Visita a Almagro - 2º Dia - Parte I

O dia acordou chuvoso na manhã seguinte à chegada a Almagro. Da pequena janela da autocaravana, olhou-se uma janela atrevida da igreja da Antiga Universidade de Almagro. Uma chuva inclemente não deixava de cair e só após o pequeno-almoço tardio, é que amainou.
Partimos a pé em direção ao centro da cidade, embalados pela frente fria. Apertei o casaco para aconchegar o peito, enquanto os passos ecoavam na calçada. O forte cheiro a terra molhada exalava por toda a rua, enquanto o olhar caia sobre as brancas casas de rés-do-chão e primeiro andar, com varandas e janelas protegidas por grades em ferro forjado, que durante a caminhada nos acompanhavam de ambos os lados.

Nas imediações, em ruelas perpendiculares à Calle San Bartolomé a arquitetura mantem-se sem alteração. Ao fundo da rua encontra-se o Antigo Colégio da Companhia de Jesus e a Igreja de San Bartolomé, em calcário, que se impõe ao fundo.
É ali que encontramos o pequeno largo de San Bartolomé, que se encontra um antigo edifício onde outrora esteve sediada a Antiga Universidade Renascentista de Almagro (séc. XVI). À sua frente no centro da praceta, destaca-se o busto de Fernando Fernández de Córdoba y Mendoza, o mestre da Ordem de Calatrava e fundador da mesma Universidade.

Em frente, do lado esquerdo do largo de San Bartolomé, encontra-se o Antigo Colégio da Companhia de Jesus, que hoje abriga a Escola Municipal de Música e Dança Pablo Colina Colado.
Mais à frente por um túnel, entramos no edifício do Mercado de Almagro. Era já perto do meio-dia, mas o movimento no mercado ainda era grande. Lá dentro a azáfama normal, onde se sentia de bem de perto, o pulsar próprio de uma sociedade provinciana, própria de uma pequena cidade onde todos se conhecem.
O Mercado de Almagro embora pequeno, possui um minimercado e muitas bancas com fruta, legumes, peixe, carne e charcutaria muito variada, como é normal em qualquer mercado espanhol. Foi ali que comprámos, numa banca com comida pré-feita, alguns petiscos para o almoço na autocaravana.
Na mesma rua por onde se entra para o Mercado de Almagro, está situado o edifício onde se encontra sediado o Museu do TeatroO edifício foi outrora o Palácio dos Mestres e fica localizado no lado norte da Plaza Mayor de Almagro. Foi construído no meio da Idade Média como residência para os monges e leigos cavaleiros da Ordem de Calatrava e sede do Grão-Mestre.

No séc. XVI passou a ser a residencia do Governador de Almagro e no séc. XVIII foi quartel de cavalaria. Em 1802, parte do palácio foi convertido para o novo convento, o Mosteiro da Ordem de Calatrava, até 1816. Mais tarde, o edifício passou para mãos privadas e foi desmantelado.

Originalmente conhecido por Palácio Maestral  é composto por um complexo de edifícios para diferentes funções: residência conventual, sede política e centro administrativo do grande Mestre de Calatrava.

Após a aquisição do edifício pela Câmara Municipal de Almagro, o Palácio dos Mestres ficou a sediar o Museu Nacional do Teatro em 1994. O novo museu ocupa uma grande área e está distribuído em salas de exposição em três andares, biblioteca, cave e lojas, escritórios no piso superior e uma torre, e finalmente possui um claustro mudéjar onde se fazem exposições temporárias e outras actividades.  
Depois o retorna à autocaravana. Após o almoço, o café no bar típico do toureiro de Almagro, situado na Ronda de San Domingo, em frente da Igreja da Antiga Universidade, onde se dormiu na noite de chegada à cidade.

Um comentário:

Anônimo disse...

Procuro a sepultura de Pedro Tellez Giron, Mestre da Ordem de Calatrava, sepultado em Almagro. Sua tumbam tem sua estatua jacente. Viste alguma quando visitaste a cidade de Almagro?
ppacheco@usp.br