Ainda no piso de cima do Claustro, caminha-se em direção à Sacristia. A Sacristia é uma obra do arquiteto João de Castilho e foi construída entre 1517 e 1520. Trata-se de uma sala ampla, em que a abóbada irradia de uma coluna central renascentista, na qual se notam vestígios do antigo lavatório.
Um arcaz de madeira, com pilastras de ordem jónica semelhantes às das capelas laterais do transepto da Igreja, emoldura três das paredes da Sacristia sendo ainda hoje utilizado para guardar paramentos e alfaias litúrgicas. Considerado "o melhor exemplar de mobiliário português do final do século XVI" (Rafael Moreira), o arcaz é, presumivelmente, da traça de Jerónimo de Ruão (1590-1600). Sobre o espaldar, catorze quadros a óleo representam cenas da vida de S. Jerónimo, que são atribuídos ao pintor maneirista Simão Rodrigues e datam de cerca de 1600-1610.
A Sacristia é ainda decorada por um amitário seiscentista indo-português e por uma série de quadros, quase todos do séc. XVI, princípios do séc. XVII. Destacam-se, entre eles, seis telas da Paixão de Cristo atribuídas ao pintor António Carneiro, provavelmente destinadas a cobrir os nichos do claustro, e uma representação de Nossa Senhora da Nazaré que, segundo a tradição, seria de Josefa de Óbidos.
Segue-se caminhando em direção à Livraria ou Biblioteca do Mosteiro. Esta foi mandada fazer no tempo do Prior Frei Bento de Siqueira, por volta do ano de 1640. Nela foram colocados os livros deixados pelo infante D. Luís (filho de D. Manuel I) e muitos outros legados à Comunidade, alguns de monges que morreram e outros que se compraram. À data da extinção da Comunidade, a livraria encerraria cerca de 8 000 volumes.
As estantes que eram de madeira desapareceram e os livros perderam-se na sua maior parte, salvo o lote que foi para a Biblioteca Nacional (impressos), para a Torre do Tombo (manuscritos) e para a Casa Pia de Lisboa.
Hoje em dia a Sala da Livraria alberga uma exposição documental com carácter permanente e bilingue denominada “Um Lugar no Tempo”, que tem por objetivo construir uma memória cronológica dos 500 anos do Mosteiro, articulando a sua história, bem como a da Torre de Belém e seu espaço envolvente, com a História de Portugal e a História do Mundo.
A exposição inclui também uma reconstituição virtual da antiga Sala dos Reis (demolida em 1868) contendo um conjunto de retratos dos reis portugueses (a Série Régia do Mosteiro dos Jerónimos) e uma genealogia de D. Manuel I, a quem o Mosteiro deve a sua construção.
No final da visita, uma
passagem pela excelente loja do Mosteiro, que além da simpatia e
disponibilidade das senhoras, que nos ajudaram na escolha das suas excelentes publicações.
Fonte: http://www.mosteirojeronimos.pt/ http://www.paroquia-smbelem.pt/smbelem_guiao_visita_jeronimos.htm
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