Antuérpia

Só com mais dois dias de férias para gozar, partimos para Bruxelas sem tempo para parar pelo caminho para visitar cidades. Assim sendo, resolvemos viajar por auto-estrada afim de depressa fazermos o caminho até à capital da Bélgica.

No entanto ao passarmos por Antuérpia, olhamos para a cidade avidamente, com uma pena imensa de não a visitarmos, porque sabíamos que, se há cidades que, como as pessoas, nascem com vocação artística, esta é, sem qualquer dúvida, uma delas. Antuérpia é Rubens, Van Dick, Jordaens, Bruegel, Plantin... mas também tem um milénio de arquitectura e cinco séculos de história e de arte...

Antuérpia (Antwerpen em neerlandês, Anvers em francês) é a segunda maior cidade da Bélgica. É conhecida como um centro mundial de lapidação de diamantes e pelo seu porto, um dos maiores do mundo, localizado nas margens do rio Escalda.

Reza a lenda, que o próprio nome Antuérpia, provem da palavra Hantwerpen, e que está relacionado com o rio, ou melhor, com Druoon Antigoon, um gigante malvado, que, desde tempos imemoriais, dominava uma curva do rio Escalda e exigia a todos os navegantes um tributo muito elevado para poderem passar, cortando uma mão a quem não pagasse. Apesar do seu mau carácter, o gigante nem por isso atemorizou o valente soldado romano Silvius Brabo, que não só acabou definitivamente com as sangrentas façanhas de Antigoon, vencendo-o num combate leal, como ainda o fez pagar na própria moeda, decepando-lhe a mão (hant, em língua neerlandesa) e arremessando-a (werpen) ao rio.

Antuérpia é um município localizado na província de Antuérpia, na região da Flandres, e onde vive o maior número de pessoas que dominam plenamente quatro idiomas. Os seus habitantes, os "sinjoren", falam correctamente o neerlandês, o francês, o inglês e o alemão, e é mesmo possível encontrar ainda alguns falantes de espanhol, o que não é de estranhar, se pensarmos que a designação sinjoren deriva, provavelmente, do termo castelhano señores. A origem da palavra remonta ao século XVI, o século de ouro da cidade, em que se dizia que os habitantes de Antuérpia viviam com "lujo de señores" (luxo de senhores), utilizando o espanhol, tão importante nas relações comerciais da época.

O facto de ser considerada o centro mundial do diamante reside no facto de ali serem negociados 80 por cento dos diamantes brutos e 50 por cento dos diamantes lapidados do mundo. O seu carácter cosmopolita deve-se ao facto de ter sido fundada à beira do rio Escalda e do seu grande porto, o segundo maior da Europa. O rio testemunhou, desde as origens da cidade, todos os seus altos e baixos, os seus séculos de ouro e de lama, as suas ascensões até às nuvens e as suas quedas no esquecimento de uma qualquer província europeia.

Até um dia...

Brugge


Brugge ou Bruges, foi a nossa primeira opção turística na Bélgica. É uma cidade absolutamente medieval, que fica situada na Flandres. A sua proximidade com outras capitais Europeias, tornam esta viagem de volta à idade média, um convite irresistível. A história desta região é riquíssima e muito conturbada. Foram séculos de dominações de outros povos, guerras, tratados, revoltas, movimentos nacionalistas, revoluções, conflitos religiosos, culturais e linguísticas até o surgimento da Bélgica actual.
Brugge sempre esteve ali, no centro de tudo, com séculos de história e arquitectura medieval em grande parte preservada, sendo os pontos turísticos e históricos de Brugge muitos e diversos. Naturalmente, que nem todas as pedras em Bruges chegaram até aos nossos dias, a partir da Idade Média. O estilo neogótico do séc. XIX , está mais presente do que se possa imaginar, no entanto, as autoridades fizeram o possível para preservar a imagem de aspecto medieval da cidade.

Brugge é uma cidade belga, capital da província de Flandres Ocidental. No início era uma aldeia Gaulesa, e as primeiras fortificações foram construídas após a conquista do Menappi por Júlio César no séc. I a.C., com o intuito de protecção da zona costeira contra os piratas.

Já no séc. IV, a região foi tomada aos romanos pelos Francos e as incursões dos Vikings, por volta do séc. IX, obrigaram Baldwin I, Conde da Flandres, a reforçar as antigas fortificações. Foi também nesta época que se fortaleceram as relações comerciais com a Inglaterra e a Escandinávia e surgiram as primeiras moedas gravadas com o nome Bryggia, que significa "porto" em neerlandês antigo.

Foi a 27 de Julho de 1128 que Brugge foi elevada a cidade e foram construídas novas muralhas e canais. Desde cerca 1050, um gradual avanço do lodo em direcção da cidade, provocou a obstrução dos acessos directos com o mar, mas uma violenta tempestade em 1134, restabeleceu-os através da criação de um canal natural, o Zwin.

Ela tornou-se um dos centros comerciais da Europa a partir do século XI, graças ao seu acesso directo para o mar. Devido à emergente indústria de lã e tecidos, foram estabelecidas trocas comerciais importantes entre o seu porto com os países vizinhos, pertencentes à Liga Hanseática, (aliança de cidades mercantis que estabeleceu e manteve um monopólio comercial sobre quase todo norte da Europa e Báltico, em fins da Idade Média e começo da Idade Moderna, entre os séculos XIII e XVII).

No início de 1500, o canal Zwin, que fora responsável pela prosperidade da cidade, começou também ele a ficar obstruído por lodo, e Bruges foi rapidamente ultrapassada por Antuérpia como o centro económico dos Países Baixos, sendo assim até hoje. A perda foi tanta que, durante o século XIX, Brugge tornou-se uma cidade pobre e atrasada; começou, então, a assumir outro papel, pela valorização da sua história, monumentos e cultura.

Na segunda metade do séc. XIX, Brugge tornou-se num dos primeiros destinos turísticos, atraindo turistas britânicos e franceses. O turismo internacional cresceu exponencialmente desde então e todos estes esforços resultaram na designação de Bruges com Capital Europeia da cultura em 2002. Hoje, Bruges é conhecida em todo o mundo como um dos pólos turísticos da Europa.

Brugge é riquíssima em arquitectura medieval, da qual se destacam: O prédio onde se encontra a sede do município, e que é um dos mais antigos dos Países Baixos. É um dos pontos imperdíveis da cidade, e foi construído entre 1376 e 1420 em estilo gótico, é o prédio mais antigo da cidade, e abriga valiosos tesouros históricos.

Dentro dele pode ser visitada a famosa capela Heilige-Bloedbasiliek, que há cerca de 850 anos, guarda um pedaço de tecido marcado pelo sangue de Cristo. Conta-se que este pedaço de tecido foi trazido para Brugge, na ocasião das segundas cruzadas, graças às tropas de Dirk Van de Elzas, o duque de Flandres. Até hoje esta relíquia é guardada numa urna de cristal na capela.

Ao lado situa-se o Palácio da Liberdade, construído a partir de 1727, prédio que abriga os órgãos administrativos do município, mas tem parte de suas instalações abertas ao público em datas especiais.


O Groeninge Museum, na rua Dijver, nº 12, com obras de pintores belgas e holandeses. No Gruuthusemuseum estão tapeçarias, mobílias, armas, moedas e muitos outros objectos que contam um pouco da história destas terras.

A praça Huidenvettersplein é o local preferido dos pintores de rua, e lá podemos apreciar os seus trabalhos, e quem sabe comprar algum que agrade mais. Nas ruas podem ser encontrados vários carros antigos que vendem goluseimas belgas (sorvetes, waffles com coberturas diversas, etc...) que vale a pena provar!

A torre medieval conhecida como Halletoren é a maior e mais importante construção de Brugge, e fica situada bem em frente à praça do mercado. Ela foi construída no século XIII, tem 88 metros de altura e no seu topo possui um carrilhão com 47 sinos. Este ponto é o próprio coração da cidade, e serve como referência para todos os passeios em Brugge. Quem quiser subir os 366 degraus da torre vai desfrutar de uma vista completa de toda a cidade.

Foi aqui no piso térreo da torre Halletoren, que tivemos a oportunidade de visitar uma exposição temporária de obras de Salvador Dali, com algumas das suas mais famosas pinturas e esculturas. Esta exposição esteve patente em Brugge desde 28.04 a 11.11 de 2007. O que nos surpreendeu foi a fácil acessibilidade da exposição, sem grandes precauções no que respeita à segurança necessária, à preservação de um conjunto tão valioso de obras de arte do pintor surrealista.

Brugge é rodeada de inúmeros canais que a cercam ou a atravessam, mas também a ligam principalmente com a cidade de Gante, e um dos programas mais apreciados pelos visitantes é percorrer estas ruas aquáticas a bordo de barquinhos turísticos, navegando sob pontes e árvores, e apreciando de um ângulo privilegiado as suas casas medievais, (embarque em Noorweegse Kaai).

Diversos passeios de barco são propostos aos turistas, alguns dos quais permitindo chegar às cidades vizinhas. A cidade apresenta ainda as ruínas de uma fortaleza, bem como moinhos às margens dos canais. O canal Minnewater tem a fama de dar sorte aos apaixonados que o percorrem, por isto diversos casais atiram moedinhas nas suas águas.

Uma boa forma de conhecer a cidade é andando de bicicleta, pois a cidade é completamente plana. Há vias para bicicletas demarcadas por toda a cidade, onde as bicicletas tem trânsito preferencial. Aqui é também o melhor ponto da cidade para uma refeição, não tanto pela comida, mas principalmente pela vista. Já quem não fizer questão de almoçar na praça central, vai encontrar preços bem mais em conta nos restaurantes mais afastados da praça central. Peixes são uma opção frequente na culinária local, assim como os deliciosos waffles belgas.

Outra forma muito agradável de conhecer a cidade, é de coche, que podem ser encontrados também na praça central. As principais áreas de comércio na cidade estão situadas entre esta praça e os portões medievais, principalmente ao longo das ruas Steenstraat e Zuidzandstraat.

Alguns dos pontos turísticos famosos da cidade são: a Igreja Carmelita, construção em estilo barroco de 1688; o Ezelpoort, um dos portões medievais da cidade, datando do século XIV; a Kreupelenstraat, a capela de Nossa Sra. dos Cegos, do séc. XVII; o Smedenpoort, que consiste num portão fortificado de 1367, onde um crânio de bronze lembra o traidor que tentou abrir este portão para uma invasão francesa; o Folklore Museum, na rua Rolweg, nº 40, onde estão as recriações de estabelecimentos comerciais da idade média, como farmácias, salas de aula, chapelarias, etc.; o De Nieuwe Papegaai, reconstrução de um moinho existente em Beveren-Ijzer; a cervejaria De Gouden Boom, na rua Langestraat, nº 47, a mais tradicional, existe desde 1587, e o Museu da Cerveja, na rua Verbrand Nieuwland, nº 10.

Ainda hoje é comum encontrar pelas ruas mulheres rendeiras, uma tradição artesanal que passa de geração em geração desde a idade média. Estas rendas são sempre uma opção muito apreciada para presentes. Mas bem mais típico, no entanto, é visitar o mercado de rua Zand, onde aos sábados, encontramos centenas de produtos artesanais da região.

Brugge é uma cidade absolutamente cativante e antes de partirmos da cidade já tínhamos a certeza que seria óptimo podermos voltar lá algum dia. Brugge pode ser uma cidade pequena, mas entre as suas ruelas estreitas, sob telhados vermelhos e à sombra de suas torres medievais estão tesouros em cada esquina, prontos para serem descobertos por nós, que andamos sempre à procura de um lugar muito especial.

A Bélgica, País de Contrastes

Como só tínhamos mais quatro dias, para o final das férias, pois o voo para Lisboa tinha sido marcado com antecedência, resolvemos rumar à Bélgica, para aproveitarmos da melhor maneira o tempo que nos restava.

A Bélgica é um país de contrastes, culturais, étnicos, religiosos e linguísticos acentuados. É um pequeno país, dividido em três partes, a Valônia (a metade sul, de influência e língua francesas) e a Flandres (a metade norte, com cultura e língua flamenga, semelhantes à holandesa), um claro reflexo da importância destes dois países na formação do território Belga, uma divisão que permanece até aos nossos dias. Bruxelas, a sua capital é bilingue, onde o francês e o neerlandês partilham entre si o estatuto de línguas oficiais. A leste, existe ainda uma pequena comunidade germanófona com cerca de 70 000 habitantes.
O país tem três regiões fisiográficas principais: a planície costeira formada por dunas e pôlders, o planalto central atravessado por inúmeros rios e as terras altas das Ardenas. Ao longo da costa do Norte existe uma área de terrenos protegidos por diques, construídos entre os séculos XIII e XV. Os rios principais são o Schelde e o Meuse, que nascem na França e são navegáveis na passagem pela Bélgica.

A Bélgica tem uma população de 10,1 milhões de habitantes e uma densidade de 330 hab/ km2, sendo uma das mais altas da Europa. As principais cidades são: Bruxelas, Antuérpia, Gent e Liège. Cerca de 90% da população é católica.
A população é composta por dois grupos étnicos. Os flamengos, de origem germânica, que habitam a metade norte da Bélgica, (Flandres) e que falam flamengo ou holandês, e os valões, de origem celta, que falam francês e habitam a metade sul, (Valónia). Há uma minoria de alemães que habitam o leste do país.

A Bélgica é um dos países mais industrializados da Europa. Historicamente foi o carvão o principal recurso do país, mas actualmente suas reservas se esgotaram e a produção caiu a partir de 1980. Muitas minas fecharam. A Bélgica está entre os maiores produtores de ferro e de aço. A indústria pesada baseia-se na produção de aço, carvão, produtos químicos e petróleo.

A indústria têxtil, que data da Idade Média, produz algodão, , linho, e tecidos sintéticos e sua indústria química é líder mundial. Outras indústrias importantes são a naval e a de construção de equipamentos ferroviários. A lapidação de diamantes é uma das mais importantes do mundo.

A sua gastronomia é rica, e é influenciada pelas culinárias dos países vizinhos, como a da França (especialmente da região da Lorena) e a cozinha regional das regiões belgas Flandres e Valônia. Nas regiões costeiras é comum servir pratos com peixe e frutos do mar.

Um dos pratos tradicionais é Moules Frites (mexilhões servidos com batatas fritas). Os belgas juram que foram os inventores da batata frita, servindo-as em abundância como lanches em pratos ou cones de papel cobertas de maionese ou um outro molho qualquer. Outro prato típico é Waterzooi, um guisado com peixe ou galinha. O médico e botânico flamengo Carolus Clusius jogou um papel importante na divulgação da batata na Bélgica; desde a sua introdução, a batata faz parte da cozinha rústica típica do país.

O chocolate belga é reconhecido pelo alto padrão de qualidade na produção. Outros doces, como Wafel, Spéculoos e Praline, não são menos populares. Depois da refeição principal e antes da sobremesa é comum servir um dos queijos típicos da Bélgica, como por exemplo o Limburger. A cerveja, com marcas como Kriek, Hoegaarden, Leffe, La Binchoise e Chimay reconhecidas mundialmente, valorizam ainda mais a cultura cervejeira do país.

Scheveningen


Scheveningen, é a mais famosa e elegante praia de verão da Holanda, e fica nos arredores da cidade de Haia, a apenas 10 minutos da cidade. É um moderno resort de verão, muito procurado por surfistas e praticantes de body bord, com uma longa praia de areia banca, uma extensa esplanada, um comprido e largo passeio marítimo junto à praia, um farol, e o seu ancoradouro que serve como local de pescaria e atracção turística.

Scheveningen, há muito tempo atrás era uma pequena vila de pescadores, situada perto de Den Haag, e foi pintada por muitos pintores ao longo dos tempos, inclusive por van Gogh, em 1892, "Costa marítima em Scheveningen". Tem sido um destino turístico bem conhecido há mais de um século. No virar do século passado, muitas pessoas vinham de muito longe, por motivos de saúde, para curas várias. Ao longo dos últimos anos, porém, Scheveningen sofreu renovações extensas, incluindo o desenvolvimento de novas instalações ao longo da marginal, um casino, um teatro, um mega cinema e um shopping Center.

A praia de Scheveningen tem três quilómetros de extensão e atrai milhares de veraneantes e praticantes de vários desportos no verão. O passeio marítimo, com suas muitas lojas e cafés ao ar livre é muito popular. No Verão a praia fervilha de actividade, ao mesmo tempo que gaivotas pairam em torno de barcos de pesca provenientes de Haia.

O sol, o vento, a areia e o surf, são naturalmente as principais atracções em Scheveningen. A praia e as dunas de Scheveningen tem muito para oferecer aos entusiastas do desporto e ar livre. Possui uma praia nudista, que fica a um quilómetro a norte, e é um lugar óptimo para a prática de desportos náuticos, como o surf, o windsurf, o kite surf, o bodybording e vela.

Scheveningen no entanto não se diferencia de algumas das nossas praias, quer do ponto de vista arquitectónico, quer infraestrutural. Estavamos na Holanda, mas mais parecia estarmos a passear na marginal de Montegordo, ou de Lagos ou de Sesimbra, ou Figueira da Foz, com os seus enormes prédios, ocupados apenas no verão e nos fins-de-semana solarengos, com os restaurantes frente à praia, cheias de lojas que vendem… Tudo aquilo que se vende nas nossas praias... Será isto cultura pós moderna universal?... É a globalização?…

Volendam


Volendam que significa "barragem cheia", é um vilarejo de pescadores situado apenas a 20 minutos de Amesterdão, ou a uma hora de bicicleta para os amantes de ciclismo. É um pequeno e bonito porto com casas e janelas coloridas, construídas no séc. XVII.
Esta pequena e graciosa cidade à beira mar, onde se pode sentir o que é a estranha sensação de viver abaixo do nível do mar.
Com apenas 21.000 habitantes, Volendam mantêm velhos costumes, e até hoje lá encontramos pessoas vestidas com o típico traje holandês da região e seus tamancos de madeira. Em Volendam podem ser tiradas fotos com os trajes típicos holandeses, nos vários estúdios fotográficos espalhados pela rua principal.

Visitar Volendam é uma boa forma de aprender mais sobre as tradições e cultura neerlandesas. Esta cidade é conhecida pela sua rica história musical, bem como pela sua rica indústria pesqueira. Aqui podem ser encontrados vestígios de um grande número de artistas bem conhecidos da Holanda, que viveram em Volendam.
A visita a Volendam não estará concluída sem se experimentar um restaurante junto do porto. Esta pequena cidade oferece uma incrível gastronomia, podendo ali comer-se o melhor peixe da Holanda, sendo talvez o mais típico prato, o "Paling", enguia defumada servida com salada e pão.

Volendam foi no passado, um vilarejo muito pobre, mas no presente é um rico povoado graças ao denodado esforço da comunidade, cujos serviços, sobretudo na área do turismo, alcançaram um nível de excelência compatível com o elevado grau de desenvolvimento dos demais holandeses. O Centro Turístico de Volendam é o local onde tudo acontece. Lojas, restaurantes, casas de espectáculos, ficam à disposição dos visitantes durante todos os sete dias da semana, o ano inteiro.

O velho dique, hoje usado como rua principal, é uma "boulevard" animada, cheia de lojas de souvenirs, bares e restaurantes. Basta deixar o dique e descer uma de suas escadas para chegar ao bairro, "Het Doolhof", onde o tempo parece ter parado, encontramos aqui a Holanda dos contos de fadas. Trata-se de interessante labirinto constituído de pequeninas casas onde moram os pescadores. O conjunto das habitações, lembra as edificações liliputianas, descritas por Jonathan Swift nas “Viagens de Gulliver”.

Os pescadores locais são contadores de histórias natos, e segundo uma lenda por eles contada, o porto surgiu com um estranho romance entre a filha de um fazendeiro e um cavalo, que a raptou e desapareceu nas ondas. Os rapazes da vila, saíram de barco à procura da donzela e aqui pararam para pescar e comer, gostaram tanto do local, que alguns voltaram para lá ficar, nascendo assim a vila.

Por volta de 1357, os holandeses construíram um dique ao norte de Edam, (cidade famosa pelo seu queijo), dando origem ao porto de Volendam que se localiza no maior lago holandês, o Ijselmeer, sendo muito procurada por velejadores e pescadores desportivos. Podem ser alugados veleiros pequenos ou grandes, ou barcos especiais para a pesca. O passeio tradicional é feito no "botter", uma embarcação antiga e larga com muitas velas, disponível para aluguer, até 15 pessoas. Nela pode-se velejar e conhecer outras cidades históricas das redondezas.

Segundo reza a história, certa vez, Hansje Brinker, um menino holandês, ao voltar da escola viu que um dos principais diques da cidade estava a vazar, e pensou que se nada fosse feito, toda região seria inundada em pouco tempo. Como não havia ninguém por perto a quem pudesse pedir ajuda, tapou o buraco do dique com seu dedo e ali permaneceu até o dia seguinte, quando finalmente alguém apareceu para ajudar.
O gesto heróico do pequeno Hansje é até hoje lembrado com uma estátua e nos inspira a procurar os famosos diques holandeses, supostamente construídos em nossa imaginação, com imensas muralhas de cimento e pedra, onde a água estaria sempre na iminência de transbordar sobre casas e ruas. No entanto logo descobrimos que os diques de hoje, assemelham-se mais à grandes morros cobertos de vegetação, que embora menos pitorescos, representam na verdade uma protecção muito mais eficiente que muralhas de alvenaria.
Em Volendam pode ter-se a ideia de como era a vida na Holanda à alguns séculos atrás. O Hotel Spaander é famoso pela sua inusitada colecção de obras de arte. Reduto de artistas e intelectuais, foi fundado em 1853. O proprietário aceitava como pagamento do alojamento, telas e esculturas de seus hóspedes artistas, e como resultado, foi acumulando ao longo dos anos uma colecção muito especial.

Zaanse Schans



Zaanse Schans, fica a apenas 10 Kms de Amesterdão e é um vilarejo repleto de moinhos que se encontra na lista dos lugares mais procurados pelos turistas na Holanda, e que encanta pelas suas antigas casas, todas do mesmo formato e pintura.

A vila fica nas margens do rio Zaan, e todas as casas são de madeira, pintadas de verde, com lindos jardins e lojinhas, que vendem os produtos fabricados no local, e devido a grande procura turística, algumas lembranças e presentes são feitos artesanalmente na região. Paira no ar um gostoso cheirinho o chocolate, que provem das fábricas locais desta iguaria.

A vila com casas típicas do século XVII e XVIII, com os seus moinhos em funcionamento, tem ainda uma fábrica de queijos, um sapateiro dos típicos e tradicionais tamancos de madeira holandeses, uma padaria, uma unidade de exploração leiteira, uma loja de mercearia, e várias fábricas de chocolates. Zaanse Schans está aberto a partir de segunda-feira a domingo das 10h00 às 17h00. Em todas as unidades de fabrico, é possível fazer compras e acompanhar a produção.

Zaanse Schans é um autêntico museu ao ar livre, plenamente habitado, com o histórico estaleiro, e acima de tudo, com os seus moinhos de vento. A região de Zaan, é provavelmente a primeira unidade industrial do mundo. Há cerca de 250 anos atrás, existiram mais de um milhar de moinhos de vento nas margens do rio Zaan, arranjando lugar, nesta área relativamente pequena, e realizavam um vasto leque de funções industriais.

Destes moinhos restam poucos, e dos seis ou sete moinhos de vento, três estão abertos aos visitantes. Actualmente, em Zaanse Schans, existem dois moinhos que são lagares de azeite, um de mostarda, um de minério e dois de serrar madeira. Uma visita a um moinho industrial em funcionamento oferece uma experiência única.

É um bairro residencial e lugar de trabalho único e activo, que conta também com museus, lojas, oficinas de artesanato, restaurantes, uma oficina de informação turística e um serviço de excursões em barco pelo rio Zaan. Zaanse Schans é a representação perfeita de como era um típico vilarejo holandês nos séculos XVII e XVIII. Passeando entre as tradicionais casas de madeira e os moinhos de vento de Zaanse Schans, tem-se a sensação de retroceder a uma época distante.

Em Zaanse Schans pode admirar-se métodos de trabalho de um grande número de fascinantes ofícios tradicionais holandeses. Existem demonstrações diárias da fabricação de tamancos, de pintura de cerâmica de Delft, de fundição de estanho e de produção de queijo. Os edifícios históricos de Zaanse Schans albergam lojas, em que se vendem produtos têxteis, cerâmica, queijo, mostarda, tamancos, postais e muitos outros objectos e recordações da comarca de Zaan e da Holanda.

Os arredores de Amesterdão

No dia em que chegámos a Amesterdão, e após uma primeira visita à cidade, fomos logo buscar o carro que já tínhamos previamente reservado, afim de conhecermos bem a cidade de Amesterdão e os seus arredores. Este carro iria servir ainda para nos deslocarmos pela Holanda e Bélgica durante toda a nossa visita a estes dois países.
Para iniciarmos a visita aos arredores de Amesterdão escolhemos Zaanse-Schans. No caminho para Zaanse-Schans passámos pela paisagem típica holandesa com os seus pôlders e pequenos canais.
Zaanse-Schans é uma vila com moinhos e casinhas típicas, e quando chegamos lá... vimos primeiro um só moinho. Depois das habituais fotos e observação pormenorizada do moinho, e após de uma conversa com uma senhora holandesa, que por acaso se encontrava no local, que nos disse haver muitos mais moinhos, um pouco mais adiante, lá fomos nós à sua procura.
Foi assim que passado pouco tempo, nos deparámos com uma ponte de onde se avistavam mais seis belos e grandes moinhos, bem como um conjunto de belas casinhas que mais pareciam de brincar. Só mais tarde percebemos que Zaanse-Schans é uma vila museu, em que os Holandeses, como forma de preservar a sua História aproveitaram esta vila com casas e moinhos típicos, que representam o país. Foi um passeio agradável, num local com um conceito histórico diferente e interessante!

A seguir, e só no dia seguinte, fomos visitar a aldeia de pescadores Volendam, junto ao mar Zuiderzee, que uma vez fechado se tornou o actual lago IJsselmeer. Esta é uma aldeia muito típica com suas bonitas e multicores casas de madeira, e o vestuário tradicional local, usado ainda pelos seus habitantes.

Ainda tivemos a oportunidade de visitar Scheveningen, que é a mais famosa praia de verão da Holanda. É um moderno resort de verão, muito procurado por surfistas e praticantes de body bord, com uma longa praia de areia, uma extensa esplanada, um passeio marítimo junto à praia e um farol, e o seu ancoradouro serve como local de pescaria e atracção turística. Possui uma praia nudista, que fica á um quilómetro a norte.

Homenagem a Van Gogh



Van Gogh génio da pintura universal, nasceu na Holanda, no dia 30 de Março de 1853. Teve uma irmã e dois irmãos, sendo um deles, Théo, o seu incentivador e bem feitor. Com este irmão, estabeleceu uma forte relação de amizade. Através das cartas que trocou com o irmão, os pesquisadores conseguiram resgatar muitos aspectos da vida e do trabalho do pintor.
Começou a trabalhar ainda jovem, por volta dos 15 anos de idade. Trabalhou para um comerciante de arte da cidade de Haia e com quase vinte anos, foi morar em Londres onde começou a desenhar, e mais tarde foi para Paris, graças ao reconhecimento que teve. Porém, o interesse pelos assuntos religiosos acabou por desviar a sua atenção e resolveu estudar Teologia, na cidade de Amesterdão. Mesmo sem terminar o curso, passou a actuar como pastor na Bélgica, por apenas seis meses. Impressionado com a vida e o trabalho dos pobres mineiros da cidade, elaborou vários desenhos a lápis.

Resolveu retornar à cidade de Haia, em 1880, e passou a dedicar mais tempo à pintura. Após receber uma significativa influência da Escola de Haia, começou a elaborar uma série de trabalhos, utilizando técnicas de jogos de luzes. Neste período, suas telas retratavam a vida quotidiana dos camponeses e dos trabalhadores das zonas rurais da Holanda.

O ano de 1886, foi de extrema importância para a sua carreira. Foi morar para Paris, com seu irmão. Conheceu, na nova cidade, importantes pintores da época como, por exemplo, Emile Bernard, Toulouse-Lautrec, Paul Gauguin e Edgar Degas, representantes do impressionismo. Recebeu uma grande influência destes mestres do impressionismo, como podemos perceber em várias de suas telas.

Dois anos após ter chegado a França, parte para a cidade de Arlés, ao sul do país, uma região rica em paisagens rurais, com um cenário bucólico. Foi neste contexto que pintou várias obras com girassóis. Em Arlés, fez o único quadro que conseguiu vender durante toda sua vida: "A Vinha Encarnada". Quanto a isto, profetizou: “Não posso evitar o facto de que meus quadros não sejam vendáveis. Mas virá o tempo em que as pessoas verão que eles valem mais que o preço da tinta”.
Convidou Gauguin para morar consigo no sul da França. Este foi o único que aceitou a sua ideia de fundar um centro artístico naquela região. No início, a relação entre os dois era tranquila, porém com o tempo, os desentendimentos foram aumentando e, quando Gauguin retornou para Paris, Vincent entrou em depressão.Em várias ocasiões teve ataques de violência e seu comportamento ficou muito agressivo.

Foi neste período que chegou a cortar sua própria orelha. Esta é talvez, a cena mais polémica do pintor e várias interpretações foram dadas, por biógrafos e contemporâneos do artista, entretanto, foi o cineasta japonês Akira Kurosawa, no filme "Sonhos", quem nos legou a versão mais poética. Na película sobre a vida de van Gogh, o artista dos girassóis aparece tentando pintar a sua própria orelha, mas o resultado é insatisfatório. Não vendo outra saída, o van Gogh do filme a decepa, resolvendo assim o seu problema pictural.

Seu estado psicológico começa a reflectir-se nas suas obras. Deixou a técnica do pontilhado e passou a pintar com rápidas e pequenas pinceladas. Em seu óleo sobre tela, “Girassóis” (1888), exposto na National Gallery, em Londres, mostra cores vibrantes e quase espanta quem olha o vaso cheio de flores, que decorava o seu quarto, na casa alugada em Arlés. O quadro com tons de amarelo e castanho, mostra um mundo belo e cheio de esperança.

Contudo, na época que pintou “Girassóis”, o mundo interior de van Gogh fugia de seu próprio controle, o que é demonstrado na superfície do quadro, que parece agitada, reflectindo o estado de espírito do artista, que se aproximava do fim trágico da sua vida. No ano de 1889, a sua doença agravou-se e teve que ser internado numa clínica psiquiátrica. Nesta clínica, dentro de um mosteiro, havia um belo jardim que passou a ser sua fonte de inspiração. As pinceladas foram deixadas de lado e as curvas em espiral começaram a aparecer em suas telas.

No mês de Maio, deixou a clínica e voltou a morar em Paris, próximo de seu irmão e do doutor Paul Gachet, que o iria tratar. Este médico foi retratado num de seus trabalhos: "Retrato do Doutor Gachet". Porém a situação depressiva não regrediu e no dia 27 de Julho de 1890, atirou em seu próprio peito.

Foi levado para um hospital, mas não resistiu, morrendo três dias depois. A arma emprestada, mediante o argumento de que iria servir para espantar os corvos. Na realidade, a sua última tela “Campo de Trigo com Corvos” (1890), retratava justamente os corvos sobrevoando belíssimos trigais. Horas antes de morrer teria dito ao irmão Théo: “A miséria triunfou mais uma vez. A fome...!


Cabe, por fim, observar que Cornelius, irmão de van Gogh, também se suicidou e que sua irmã Wilhelmina morreu louca, internada num hospício, reforçando a ideia de que havia um componente familiar genético na doença de van Gogh, a psicose maníaco-depressiva, hoje chamada de distúrbio bipolar do humor...

Museu Van Gogh



A visita ao Museu van Gogh, foi para mim um dos momentos mais apraziveis que tive na bela cidade de Amesterdão, uma vez que Vincent van Gogh é um dos meus pintores favoritos. Não sou uma conhecedora de ténicas de pintura, mas como uma admiradora das artes, deixo-me levar pela beleza e pela grandiosidade de Vincent Van Gogh e concluo que nada mais interessa a não ser a cor, a forma, o movimento, a complexidade da simplicidade exposta em suas telas... van Gogh desperta em mim uma paz, que ele nunca teve. Mas, talvez por acreditar que quando ele pintava seus quadros, encontrava seus únicos momentos de paz, eu também a sinta...

O Museu van Gogh é uma das melhores, senão a melhor, atracção de Amesterdão. Fica numa linda casa no Museumplein, (no bairro de museus de Amesterdão, entre o Museu Rijks e o Museu Stedelijk), que foi desenhada originalmente pelo arquitecto holandês Gemi Rietweld, e guarda 200 quadros do pintor, a maior colecção de trabalhos de van Gogh do mundo.

O museu foi aberto em 1973 e foi expandido com o Exhibition Wing, desenhado pelo arquitecto japonês Kisho Kurosawa, e foi concluído em 1999. Ao lado da maior colecção de trabalhos do pintor holandês, o museu acolhe trabalhos de vários artistas que são seus contemporâneos. Aqui podem encontrar-se obras de pintores impressionistas e pós-impressionistas, amigos e contemporâneos do pintor, que inspiraram van Gogh e também aqueles que das suas obras tiraram inspiração para a realização dos seus trabalhos.

A sessão é divida por ordem cronológica segundo a vida do pintor e podemos acompanhar todas as fases da sua vida, inicialmente na Holanda (1882-1885), em Paris (1886-1887), em Arlés (1888-1889), em Saint-Rémy (1889-1890), e por último em Auvers-sur-Oise (1890), lugares onde o pintor viveu.

Os quadros mais famosos do pintor são os seus vários auto retratos, cada um com uma expressão diferente, destacando-se como mais famoso, o "Auto-Retrato com Chapéu de Feltro" e sua obra mais famosa, "O Quarto". O museu tem ainda mostras temporárias, como a de arte japonesa, na qual o pintor se inspirou, mesmo sem ter ido ao Japão.

Amesterdão


Após a chegada ao porto de Amesterdão logo pela manhã do dia 20 de Julho, fomos de táxi para o hotel, que já estava reservado. Pelas 10h00 estávamos livres de bagagens para iniciarmos a visita à cidade. Depois de uma boa caminhada a pé pela cidade, decidimos dar um passeio de barco pelos canais de Amesterdão, e a meio visita navegando já em águas do porto de Amesterdão, tivemos a feliz coincidência de vermos partir o Century para mais uma das suas viagens.
Amesterdão é uma das pequenas cidades mais extraordinárias do mundo, onde eu gostaria de poder ter vivido toda a vida. Desde os seus canais até aos mundialmente conhecidos museus e atracções históricas, Amesterdão é uma das cidades mais românticas e encantadoras da Europa.
Amesterdão, (em neerlandês: Amsterdam) é a capital, e a maior cidade dos Países Baixos, situada na província Holanda do Norte. A cidade localiza-se entre os rios Amstel e Schinkel, na chamada baia de IJ. A maior parte da cidade está assente em pôlders, (terrenos baixos e planos conquistados ao mar).
Seu nome é derivado de uma represa (dam) no rio Amstel, o rio onde fica a cidade. O nome do rio Amstel pode ser interpretado como ame (água) e stelle (terra seca). A cidade é atravessada por mais de 100 canais, em cujas margens se encontram permanentemente atracadas barcaças onde residem, em permanência, milhares de cidadãos. A cidade é conhecida por seu porto histórico, seus museus de fama internacional, e seus inúmeros canais que levaram Amesterdão a ser chamada a "Veneza do Norte".
Amesterdão é também uma cidade tolerante e diversificada. Tem todas as vantagens de uma grande cidade: cultura, vida nocturna, restaurantes de renome internacional, bons meios de transporte, porém é calma, em grande parte graças aos seus canais, e ao reduzido tráfico rodoviário. A cidade ganha beleza própria quando vista da água. Não realizar um passeio pelos canais é impensável! É um dos modos mais aliciantes de observar os belos edifícios da cidade.
Os prédios, com as suas fachadas estreitas repletas de janelas, são pintados de diferentes tonalidades, o que empresta à cidade um colorido muito próprio que nos remete para o século XVII, altura em que foram construídos os edifícios mais antigos. Uma particularidade destes antigos e estreitos edifícios é terem no seu topo um gancho para içar o mobiliário para os andares superiores, uma vez que os edifícios para além de serem estreitos têm escadas íngremes.
Há oitocentos anos Amesterdão era um pequeno porto de pescadores. Segundo a lenda, a cidade foi fundada por dois pescadores da província da Frísia, que por casualidade amarraram o seu barco nas margens do rio Amstel, juntamente com o seu cachorro, e por lá ficaram.
A data tradicional da fundação da cidade, 27 de Outubro de 1275, que ao mesmo tempo comemora o retirar da obrigação dos seus habitantes, de pagar taxas associadas à passagem em pontes neerlandesas. No ano de 1300 foi concedido o direito oficial de cidade, e a partir do século XIV, Amesterdão começou a florescer como centro comercial, principalmente pelo comércio com outras cidades neerlandesas e alemãs, conhecidas como a Liga Hanseática.
No início do século XVII, com a crescente imigração na cidade, Amesterdão colocou em prática um plano para a construção de canais de meio círculo e concêntricos que se encontravam na baia de IJ. Foram feitos quatro canais: 3 canais residenciais (Herengracht ou Canal dos Lordes; Keizersgracht ou Canal dos Imperadores; e Prinsengracht ou Canal do Príncipe) e um canal de defesa (Nassau/Stadhouderskade).
O plano ainda ligou os canais paralelos a esses novos quatros canais, como por exemplo o canal do bairro de Jordaan (bairro onde viveu Anne Frank). A cidade de Amsterdam é hoje cercada por 160 canais atravessados por mais de 1.200 pontes.
Hoje é uma das mais populares cidades europeias, procurada anualmente por centenas de milhares de turistas. As multidões afluem sem cessar aos pontos mais conhecidos, mas a identidade de Amesterdão passa também por outros sinais mais ou menos discretos, para os quais é preciso tempo, um olhar diferente e todos os sentidos despertos.
Nesta cidade “compacta” qualquer ponto é de fácil e rápido acesso. Amesterdão é famosa pela enorme quantidade de bicicletas, o transporte de eleição da cidade, sendo considerada o seu centro mundial. Quase todas as ruas principais têm vias para ciclistas, e pode-se deixar a bicicleta em qualquer lugar. Em Amesterdão existem cerca de 700.000 ciclistas (para 750.000 habitantes). Cada ano, 80.000 bicicletas são roubadas, e quem é roubado rouba também uma como represália.
Amesterdão é também a cidade das flores, exuberando harmonia e uma beleza indescritível. As tulipas predominam e dão cor à cidade. Na cidade encontra-se também muitos museus de fama internacional, como o Rijksmuseum, (com uma larga colecção de pinturas da idade de ouro neerlandesa e uma substancial colecção de arte asiática), o museu de arte moderna Stedelijk Museum, o Museu Casa de Rembrandt, (onde Rembrandt viveu e pintou entre 1636 e 1658) e Museu van Gogh, que possui a maior colecção de pinturas de Van Gogh no mundo.

Também a Casa de Anne Frank é um destino turístico muito popular. Assim como o Hortus Botanicus Amsterdam, fundado no começo da década de 60, é um dos mais antigos jardins botânicos do mundo, com muitas antigas e raras espécies, entre as quais está a planta de café da qual saiu o ramo que serviu como base das plantações na América Central e América do Sul, (O ramo foi um presente de Luís XIV de França e foi veio da colónia francesa, Martinica em 1714).

Em Amesterdão encontra-se a conhecida fábrica de cerveja Heineken, que também tem seu Museu Heineken Experience. O clube desportivo AFC Ajax tem a sua sede e seu estádio na cidade, chamado Amsterdam ArenA. Também a prestigiosa sala de concertos Concertgebouw é sede da igualmente famosa orquestra sinfónica, a Orquestra Real de Concertgebouw, que deu seu primeiro concerto em 3 de Novembro de 1888.

Há numerosos edifícios, igrejas, praças, pontes que merecem uma visita. Uma data bem interessante para visitar a cidade é o Dia da Rainha ou Koninginnedag em 30 de Abril. Neste dia todos os habitantes da cidade vendem nas ruas todo tipo de coisas, principalmente objectos de casa que já não utilizam. A cidade envolve-se em enorme dia de mercado numa verdadeira festa e as ruas ficam a abarrotar de gente vestida da cor da casa real, o laranja.

O espírito liberal que ela herdou da Idade do Ouro justifica o facto de nela existirem alguns cafés, os chamados Coffeeshops, onde está autorizado o consumo de drogas leves e de existir o comércio do sexo legalizado. No "Red Light District" (ou Bairro da Luz Vermelha) as ruelas estão lotadas de sex shops, bares onde decorrem shows eróticos, cinemas eróticos e até um museu do sexo. A prostituição nos Países Baixos é completamente legalizada nas zonas designadas para ela.
A Sinagoga Portuguesa de Amsterdam, denominada de "Esnoga" (pronúncia holandesa: snoge), projectada pelo arquitecto holandês Elias Bouman, fica situada numa rua (Visserplein) próxima do centro histórico de Amesterdão, frente ao Museu da história judaica de Amesterdão, é um edifício monumental que foi mandado construir no século XVII, (o chamado século de ouro da Holanda) pela congregação de Judeus de origem Sefardita de Amesterdão "Talmud Tora" (Congregação Portuguesa Israelita de Amsterdam).
Hoje, após a Segunda Guerra Mundial e o resultante extermínio dos judeus (Holocausto), não existem mais do que 700 membros da Congregação. Apesar disso, o imponente edifício, que escapou milagrosamente à destruição pelos nazis (a maioria das sinagogas alemãs foram incendiadas) permanece aberto ao público.
É uma urbe comercial por excelência, especialmente de produtos oriundos de outros continentes: café, cacau, chá, borracha... As suas principais indústrias são os estaleiros navais, a construção de máquinas e a lapidação de diamantes. Deve fazer-se uma visita a uma fábrica de lapidação de diamantes encontrando-se a mais conhecida, junto aos Museus Van Gogh e Rrijksmuseum.
A cidade, com as inúmeras esplanadas e bancas de flores, onde a túlipa, flor nacional, tem sempre um lugar cativo e onde, como em todas as grandes cidades europeias, encontramos artistas de rua em todos os locais: estátuas-vivas, músicos, actores, cantores...