Nos Pastéis de Belém - 3º Dia - Parte XI


Quando a visita ao Mosteiro dos Jerónimos terminou pelas 18h00, e como era uma boa hora para lanchar, fomos como não podia deixar de ser, até à antiga Fábrica dos famosos “Pastéis de Belém”, situada bem perto do Mosteiro, para ali degustarmos alguns desses deliciosos pastéis, servidos quentinhos, saídos diretamente do forno e polvilhados com açúcar e canela em pó.
 
A Fábrica Pastéis de Belém é hoje um dos pontos de interesse turístico obrigatório para todos aqueles que por Belém passam. Esta famosa casa, recebe diariamente centenas de pessoas que visitam Lisboa em qualquer época do ano, sendo já considerada por muitos, como um património nacional e até mesmo mundial.

Turistas de todo o mundo reúnem-se em frente das portas principais, formando enormes filas para poderem apreciar esta iguaria feita com massa folhada, ovos e leite, ali confecionada desde 1837.

Os balcões de venda situados na loja/pastelaria de acesso direto à fachada exterior da fábrica, esconde várias salas interiores que se enchem de gulosos visitantes em dias de muita afluência. Nestas salas podemos apreciar também azulejos antigos do séc. XIX. ​​

Segundo reza a história no início do séc. XIX, em Belém, junto ao Mosteiro dos Jerónimos, laborava uma refinação de cana-de-açúcar associada a um pequeno local de comércio variado.

Como consequência da Revolução Liberal ocorrida em 1820, são encerrados todos os conventos de Portugal em 1834, expulsando o clero e ficando muitos dos seus trabalhadores desempregados. Numa tentativa de sobrevivência, alguém do Mosteiro pôs à venda nessa loja uns doces pastéis, rapidamente designados por "Pastéis de Belém".

Na época, a zona de Belém era distante da cidade de Lisboa e o percurso era assegurado por barcos a vapor. No entanto, a imponência do Mosteiro dos Jerónimos e da Torre de Belém, atraíam muitos visitantes que depressa se habituaram a saborear esses deliciosos pastéis originários do Mosteiro.

Em 1837, inicia-se o fabrico dos "Pastéis de Belém", em instalações anexas à refinação, segundo uma antiga "receita secreta", oriunda do convento. Transmitida, e exclusivamente conhecida pelos mestres pasteleiros que ali fabricam artesanalmente os famosos pastéis na "Oficina do Segredo".

À medida que a produção foi aumentando, a necessidade de empregar mais trabalhadores foi-se tornando numa séria preocupação. A possibilidade de haver uma fuga de informação era algo que não podia de maneira nenhuma acontecer, razão pela qual se optou por escolher o novo pasteleiro entre o pessoal da empresa - neste caso, tinham que trabalhar na empresa pelo menos há 25 anos e tinha que ser alguém em quem a empresa confiasse. Mesmo assim, tinham que fazer um voto e assinar um acordo em que se comprometiam a não revelar o segredo dos pastéis. Se quebrassem o acordo, veriam as suas propriedades expropriadas e até podiam ir parar à prisão. Felizmente, nunca ninguém o revelou e o segredo mantém-se até hoje dentro das paredes da fábrica.

No entanto há que acrescentar que esta antiga fábrica/pastelaria possui outras especialidades, que embora menos famosas do que os seus Pastéis de Belém, também devem ser experimentadas, como: o Bolo-rei, o Bolo Rainha, o Bolo Inglês, Marmelada, bem como outros doces caseiros, ali confecionados.

Fonte: http://www.pasteisdebelem.pt/ http://www.portugaltours.com.pt/br/blog-viagens/20114/a-lenda-dos-pasteis-de-belem.aspx

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