2º Dia - Parte II - A caminho de Bragança

Pouco depois da visita à pequena cidade de Vila Nova de Foz Côa, partimos com rumo a Bragança, passando pela Barragem do Pocinho e pelas praias fluviais da Albufeira do Azibo.
No caminho contemplam-se belas paisagens da região xistosa do Alto Douro (conhecida por "terra quente"), que oferecem cenários inesquecíveis, onde pequenas aldeias surgem em terraços nas encostas, com as suas quintas de casas brancas e igrejas típicas. Por todo o concelho existem aldeias rurais xistosas, onde a tradição e costumes ainda imperam.

É aqui no meio de terras de uma enorme beleza, que se encontra a Barragem do Pocinho. A Barragem do Pocinho está situada entre os concelhos de Vila Nova de Foz Côa e de Torre de Moncorvo, junto à aldeia do Pocinho. Um pouco mais adiante a foz do rio Sabor, que ali se mistura com o rio Douro.

No percurso, a partir da Barragem do Pocinho, admiram-se várias quintas centenárias, naquela que é a mais antiga região demarcada de vinho do Mundo. Nesta região de paisagem única, interrompida pelos vales do rio Douro e seus afluentes, no troço superior do rio, rodeada de vinha, olivais, amendoais e pombais perdidos, encaminhámo-nos para a Albufeira do Azibo.
A cerca de 40 km de Bragança, encontramos a Albufeira do rio Azibo, que se encontra situada no coração de Trás-os-Montes, um autêntico paraíso aquático, com um mar interior constituido por um grande manto de águas cristalinas. É um sítio ideal para se experimentar algum sossego e paz, rodeados de magnífica beleza natural.

A Albufeira do Azibo é um dos locais turísticos mais procurados no Nordeste Transmontano, pese embora, ainda sejam poucos os que conhecem este verdadeiro “oásis” nascido pela mão do homem, num local que já foi uma espécie de “deserto”.

Situadas nas margens do rio Azibo, de frente para a barragem, encontramos as praias da Albufeira do Azibo, que se espraiam por uma bela paisagem protegida de rara beleza e enorme riqueza paisagística e biológica.

A Barragem foi construída em finais dos anos 80, para abastecer Macedo de Cavaleiros e regar os campos agrícolas e é uma das maiores barragens em terra da Península Ibérica.

A Albufeira, com 410 ha de área é formada por três linhas de água (rio Azibo, ribeira do Azibeiro e ribeira do Reguengo). Toda a zona envolvente à Albufeira do Azibo é paisagem protegida, onde é valorizado todo o seu património natural e a conservação da natureza e onde se faz a promoção do repouso e recreio ao ar livre.

Da colaboração entre a Câmara e os serviços do Ambiente resultou um Parque de Natureza, dotado de caminhos pedestres, praias fluviais acessíveis e um centro de interpretação. A paisagem envolvente tem um toque mediterrânico e as suas margens servem de refúgio a uma série de aves e pequenos mamíferos.

Infelizmente para nós, neste fim-de-semana as várias e bonitas praias fluviais, estavam cheias de gente, pelo que decidimos continuar caminho rumo a Bragança.

Fonte: lifecooler.com / www.azibo.org

2º Dia - Parte I - Visita a Vila Nova da Foz Côa



No dia seguinte fomos acordados com a chegada incessante de carros com as famílias de crianças, que vestidas a rigor se dirigiam para a Igreja Matriz, para a sua 1ª comunhão e crisma. Era dia grande na Igreja Matriz, que se encontrava toda engalanada para receber as crianças.

Durante a manhã esteve muito calor, pelo que foi muito aprazível a leitura demorada à sombra de uma grande oliveira, mesmo ali em frente da AC. Depois a visita à cidade, passando primeiro para a bica, no Café o Manel, junto do edifício da Câmara Municipal.

A Igreja Matriz, é um templo quinhentista, destacando-se pelo seu lindíssimo alçado frontal de feição gótico-manuelina. Na capela-mor encontra-se uma Pietá do século XVII e nas paredes laterais são visíveis várias pinturas, de artistas pertencentes à escola de Grão Vasco. O altar lateral direito contém uma escultura do século XVI de Nossa Senhora do Rosário.

As naves apresentam tecto abóbadado e pintado, resultado de uma intervenção efectuada no terceiro quartel de Setecentos. Animam ainda as naves os altares colaterais e laterais, com as suas talhas douradas barrocas.

Na capela-mor encontramos a escultura de Nossa Senhora do Pranto, do século XVII, exposta num retábulo setecentista de talha dourada, talha que se estende aos caixotões da abóbada preenchidos com pinturas e às paredes laterais, emoldurando tábuas pintadas. Nos painéis da abóbada representam-se episódios da vida de Cristo e da Virgem. Nas paredes laterais, as pinturas versam, na parte superior, sobre passos da Paixão de Cristo.

Na cidade de Vila Nova de Foz Côa atesta-se o fervor religioso da sua população, quer na sua bonita Igreja Matriz, de fachada Manuelina, quer nas muitas Capelas, como a de Santa Quitéria (que se pensa ter sido outrora uma sinagoga), a de São Pedro e Santa Bárbara ou a barroca Capela de Santo António.

Algumas casas senhoriais e brasonadas enriquecem o património arquitectónico da cidade, como a Casa dos Andrades. A Torre do Relógio, no sítio do Castelo, demonstra a arquitectura militar de outros tempos.

Situada na região do Alto Douro, numa área de terras xistosas também conhecidas como “Terra Quente”, Vila Nova de Foz Côa é uma cidade, sede de concelho, que viu o seu nome correr fronteiras pela descoberta e classificação como Património Mundial da Humanidade pela UNESCO, das suas gravuras rupestres paleolíticas ao ar livre no vale do rio Côa, um dos maiores centros arqueológicos de arte rupestre da Europa.

Estas gravuras fazem parte das raízes de Vila Nova de Foz Côa, onde o homem paleolítico, com modestos artefactos, vincou na dureza do xisto ambições e projectos do seu universo espiritual e material, fazendo deste santuário o maior museu de arte rupestre ao ar livre.

Não era nossa intenção visitar desta feita as gravuras rupestres, mas sim passar pelas estradas da região, a caminho das barragens do Pocinho e do Azibo e para em passeio chegar finalmente a Bragança.

Região maioritariamente agrícola, é também conhecida como a “Capital da Amendoeira”, devido à grande densidade desta árvore no concelho, em parte derivada do especial microclima de cariz mediterrânico que ali se faz sentir, permitindo paisagens sem igual quando estas amendoeiras florescem e vestem os campos de branco e rosa, normalmente na segunda semana de Fevereiro prosseguindo até aos primeiros dias de Março.

Ali as paisagens têm por companhia a vinha, as cerejeiras, os olivais e as referidas amendoeiras, permitindo panoramas únicos de grande beleza, por entre montes e vales, onde os cursos de água abundam.

Fonte: guiadacidade.pt / infopedia.pt

1º Dia - Chegada a Vila Nova de Foz Côa

A viagem teve início durante a tarde de uma quarta-feira de sol esperto, pois estávamos em Junho e os dias já eram grandes.

Parámos pelo caminho perto de Coimbra, para umas afinadelas na AC, na região da Mealhada e antes de seguirmos viagem, fizemos a compra no Zè dos Leitões, do famoso leitão para o jantar. Este já foi ao cair da noite numa estação de serviço em Penacova, um lugar de nosso costume, a ver a vila.

Já bem tarde, pelas 23h00, a chegada a Vila Nova de Foz Côa. A cidade já se encontrava adormecida e a procura do centro foi rápida. No Largo da Câmara Municipal, encontrámos também a bela Igreja Matriz e o antigo Pelourinho.

Paramos para contemplar a praça e ali perto a conversa animada entre quatro convivas, no café em frente, chamou a nossa atenção, mais que não fosse devido ao contraste dessas vozes, no silêncio sentido por toda a cidade.
Fomos até lá tomar uma água fresca, estava uma noite esplêndida e os quatro convivas não tardaram em encetar conversa connosco. Eram eles o Engº. chefe de serviços da Câmara Municipal, dois outros funcionários da mesma e ainda o dono do Café Havaneza, o Sr. José Constanço, já com os seus 60 anos e com uma enorme desenvoltura e simpatia.

A conversa sobre a descoberta por parte do Sr. José Constanço, de gravuras rupestres, moedas/medalhas antigas e da história da cidade, desde logo nos interessou e ali ficámos em amena cavaqueira até por volta das 03h00 da madrugada.
No final, a oferta de uma agenda cultural, com um pequeno artigo escrito pelo Sr. José, sobre os “Vestígios dos Templários” na Igreja Matriz. Bem-haja Sr. José, pela simpatia com que recebe os forasteiros!

Depois a pernoita ali bem perto, no parque de estacionamento, perto do largo da Igreja Matriz e por trás do tribunal, que nos proporcionou uma bela noite de descanso.

Final de semana no Parque Nacional de Montesinho


Para aproveitar o fim-de-semana alargado de 3, 4, 5 e 6 de Junho de 2010, resolvemos rumar a um descanso merecido no bonito e repousante Parque Natural de Montesinho.

O Montesinho situa-se na chamada Terra Fria Transmontana, no "limite" Nordeste de Portugal, englobando a área das Serras de Montesinho e Coroa, isto é, a parte norte dos Concelhos de Bragança e Vinhais.
O Parque foi criado em 1979, por reunir condições em que é visível a integração harmoniosa do homem com o meio ambiente, sendo uma das maiores áreas protegidas de Portugal.
O Parque Natural de Montesinho é constituído por três unidades paisagísticas principais: A Oeste a Lomba e a Este a Lombada, dois planaltos mais ou menos corroídos pela hidrologia, que se enquadram no aspecto mais ou menos árido do Este Transmontano. Entre essas duas zonas existe uma outra central, mais fresca e arborizada definida pelas serras de Montesinho, Coroa e Nogueira.

Carvalhais e castinçais alternando com lameiros, campos de cultura e aldeias características são o traço essencial deste Parque.
A constante ondulação do solo faz-nos por vezes esquecer que estamos na presença de um maciço montanhoso. Aqui não há picos abruptos mas sim formas arredondadas, com altitudes variando entre os 438m e os 1481 m, onde as aldeias aninhadas em pontos abrigados e discretos, passam facilmente despercebidas aos olhos do visitante ocasional.
A mais elevada é a Serra de Montesinho, que atrai todas as atenções enquanto as restantes elevações se espraiam à sua volta. De referir também os vários vales fluviais e os muitos rios que por ali fluem. Os rios mais importantes são, na parte ocidental, o Mente e o Rabaçal, na central, o Tuela e o Baceiro, e na oriental, o rio de Onor, Sabor e o Maçãs.
Dos afluentes destes, devem ainda ser referidos os ribeiros de Assureira, rio de Trutas e Igrejas, mais que não seja pela beleza de paisagens que proporcionam ao correrem entre duros fraguedos.
A Serra do Montesinho e a aldeia do mesmo nome, dão nome ao Parque, que encerra uma paisagem grandiosa, serena e muitíssimo bela. Os terrenos são dominantemente xistentos, tendo no entanto expressão afloramentos de rochas básicas e alguns afloramentos de calcários.
O Montesinho é também um mundo a redescobrir por diversas razões: pelos hábitos e organização social dos seus habitantes, pela fauna e flora, e pelo belo património construído.
1º Dia: Casa; Vila Nova da Foz Côa;

2º Dia: Vila Nova da Foz Côa; Albufeira da Barragem do Azibo; Barragem do Pocinho; Bragança;
3º Dia: Passeio pela Serra de Montesinho – França; Puebla de Sanábria; Rihonor de Arriba ou de Castilla /Rio de Onor; Bragança;
4º Dia: Bragança – Visita à cidade;
5º Dia: Passeio pelo Montesinho: Bragança; Vinhais; Chaves; Casa.

Fonte: bragancanet.pt / catraios.pt

Melgaço

Melgaço é uma vila portuguesa da região Norte e o município mais setentrional do País. Foi no início da sua existencia couto de criminosos confinados, onde patriotismo e ladroagem se confundiam.
Tomando provável a tradição, o Castelo de Melgaço terá sido construído no reinado de D. Afonso Henriques, por volta de 1170. Foi aliás este monarca quem concedeu a Melgaço a sua primeira carta de foro, entre 1183 e 1185, carta essa que foi confirmada por D. Afonso II em 1219, para ser substituída, no reinado de D. Afonso III, em 1258, por uma nova carta de foral.
Na colina de Melgaço, sobranceira ao rio Minho, estrategicamente colocada em relação à passagem para a Galiza, instalaram-se colonos e desenvolveu-se um centro de trocas comerciais. Na vizinhança adejavam as asas protectoras de dois grandes mosteiros: Fiães e Paderne.

O ainda incipiente burgo, muito à mercê das investidas das tropas leonesas, necessitava de uma protecção mais eficaz que aquela que lhe era facultada pela pequena fortaleza que o primeiro rei terá mandado construir no topo mais setentrional da penedia, sítio onde mais tarde seria erguida a torre de menagem.

Esta necessidade havia já surgido no reinado anterior, de seu pai D. Afonso II, por força das lutas político-militares que motivaram a luta armada entre este e as infantas suas irmãs.
Nessa altura, entre 1211-1212, o Norte de Portugal foi invadido pelas hostes leonesas, justificadamente para defender os interesses das ditas infantas e Melgaço foi mesmo tomada, facto que apressou a construção da muralha. As medidas foram tomadas, pois em 1245 já estava em construção com o apoio do rei e a colaboração local, sobretudo o Convento de Fiães.

Mas a história de Melgaço não se confina ao seu burgo histórico. Em Parada do Monte, em Gave e no planalto de Castro Laboreiro são às dezenas as sepulturas megalíticas, as mamoas, que atestam a presença milenar do homem que calcorreou a montanha na senda dos caprinos e dos ovinos.

Melgaço possui ainda um grande imaginário colectivo, relacionado com a proximidade de Espanha, com velhas lutas com o país vizinho, com a investida de antigos conquistadores e com mulheres que se vestiam de negro à espera de seus maridos.

Fonte: www.cm-melgaco.pt

4º Dia - Parte III - Visita a Melgaço

Depois de sairmos da Festa, fomos visitar a vila. Encaminhamo-nos para o jardim que rodeia as muralhas do castelo até encontrarmos o Largo Hermenegilgo Soalheiro, situado em frente do edifício da Câmara Municipal.

Ali parámos, numa simpática esplanada, que ao final da tarde se encontrava cheia de gente. Dali pode observar-se bem a Igreja da Misericórdia, visitada por nós no final do refresco.

A Igreja da Misericórdia é uma pequena igreja construída no séc. XIII, em estilo românico e outrora chamada de Igreja de Santa Maria do Campo.

Dali entramos no burgo antigo e caminhamos pela Rua de Baixo até aos antigos Paços do Concelho e daqui pela florida Rua Direita, fomos até à Igreja Matriz, que fica num pequeno e bonito largo.

A Igreja Matriz é também um edifício românico do séc. XII, primitivamente designado pela população da vila, de Igreja de Santa Maria da Porta, por se encontrar junto a uma antiga porta da muralha do velho Castelo de Melgaço.

Dali até ao Castelo são uns passos. O Castelo, monumento nacional, tem uma imponente Torre de Menagem, convertida em museu e que domina o burgo antigo. Dentro deste, um labirinto de travessas e velhas ruas empedradas, que se entrecruzam no interior das muralhas.

Ali também se encontra o recentemente inaugurado Núcleo Museológico de Melgaço, que inclui um fosso medieval e a parte do que resta das antigas muralhas e que oferece ao visitante um autêntico museu ao ar livre, em pleno centro da vila. Ali perto nas ruelas, também se pode visitar o Museu do Cinema, único no País.

Novamente pela Rua Direita, linda, ladeada de floreiras cheias de jarros brancos, vamos até à porta de D. Afonso III, junto à muralha. Por aqui, saímos do burgo antigo e parámos um pouco na varanda que ali encontrámos no jardim em frente e de onde se podem olhar os campos. É ali perto que se encontra o Espaço Memória e Fronteira, um museu com a história do contrabando entre portugueses e espanhóis.

Descemos pela Alameda Inês Negra (referência a uma das muitas mulheres de Melgaço, que vestiram de negro à espera dos maridos), que nos levou até à AC, que tinha ficado junto ao Convento das Carvalhiças. Este é um Convento grande e bonito construído por frades capuchos franciscanos, que ali chegaram em 1746, para fundarem um hospício no sítio da Calçada.
Depois o regresso a casa…

Fonte: www.bonsvicius.net

4º Dia - Parte II - Festa do Alvarinho e do Fumeiro

Após a chegada a Melgaço, dirigimo-nos logo à Festa do Alvarinho e do Fumeiro, que decorria em Melgaço neste fim-de-semana (30 de Abril a 2 de Maio).

A festa estava a acontecer no pavilhão da feira de Melgaço. Havia muita animação e actuava um grupo musical do Norte do País, num palco muito grande junto da entrada do pavilhão.

Esta é uma festa organizada pela Câmara Municipal desde 1994, com o objectivo de promover a divulgação e a venda dos produtos locais, como o excelente vinho alvarinho, o presunto, o chouriço, a broa e o mel, incentivando a qualidade, a variedade e a quantidade de produtos e produtores locais.

No ano anterior à nossa visita, a Festa obteve a uma “Declaração de Interesse para o Turismo”, pelo que este ano não podíamos deixar de a visitar.

É uma festa muito agradável, onde podem ser encontradas diversas tasquinhas dos vários produtores da região, vendendo os seus excelentes produtos. Os visitantes depois da prova, escolhem os produtos, vinho, pão ou broa e os enchidos. Compram o que querem e destes, escolhem e pedem para cortar os que quiserem comer. Os produtores oferecem pratos e copos e todos juntos, galegos e portugueses, gentes do Norte e do Sul, confraternizam em grandes mesas corridas. É verdadeiramente uma Festa!…

4º Dia - Parte I - Descida até Melgaço



No 4º e último dia (domingo), partimos para Melgaço ao início da tarde a fim de visitarmos a Festa do Alvarinho e do Fumeiro, que naquele fim-de-semana decorria no pavilhão da feira e que é um dos momentos mais altos das festividades do concelho.

O caminho escolhido para ir até Melgaço foi diferente do caminho de ida para Lamas de Mouro. Desta feita iríamos por Alcobaça, outro dos pequenos lugares pertencentes à freguesia de Lamas de Mouro, que encontramos logo no início do caminho, do lado esquerdo da estrada.

Logo a seguir a Alcobaça e do alto da serra, com o céu limpo como naquele dia, têm-se uma vista esplêndida da Serra da Peneda, que se vê descer até ao vale e onde se observam grande parte das povoações da sua vertente a nascente.

Esta estrada é estreita, sinuosa e na maioria das vezes com precipícios nas vertentes. É uma estrada maravilhosa, onde as serranias se erguem a perder de vista. A paisagem é colorida pelo verde das florestas e do amarelo das pastagens.

Aqui e acolá surgem as manchas de povoações serranas que ainda mantém muito do seu carácter secular. O granito está sempre presente nos rochedos redondos que atravancam vales e encostas ou coroam o alto dos montes. Por outro lado, o silêncio, a tranquilidade, a Natureza na sua total pujança.

As aldeias que no caminho se encontram, rudes e típicas de casas graníticas, são de uma beleza inimaginável, assim como todos aqueles montes e vales, planaltos e vertentes, que, com um verde bem verde, à mistura com um colorido, bem multicolor, dão á paisagem uma formosura única.

A meio caminho encontra-se o antigo Mosteiro Cisterciense de Fiães. Situado a setecentos metros de altitude, num sítio ermo e recolhido. A Igreja do convento é, ainda hoje, a paroquial de Fiães, um templo de cantaria em pedra escurecida pelo tempo e em alguns locais coberto por musgos bem verdes, sendo também abundantemente verde toda a área envolvente.


A Igreja de raiz românica é o que resta de um antigo mosteiro da Ordem de Cister e foi construída na primeira metade do século XIII e reformada nos séculos XVII e XVIII na fachada e no interior das naves, adquirindo a partir daí feição barroca.

Da fachada baixa e reforçada por quatro contrafortes, merecem destaque o recorte simples do portal, levemente ogival, e três nichos com imagens que o encimam e é flanqueada por uma torre sineira quadrangular.

Possui, no seu interior, três naves e encostados à sua parede sul, alguns túmulos de cavaleiros/guerreiros, em pedra e ostentando as respectivas armas. Tem ainda um interessante conjunto de imagens (do século XVI até aos séculos XVII e XVIII).


No exterior uma santa em cima de uma coluna em granito, um cruzeiro e uma bonita fonte cheia de heras em pedra, dá um encanto e enorme romantismo ao lugar.

A seguir a descida até Melgaço, onde a vista se estende por um vastíssimo e formoso panorama. Ali correm ribeiros de águas cristalinas e cantantes. Nesta Serra são as águas, que cantando nas ribeiras marcam o fundo de cada vale e que dão uma nota de frescura permanente a esta paisagem serrana. Lá mais abaixo, no sopé da serra estende-se, numa distância de 6 km, a verde e fértil veiga de Melgaço, que nos acompanha até à vila.

Fonte: Wikipédia

3º Dia - Passeio pela Serra da Peneda (Parte III) - Visita a Lamas de Mouro

A chegada a Lamas de Mouro, ainda a boas horas, fez com que a visita à povoação se podesse fazer. Em seguida e porque ainda é dia, a procura da povoação para a visita real.

Lamas de Mouro é composta por vários lugares: Lugar de Cima, Touca, Igreja, Alcobaça, Gavião e Porto Ribeiro. Lugares separados, mas unidos na mesma freguesia.

Segundo o Sr. Padre Aníbal Rodrigues, Lamas de Mouro toma o nome da qualidade do seu solo – lamas, pastagens de gado cheias de água – e do rio Mouro, que nasce no seu território. Foi terra com povoamento muito remoto, possuindo alguns vestígios da cultura dolménica e castreja (de origem céltica).

O lugar da "Igreja" é o lugar da real povoação de Lamas de Mouro. É uma pequena e simpática aldeia, de ruas em pedra, casas em granito e bebedouros para o gado. Silenciosa devido à pouca população, mas ainda com algumas gentes que trabalham no campo.

No centro do lugar encontra-se a pequena Igreja toda em granito, como que parada no tempo. Vinda do passado como um barco que atravessa o nevoeiro. Atravessando o passado e ancorando no presente, ali estava à nossa espera, a despeito de traços históricos e localizados.

A Igreja Paroquial é o que resta de um antigo mosteiro dos templários, que ali existiu na Idade Média e que após a supressão desta ordem, em 1344, reverteu para a coroa, que o doou à Ordem de Malta, em 1349. A população de Lamas de Mouro, pagava aos cavaleiros muitos foros, mas tinha os grandes privilégios próprios dos caseiros de Malta.

O templo actual, de características românicas (tanto nas portas, especialmente a lateral norte, como nas próprias paredes cujas pedras estão pejadas de siglas), foi restaurado há pouco tempo. A capela-mor, a sacristia e a torre sineira são de século XIII.
A Igreja estava aberta! Parámos a mota e dirigimo-nos para a porta no cimo de uma pequena escada em pedra calcária, pois a principal encontrava-se fechada. Mas o que realmente seduz é penetrar por detrás desta, de costas dobradas, por exigência do pequeno portal e penetrar num espaço realmente inesperado e com bastantes fieis, para nosso espanto.

Lá dentro decorria missa, no momento do clássico sermão, cujo som se elevava no ambiente. O que se avista é um objecto uno e complexo, de um todo que se esbate devido ao esplendor do altar-mor, com um retábulo em talha dourada e com motivos pintados sobre madeira, do séc. XV ao séc. XVII, que invocam a via sacra onde o sofrimento de Jesus Cristo está bem marcado.

Os frescos roubados ao tempo são sedução suprema, não exactamente pela qualidade artística, mas pela ingenuidade dos desenhos quase naif, facto substancial que nos lembra outros autores, porque são idênticos aos que um dia criámos em nossos cadernos escolares.

Depois o deambular pelas ruas, estreitas e por vezes íngremes, mas sempre solitárias, pois os poucos habitantes deveriam estar todos na missa, e em seguida o regresso ao Parque de Campismo.

À noite, no parque de campismo, à laia de animação é preparada uma queimada como se usa em terras galegas, para todos os utentes que quiseram assistir. E o dia termina!...

Fonte: http://www.cm-melgaco.pt/portal