Visita a Almagro - 2º Dia - Parte III

A Plaza Mayor de Almagro ainda tinha algo para nos revelar, e por isso nos dirigimos ao Corral de Comedias, que é o lugar mais emblemático da cidade.
En uno de los flancos de la Plaza Mayor se encuentra el famoso Corral de Comedia , único en su género en todo el mundo, declarado Monumento eO Corral de Comedias fica situado mais ou menos ao centro, num dos lados da Plaza Mayor e foi para lá que nos dirigimos. Ninguém sabe a data exata da sua construção, mas o seu tipo corresponde ao séc. XVI ou início do séc. XVII, sendo o único teatro da época que mantém a sua estrutura original, provavelmente porque a cidade o continuou a usar e conservar ao longo dos tempos.

Foi declarado Monumento Nacional em 4 de março de 1955, e lá dentro podemos desfrutar de uma ambiência única, sendo um lugar aos olhos de quem o visita, verdadeiramente mágico. As suas galerias, palco e camarins podem ser visitados e, em cada ano é ali que decorre o Festival Internacional de Teatro Clássico.
Nos dias de hoje, a cidade está fora das rotas turísticas, pois as vias rápidas estão afastadas da cidade, no entanto a fama da cidade persiste, muito devido à existência deste Corral de Comedias, que rMoreeproduz nos nossos dias, todo o esplendor de um teatro usado a partir do séc. XVI até ao séc. XVII - a idade de ouro do teatro espanhol.
O teatro é composto por um pátio que serve de plateia, cercado por 54 metros lineares de arquibancadas de madeira de cor ocre, a cor da argila avermelhada que dá nome à cidade de Almagro. Tem dois andares de balcões à volta do pátio, tendo o último andar ganchos para colocar um toldo que protege os espectadores durante as horas do dia. Das varandas das arquibancadas pendem castiçais para velas ou lamparinas, que outroram iluminavam o local à noite. No pátio há um poço localizado à entrada do lado direito, que fornecia água aos espectadores.
Entre a porta da frente e o palco, estende-se o seu pátio, como uma sala pavimentada, com pequenas pedras roladas, vestindo o pórtico da Cruz de Calatrava.

Fonte: http://www.turismocastillalamancha.com/ Wikipédia.org

Visita a Almagro - 2º Dia - Parte II

Depois do almoço, caminhámos para a Plaza Mayor de Almagro, uma vez que queríamos visitar o Corral de las Comedias, o antigo teatro da cidade, que ali fica situado.
A chegada à Plaza Mayor de Almagro foi um momento que gosto de recordar, pois é uma praça de grande beleza e diferente de todas as já visitadas. É uma praça retangular, mas irregular, limitada por duas fileiras de edifícios com varandas fechadas com janelas de cor verde. Por baixo das varandas fechadas, correm arcadas de colunas toscanas em pedra, que formam duas galerias paralelas abertas para o exterior, que a tornam única em Espanha.

Estas galerías servían de tribunas para actos públicos, festivos y religiosos, como las famosas corridas de toros que se realizaron hasta 1785, en que fueron prohibidEstas galerias serviram como fóruns para eventos públicos e feriados religiosos, como as touradas famosas que ali foram realizadas até 1785, quando foram proibidas por Carlos III. A ellas se accedía por dos escaleras situadas en la Calle del Toril y en el Callejón del Villar , y por algunas pequeñas puertas de los soportales. Os Pórticos ou Los soportales se sustentan con 81 columnas de piedra con clásicas zapatas de madera, muchas de ellas con capiteles sobrealzados por cuñas de madera para paliar los desniveles del arquitrabe respecto al suelo.arcadas são suportados por 81 colunas de pedra, com clássicas sapatas de madeira, muitas delas com capitais sobrexaltados por cunhas de madeira para atenuar o desnível da arquitrave acima do solo.
Por baixo das arcadas podemos visitar muitas lojas de artesanato diverso, como os famosos bordados de bilrros (rendas de bilrros), produtos da região como queijos, presuntos, alcachofras em calda, cestaria variada...

Numa das extremidades da Plaza Mayor encontra-se uma estátua equestre de Diego de Almagro, o Conquistador. É um monumento de 1955, que fCerrando la plaza, el Ayuntamiento y un pequeño jardín dedicado al conquistador Diego de Almagro.echa a praça, no meio de um jardim tipo tropical, enquanto no outro extremo da praça um pequeno jardim mais europeu se destaca em frente do antigo edifício do Ayuntamento, a Câmara Municipal.
Quando cheguei ao pé da estátua equestre de Diego de Almagro, algo nela me fez recordar outra (quer pelos trajes, quer pelo porte do cavaleiro), que há algum tempo atrás tinha visto em Turjillo, de Francisco Pizarro, outro conquistador espanhol. Quando pesquisei sobre o assunto, tive a agradável surpresa de descobrir que os dois cavaleiros tinham sido companheiros de armas e que ambos tinham partido para a descoberta do Novo Mundo, nas Américas.

Diego de Almagro nasceu em cerca de 1475, em Almagro, e morreu a 8 de julho de 1538, em Cuzco, no Peru. A sua infância foi passada em Almagro, que lhe deu o sobrenome.
Depois de servir o exército espanhol, partiu para a América em busca de fortuna. Juntamente com o seu amigo e companheiro Francisco Pizarro, de Turjillo, conquistou o Peru. Durante a conquista foi responsabilizado pela morte do líder local, o inca Atahualpa. Depois de ultrapassar esta acusação, em 1534, seria nesse mesmo ano nomeado governador do Peru meridional.

No ano seguinte tentou de novo a sua sorte mas, desta vez, mais a sul, no Chile. Após uma viagem até ao vale do Aconcágua, regressou ao Peru, deparando-se com um país revoltado contra o poderio sangrento dos espanhóis. A grande cidade de Cuzco, estava ocupada pelos espanhóis, e era administrada pelo seu antigo companheiro de armas Francisco Pizarro. Perante a situação, Diego de Almagro acabaria por lutar contra o seu antigo amigo em Las Salinas, a 6 de abril de 1542, tendo alcançado uma importante vitória.
Uma vez derrotado, Francisco Pizarro, num ataque de fúria, fez de Almagro seu prisioneiro. Sigilosamente deu mesmo ordens para que o estrangulassem na prisão, e depois o decapitassem em público.

O filho do malogrado conquistador, também Diego Almagro, o Moço, nasceu em 1520, fruto de uma relação com uma peruana, e também morreu em Cuzco, a 16 de setembro de 1542. Tal como o pai, foi um lutador e também um injustiçado. Vingou a morte do pai, matando Francisco Pizarro em 1541. A 16 de setembro de 1542, no combate de Chupas, foi executado juntamente com quarenta companheiros, a mando de D. Cristóvão Vaca de Castro.

Fonte: http://www.infopedia.pt/ Wikipédia.org / http://www.turismocastillalamancha.com/ http://losmasgrandesdelahistoria.blogspot.pt/2008_07_01_archive.html

Visita a Almagro - 2º Dia - Parte I

O dia acordou chuvoso na manhã seguinte à chegada a Almagro. Da pequena janela da autocaravana, olhou-se uma janela atrevida da igreja da Antiga Universidade de Almagro. Uma chuva inclemente não deixava de cair e só após o pequeno-almoço tardio, é que amainou.
Partimos a pé em direção ao centro da cidade, embalados pela frente fria. Apertei o casaco para aconchegar o peito, enquanto os passos ecoavam na calçada. O forte cheiro a terra molhada exalava por toda a rua, enquanto o olhar caia sobre as brancas casas de rés-do-chão e primeiro andar, com varandas e janelas protegidas por grades em ferro forjado, que durante a caminhada nos acompanhavam de ambos os lados.

Nas imediações, em ruelas perpendiculares à Calle San Bartolomé a arquitetura mantem-se sem alteração. Ao fundo da rua encontra-se o Antigo Colégio da Companhia de Jesus e a Igreja de San Bartolomé, em calcário, que se impõe ao fundo.
É ali que encontramos o pequeno largo de San Bartolomé, que se encontra um antigo edifício onde outrora esteve sediada a Antiga Universidade Renascentista de Almagro (séc. XVI). À sua frente no centro da praceta, destaca-se o busto de Fernando Fernández de Córdoba y Mendoza, o mestre da Ordem de Calatrava e fundador da mesma Universidade.

Em frente, do lado esquerdo do largo de San Bartolomé, encontra-se o Antigo Colégio da Companhia de Jesus, que hoje abriga a Escola Municipal de Música e Dança Pablo Colina Colado.
Mais à frente por um túnel, entramos no edifício do Mercado de Almagro. Era já perto do meio-dia, mas o movimento no mercado ainda era grande. Lá dentro a azáfama normal, onde se sentia de bem de perto, o pulsar próprio de uma sociedade provinciana, própria de uma pequena cidade onde todos se conhecem.
O Mercado de Almagro embora pequeno, possui um minimercado e muitas bancas com fruta, legumes, peixe, carne e charcutaria muito variada, como é normal em qualquer mercado espanhol. Foi ali que comprámos, numa banca com comida pré-feita, alguns petiscos para o almoço na autocaravana.
Na mesma rua por onde se entra para o Mercado de Almagro, está situado o edifício onde se encontra sediado o Museu do TeatroO edifício foi outrora o Palácio dos Mestres e fica localizado no lado norte da Plaza Mayor de Almagro. Foi construído no meio da Idade Média como residência para os monges e leigos cavaleiros da Ordem de Calatrava e sede do Grão-Mestre.

No séc. XVI passou a ser a residencia do Governador de Almagro e no séc. XVIII foi quartel de cavalaria. Em 1802, parte do palácio foi convertido para o novo convento, o Mosteiro da Ordem de Calatrava, até 1816. Mais tarde, o edifício passou para mãos privadas e foi desmantelado.

Originalmente conhecido por Palácio Maestral  é composto por um complexo de edifícios para diferentes funções: residência conventual, sede política e centro administrativo do grande Mestre de Calatrava.

Após a aquisição do edifício pela Câmara Municipal de Almagro, o Palácio dos Mestres ficou a sediar o Museu Nacional do Teatro em 1994. O novo museu ocupa uma grande área e está distribuído em salas de exposição em três andares, biblioteca, cave e lojas, escritórios no piso superior e uma torre, e finalmente possui um claustro mudéjar onde se fazem exposições temporárias e outras actividades.  
Depois o retorna à autocaravana. Após o almoço, o café no bar típico do toureiro de Almagro, situado na Ronda de San Domingo, em frente da Igreja da Antiga Universidade, onde se dormiu na noite de chegada à cidade.

Comportamento Antissocial

No presente momento estão cada vez mais na moda as redes sociais, disso ninguém duvida. Os nossos jovens e até muitos adultos estão encantados com elas e confessam já não conseguir viver sem as mesmas, e quando nos perguntam pelo contacto a elas relativo e alguém lhes responde que não tem, a resposta invariável é, epá isso é já ser antissocial!

Pois é, antissocial é também uma palavra cada vez mais na moda. Mas quando se pesquisa sobre a mesma, invariavelmente os estudos apontam sempre para uma perturbação da personalidade, que infelizmente parece ser uma doença cada vez mais frequente nas sociedades na nossa época.

O comportamento antissocial é caracterizado pelo desprezo ou transgressão das normas da sociedade, frequentemente associado a um comportamento ilegal. 1

Ter comportamentos antissociais em algum momento não indica necessariamente um transtorno de personalidade antissocial (também conhecido como psicopatia ou sociopatia). Indivíduos antissociais frequentemente ignoram a possibilidade de estar afetando negativamente outras pessoas, por falta de empatia com o sofrimento de outras. Exemplos de comportamentos antissociais incluem desde crimes sérios como homicídio, piromania, furto, vandalismo e a infrações mais leves como críticas cruéis, sadismo, desrespeito pela privacidade alheia ou até dizer muitos palavrões. 1

Assim sendo, na base do transtorno da conduta antissocial está a tendência permanente para apresentar comportamentos que incomodam e perturbam os outros, além do envolvimento em atividades perigosas e até mesmo ilegais. Essas pessoas não aparentam sofrimento psíquico ou constrangimento com as suas próprias atitudes e não se importam de ferir os sentimentos das outras pessoas ou desrespeitar os seus direitos. 2

Portanto, o seu comportamento apresenta maior impacto nos outros do que em si mesmos. Os comportamentos antissociais tendem a persistir de forma indeterminada, parecendo faltar a capacidade de aprender com as consequências negativas dos próprios atos.

O quadro clínico do transtorno da conduta é caracterizado por comportamento antissocial persistente, com violação de normas sociais ou direitos individuais.

Nos critérios diagnósticos para transtorno da conduta que incluem 15 possibilidades de comportamento antissocial, temos como mais vulgares, (1) a atitude cada vez mais comum de frequentemente perseguir, atormentar, ameaçar ou tentar intimidar os outros e de (2) mentir e enganar para obter mais adeptos para as suas causas, ou ganhos materiais ou favores ou mesmo fugir de obrigações e responsabilidades.

Os comportamentos antissociais de maior gravidade e a partir da infância ou adolescência até à fase adulta são: 1) arrombou ou invadiu casa, prédio ou carro; (2) foi cruel com os animais, ferindo-os fisicamente; (3) foi cruel com as pessoas, ferindo-as fisicamente; (4) frequentemente inicia lutas corporais; (5) já usou armas que podem causar ferimentos graves (pau, pedra, caco de vidro, faca, revólver); (6) roubou ou assaltou, confrontando a vítima; (7) submeteu alguém a atividade sexual forçada; (8) iniciou incêndio deliberadamente com a intenção de provocar sérios danos; (9) destruiu propriedade alheia deliberadamente (não pelo fogo); (10) furtou objetos de valor; (11) frequentemente passa a noite fora, apesar da proibição dos pais (início antes dos 13 anos); (12) fugiu de casa pelo menos duas vezes, passando a noite fora, enquanto morava com os pais ou pais substitutos (ou fugiu de casa uma vez, ausentando-se por um longo período); e (13) falta na escola sem motivo, matando aulas frequentemente (início antes dos 15 anos).

Fatores individuais, familiares e sociais estão implicados no desenvolvimento e na persistência do comportamento antissocial, interagindo de forma complexa e ainda pouco esclarecida. 3

Está provado que as crianças e adolescentes com comportamento antissocial tendem a permanecer antissociais na idade adulta, e adultos antissociais tendem a ter filhos com comportamento antissocial (os pais servem de modelo aos filhos), estabelecendo-se assim um ciclo de difícil interrupção.4

O termo antissocial também é aplicado no senso comum a pessoas com aversão ao convívio social, introvertidas, tímidas ou reservadas (e que não é sinónimo do termo "antissocial" referente à psiquiatria), para estes o mais correto nesses casos é o termo misantropia. Clinicamente, antissocial aplica-se a atitudes contrárias e prejudiciais à sociedade e não a inibições ou preferências pessoais.1


A misantropia costuma aparecer desde logo durante a infância em crianças tímidas, introvertidas e caladas que têm dificuldades em fazer amigos, nomeadamente na escola, preferindo muitas vezes ficarem sozinhas. Com o passar dos anos, tendem a ser bastante sarcásticos/irónicos nas observações que fazem (pode-se dizer que em parte a grande timidez é disfarçada por estas duas características) - têm uma interpretação muito própria de tudo aquilo que vêm e de tudo aquilo que lhes é dito pelas outras pessoas, sendo bastante observadores e atentos ao que os rodeia embora, muitas vezes, não o pareça. Um fato notável é que são muito inteligentes e tendem a resolver desafios e enigmas com muita facilidade, já que vivem de um raciocínio puramente lógico, embora não deixem perceber isso.5
     2. Earls F. Oppositional-defiant and conduct disorders. In: Rutter M, Taylor E, Hersov LA, editors. Child and adolescent psychiatry: modern approaches. Oxford: Blackwell Scientific Publications; 1994. p. 308-29.
     3.    American Psychiatric Association (APA). Diagnostic and statistical manual of mental disorders. 4th ed. Washington (DC): APA; 1994.
     4.       Farrington DP. The twelfth Jack Tizard memorial lecture ¾ The development of offending and antisocial behaviour from childhood: key findings from the Cambridge study in delinquent development. J Child Psychol Psychiatry 1995;360(6):929-64.
     5. http://pt.wikipedia.org/wiki/Misantropia

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Visita a Almagro - 1º Dia

A chegada a Almagro pela hora de jantar, fez com que se procura-se desde logo um lugar calmo e seguro para a pernoita, a fim de ser confecionado o jantar na autocaravana. O lugar ideal recaiu num pequeno parque situado sob a proteção da Igreja da Antiga Universidade Renascentista, situada num local tranquilo e ótimo para passar a noite.
A fundação deste edifício deve-se a um dos personagens mais influentes e importantes do séc. XVI, o cavaleiro da Ordem de Calatrava Frei Fernando Fernández de Córdova y Mendoza.
Depois de jantar o café foi gostosamente tomado num barzinho em frente, com um ambiente quase familiar, bem típico e propriedade de um toureiro de Almagro.
Almagro, é uma pequena cidade amena e calma, situada na região de Castilla La Mancha. É uma das joias de Espanha, que se situa a cerca de vinte quilómetros a leste de Ciudad Real, considerada Património Histórico-Artístico no município de Campo de Calatrava.
Read moreA história desta cidade de La Mancha está intimamente ligada à história do teatro, e nela é realizado todos os anos um Festival Internacional de Teatro Clássico. Possui um Museu Nacional do Teatro e o teatro mais antigo do Mundo, o Corral de Comedias.
A cidade tem uma maravilhosa herança histórica e no seu início progrediu sob a proteção e domínio da Ordem de Calatrava. Foi no seu passado a capital do Campo de Calatrava e esteve intimamente ligada a esta ordem religiosa, tendo grande importância política durante a Idade Média Baixa.
Mais tarde o rei D. Fernando, o Católico, incorporou os bens desta Ordem Militar na coroa de Castela, pelo que se iniciou o declínio dos Cavaleiros de Calatrava, mas não da cidade, que outrora foi considerada uma metrópole no sul da Castela.
Nela se estabeleceram, no século XVI, banqueiros alemães e flamengos, ligados ao rei Habsburgo e Sacro Império, o Imperador Carlos V, como as famílias Fugger e Welser, que se instalaram nesta terra, o que contribuiu para o desenvolvimento de Almagro, num período entre os séculos XV e XVI.
Depois do café, resolvemos ir até à Plaza Mayor, uma praça de grande beleza, cercada por lindos edifícios com varandas verdes em madeira e pórticos contínuos, os mais emblemáticos da cidade.
Andando pelas ruas de Almagro é como mergulhar no seu passado, na lenda de monges guerreiros e senhores, olhando a grandeza de suas igrejas e conventos, ou quando se chega à Plaza Mayor e se observa o traço perfeito do edifício antigo do Ayuntamento, os Paços do Concelho, inalterado até hoje.
A Plaza Mayor articula toda a trama de caminhos urbanos, que convergem para ela como para um espaço de receção, onde se encontram as principais artérias da cidade. Também ali desembocam o caminho procedente de Toledo e o procedente de Granada.
A bela e peculiar Plaza Mayor de Almagro é também o núcleo central de todas as atividades económicas, bem como dos atos religiosos, lúdicos, económicos e públicos da cidade.
Fonte: http://www.turismocastillalamancha.com/ Wikipédia.org

Imitando bichos

“A verdade é que os bichos, quando imitam as pessoas, perdem toda a dignidade”.

Mário Quintana


Por vezes quando ando a tratar do meu jardim; quando saio de casa para ir buscar qualquer coisa ao carro; quando vou dar comida aos meus cães; quando desfruto de um pouco de sol no jardim de minha casa;… alguém na vizinhança em gritos estridentes imita gatos, pavões, corujas, pássaros...


Quando olho em direção aos sons, alguém invariavelmente se esconde na folhagem de frondosas árvores do jardim vizinho. Quando isto acontece, lembro-me sempre de um salmo de São Mateus: “Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos; portanto, sede prudentes como as serpentes e inofensivos como as pombas.” (Mateus 10:16)

Como este tipo de acontecimentos já dura há muito tempo, ao ponto de já estar habituada, não dando importância ao assunto, continuo a fazer a minha vida normal. No entanto não posso deixar de me perguntar: E quando os homens imitam com tanta insistência os animais, ganham dignidade?

Para acabar recordo aqui também e mais uma vez, o salmo do mesmo apóstolo: “E, em qualquer cidade ou aldeia em que entrardes, procurai saber quem nela seja digno, e hospedai-vos aí, até que vos retireis.” (Mateus 10:11)

Que pena esta ser a minha casa permanente e não uma qualquer hospedaria, não é?

Visita a Valencia - 3º Dia - Partida de Valencia

O terceiro dia em Valencia acordou ensolarado e era o dia programado para a partida a caminho de casa. Era uma pena não podermos assistir à queima das Fallas, que encerraria as festas da cidade, mas o trabalho esperava-nos.
Antes de partirmos fomos conhecer o bairro situado perto do parque de autocaravanas onde pernoitámos nos dias que estivemos em Valencia, para almoçarmos e conhecermos um local fora da zona antiga que nos daria um conhecimento mais profundo da cidade relativamente à sua vivência social.

Nela encontrámos algumas lojas que só se podem encontrar em Valencia, com tecidos e confeção dos trajes típicos valencianos, (Traje de Fallera do séc. XVIII) que as mulheres vestem na época das festas da cidade, as Fallas, bem como os adereços, como as belas joias usadas, também nesta época.
No traje valenciano feminino são acessórios comuns, além dos compridos brincos, a pregadeira, o colar e a pulseira, todos confecionados com pérolas, ouro ou prata e sapatos forrados com o mesmo tecido, fazem também parte as agulhas usadas para manter as fitas de cabelo e pentes, que servem para adornar o penteado. É um traje muito rico, confecionado com tecidos de brocado, considerado o mais luxuoso de Espanha e a sua aquisição ronda os 2000 euros.

A visita à cidade durante Las Fallas, já é por si só, o suficiente para se sentir o sabor genuíno da verdadeira paixão valenciana pelas suas festas e ao observarmos estas lojas com os tecidos e adereços para os seus tajes típicos, confirmámos mais uma vez essa mesma paixão.
O bairro residencial visitado neste último dia em Valencia, tinha a calma característica de um bairro dormitório, vendo-se pouca gente e os poucos que se encontravam pela rua, eram idosos ou algumas mulheres que recorriam aos pequenos estabelecimentos comerciais para a compra de algum ingrediente em falta para a confeção do almoço. O almoço para nós decorreu numa esplanada de um pequeno café e resumiu-se a uma petisqueira com pinchos diversos.

Na volta à autocaravana, encontrámos um stand cheio de automóveis clássicos antigos, autenticas relíquias que fazem as delícias de muitos entre ao quais eu me incluo, pois são desde à muito uma das minhas predileções. Considero que um carro antigo bem preservado é um testemunho histórico vivo de épocas passadas e como qualquer monumento deve ser estimado e usado com muito carinho. Embora nunca me despose-se a comprar nenhum destes belos modelos antigos, reconheço e percebo o bom gosto daqueles que os adquirem e os preservam e que por isso bem hajam.

Depois a partida de Valencia rumo a Almagro, uma pequena cidade rica na arte teatral, situada na região de Castilla La Mancha, em terras encravadas no coração da Península Ibérica, que nos ficava no caminho de volta.

Visita a Valencia - 2º Dia - Playa de la Malvarrosa - Parte VII

Após a visita à Catedral, caminhou-se novamente para a Plaza del Ayuntamento, onde nos sentámos numa esplanada para um aperitivo, onde permanecemos até anoitecer.
De bicicleta pedalámos até à autocaravana e já a bordo da mesmsa, fomos conhecer as praias de Valencia.Nota A cidade de Valencia é abençoada com uma costa suave e pontilhada com algumas das mais esplêndidas praias do Mediterrâneo. Its pleasant climate and year-round sunshine mean that Valencia's beaches are a hub of constant activity.

Próximas da cidade, existem algumas praias urbanas e algumas belas praias localizadas em espaços naturais protegidos. Destas últimas não ficámos a conhecer, pois o tempo ainda estava frio e não convidava à sua procura.
A praia visitada por nós que fica bem próxima da zona portuária foi La Malvarrosa, também conhecida como a Praia de Levante. Esta praia está situada a cerca de 3,5 km do porto desportivo e é a praia urbana por excelência. No verão tem um alto nível de procura, quer pelos valencianos, quer por turistas que visitam a cidade.

Houve um tempo, em que a praia era isolada da cidade, mas Nowadays it is possible to reach the beach from the centre in less than 10 minutes.hoje em dia é possível alcançar a praia a partir do centro em menos de 10 minutos, sendoA constant flow of trams and buses mean that in the sunny months, of which there are many, getting to and from the seaside is the easiest of tasks. uma praia de acesso fácil de carro, de bicicleta ou de metro.
The mild winter months are ideal for long romantic walks along miles of golden sandy beacheOs meses de inverno ameno são ideais para longos passeios ao longo quilómetros de praias de areia dourada e quando o apetite aperta, não faltam os petiscos que são This is the ideal way to whip up an appetite, which can be catered for in any of the many excellent bars and restaurants on the Malvarrosa and Las Arenas beachfronts.servidos em qualquer dos excelentes bares e restaurantes da Malvarrosa e de Las Arenas, as principais praias da cidade.

Valencia has a proud tradition of well-kept beaches, which dates back to the early 1900s when many noble families had summer homes on the beachValencia tem uma orgulhosa tradição de bem cuidadas praias, onde a areia esbranquiçada faz contraste e a fronteira com as águas cristalinas e azuis do oceano, que remontam ao início dos anos 1900, quando muitas famílias nobres tinham casas de veraneio à beira-mar. For most of the year maintenance companies look after the beaches. Na maioria do ano empresas de manutenção cuidam das suas praias e Hence, the visitor and resident alike want for nothing while they enjoy their own particular way of beach life. os valencianos e visitantes podem desfrutar à sua maneira das suas praias e da vida ao ar livre durante a maioria do ano. This is helped in turn by the employment of lifeguards, the installation of showers and toilets and the availability of umbrellas.
A praia possui um largo calçadão, o Paseo Neptuno, cheio de esplanadas (no verão) e restaurantes onde se podem degustar as famosas Paellas. Nele os valencianos entusiastas de desporto, podem fazer muitas atividades, como jogging, caminhada, bicicleta…

Fonte: http://www.gotovalencia.com/beaches.html

“Preso por ter cão e por não o ter cão”

Este é um bem conhecido provérbio português que é usado quando alguém é acusado ou criticado, de qualquer modo, haja o que houver, faça ele ou deixe de fazer alguma coisa. Ou seja, para melhor compreensão do provérbio português, devo citar o proverbio de origem brasileira, que quer dizer o mesmo, mas usando a inesgotável criatividade da língua portuguesa falada naquele país irmão: «Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come».

Pois bem, quer se concorde ou não com frases, textos ou opiniões de outrem e se critiquem os mesmos ou a forma como eles são executados, é normal*, mas nunca se deve esquecer a liberdade de expressão e de opinião, por que tanto se lutou antes do 25 de abril.

Pois é, a democracia permitiu-nos o suspiro de alívio. Mas agora, ameaça-nos uma nova censura: não pensar de acordo com os que se organizam em grupos e hordas para definir “a verdade”. Não é raro, nos dias de hoje, encontrar gente que despreza a liberdade que muitos outros conquistaram com determinação e muita coragem.

No entanto e todos no fundo sabemos, que estas tentativas de censura não são mais do que um geito nada democratico, usado numa tentativa de molestar quem não reza segundo a mesma cartilha.

Ainda estamos bem próximos do 25 de abril, para podermos esquecer que vivemos numa sociedade livre, que felizmente também adquiriu o direito à liberdade de expressão e opinião.

*Aqueles que não gostam têm bom remédio, não venham a este blogue. Eu agradeço!...

Páscoa ao relento

“Todos os animais têm direito à atenção, aos cuidados e à proteção do homem.”
(in Artigo 2º, Declaração Universal dos Direitos dos Animais)


De sexta-feira santa para sábado dormimos na tranquila vila de São João da Pesqueira, considerada o Coração do Alto Douro Vinhateiro.
 
A noite estava escura e sem estrelas, mas no lugar de pernoita, junto de um varandim a ver as serranias em lugar um pouco abaixo do nível da estrada, pastava um rebanho de ovelhas, que nos embalaram durante a primeira parte da noite, com a leve melodia do tilintar dos seus guizos.

Já em hora tardia essa melodia deixou de se ouvir, significando que as ovelhas já estavam deitadas na pastagem. Abri a janela e vi na obscuridade os pequenos pontos brancos salpicando o lugar. Uma brisa fria fazia-se sentir e pensei... O que fizeram estes animais fofos, meigos, obedientes, tranquilos e tão úteis, para merecerem uma noite ao relento? Não sendo esta sua situação suficiente, uma chuva persistente começou a cair e as infelizes ovelhas ali continuaram espalhadas um pouco por todo o terreno, aguentando a noite molhada e gélida, sem um telheiro para se recolherem.

Onde estava o pastor que cuida delas e não dorme nunca? Não deveria de ser ele e a música da sua flauta que as deveria acompanhar? Não, nos dias de hoje é o carro que dorme sob telheiro e nem em época pascal as ovelhas e seus cordeiros têm o direito ao respeito, que devia merecer a companhia, o leite e a própria pele e carne que nos dão.