data foi criada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e
a Cultura (Unesco) em 2001, mesmo ano em que foi feita a Declaração Universal
da Unesco sobre a Diversidade Cultural.
Em
2005, a Assembleia Geral da Organização adotou a Convenção sobre a Proteção e a
Promoção da Diversidade das Expressões Culturais. A convenção foi promulgada no
Brasil em 2007 e, até agora, 109 países já ratificaram o documento.
É
um dia que serve a causa nobre da aceitação e respeito pela diversidade
cultural de cada um de nós, não estabelecendo diferenças entre “povos indígenas”,
ou povos ditos “culturalmente evoluídos”.
Este
dia deve ser encarado também por todos, como uma chamada de atenção para a
forma como nos relacionamos no dia-a-dia, a fim de darmos uma oportunidade para
aprofundarmos a compreensão sobre os valores da Diversidade Cultural e para se
aprender melhor sobre como “viver juntos” e em harmonia.
Fontes:
http://www.cultura.gov.br/¸ http://www.acidi.gov.pt/
Neste
último episódio da série Cosmos, Carl Sagan fala-nos precisamente sobre
a necessidade de nos entendermos pacificamente, numa troca de culturas e
experiências de vida, como cimento para o bem comum, dizendo-nos que no
passado, guerreamo-nos uns aos outros, e raramente apreciámos as semelhanças de
todas as culturas e povos da Terra. Mas agora o Mundo encontra-se no meio de
uma devastadora revolução de nível mundial, conforme se vai encaminhando para
uma única comunidade global, e será necessário um esforço de respeito válido
para nos encontrarmos.
“Eu conclamo céu e terra hoje, para
testemunharem contra ti, eu coloquei vida e morte perante ti, bênção e
maldição, e escolherás vida para que vivas tu e teus descendentes.”
Há mais de 200 anos no
Golfo do Alasca, num lugar chamado Baía de Lituya, duas culturas que não
se conheciam tiveram um primeiro encontro.
O povo
Tlingit vivia mais ou menos como seus ancestrais há milhares de anos, eles
eram nómadas viajando sempre de canoa entre inúmeros locais de acampamento,
onde pescavam muitos peixes e ostras, trocando-os com as tribos vizinhas.
O criador a que
veneravam era o “deus Corvo”, a quem eles representavam como uma enorme ave
preta de asas brancas e, num dia de julho de 1786 o deus Corvo apareceu. Os
Tlingit ficaram apavorados, eles sabiam que quem olhasse diretamente para o
deus, transformar-se-ia em pedra.
Do outro lado do planeta
decorria uma expedição liderada pelo explorador francês Jean-François de La
Pérouse. Esta foi na verdade a viagem cientifica mais elaboradamente planejada
do século XVIII, que foi enviada para circundar o mundo, reunindo conhecimento
sobre Geografia, História Natural e povos de terras distantes.
Mas para os Tlingits,
cujo mundo estava confinado às ilhas e enseadas do sul do Alasca, esse grande
navio só podia ter vindo dos deuses. Entre eles, houve um homem que ousou olhar
mais profundamente e de perto a aparição. Era um velho guerreiro que estava
quase cego, dizendo que sua vida estava quase no fim, e para o bem comum, ele
se aproximaria do corvo para saber se o deus iria realmente transformar seu
povo em pedra. Então partiu para sua própria pequena viagem de descoberta, para
poder confrontar o fim do mundo. O velho olhou fixamente para o corvo e viu que
ele não era um grande pássaro do céu, mas o trabalho de homens como ele mesmo.
Este primeiro encontro
revelou-se pacífico, pois os homens da expedição de La Pérouse tinham ordens
estritas para tratar com respeito qualquer povo que pudessem descobrir, numa
política excecional para sua época e, depois dela, La Pérouse e os Tlingits
trocaram bens, e logo após, o estranho navio zarpou para jamais voltar.
Nem todos os encontros
entre nações foram tão pacíficos. Antes de 1519, os Astecas do México jamais
tinham visto uma arma, e também acreditavam a princípio que seus visitantes
tinham vindo do céu. Os espanhóis comandados por Cortez não estavam limitados
por nenhuma ordem formal contra a violência, e as suas verdadeiras naturezas e
intenções logo ficaram claras.
Ao contrário da
expedição de La Pérouse, os conquistadores não buscavam conhecimento, mas ouro.
Eles usaram suas armas superiores para pilhar, e matar, e na sua loucura eles
destruíram uma civilização. Em nome da devoção, zombando da religião dos
conquistados, os espanhóis destruíram totalmente uma sociedade, que tal como
nós, tinha obtido o conhecimento artístico, astronómico… e que
fazia arquitetura tal como na Europa.
Nós hoje, desprezamos os conquistadores espanhóis por
sua crueldade e miopia, por terem preferido escolher a morte, e admiramos La
Pérouse e os Tlingit, por sua coragem e sabedoria, por escolherem a vida.
A escolha ainda é nossa, mas a civilização agora em
risco, é a humanidade toda. Como os antigos criadores de mitos sabiam, nós
somos filhos igualmente da Terra e do céu, e na nossa ocupação deste planeta,
nós acumulamos uma bagagem evolutiva perigosa, com grande propensão para
agressão como ritual, submissão aos líderes, hostilidades com forasteiros e
pessoas diferentes, e tudo isso põe a nossa sobrevivência em dúvida.
Mas nós também
adquirimos compaixão pelos outros, amor por nossos filhos, desejo de aprender
com a história e com a experiência, e uma grande, elevada e apaixonada
inteligência, que são as ferramentas claras para nossa contínua sobrevivência e
prosperidade.
Qual o aspeto da nossa
natureza que vai prevalecer é incerto, particularmente quando as nossas visões
e perspetivas estão presas a uma pequena parte do pequenino planeta Terra. Mas
lá em cima no Cosmos, uma perspetiva inevitável aguarda.
As nossas fronteiras nacionais não são evidentes quando
observamos a Terra do espaço. As identificações fanáticas, étnicas, religiosas
ou nacionais, são um tanto difíceis de apoiar quando vemos o nosso planeta como
um frágil crescente azul, encolhendo para se transformar num insignificante
ponto de luz contra o bastião e a cidadela das estrelas.
Carl Sagan leva-nos depois a
bordo da sua nave interestelar e diz-nos que ainda não há sinais óbvios de
inteligência extra terrestre e, isto faz-nos imaginar se civilizações como a
nossa correm inevitável e precipitadamente para a destruição, dizendo-nos que
sonha com isso… e que às vezes estes são pesadelos…
Diz-nos que todas as
pessoas que pensam temem uma guerra nuclear, e que todas as nações tecnológicas
a planejam. Todos sabemos que ela é uma loucura, mas todos os países têm uma
desculpa.
Sagan conta-nos um dos
seus sonhos, e faz em seguida uma série de reflexões acerca da utilização
militar da energia atómica, para referir que as máquinas de destruição se
tornaram capazes de arrasar a nossa civilização, e talvez, até mesmo a nossa
espécie.
No final diz-nos que a promessa de
uma grande civilização científica já foi uma vez destruída pela ignorância e
pelo medo, quando no séc. V uma multidão de fanáticos destruiu por completo a grande
Biblioteca de Alexandria.
Leva-nos de novo à Biblioteca de
Alexandria, para nos dizer como o poder centralizado da Igreja teve um papel
decisivo na destruição do acervo desta biblioteca, apresentando-nos também e
mais uma vez, a vida de uma das últimas grandes filósofas conhecidas da Antiguidade:
Hipácia de Alexandria.
Leva-nos a fazer uma viagem pela
história da vida no nosso planeta, para nos dizer que como há 400 anos ainda
não fazemos ideia do nosso lugar no Universo, e que a longa jornada para esse
entendimento só é possível quando houver um respeito absoluto pelos factos e o
encanto pelo mundo natural.
Diz-nos ainda todos nós somos
descendentes de astrónomos e que o direito hereditário de cada criança,
encontrar o Cosmo renovado em cada cultura e cada Idade. Quando isto acontece
connosco experimentamos um profundo senso de admiração, e os mais afortunados
entre nós, são guiados por professores que através do seu encorajamento e seu
exemplo canalizam esta alegria.
Nós nascemos para nos deliciarmos no
mundo, e somos ensinados a distinguir os nossos preconceitos da verdade. Então
novos mundos são descobertos enquanto estudamos o cosmo.
Mas a nossa sobrevivência não se
deve apenas a nós próprios, aos nossos antepassados, ou aos nossos
descendentes, mas também a esse Cosmos,
antigo e enorme, do qual despontamos.
Termina
a série com um vibrante apelo à Paz, em nome da nossa dignidade humana e do respeito ao Universo do qual fazemos parte.
A não perder!...
Fontes: http://www.youtube.com/watch?v=xh0RHQzjZKU
http://pt.wikipedia.org/wiki/Anexo:Lista_de_epis%C3%B3dios_de_Cosmos; http://www.opapagaioabusado.com.br/?p=540
Mais informações em:
http://www.carlsagan.com/http://pt.wikipedia.org/wiki/Cosmos
http://pt.wikipedia.org/wiki/Carl_Sagan
http://www.documentarios.org/serie/de...
http://www.aeroespacial.org.br/educac...
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