Antuérpia
Brugge
Foi a 27 de Julho de 1128 que Brugge foi elevada a cidade e foram construídas novas muralhas e canais. Desde cerca 1050, um gradual avanço do lodo em direcção da cidade, provocou a obstrução dos acessos directos com o mar, mas uma violenta tempestade em 1134, restabeleceu-os através da criação de um canal natural, o Zwin.
No início de 1500, o canal Zwin, que fora responsável pela prosperidade da cidade, começou também ele a ficar obstruído por lodo, e Bruges foi rapidamente ultrapassada por Antuérpia como o centro económico dos Países Baixos, sendo assim até hoje. A perda foi tanta que, durante o século XIX, Brugge tornou-se uma cidade pobre e atrasada; começou, então, a assumir outro papel, pela valorização da sua história, monumentos e cultura.
Na segunda metade do séc. XIX, Brugge tornou-se num dos primeiros destinos turísticos, atraindo turistas britânicos e franceses. O turismo internacional cresceu exponencialmente desde então e todos estes esforços resultaram na designação de Bruges com Capital Europeia da cultura em 2002. Hoje, Bruges é conhecida em todo o mundo como um dos pólos turísticos da Europa.
Ao lado situa-se o Palácio da Liberdade, construído a partir de 1727, prédio que abriga os órgãos administrativos do município, mas tem parte de suas instalações abertas ao público em datas especiais.
O Groeninge Museum, na rua Dijver, nº 12, com obras de pintores belgas e holandeses. No Gruuthusemuseum estão tapeçarias, mobílias, armas, moedas e muitos outros objectos que contam um pouco da história destas terras.
A praça Huidenvettersplein é o local preferido dos pintores de rua, e lá podemos apreciar os seus trabalhos, e quem sabe comprar algum que agrade mais. Nas ruas podem ser encontrados vários carros antigos que vendem goluseimas belgas (sorvetes, waffles com coberturas diversas, etc...) que vale a pena provar!
A torre medieval conhecida como Halletoren é a maior e mais importante construção de Brugge, e fica situada bem em frente à praça do mercado. Ela foi construída no século XIII, tem 88 metros de altura e no seu topo possui um carrilhão com 47 sinos. Este ponto é o próprio coração da cidade, e serve como referência para todos os passeios em Brugge. Quem quiser subir os 366 degraus da torre vai desfrutar de uma vista completa de toda a cidade.
Foi aqui no piso térreo da torre Halletoren, que tivemos a oportunidade de visitar uma exposição temporária de obras de Salvador Dali, com algumas das suas mais famosas pinturas e esculturas. Esta exposição esteve patente em Brugge desde 28.04 a 11.11 de 2007. O que nos surpreendeu foi a fácil acessibilidade da exposição, sem grandes precauções no que respeita à segurança necessária, à preservação de um conjunto tão valioso de obras de arte do pintor surrealista.
Brugge é rodeada de inúmeros canais que a cercam ou a atravessam, mas também a ligam principalmente com a cidade de Gante, e um dos programas mais apreciados pelos visitantes é percorrer estas ruas aquáticas a bordo de barquinhos turísticos, navegando sob pontes e árvores, e apreciando de um ângulo privilegiado as suas casas medievais, (embarque em Noorweegse Kaai).
Uma boa forma de conhecer a cidade é andando de bicicleta, pois a cidade é completamente plana. Há vias para bicicletas demarcadas por toda a cidade, onde as bicicletas tem trânsito preferencial. Aqui é também o melhor ponto da cidade para uma refeição, não tanto pela comida, mas principalmente pela vista. Já quem não fizer questão de almoçar na praça central, vai encontrar preços bem mais em conta nos restaurantes mais afastados da praça central. Peixes são uma opção frequente na culinária local, assim como os deliciosos waffles belgas.
Outra forma muito agradável de conhecer a cidade, é de coche, que podem ser encontrados também na praça central. As principais áreas de comércio na cidade estão situadas entre esta praça e os portões medievais, principalmente ao longo das ruas Steenstraat e Zuidzandstraat.
A Bélgica, País de Contrastes
Um dos pratos tradicionais é Moules Frites (mexilhões servidos com batatas fritas). Os belgas juram que foram os inventores da batata frita, servindo-as em abundância como lanches em pratos ou cones de papel cobertas de maionese ou um outro molho qualquer. Outro prato típico é Waterzooi, um guisado com peixe ou galinha. O médico e botânico flamengo Carolus Clusius jogou um papel importante na divulgação da batata na Bélgica; desde a sua introdução, a batata faz parte da cozinha rústica típica do país.
O chocolate belga é reconhecido pelo alto padrão de qualidade na produção. Outros doces, como Wafel, Spéculoos e Praline, não são menos populares. Depois da refeição principal e antes da sobremesa é comum servir um dos queijos típicos da Bélgica, como por exemplo o Limburger. A cerveja, com marcas como Kriek, Hoegaarden, Leffe, La Binchoise e Chimay reconhecidas mundialmente, valorizam ainda mais a cultura cervejeira do país.
Scheveningen
A praia de Scheveningen tem três quilómetros de extensão e atrai milhares de veraneantes e praticantes de vários desportos no verão. O passeio marítimo, com suas muitas lojas e cafés ao ar livre é muito popular. No Verão a praia fervilha de actividade, ao mesmo tempo que gaivotas pairam em torno de barcos de pesca provenientes de Haia.
Scheveningen no entanto não se diferencia de algumas das nossas praias, quer do ponto de vista arquitectónico, quer infraestrutural. Estavamos na Holanda, mas mais parecia estarmos a passear na marginal de Montegordo, ou de Lagos ou de Sesimbra, ou Figueira da Foz, com os seus enormes prédios, ocupados apenas no verão e nos fins-de-semana solarengos, com os restaurantes frente à praia, cheias de lojas que vendem… Tudo aquilo que se vende nas nossas praias... Será isto cultura pós moderna universal?... É a globalização?…
Volendam
Visitar Volendam é uma boa forma de aprender mais sobre as tradições e cultura neerlandesas. Esta cidade é conhecida pela sua rica história musical, bem como pela sua rica indústria pesqueira. Aqui podem ser encontrados vestígios de um grande número de artistas bem conhecidos da Holanda, que viveram em Volendam.
Volendam foi no passado, um vilarejo muito pobre, mas no presente é um rico povoado graças ao denodado esforço da comunidade, cujos serviços, sobretudo na área do turismo, alcançaram um nível de excelência compatível com o elevado grau de desenvolvimento dos demais holandeses. O Centro Turístico de Volendam é o local onde tudo acontece. Lojas, restaurantes, casas de espectáculos, ficam à disposição dos visitantes durante todos os sete dias da semana, o ano inteiro.
O velho dique, hoje usado como rua principal, é uma "boulevard" animada, cheia de lojas de souvenirs, bares e restaurantes. Basta deixar o dique e descer uma de suas escadas para chegar ao bairro, "Het Doolhof", onde o tempo parece ter parado, encontramos aqui a Holanda dos contos de fadas. Trata-se de interessante labirinto constituído de pequeninas casas onde moram os pescadores. O conjunto das habitações, lembra as edificações liliputianas, descritas por Jonathan Swift nas “Viagens de Gulliver”.
Os pescadores locais são contadores de histórias natos, e segundo uma lenda por eles contada, o porto surgiu com um estranho romance entre a filha de um fazendeiro e um cavalo, que a raptou e desapareceu nas ondas. Os rapazes da vila, saíram de barco à procura da donzela e aqui pararam para pescar e comer, gostaram tanto do local, que alguns voltaram para lá ficar, nascendo assim a vila.
Por volta de 1357, os holandeses construíram um dique ao norte de Edam, (cidade famosa pelo seu queijo), dando origem ao porto de Volendam que se localiza no maior lago holandês, o Ijselmeer, sendo muito procurada por velejadores e pescadores desportivos. Podem ser alugados veleiros pequenos ou grandes, ou barcos especiais para a pesca. O passeio tradicional é feito no "botter", uma embarcação antiga e larga com muitas velas, disponível para aluguer, até 15 pessoas. Nela pode-se velejar e conhecer outras cidades históricas das redondezas.
Segundo reza a história, certa vez, Hansje Brinker, um menino holandês, ao voltar da escola viu que um dos principais diques da cidade estava a vazar, e pensou que se nada fosse feito, toda região seria inundada em pouco tempo. Como não havia ninguém por perto a quem pudesse pedir ajuda, tapou o buraco do dique com seu dedo e ali permaneceu até o dia seguinte, quando finalmente alguém apareceu para ajudar.
Zaanse Schans
Os arredores de Amesterdão
A seguir, e só no dia seguinte, fomos visitar a aldeia de pescadores Volendam, junto ao mar Zuiderzee, que uma vez fechado se tornou o actual lago IJsselmeer. Esta é uma aldeia muito típica com suas bonitas e multicores casas de madeira, e o vestuário tradicional local, usado ainda pelos seus habitantes.
Homenagem a Van Gogh
Foi neste período que chegou a cortar sua própria orelha. Esta é talvez, a cena mais polémica do pintor e várias interpretações foram dadas, por biógrafos e contemporâneos do artista, entretanto, foi o cineasta japonês Akira Kurosawa, no filme "Sonhos", quem nos legou a versão mais poética. Na película sobre a vida de van Gogh, o artista dos girassóis aparece tentando pintar a sua própria orelha, mas o resultado é insatisfatório. Não vendo outra saída, o van Gogh do filme a decepa, resolvendo assim o seu problema pictural.
Seu estado psicológico começa a reflectir-se nas suas obras. Deixou a técnica do pontilhado e passou a pintar com rápidas e pequenas pinceladas. Em seu óleo sobre tela, “Girassóis” (1888), exposto na National Gallery, em Londres, mostra cores vibrantes e quase espanta quem olha o vaso cheio de flores, que decorava o seu quarto, na casa alugada em Arlés. O quadro com tons de amarelo e castanho, mostra um mundo belo e cheio de esperança.
Contudo, na época que pintou “Girassóis”, o mundo interior de van Gogh fugia de seu próprio controle, o que é demonstrado na superfície do quadro, que parece agitada, reflectindo o estado de espírito do artista, que se aproximava do fim trágico da sua vida. No ano de 1889, a sua doença agravou-se e teve que ser internado numa clínica psiquiátrica. Nesta clínica, dentro de um mosteiro, havia um belo jardim que passou a ser sua fonte de inspiração. As pinceladas foram deixadas de lado e as curvas em espiral começaram a aparecer em suas telas.
No mês de Maio, deixou a clínica e voltou a morar em Paris, próximo de seu irmão e do doutor Paul Gachet, que o iria tratar. Este médico foi retratado num de seus trabalhos: "Retrato do Doutor Gachet". Porém a situação depressiva não regrediu e no dia 27 de Julho de 1890, atirou em seu próprio peito.
Foi levado para um hospital, mas não resistiu, morrendo três dias depois. A arma emprestada, mediante o argumento de que iria servir para espantar os corvos. Na realidade, a sua última tela “Campo de Trigo com Corvos” (1890), retratava justamente os corvos sobrevoando belíssimos trigais. Horas antes de morrer teria dito ao irmão Théo: “A miséria triunfou mais uma vez. A fome...!
Cabe, por fim, observar que Cornelius, irmão de van Gogh, também se suicidou e que sua irmã Wilhelmina morreu louca, internada num hospício, reforçando a ideia de que havia um componente familiar genético na doença de van Gogh, a psicose maníaco-depressiva, hoje chamada de distúrbio bipolar do humor...
Museu Van Gogh
O museu foi aberto em 1973 e foi expandido com o Exhibition Wing, desenhado pelo arquitecto japonês Kisho Kurosawa, e foi concluído em 1999. Ao lado da maior colecção de trabalhos do pintor holandês, o museu acolhe trabalhos de vários artistas que são seus contemporâneos. Aqui podem encontrar-se obras de pintores impressionistas e pós-impressionistas, amigos e contemporâneos do pintor, que inspiraram van Gogh e também aqueles que das suas obras tiraram inspiração para a realização dos seus trabalhos.
A sessão é divida por ordem cronológica segundo a vida do pintor e podemos acompanhar todas as fases da sua vida, inicialmente na Holanda (1882-1885), em Paris (1886-1887), em Arlés (1888-1889), em Saint-Rémy (1889-1890), e por último em Auvers-sur-Oise (1890), lugares onde o pintor viveu.
Os quadros mais famosos do pintor são os seus vários auto retratos, cada um com uma expressão diferente, destacando-se como mais famoso, o "Auto-Retrato com Chapéu de Feltro" e sua obra mais famosa, "O Quarto". O museu tem ainda mostras temporárias, como a de arte japonesa, na qual o pintor se inspirou, mesmo sem ter ido ao Japão.
Amesterdão
Também a Casa de Anne Frank é um destino turístico muito popular. Assim como o Hortus Botanicus Amsterdam, fundado no começo da década de 60, é um dos mais antigos jardins botânicos do mundo, com muitas antigas e raras espécies, entre as quais está a planta de café da qual saiu o ramo que serviu como base das plantações na América Central e América do Sul, (O ramo foi um presente de Luís XIV de França e foi veio da colónia francesa, Martinica em 1714).
Em Amesterdão encontra-se a conhecida fábrica de cerveja Heineken, que também tem seu Museu Heineken Experience. O clube desportivo AFC Ajax tem a sua sede e seu estádio na cidade, chamado Amsterdam ArenA. Também a prestigiosa sala de concertos Concertgebouw é sede da igualmente famosa orquestra sinfónica, a Orquestra Real de Concertgebouw, que deu seu primeiro concerto em 3 de Novembro de 1888.
Há numerosos edifícios, igrejas, praças, pontes que merecem uma visita. Uma data bem interessante para visitar a cidade é o Dia da Rainha ou Koninginnedag em 30 de Abril. Neste dia todos os habitantes da cidade vendem nas ruas todo tipo de coisas, principalmente objectos de casa que já não utilizam. A cidade envolve-se em enorme dia de mercado numa verdadeira festa e as ruas ficam a abarrotar de gente vestida da cor da casa real, o laranja.
O espírito liberal que ela herdou da Idade do Ouro justifica o facto de nela existirem alguns cafés, os chamados Coffeeshops, onde está autorizado o consumo de drogas leves e de existir o comércio do sexo legalizado. No "Red Light District" (ou Bairro da Luz Vermelha) as ruelas estão lotadas de sex shops, bares onde decorrem shows eróticos, cinemas eróticos e até um museu do sexo. A prostituição nos Países Baixos é completamente legalizada nas zonas designadas para ela.