Neil Armstrong

Segundo as informações da emissora CNN, o ex-astronauta norte-americano Neil Armstrong, o primeiro homem a pisar na lua, morreu aos 82 anos neste sábado, dia 25 de agosto, conforme confirmação da própria família do ex-astronauta. 
 
 
Neil Armstrong nasceu no dia 5 de agosto de 1930. Foi piloto da Marinha dos Estados Unidos entre 1949 e 1952 e lutou na Guerra da Coreia. Formou-se em 1955 em Engenharia Aeronáutica pela Universidade de Purdue e atuou como piloto civil da agência que deu origem à Nasa, a Naca (Conselho Nacional de Aeronáutica).
 
 
Numa rara entrevista em maio deste ano, Neil Armstrong afirmou que os astronautas do histórico voo Apolo 11 calculavam em apenas 50% as possibilidades de pousar sobre a superfície do satélite.
 
"Pensava que eram de 90% as possibilidades de retornar sãos e salvos à Terra depois do voo, mas apenas 50% de possibilidades de pousar sobre a Lua nesta primeira tentativa", disse Armstrong na ocasião.
 

Lisboa - 3º Dia - CCB - Museu de Arte Moderna e Contemporânea - Coleção Berardo - Parte XII






"Não acredito na separação entre o popular e o inteligente, como se fossem coisas antagónicas".

Vik Muniz.

 
 
Depois do gostoso lanche na Fábrica dos Pastéis de Belém, caminhamos até ao Centro Cultural de Belém, para mais uma vez visitarmos o Museu de Arte Moderna e Contemporânea - Coleção Berardo.

Queríamos mais do que tudo, visitar uma exposição temporária que não queríamos perder por nada , com a emblemática obra de Vik Muniz, um artista plástico brasileiro, que àquela data, ali expunha os seus 25 anos de trabalho, no Museu da Coleção Berardo e que só ali estaria patente até dia 31 de dezembro.

Além desta exposição temporária, o Museu Coleção Berardo apresenta todos os anos diferentes espólios, uma vez que a Coleção Berardo é enorme e o espaço não é suficiente para uma mostra completa. Em 2011 o Piso 1 apresentava uma mostra de arte que ia de 1960 a 2010, que dava continuidade ao período 1900-1960, instalado no Piso 2 do Museu. Com estes núcleos expostos em permanência, era proposta uma panorâmica da história da arte do século XX até aos nossos dias.

A visita iniciava-se com o Minimalismo, o Conceptualismo e a Arte Povera, movimentos que originaram uma pluralidade de atitudes modificadoras do estatuto do objeto artístico; em seguida percorria também as emergências da narrativa e as reconfigurações da imagem fotográfica ou em movimento, e concluía-se com uma diversidade dos discursos de alteridade e uma generalizada prática de interrogação do arquivo histórico.
(Ver mais em: http://www.museuberardo.pt/original_site/Files/MCB_CB_1960-2011.pdf)

 
No último piso esperava-nos a bela e intrigante exposição com os trabalhos de Vik Muniz. Diamantes, caviar, açúcar, calda de chocolate, lixo, vários materiais reciclados, compota de morango e muitos outros materiais, são utilizados por Vik Muniz para realizar os seus belos e imaginativos trabalhos. É simplesmente surpreendente a obra deste artista de São Paulo, que começou sua carreira como escultor, no final de 1990, depois de se mudar do Brasil para Chicago, e em seguida para Nova York.

O artista começou a se destacar mundialmente com a série Sugar Children (Crianças do Açúcar - 1996), a partir de uma viagem feita ao Caribe, na Ilha de Saint Kitts, onde fotografou filhos de operários de uma plantação de açúcar, retornando a Nova York para reproduzir estas imagens em papel preto e usando vários tipos de açúcar para desenhá-las e em seguida fotografá-las.

 
Vik considera-se um desenhador, escultor, geógrafo e até cientista. A sua arte funde variadas técnicas, desde a montagem até à fotografia das suas obras. Obras como a Mona Lisa feita com compota, é depois fotografada ou um Mapa Mundo realizado com pedaços de computadores velhos, despertam a curiosidade do público visitante, sendo a originalidade o seu denominador comum.
 
Visitar a sua obra é fazer um pequeno passeio reflexivo pela história da arte. Algumas de suas obras são reproduções surpreendentes de obras do Renascimento, do Barroco, do Romantismo, que aproveita as liberdades trazidas pelas vanguardas do início do século passado e representando exemplarmente as tendências contemporâneas, onde não faltam referências ao pop arte de Andy Warhol, numa mistura que originou uma obra fabulosa, original e criativa.
 
Fonte: http://www.museuberardo.pt/ http://cinples.blogspot.pt/2011/

Recordando o presente...

"O problema com o mundo é que os estúpidos são excessivamente confiantes, e os inteligentes são cheios de dúvidas."
 
 
Bertrand Russell
 




Pensar Portugal. Nós somos um país de «elites», de indivíduos isolados que de repente se põem a ser gente. Nós somos um país de «heróis» à Carlyle, de exceções, de singularidades, que têm tomado às costas o fardo da nossa história. Nós não temos sequer núcleos de grandes homens. Temos só, de longe em longe, um original que se levanta sobre a canalhada e toma à sua conta os destinos do país. A canalhada cobre-os de insultos e de escárnio, como é da sua condição de canalha. Mas depois de mortos, poe-os ao peito por jactância ou simplesmente ignora que tenham existido. Nós não somos um país de vocações comuns, de consciência comum. A que fomos tendo foi-nos dada por empréstimo dos grandes homens para a ocasião. Os nossos populistas é que dizem que não. Mas foi. A independência foi Afonso Henriques, mas sem patriotismo que ainda não existia. Aljubarrota foi Nuno Álvares. Os descobrimentos foi o Infante, mas porque o negócio era bom. O Iluminismo foi Verney e alguns outros, para ser deles todos só Pombal. O liberalismo foi Mouzinho e a França. A reação foi Salazar. O comunismo é o Cunhal. Quanto à sarrabulhada é que é uma data deles. Entre os originais e a coletividade há o vazio. O segredo da nossa História está em que o povo não existe. Mas existindo os outros por ele, a História vai-se fazendo mais ou menos a horas. Mas quando ele existe pelos outros, é o caos e o sarrabulho. Não há por aí um original para servir?

Vergílio Ferreira, in 'Conta-Corrente 2'

Nos Pastéis de Belém - 3º Dia - Parte XI


Quando a visita ao Mosteiro dos Jerónimos terminou pelas 18h00, e como era uma boa hora para lanchar, fomos como não podia deixar de ser, até à antiga Fábrica dos famosos “Pastéis de Belém”, situada bem perto do Mosteiro, para ali degustarmos alguns desses deliciosos pastéis, servidos quentinhos, saídos diretamente do forno e polvilhados com açúcar e canela em pó.
 
A Fábrica Pastéis de Belém é hoje um dos pontos de interesse turístico obrigatório para todos aqueles que por Belém passam. Esta famosa casa, recebe diariamente centenas de pessoas que visitam Lisboa em qualquer época do ano, sendo já considerada por muitos, como um património nacional e até mesmo mundial.

Turistas de todo o mundo reúnem-se em frente das portas principais, formando enormes filas para poderem apreciar esta iguaria feita com massa folhada, ovos e leite, ali confecionada desde 1837.

Os balcões de venda situados na loja/pastelaria de acesso direto à fachada exterior da fábrica, esconde várias salas interiores que se enchem de gulosos visitantes em dias de muita afluência. Nestas salas podemos apreciar também azulejos antigos do séc. XIX. ​​

Segundo reza a história no início do séc. XIX, em Belém, junto ao Mosteiro dos Jerónimos, laborava uma refinação de cana-de-açúcar associada a um pequeno local de comércio variado.

Como consequência da Revolução Liberal ocorrida em 1820, são encerrados todos os conventos de Portugal em 1834, expulsando o clero e ficando muitos dos seus trabalhadores desempregados. Numa tentativa de sobrevivência, alguém do Mosteiro pôs à venda nessa loja uns doces pastéis, rapidamente designados por "Pastéis de Belém".

Na época, a zona de Belém era distante da cidade de Lisboa e o percurso era assegurado por barcos a vapor. No entanto, a imponência do Mosteiro dos Jerónimos e da Torre de Belém, atraíam muitos visitantes que depressa se habituaram a saborear esses deliciosos pastéis originários do Mosteiro.

Em 1837, inicia-se o fabrico dos "Pastéis de Belém", em instalações anexas à refinação, segundo uma antiga "receita secreta", oriunda do convento. Transmitida, e exclusivamente conhecida pelos mestres pasteleiros que ali fabricam artesanalmente os famosos pastéis na "Oficina do Segredo".

À medida que a produção foi aumentando, a necessidade de empregar mais trabalhadores foi-se tornando numa séria preocupação. A possibilidade de haver uma fuga de informação era algo que não podia de maneira nenhuma acontecer, razão pela qual se optou por escolher o novo pasteleiro entre o pessoal da empresa - neste caso, tinham que trabalhar na empresa pelo menos há 25 anos e tinha que ser alguém em quem a empresa confiasse. Mesmo assim, tinham que fazer um voto e assinar um acordo em que se comprometiam a não revelar o segredo dos pastéis. Se quebrassem o acordo, veriam as suas propriedades expropriadas e até podiam ir parar à prisão. Felizmente, nunca ninguém o revelou e o segredo mantém-se até hoje dentro das paredes da fábrica.

No entanto há que acrescentar que esta antiga fábrica/pastelaria possui outras especialidades, que embora menos famosas do que os seus Pastéis de Belém, também devem ser experimentadas, como: o Bolo-rei, o Bolo Rainha, o Bolo Inglês, Marmelada, bem como outros doces caseiros, ali confecionados.

Fonte: http://www.pasteisdebelem.pt/ http://www.portugaltours.com.pt/br/blog-viagens/20114/a-lenda-dos-pasteis-de-belem.aspx

Lisboa - 3º Dia - Visita ao Mosteiro dos Jerónimos - Parte X


Ainda no piso de cima do Claustro, caminha-se em direção à Sacristia. A Sacristia é uma obra do arquiteto João de Castilho e foi construída entre 1517 e 1520. Trata-se de uma sala ampla, em que a abóbada irradia de uma coluna central renascentista, na qual se notam vestígios do antigo lavatório.
Um arcaz de madeira, com pilastras de ordem jónica semelhantes às das capelas laterais do transepto da Igreja, emoldura três das paredes da Sacristia sendo ainda hoje utilizado para guardar paramentos e alfaias litúrgicas. Considerado "o melhor exemplar de mobiliário português do final do século XVI" (Rafael Moreira), o arcaz é, presumivelmente, da traça de Jerónimo de Ruão (1590-1600). Sobre o espaldar, catorze quadros a óleo representam cenas da vida de S. Jerónimo, que são atribuídos ao pintor maneirista Simão Rodrigues e datam de cerca de 1600-1610.

 
A Sacristia é ainda decorada por um amitário seiscentista indo-português e por uma série de quadros, quase todos do séc. XVI, princípios do séc. XVII. Destacam-se, entre eles, seis telas da Paixão de Cristo atribuídas ao pintor António Carneiro, provavelmente destinadas a cobrir os nichos do claustro, e uma representação de Nossa Senhora da Nazaré que, segundo a tradição, seria de Josefa de Óbidos.
Segue-se caminhando em direção à Livraria ou Biblioteca do Mosteiro. Esta foi mandada fazer no tempo do Prior Frei Bento de Siqueira, por volta do ano de 1640. Nela foram colocados os livros deixados pelo infante D. Luís (filho de D. Manuel I) e muitos outros legados à Comunidade, alguns de monges que morreram e outros que se compraram. À data da extinção da Comunidade, a livraria encerraria cerca de 8 000 volumes.

As estantes que eram de madeira desapareceram e os livros perderam-se na sua maior parte, salvo o lote que foi para a Biblioteca Nacional (impressos), para a Torre do Tombo (manuscritos) e para a Casa Pia de Lisboa. Hoje em dia a Sala da Livraria alberga uma exposição documental com carácter permanente e bilingue denominada “Um Lugar no Tempo”, que tem por objetivo construir uma memória cronológica dos 500 anos do Mosteiro, articulando a sua história, bem como a da Torre de Belém e seu espaço envolvente, com a História de Portugal e a História do Mundo.
A exposição inclui também uma reconstituição virtual da antiga Sala dos Reis (demolida em 1868) contendo um conjunto de retratos dos reis portugueses (a Série Régia do Mosteiro dos Jerónimos) e uma genealogia de D. Manuel I, a quem o Mosteiro deve a sua construção.


No final da visita, uma passagem pela excelente loja do Mosteiro, que além da simpatia e disponibilidade das senhoras, que nos ajudaram na escolha das suas excelentes publicações.
 
Fonte: http://www.mosteirojeronimos.pt/ http://www.paroquia-smbelem.pt/smbelem_guiao_visita_jeronimos.htm

Lisboa - 3º Dia - Visita ao Mosteiro dos Jerónimos - Parte IX

Sobe-se depois pela escadaria que dá acesso ao Coro-Alto. Entra-se pela porta que se encontra do lado esquerdo ao cimo dessa escada, e dali se observa a imponência do interior da Igreja do Mosteiro. Por trás da varanda observa-se o Coro-Alto.
O Coro-Alto era um espaço muito importante para as orações dos monges. Era o local onde era realizada a oração comunitária também chamada “Ofício Divino”, o mais significativo dos deveres religiosos. Essa oração repartia-se por sete momentos ou seja por sete horas – As Horas Canónicas – ao longo do dia. Assim, sete vezes por dia, os monges entravam no Coro-Alto para rezar, recitando ou cantando o “Ofício Divino”. Faziam-no então no Cadeiral (fila de cadeiras de madeira, ligadas umas às outras e fixas aos dois lados das paredes de um Coro). Na primeira parte dessa longa oração, os monges podiam estar sentados nas cadeiras do Cadeiral; na segunda, tinham de rezar de pé. Neste caso, era-lhes permitido apoiar-se nas misericórdias ou seja, numa pequena peça saliente colocada por baixo do assento de cada uma das cadeiras do Coro. Isso permitia então ao monge apoiar-se, aliviando, por momentos, o peso que exercia sobre os seus pés.
Este Cadeiral foi desenhado pelo arquiteto Diogo de Torralva e executado, em 1550, pelo mestre Diogo de Çarça. Esta obra merece ser admirada na sua globalidade mas especialmente nos pormenores de escultura que apresenta. Existem aqui duas séries de cadeiras. Cada uma possui um assento levadiço no qual se encontra a “misericórdia” decorada com vasos, cabeças de jovens, guerreiros e animais fantásticos. As cadeiras são todas diferentes tendo cada uma a sua própria decoração. Umas apresentam temas profanos, ou seja, que nada têm a ver com assuntos sagrados: paisagens, homens, etc.; outras, têm uma decoração de inspiração religiosa com imagens de santos.


As pinturas colocadas na parede à volta do cadeiral são do séc. XVIII e representam alguns apóstolos e outros santos, como por exemplo São Jerónimo e Santo Agostinho.
Antes de se sair do Coro-Alto, observa-se a imagem do Cristo Crucificado. É uma imagem feita em madeira, obra atribuída ao escultor flamengo Philippe de Vries. Foi oferecido pelo Infante D. Luís (filho do rei D. Manuel) ao Mosteiro, em 1551.

Sai-se do Coro-Alto e percorrem-se os corredores do piso superior do Claustro. Dos varandins podem observar-se as gárgulas (pequenas esculturas salientes que serviam na sua maioria, para escoar a água da chuva). Estas representam figuras de animais. As que têm um sulco são as originais (séc. XVI) e as que não têm, são apenas decorativas e foram acrescentadas no séc. XIX.
À volta da varanda deste piso, podemos observar várias esculturas em nichos. Representam o rei D. Manuel I de chapéu, a apontar para cima, rodeado de virtudes com forma humana, santos e vários profetas da Bíblia.

Fonte: http://www.strawberryworld-lisbon.com/ http://www.mosteirojeronimos.pt / http://www.e-cultura.pt/WebPatriPatrimonio.aspx?IDPatrimonio=2489&print=1

Lisboa - 3º Dia - Visita ao Mosteiro dos Jerónimos - Parte VIII

Sai-se do Refeitório e continua-se o percurso pelo Claustro em direção à Sala do Capítulo.
À medida que se vai andando nas galerias do Claustro, reparamos que o Claustro dos Jerónimos tem dois pisos com tetos abobadados. Nas alas e arcos do piso inferior abunda uma decoração manuelina, com representações naturalistas (plantas e animais de terras distantes), símbolos nacionais e emblemas do rei, bem como temas religiosos e náuticos, como é aliás normal neste tipo de estilo.


No piso superior a decoração é renascentista obedecendo a uma evolução natural do projeto, à medida que foi sendo executado sob a responsabilidade dos mestres João de Castilho e Diogo Torralva.
A caminho da Sala do Capítulo não podemos deixar de reparar no Túmulo de Fernando Pessoa. Este poeta nasceu em Lisboa em 1888 e morreu em 1935. Os seus restos mortais foram trasladados para o Claustro do Mosteiro dos Jerónimos em 1985. Fernando Pessoa escreveu um livro de poemas alusivos ao tema dos Descobrimentos, que é um marco na literatura portuguesa e se chama Mensagem. Para além disso, Fernando Pessoa gostava de visitar os Jerónimos com frequência.


Nos mosteiros, a Sala do Capítulo era a sala de reuniões dos monges. Após a missa da manhã, a comunidade juntava-se na Sala do Capítulo para a reunião diária que começava com a lembrança do santo do dia, seguindo-se a leitura de um Capítulo da Regra de Santo Agostinho. Depois os monges discutiam problemas relativos à sua vida administrativa: compra de terras; atribuição e distribuição de determinadas tarefas entre eles, etc. A disciplina era também um assunto ali tratado.
Neste Mosteiro, o Portal da Sala do Capítulo ficou terminado no séc. XVI. O seu interior é do séc. XIX, conforme a inscrição num dos fechos da abóbada. É nesta sala que ao centro está colocado o Túmulo de Alexandre Herculano, historiador e romancista do séc. XIX, e primeiro presidente do Município de Belém.

De novo no Claustro, encaminhamo-nos para a porta que dá acesso ao segundo piso do Claustro e ao Coro-Alto. Antes, porém, deve reparar-se na parede sul, com as várias portas que correspondem aos antigos confessionários. Do outro lado da parede ou seja, do lado da igreja, há portas iguais a estas. O confessor entrava pelo Claustro e o penitente pela igreja, ficando ambos separados por uma grade de ferro.
Fonte: http://www.strawberryworld-lisbon.com/ http://www.mosteirojeronimos.pt / http://www.e-cultura.pt/WebPatriPatrimonio.aspx?IDPatrimonio=2489&print=1

Lisboa - 3º Dia - Visita ao Mosteiro dos Jerónimos - Parte VII



Acabada a visita à Igreja do Mosteiro Jerónimos, sai-se para nos dirigirmos para o Claustro, para a continuação da visita ao Mosteiro.
Os claustros dos mosteiros, tal como o do Mosteiro dos Jerónimos, são construções normalmente de forma quadrangular, com um ou dois andares constituídos por galerias cobertas e abertas através de arcadas, para um pátio central. Aparecem quase sempre encostados a um dos lados da igreja, localizando-se à sua volta as várias dependências conventuais, como a Sala do Capítulo, o Refeitório e outras.


O Claustro do Mosteiro dos Jerónimos é considerado um dos mais belos do mundo, e nele podíamos passar horas, só observando a beleza e riqueza dos pormenores esculpidos nos seus pilares e arcadas. Este local era destinado apenas aos monges que o usavam para a leitura, oração, meditação e lazer. Por isso, ao longo das suas paredes, por baixo das arcadas, poderemos observar inúmeros medalhões em pedra, representativos das cenas da Paixão de Cristo, entre outros com símbolos régios. Era também por ali que os monges tinham acesso ao Refeitório, Sala do Capítulo, Sacristia e Coro Alto.
Dirigimo-nos depois para a Sala do Refeitório. Era nela que os monges tomavam, em conjunto, as suas refeições. O ambiente que se vivia, durante as refeições era silêncio e solenidade, obedecendo os monges a regras próprias de comportamento. Não era permitido conversar pois, durante a refeição, um dos monges lia passagens da Bíblia ou algum outro livro religioso. Para que todos pudessem ouvir claramente, utilizavam um púlpito de madeira, espécie de varandim, construído a um nível mais elevado, como os que existem nas igrejas e usada pelos sacerdotes quando pretendem pregar.

Esta sala encontra-se revestida de azulejos (séc. XVIII), num friso largo acima do rodapé, que representam cenas do Antigo e Novo Testamento.
No topo norte dessa Sala, por cima do painel de azulejos que representa o “Milagre da Multiplicação dos Pães”, vê-se uma pintura de Avelar Rebelo, representando novamente S. Jerónimo. É uma pintura a óleo sobre tela, do séc. XVII, onde se podem observar, os símbolos relacionados com a figura de S. Jerónimo: o leão; a caveira; o chapéu e o manto de cardeal; a vela, a ampulheta, o crucifixo e os livros.

No topo sul, por cima da lareira (do séc. XIX) e enquadrado por moldura de pedra lavrada está uma pintura mural (óleo sobre estuque) representando a Adoração dos Pastores”. É uma pintura que terá sido feita em finais do séc. XVI, e nela podemos observar que Nossa Senhora expõe o Menino Jesus num lençol branco, para ser adorado pelos pastores. Do lado direito da Virgem está S. José e em redor, os pastores. Um deles traz às costas um borrego, outro um cesto e outro ainda, um cabrito. Vê-se também um tocador de gaita-de-foles, o boi e a mula, próprios do presépio.

Fonte:http://www.strawberryworldlisbon.com/ http://www.mosteirojeronimos.pt/pt/index.php?s=white&pid=185 / http://www.paroquia-smbelem.pt/smbelem_guiao_visita_jeronimos.htm

Lisboa - 3º Dia - Igreja do Mosteiro dos Jerónimos - Parte VI

Caminhando lentamente avança-se depois em direção a zona do altar. Ao subir-se um pequeno degrau, detemo-nos alguns segundos, pois estamos por baixo da grande abóbada. Ao olharmos para cima observa-se a enorme abóbada decorada com grandes medalhões de bronze dourado - são os fechos da abóbada. Nesses medalhões estão representados vários símbolos, reais (o escudo com as armas reais e a Esfera Armilar) e religiosos (a Cruz da Ordem Militar de Cristo).
Caminha-se de seguida em direção à Capela-Mor. Ali se observam os túmulos reais em mármore, apoiados sobre elefantes. É nestas túmulos que se encontram os restos mortais do rei D. Manuel I e de sua mulher, a rainha D. Maria (no lado norte) e do seu filho, rei D. João III e de sua mulher, a rainha D. Catarina de Áustria (no lado sul).

Quis o rei D. Manuel I que o Mosteiro lhe servisse de panteão real (edifício funerário ou igreja onde se colocam túmulos de monarcas), tendo os monges a pedido do rei, ficado com a obrigação de rezar uma missa por dia, pela sua alma e dos seus sucessores.
Esta capela, tal como hoje se encontra, foi mandada construir pela rainha D. Catarina e foi inaugurada em 1572. Observa-se ali as diferenças existentes na arquitetura, entre esta capela e o resto da igreja. O arquiteto responsável por este projeto foi Jerónimo de Ruão, que introduziu elementos característicos da arte maneirista. Ali, também se encontram belas colunas de duas ordens, clássicas e com mármores coloridos, por oposição ao calcário de lioz, empregue no corpo geral da igreja.

Ao fundo desta capela (mesmo por trás do altar), podem apreciar-se cinco pinturas da autoria de Lourenço de Salzedo, com cenas que representam a Paixão de Cristo”, em cima e a Adoração dos Reis Magos”, em baixo. Ao centro encontra-se o magnífico sacrário de prata da autoria do ourives João de Sousa e oferecido pelo rei D. Pedro II, cumprindo a promessa de D. Afonso VI, em ação de graças pela vitória alcançada contra os espanhóis na Batalha de Montes Claros (1665), a qual pôs fim à Guerra da Restauração.
Na Capela-mor, maneirista, ainda podemos ver o belo retábulo-mor é de autoria de Lourenço de Salzedo, pintor régio.

No transepto estão os túmulos de D. Sebastião e do Cardeal D. Henrique, seu tio.

Fonte:
http://www.strawberryworldlisbon.com/ http://www.mosteirojeronimos.pt/pt/index.php?s=white&pid=185 / http://www.paroquia-smbelem.pt/smbelem_guiao_visita_jeronimos.htm

Lisboa - 3º Dia - Igreja do Mosteiro dos Jerónimos - Parte V

Antes de entrarmos no Mosteiro dos Jerónimos deve parar-se para observar, com atenção, toda a sua fachada, que nem sempre teve o mesmo aspeto. No séc. XIX o edifício sofreu algumas modificações que, embora não tenham alterado a sua estrutura primitiva, vieram dar-lhe a forma que hoje conhecemos.
Caminha-se para o Portal Principal, situado a meio da fachada sul, voltado para o Tejo, que embora de dimensões mais pequenas e menos majestoso que o Portal Sul, é o mais importante Portal dos Jerónimos, quer pela sua localização, frente ao Altar-Mor, quer pela sua decoração.
Este é o belo pórtico de João de Castilho, estruturado ao modo de monumental relicário de ourivesaria, sobrepujado pela estátua da Virgem de Belém e o Arcanjo S. Miguel, e decorado com esculturas dos Apóstolos, Profetas, Doutores da Igreja, Sibilas e anjos.

Ali podemos realçar nos nichos do topo, “Cenas do Nascimento de Jesus Cristo”, observando-se da esquerda para a direita: a Anunciação (o anjo anuncia a Maria que vai ser mãe de Jesus); a Natividade (nascimento de Jesus); a Epifania (adoração dos Reis Magos). Mais abaixo encontram-se as estátuas do rei D. Manuel I e da rainha D. Maria, com os seus santos patronos, S. Jerónimo e S. João Baptista. Neste Portal trabalhou Nicolau de Chanterene que aqui introduziu alguns elementos característicos da Arte do Renascimento: os anjos vestidos à romana; os querubins (motivo decorativo composto por uma cabeça de criança com um par de asas); o pormenor e o realismo com que foram representadas as estátuas dos Reis e ainda o excelente estudo do “nu de S. Jerónimo”.
No registo inferior, ao centro do mainel que divide a porta, vemos uma estátua do Infante D. Henrique. O portal é ladeado por dois janelões de arco redondo.  

Entra-se de seguida em silêncio na Igreja, tendo-se logo a sensação de se entrar numa grande gruta. O teto possui uma abóbada polinervada que é composta por várias nervuras, que são as estruturas de pedra que têm origem nos respetivos cantos para se multiplicarem pelo teto. A juntar cada uma das nervuras, observa-se um elemento circular em pedra, com motivos que caracterizam o estilo manuelino, com a Cruz da Ordem militar de Cristo, a esfera armilar, cordas náuticas e motivos vegetalistas.
O interior é escuro e à medida que avançamos em direção à Capela-Mor, a zona mais escura da entrada vai dando lugar a zonas de maior luminosidade.

Faz-se uma primeira paragem no sub-coro. É ali que pode ser observada a primeira pintura  onde se encontra representado S. Jerónimo, como "O Penitente no Deserto", junto ao Túmulo de Vasco da Gama. Nessa bela pintura, o santo é apresentado magro, num local deserto, castigando-se, com uma pedra  na mão e meditando em frente de um crucifixo.
Nos respetivos túmulos estão representados alguns elementos decorativos referentes à vida e aos feitos destes dois personagens da História de Portugal.

Continua-se o caminho em direção à nave central. Observa-se à volta e repara-se que as colunas ali existentes são ricamente decoradas. A cobertura do teto é em forma de arco em abóbada. Todos os vitrais do mosteiro são já do séc. XX (1938). Os que cobrem os dois janelões da parede sul representam imagens dos reis fundadores, D. Manuel I e sua mulher, D. Maria, cada um deles com os respetivos santos patronos. D. Manuel, acompanhado por Vasco da Gama, antes da partida para a Índia e D. Maria rodeada das suas aias e de alguns monges jerónimos. Ao centro, podemos ver a imagem de Santa Maria de Belém ou Nossa Senhora dos Reis. A Virgem tem o Menino ao colo e em segundo plano, vê-se uma imagem de Lisboa antes do terramoto de 1755. Em baixo, observam-se as naus dos Descobrimentos.

Fonte:
http://www.strawberryworldlisbon.com/ http://www.mosteirojeronimos.pt/pt/index.php?s=white&pid=185 / Whttp://www.paroquia-smbelem.pt/smbelem_guiao_visita_jeronimos.htm

Lisboa - 3º Dia - Mosteiro dos Jerónimos - Parte IV

Deixam-se os jardins e caminha-se em direção ao Mosteiro dos Jerónimos. Atravessando a rua agiganta-se o imponente Mosteiro, um monumento que traduz a riqueza da época dos Descobrimentos, uma vez que foi quase na totalidade financiado pelo “dinheiro da pimenta”, um imposto sobre os produtos vindos do Ultramar.
Foi mandado erguer nos bancos de areia  junto ao rio Tejo por D. Manuel I em 1496, pouco depois do regresso de Vasco da Gama, sendo inicialmente designado Mosteiro de Sta. Maria de Belém, e doado aos monges da Ordem de S. Jerónimo.

Antes deste mosteiro ser construído, existiu ali uma igreja dedicada à invocação de Sta. Maria de Belém, mandada edificar pelo Infante D. Henrique, em meados do séc. XV. O Mosteiro dos Jerónimos veio substituir essa igreja, onde os monges da Ordem de Cristo davam assistência aos muitos marinheiros que por ali passavam. Por esse motivo, o Mosteiro perpetua não só a memória do Infante, pela sua grande devoção a Nossa Senhora, mas também por parte de D. Manuel I, a crença em S. Jerónimo, pelo que escolheu os monges da Ordem de S. Jerónimo, cujas funções eram rezar pela alma do rei e dar apoio espiritual aos que partiram da Praia do Restelo à descoberta de novas terras.
O Mosteiro foi sempre uma referência cultural durante os seus cinco séculos de existência, sendo desde sempre citado ou pintado por artistas, cronistas, escritores ou mesmo viajantes. Foi outrora acolhimento e sepultura de reis e mais tarde de poetas, como Alexandre Herculano e Fernando Pessoa. Hoje este belo mosteiro é admirado por todos nós, não apenas como uma notável obra de arquitetura, mas como parte integrante da nossa cultura e identidade.

Na sua construção trabalharam homens de arte como por exemplo os arquitetos Diogo de Boitaca, João de Castilho, Diogo de Torralva, Jerónimo de Ruão, os escultores, Nicolau de Chanterene, Filipe Brias, Lourenço de Salzedo, e os pintores, Simão Rodrigues, Avelar Rebelo, sendo da sua autoria belos trabalhos escultóricos e arquitetónicos, a que se somaram mais tarde outros nomes como, António Augusto da Costa Mota que realizou os trabalhos relativos aos túmulos de Vasco da Gama e de Luís Vaz de Camões, e Abel Manta, que realizou os estudos para os vitrais da fachada sul da Igreja do Mosteiro dos Jerónimos (1938).



Fonte: http://www.mosteirojeronimos.pt/ Wikipédia.org / http://www.strawberryworld-lisbon.com/ ttp://www.guiadacidade.pt/