2º Dia - Parte I - Visita a Vila Nova da Foz Côa



No dia seguinte fomos acordados com a chegada incessante de carros com as famílias de crianças, que vestidas a rigor se dirigiam para a Igreja Matriz, para a sua 1ª comunhão e crisma. Era dia grande na Igreja Matriz, que se encontrava toda engalanada para receber as crianças.

Durante a manhã esteve muito calor, pelo que foi muito aprazível a leitura demorada à sombra de uma grande oliveira, mesmo ali em frente da AC. Depois a visita à cidade, passando primeiro para a bica, no Café o Manel, junto do edifício da Câmara Municipal.

A Igreja Matriz, é um templo quinhentista, destacando-se pelo seu lindíssimo alçado frontal de feição gótico-manuelina. Na capela-mor encontra-se uma Pietá do século XVII e nas paredes laterais são visíveis várias pinturas, de artistas pertencentes à escola de Grão Vasco. O altar lateral direito contém uma escultura do século XVI de Nossa Senhora do Rosário.

As naves apresentam tecto abóbadado e pintado, resultado de uma intervenção efectuada no terceiro quartel de Setecentos. Animam ainda as naves os altares colaterais e laterais, com as suas talhas douradas barrocas.

Na capela-mor encontramos a escultura de Nossa Senhora do Pranto, do século XVII, exposta num retábulo setecentista de talha dourada, talha que se estende aos caixotões da abóbada preenchidos com pinturas e às paredes laterais, emoldurando tábuas pintadas. Nos painéis da abóbada representam-se episódios da vida de Cristo e da Virgem. Nas paredes laterais, as pinturas versam, na parte superior, sobre passos da Paixão de Cristo.

Na cidade de Vila Nova de Foz Côa atesta-se o fervor religioso da sua população, quer na sua bonita Igreja Matriz, de fachada Manuelina, quer nas muitas Capelas, como a de Santa Quitéria (que se pensa ter sido outrora uma sinagoga), a de São Pedro e Santa Bárbara ou a barroca Capela de Santo António.

Algumas casas senhoriais e brasonadas enriquecem o património arquitectónico da cidade, como a Casa dos Andrades. A Torre do Relógio, no sítio do Castelo, demonstra a arquitectura militar de outros tempos.

Situada na região do Alto Douro, numa área de terras xistosas também conhecidas como “Terra Quente”, Vila Nova de Foz Côa é uma cidade, sede de concelho, que viu o seu nome correr fronteiras pela descoberta e classificação como Património Mundial da Humanidade pela UNESCO, das suas gravuras rupestres paleolíticas ao ar livre no vale do rio Côa, um dos maiores centros arqueológicos de arte rupestre da Europa.

Estas gravuras fazem parte das raízes de Vila Nova de Foz Côa, onde o homem paleolítico, com modestos artefactos, vincou na dureza do xisto ambições e projectos do seu universo espiritual e material, fazendo deste santuário o maior museu de arte rupestre ao ar livre.

Não era nossa intenção visitar desta feita as gravuras rupestres, mas sim passar pelas estradas da região, a caminho das barragens do Pocinho e do Azibo e para em passeio chegar finalmente a Bragança.

Região maioritariamente agrícola, é também conhecida como a “Capital da Amendoeira”, devido à grande densidade desta árvore no concelho, em parte derivada do especial microclima de cariz mediterrânico que ali se faz sentir, permitindo paisagens sem igual quando estas amendoeiras florescem e vestem os campos de branco e rosa, normalmente na segunda semana de Fevereiro prosseguindo até aos primeiros dias de Março.

Ali as paisagens têm por companhia a vinha, as cerejeiras, os olivais e as referidas amendoeiras, permitindo panoramas únicos de grande beleza, por entre montes e vales, onde os cursos de água abundam.

Fonte: guiadacidade.pt / infopedia.pt

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