Neste oitavo episódio da
série Cosmos, Carl Sagan diz-nos que fomos sempre viajantes dentro da Via Láctea e que as
raízes do presente estão enterradas no passado.
O Cosmos é imenso sem
limites, e nele há mais estrelas que grãos de areia em todas as praias da
Terra. As estrelas que vimos são apenas a menor fração das estrelas que
realmente existem.
Se conseguíssemos observar
os céus durante milhões de anos, as constelações mudariam de forma conforme as
estrelas que as compõem e que ao longo dos tempos se vão movendo e evoluindo.
Assim, os nossos antepassados distantes viram constelações diferentes das
atuais, e os nossos descendentes no futuro, irão ver formatos também diferentes
nos agrupamentos estelares.
Com Carl Sagan, circundamos a Ursa Maior para a vermos sob uma nova
perspetiva. Se fossemos habitantes de um planeta noutro sistema estelar,
veríamos as estrelas agrupadas também de modos diferentes.
Mostra-nos então, a Constelação
de Andrómeda, próxima da constelação de Perseu. Na mitologia grega Andrómeda
era uma donzela filha de Cefeu, que estando aprisionada por um monstro marinho
enviado por Posídon (rei dos mares), foi libertada por Perseu, que com ela
casou. Fala-nos da sua estrela Beta Andrómeda, a segunda estrela mais brilhante
da constelação, a 75 anos-luz da Terra, dizendo-nos que se esta estrela
explodisse amanhã, nós só o saberíamos daqui a 75 anos.
Como viajando numa máquina
do tempo, deduz o que sucederia se pudéssemos alterar o passado e em seguida viajamos
até aos planetas de outros sistemas estelares e quando voltamos encontramos uma
Terra muito mais velha do que aquela de onde havíamos partido.
Mas será que não
conseguiremos viajar a uma velocidade maior do que a velocidade da luz? Carl
Sagan para iniciar a explicação da Teoria da Relatividade, começa por nos
contar como Albert Einstein chegou às conclusões que o levaram a essa teoria.
Leva-nos então à Toscana,
no norte de Itália, que é um lugar intemporal e foi nela que em 1895, um jovem
alemão excluído de uma escola alemã se fixou, encontrando ali um reino livre
para a sua mente explorar.
Foi este jovem que começou
a pensar sobre a luz, e sobre como ela viaja rápido. Mas como todos os corpos
estão em movimento constante, pois a própria Terra gira a mais de 1600 Km por
hora, era difícil para o jovem poder imaginar um padrão absoluto, contra o qual
podia medir todos os outros padrões relativos.
Ele
tinha ficado fascinado pelo Livro Popular
das Ciências Naturais, escrito por Bernstein em 1869. Logo na primeira página
do livro ele encontrou uma descrição sobre a assombrosa velocidade da
eletricidade pelos fios e da luz pelo espaço.
Refaz assim o sonho de adolescente de Albert
Einstein de viajar num feixe de luz, e explica-nos primorosamente a sua Teoria da Relatividade, e as deduções que
preveem que a velocidade da luz produziria estranhos efeitos, mas daria aos
exploradores espaciais a possibilidade de, numa só vida, irem até ao centro da
galáxia. Mas voltariam, contudo, a uma Terra muito mais velha do que aquela de
onde haviam partido.
Carl
Sagan ainda em Itália, na cidade de Vinci, fala-nos também de
Leonardo da Vinci e da sua paixão
por poder um dia voar, que desenhou tantas paisagens aéreas e que fez tantos
projetos e protótipos para que o homem pudesse voar, mas que nunca resultaram, porque
a tecnologia não estava preparada.
Na mesma sala onde estão
algumas das réplicas de protótipos de Leonado
da Vinci, Carl Sagan mostra-nos
projetos de naves espaciais preliminares (Oríon e Dédalo), que nos poderão
levar um dia às estrelas. Diz-nos no entanto que este é um objetivo para mais
de mil anos e os motores dessas naves teriam de ser do tamanho de pequenos
mundos.
Explica-nos em seguida, os
efeitos decorrentes da velocidade da luz e as suas implicações em teóricas
viagens no tempo ou em viagens interestelares.
Para isso compara a
história, com uma multidão complexa de fios profundamente entrelaçados,
representando forças biológicas, económicas e sociais, que não se desembaraçam
com facilidade.
Diz-nos que os gregos
antigos imaginavam que o curso dos eventos humanos eram constituídos por uma
espécie de tapeçaria criada por 3 deusas, as Parcas (Nona, Décima e Morta).
Factos menores aleatórios geralmente não têm grandes consequências, mas alguns
que ocorrem em conjunturas críticas podem alterar a tecedura da história,
podendo até haver casos em que mudanças profundas podem ser feitas por ajustes
relativamente triviais.
Diz-nos também que quanto
mais um facto está no passado, mais poderosa é a sua influência. Por isso para
afetar profundamente o futuro, um viajante no tempo teria que escolher, entre a
probabilidade de intervir em vários factos que estão selecionados muito
cuidadosamente, para poder mudar a tecedura da história.
Parte então a bordo de uma
imaginária Máquina do Tempo de Herbert George Wells, para explorar a fantasia dos mundos
imaginários que nunca existiram.
Diz-nos
que, se, Paulo, o Apostolo ou Pedro, o Grande, ou mesmo Pitágoras não tivessem
existido, o mundo seria muito diferente daquilo que é hoje. Pergunta ainda se
algumas das luzes do florescimento da ciência, como a dos antigos jónios, não
se tivesse apagado, como estaríamos? E outras perguntas são feitas, para
concluir que talvez tivéssemos poupado dez ou vinte séculos e já estivesse-mos indo
às estrelas.
No
final faz uma viagem imaginária para as estrelas e para os mundos à volta delas
que permanentemente nos chamam…
Fala-nos então na evolução
do universo e a da vida na terra, falando-nos também de nós humanos, dizendo
que enfrentamos um ponto de ramificação critico na história.
O que fazemos neste
momento na Terra vai-se propagar pelos séculos e afetar a vida dos nossos
descendentes. Os erros que cometermos agora irão comprometer a nossa
civilização no futuro.
Se nos deixarmos cair na
superstição, na ganância ou na estupidez, poderemos mergulhar o nosso mundo numa
escuridão mais profunda do que o intervalo de tempo entre o colapso da
civilização clássica e o Renascimento italiano.
Mas também somos capazes
de usar a nossa compaixão e a nossa inteligência, a nossa tecnologia e riqueza
para fazermos uma vida plena e significativa para todos os habitantes deste
planeta que é a nossa casa. Para aumentar enormemente o nosso entendimento do
Universo e levar-nos às estrelas…
Fonte:
http://www.youtube.com/watch?v=cqfOU_iRl2U http://pt.wikipedia.org/
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