Monteblanc


Monteblanc

A partida de Poblet, fez-se sob chuva intensa. O destino seguinte, Monteblanc, está situada a poucos quilómetros de distância de Poblet e é a capital de comarca catalã de La Conca de Barberá, também na província de Tarragona.

Nomeada Montblanc (Montanha Branca), inicialmente, devido à falta de vegetação verde, a vila medieval está hoje, situada entre vinhedos e abundantes campos verdejantes.

Construída no topo de uma colina, como uma protecção contra as inundações dos dois rios próximos, Montblanc mantém a sua atmosfera de velho mundo, dentro da sombria protecção das suas altas muralhas medievais.

Montblanc foi fundada em 1163 (séc. XI), e no século XIV, foi construída a Muralha de Montblanc que é um dos motivos de grande atracção turística, pois é considerada a mais bela obra de arquitectura catalã. A muralha abarca quase por completo toda a povoação e tem quase 2 km de perímetro.

A grandeza medieval de Montblanc reside não só nas suas belas e fortes muralhas, mas também no seu interior, tendo como principal atracção a lenda que refere que foi na Porta de San Jordi (uma das portas de entrada da vila medieval), que São Jorge matou o dragão.

A lenda conta, como um dragão malvado de um lago próximo da aldeia, aterrorizava tudo e todos, devorando os animais até não haver nenhum. O dragão então exigiu um dos moradores, com a condição de depois deixar a cidade. Os moradores concordaram e após um sorteio, a filha do rei foi escolhida como a vítima sacrificial.
Apenas alguns minutos antes da princesa, vestida de branco, estar prestes a ser comida pelo dragão, um jovem cavaleiro apareceu a cavalo e matou o dragão com sua espada, salvando a princesa. Ainda segundo a lenda, no local onde o dragão caiu, logo brotou uma roseira cheia de rosas vermelhas, a cor do sangue do dragão. O cavaleiro colheu uma das rosas e deu-a à princesa, antes cavalgar em direcção a um dos portões, saindo da cidade ao pôr-do-sol.

Passada a Porta de San Jordi, as ruas e vielas medievais muito bem conservadas, levam-nos ao centro medieval onde encontramos a Igreja de Santa Maria, uma obra típica do gótico catalão e que foi construída nos séculos XIV e XV.

É um majestoso edifício construído no mais puro estilo gótico, com uma fachada barroca, que ostenta um dos melhores órgãos antigos da Catalunha e um altar de pedra dedicada aos santos Bernardo e Bernabé.

Nas vielas encontramos muitas lojas de artesanato e pastelarias com os doces típicos, os montblanquins (amêndoas recheadas) ou os merlets (elaborados com amêndoa e açúcar).

Na Idade Média, Montblanc experimentou um esplendor notável, com a sua própria feira e mercados medievais, bem como uma notável comunidade judaica. Possui até hoje, um dos mais bem preservados conjuntos medievais da Catalunha, com dois terços da muralha primitiva, torres e os portões de Sant Jordi e Bover, sendo designada como monumento de valor histórico e artístico em 1947.

Depois da visita a Monteblanc, a viagem seguiu rumo ao Sul de Espanha, passando por Barcelona, onde passámos de raspão. Depois pelo Sul de França, cruzando a Provença em direcção a Arles, onde queríamos ir pernoitar.

Fonte: festival-of-sant-jordi-at-monteblanc / Guia da catalunha

Igreja do Mosteiro de Santa Maria de Poblet.


Visita à Igreja, Museu e outras dependências do Mosteiro de Poblet

Desde a porta barroca aberta no muro Oeste da muralha, acede-se ao átrio da igreja (nº 1) que foi construída em finais do séc. XIII, o mesmo que a rosácea aberta no parede Oeste, que proporciona luz à nave central.

Após algum tempo de espera, um guia veio mostrar-nos os interiores, que só se visitam em grupo, e ao longo da visita foram-nos sendo explicadas, as funções da cada sala visitada. Há muitas salas em redor do claustro, que continuam a ser utilizadas e que por isso, só nos é permitida uma espreitadela, para não prejudicar o normal funcionamento do Mosteiro.

Passamos pelo refeitório, pela biblioteca, pela Sala do Capítulo onde estão os belíssimos túmulos dos reis e rainhas de Aragão. Pelo salão onde os monges se aqueciam junto a uma grande lareira e por uma cozinha, de onde saia um bom cheirinho. Uma porta fechada dá acesso à clausura. Tudo é grande e austero e só por vezes se avistam alguns dos trinta e dois monges que habitam o complexo.

Quanto à igreja, os túmulos dos reis e rainhas de Aragão, entre as quais D. Leonor de Portugal, e o belíssimo altar-mor em alabastro, são obras de arte requintadas que não se podem perder. Depois uma visão final do claustro, de onde se levantam ciprestes gigantescos e um precioso fontanário, a visita termina num passeio sobre uma passagem superior, que começa junto à bela torre-lanterna da igreja.
Voltando à Igreja, o átrio é coberto com abóbadas em cruzaria. Tinha dois altares, um do século XVI dedicado ao Santo Sepulcro que se conserva restaurado e outro oferecido à Virgem dos Anjos, do qual não ficou nenhum vestígio e no seu lugar há um calvário gótico.

A construção da Igreja, foi projectada durante os reinados de Raimundo Berenguer IV de Barcelona e Afonso II de Aragão, em estilo românico, por volta de 1166.

A Igreja tem planta basilical com três naves e cruzeiro; as duas laterais são bem mais estreitas que a central. A nave Norte, encostada ao claustro, (nº 3) é românica com abóbada em cruzaria; a nave central (nº 2) é também românica, mas a sua abóbada é de canhão apontado; a nave Sul é gótica, reconstruída por volta de 1330, ao mesmo tempo em que se mandaram abrir as sete capelas (nº 4). Ao redor do presbitério (nº 7), abrem-se cinco capelas radiais. As duas absidais das esquinas têm comunicação com o cruzeiro (nº 5).

Conserva-se no presbitério a mesa de altar antiga que consiste numa grande pedra apoiada em quatro pares de colunas românicas. O edifício actual guarda no seu interior dois grandes tesouros, o retábulo renascentista e os sepulcros reais (nº 6).

O retábulo em alabastro, é uma obra do escultor Damià Forment, que o executou entre 1527-1529, por ordem do abade Caixal, durante o reinado de Carlos I. É uma obra realmente excepcional cujo custo foi tão elevado que provocou a sublevação dos monges contra o seu abade, a quem condenaram à reclusão perpétua, com os cargos de dilapidação e falta de observância.

O claustro fica a Norte da Igreja e com ele se comunica por meio de uma porta românica. Foi construído em fases sucessivas, sendo concluído entre 1162 e 1163, a julgar pela estrutura das abóbadas lisas e apontadas, próprias do primeiro período de Cister.

Pelo claustro pode aceder-se à sala capitular, que é de proporções bastante consideráveis e coberta com uma magnífica abóbada em cruzaria. Ali também se encontra o refeitório, que ainda hoje é usado pelos monges, enquanto que a cozinha (restaurada) é um lugar que se visita e que serve como exemplo para conhecer os usos e costumes cistercienses.

No pátio à frente do refeitório, pode ver-se, tal como em Alcobaça, o pavilhão do lavabo, cuja arquitectura é já do séc. XIV, possuindo belos arcos bem proporcionados.

Existem ainda outros claustros menores. O claustro de Santo Estevão ou da enfermaria (nº 3), encontra-se no extremo Este, dentro do recinto monástico e é de planta quase regular, possuindo nos seus lados curtos 4 e 5 arcos de volta perfeita e nos longos, 8 e 9 pilares que carecem de capitéis. A ornamentação é muito simples com motivos vegetais. Este claustro já existia em 1228 e foi reconstruído no séc. XV. O claustro do locutório está do lado da parede Leste da sala capitular. Tem capitéis de tradição românica, embora as molduras dos arcos sejam já góticas.

O Mosteiro de Poblet e de Santes Creus, são na Catalunha os possuidores dos panteões reais dos reis da Coroa de Aragão. Foi Pedro IV, o Cerimonioso, juntamente com o abade Copons em 1340, quem decidiu tornar reais os desejos de Afonso II, ao construir um panteão real. As obras foram encomendadas aos mestres Aloi, Jaume Cascalls e Jordi de Déu em 1380.

Após a visita guiada, foi a vez da visita ao Museu, onde se encontram inúmeras obras de arte sacra, peças de mobiliário e muitos quadros representando a evolução do mosteiro ao longo dos tempos.

Já a caminho do exterior, foi a vez da visita à Adega do Mosteiro, cujo edifício é uma típica construção rural do séc. XIX, que além de adega é também loja de venda, exposição e prova de vinhos. Os vinhos resultantes da variedade Pinot Noir, são suaves, muito finos e elegantes e são comercializados com o nome "Clos de Poblet".

Fonte: Wikipédia

Visita ao Real Mosteiro de Santa Maria de Poblet - Parte II


Mosteiro de Poblet II


No meio da praça e à frente desta porta ergue-se uma grande cruz em pedra, do séc. XVI, sobre um pódio de quatro escalões.

A Norte da praça vê-se uma capela muito austera, que foi dedicada em 1251, a Santa Catarina. Mandada construir pelo conde Raimundo Berenguer IV, era o lugar onde oravam os visitantes de honra, antes de aceder à clausura. Acede-se ao interior do mosteiro por uma porta românica muito simples, coberta por uma abóbada.

Hoje nem todos os espaços do Real Mosteiro de Santa Maria de Poblet, podem ser visitados, por serem dependências de clausura, utilizadas pelos monges cistercienses que ainda hoje ocupam o Mosteiro.
A uns metros da porta barroca de acesso à Igreja do Mosteiro, encontra-se a Porta Real encaixada entre duas torres, que foram outrora torres-cárceres. Uma vez traspassada a porta, o visitante encontra-se à sua esquerda com os vestígios das habitações dos conversos. À direita, umas escadas em pedra conduzem ao palácio do rei Martim I de Aragão, de princípios do séc. XV (destinado ao museu).

Frente à Porta Real vê-se o átrio do claustro (nº 15). À esquerda do átrio estão as adegas (nº 14), edifício que anteriormente foi sala de jantar dos leigos ou conversos. Sobre esta estância construiu-se no séc. XIV, o dormitório de monges jubilados.

À direita deste átrio estão os lagares do séc. XIII (nº 10), que foram na sua origem o dormitório de leigos. O muro Sul está encostado ao lado Norte da igreja. Dentro do átrio ou hall acede-se à esquina de confluência com a zona Norte-Oeste do claustro (nº 8).

As instalações mais antigas, do séc. XII, encontram-se a leste do recinto murado: Capela de Santo Estevão (nº 1. O nº 3 é o claustro desta capela) e enfermaria (nº 2). Também se encontram nesta zona as Câmaras Reais, construídas no séc. XIV sobre a muralha. No ângulo Nordeste construíram-se as habitações modernas dos monges jubilados.

Embora este mosteiro não seja tão grande como o Mosteiro de Alcobaça, tem também grande beleza, apresentando uma arquitectura marcadamente cisterciense. Em 1991 foi declarado pela UNESCO, Património da Humanidade. Em Espanha, os mosteiros de Poblet, Guadalupe, Escorial, San Millán de Yuso e San Millán de Suso, são os únicos mosteiros que conseguiram este título.

Após a visita à Igreja, Claustro, Museu e demais dependências do Mosteiro de Santa Maria de Poblet, partimos rumo à vila vizinha de Montblanc, cuja grandeza medieval, não podia deixar de visitar.
Fonte: Wikipédia

Visita ao Real Mosteiro de Santa Maria de Poblet - Parte I


Mosteiro de Poblet I

Passada a estrada que separa o parque de estacionamento, chega-se ao Passeio de São Bernardo, à entrada da Abadia de Poblet.

Todo o conjunto monástico está conformado por três recintos bem diferençados e que comunicam entre si por portas de acesso.

A Porta de Prades é o nome da entrada para o mosteiro. Esta porta é de arco de volta perfeita e sobre esta encontra-se um nicho com uma imagem da Virgem Maria, como orago do mosteiro. Mostra também o escudo do Abade Fernando de Lerín (1531-1545), a jarra com açucenas ou lírios (símbolo de pureza) e as iniciais PO que se referem a Poblet.

Neste primeiro recinto havia um espaço onde estavam as habitações dos lavradores, operários, leigos e demais “família” do mosteiro. Ali se encontra um poço, um bebedouro e umas conduções de água. Ainda subsiste a casa do monge porteiro que foi edificada na época do Abade Fernando Lerín.

Após passar uma alameda chega-se à porta de acesso ao segundo recinto. É chamada de "Porta Dourada”, fazendo alusão às pranchas de bronze que a recobriam e que foram douradas por vontade de D. Filipe II em 1564, quando passou a Semana Santa neste mosteiro.

Atravessando a Porta Dourada chega-se ao segundo recinto. Ante esta porta tinha lugar a cerimónia de boas-vindas aos reis que visitavam Poblet. Entravam no 2º recinto através da Porta Dourada e na capela de Santa Catarina voltavam a parar para orar antes de entrarem definitivamente no recinto da clausura.

Ali também se encontra a capela de São Jorge, que é de planta quadrada, com uma porta gótica e uma abóbada em estrela. A fachada ostenta os escudos reais de D. Afonso V de Aragão e de Nápoles. Uma vez passada a Porta Dourada, chega-se a uma grande praça central de pavimento irregular, onde se conservam algumas ruínas de edifícios antigos. Em linha recta com a porta e ao fundo, vê-se a porta de acesso ao átrio da Igreja do Mosteiro, aberta na muralha que rodeia o terceiro recinto.

É uma porta barroca do século XVII, mandada edificar pelo duque de Cardon, em 1670. De ambos os lados da porta estão colocadas as estátuas de São Bento e São Bernardo, e num nicho a imagem da Virgem. Em ambos os lados vê-se muita ornamentação barroca e colunas salomónicas.

Fonte: Wikipédia

Poblet


A Caminho de Poblet

Depois de sairmos de Madrid, pusemo-nos a caminho de Poblet, já na Catalunha, uma vez que queríamos fazer o maior número de quilómetros possíveis. Já chegámos tarde e o lugar de pernoita foi no parque de estacionamento, destinado aos visitantes do Mosteiro de Poblet, um lugar muito sossegado, que nos proporcionou uma reparadora noite de descanso.
No dia seguinte pretendíamos visitar o Real Mosteiro de Santa Maria de Poblet, um dos mosteiros medievais mais bem conservados no mundo, fundado em 1151, localizado no município de Vimbodí, na província de Tarragona, Catalunha.

A etimologia do termo “Poblet”, deriva do latim Populetum (alameda). O lugar foi sempre muito rico em vegetação, possuindo uma floresta de álamos, que esteve na origem do nome.

O Mosteiro de Poblet foi fundado pelo conde de Barcelona, Raimundo Berenguer IV, que por volta de 1150, doou as terras do Populetum, à Abadia francesa de Fontfroide, uma filial do Mosteiro de Claraval, que se encontrava em Narbonne.

As terras pertencentes a este mosteiro cisterciense, têm como pano de fundo as Montanhas de Prades e à sua volta estendem-se os vinhedos que produzem as uvas, que dão origem aos excelentes vinhos vendidos na abadia.


O enclave tinha as condições recomendadas pela Ordem de Cister, para a fundação de um mosteiro: devia estar isolado, ter água abundante e possuir extensas terras, boas para a agricultura.

Ao longo do tempo o Mosteiro foi enriquecido com diferentes doações e alcançou o seu máximo esplendor no século XIV. O Mosteiro de Poblet esteve desde a sua fundação, sob a protecção e o patronato dos reis de Aragão e a Igreja do Mosteiro foi usada como panteão real da Coroa de Aragão, desde finais do século XIV até à extinção da Casa real de Aragão, no século XV. Ao extinguir-se a Casa Real de Aragão começou a sua grande decadência, embora alguns abades tentassem no Renascimento, dotá-lo de novas obras.

No entanto, em 1835 o mosteiro sofreu grande decadência, sendo em seguida abandonado, como consequência da desapropriação das suas terras pela regente D. Maria Cristina de Bourbon, em 1836. Mais tarde foi iniciada a sua restauração, de modo que em 1935, a sua Igreja, pôde ser novamente dedicada ao culto e em 1940, retornavam à sua abadia alguns monges.

Desde a sua fundação, o Mosteiro teve o propósito de ter uma zona de cultivo exemplar, encontrando-se dentro da propriedade, granjas, água abundante e terras de floresta para explorar. Cada uma das granjas era governada e dirigida por um monge, que à sua vez estava à frente da “família” composta por leigos, guardas rurais, hortelãos, etc. No fim do século XII, o mosteiro era dono de 17 granjas.
Poblet tal como qualquer das abadias da Ordem de Cister, chegou a reunir tudo o que era necessário para a sua subsistência, sem ter de sair do recinto das suas terras. Além das dependências óbvias e primárias de qualquer mosteiro, Poblet contou com uma enfermaria, uma farmácia, um cemitério, jardim de plantas aromáticas e medicinais, moinhos, padarias, e mesmo um calabouço, já que o abade tinha a poder de um senhor feudal.

Deve-se ainda acrescentar, que o Mosteiro de Poblet é o mais importante dos três mosteiros irmãos, conhecidos como o triângulo de Cister, que ajudaram a consolidar o poder na Catalunha, no séc. XII e que se encontram nas proximidades. Os outros dois são o Mosteiro Real de Santes Creus, o pioneiro de Cister na Catalunha e que foi fundado em 1150 e o Mosteiro de Vallbona de les Monges, que tem a particularidade de abrigar uma comunidade de monjas cistercienses.

Fonte: Wikipédia

A caminho de Espanha - El Escorial


Caminho de Espanha - Portagem, Marvão - slideshow dvd

A saída de casa já se fez ao fim da tarde. Pelo caminho parámos para jantar ainda em Portugal, mas já bem perto da fronteira com Espanha. O lugar escolhido para o jantar de despedida do país, foi um dos locais de nossa preferência, que fica situado na Portagem, no sopé do monte que suporta a linda vila de Marvão.

É um pequeno bar, óptimo para uma boa petisqueira, que fica junto ao rio Sever, mesmo junto da ponte romana que outrora servia de fronteira entre Espanha e Portugal. O petisco degustado, "Leitão frito".
A chegada aos arredores de Madrid, fez-se já bem tarde. Procurámos para a pernoita, um local perto da cidade de El Escorial. No dia seguinte pretendíamos visitar o Real Sitio de San Lorenzo, mas a entrada para o complexo encontrava-se fechado, pelo que tivemos de dormir num parque de estacionamento à entrada da cidade.

O Real Sitio de San Lorenzo de El Escorial fica localizado perto da cidade de El Escorial, a cerca de 41kms a Noroeste do centro de Madrid e perto da Serra de Guadarrama.

O nome da cidade de El Escorial, deve-se a uns antigos depósitos de escória procedentes de uma antiga ferraria da zona, pelo que se tomou o topónimo da aldeia situada nas proximidades do lugar. Ali perto, no lugar de San Lorenzo de El Escorial, foi construído o Mosteiro/Palácio, que na actualidade pertence ao município da hoje cidade de El Escorial, que se foi desenvolvendo ao longo do tempo.

Embora o Palácio/Mosteiro de "San Lorenzo", tenha sido já há alguns anos atrás, objecto de uma visita nossa, queríamos rever o complexo, que sem dúvida merece uma visita detalhada, pois possui grande interesse histórico e cultural. No entanto na manhã seguinte, verificámos que a entrada estava fechada, uma vez que se encontrava em restauro completo, pelo que não podemos visitá-lo e embora pesarosos, resolvemos seguir viagem.

A Itália


A Itália é o quinto país que recebe mais turistas no mundo e ao lado da Grécia, é considerada um dos berços de diversos movimentos artísticos e intelectuais que se espalharam pela Europa e pelo mundo. Possui por isso, 3 mil anos de tradição cultural, que se mostra presente em cada um dos milhares de museus e palácios do país.

A contribuição italiana na pintura, escultura, arquitectura, literatura, ciência, música e filosofia são indiscutíveis, sendo enorme o número de obras de grande valor, que ao longo dos tempos imortalizaram os grandes homens que as criaram.
É um país em forma de bota e banhado pelas águas do Mediterrâneo e do Adriático, que se encontra dividido em 20 regiões. Possui ainda os estados independentes de San Marino e do Vaticano, que são enclaves no interior da Península Itálica.

A Itália que conhecemos hoje, foi formada pela unificação destas regiões, que outrora tinham sido independentes, começando aqui uma das características marcantes deste país, sendo comum, que alguém nascido em terras italianas, se definia como siciliano ou piemontês, em vez de simplesmente italiano.

E os seus habitantes têm uma certa razão, uma vez que a realidade histórica e cultural de cada uma dessas regiões, para além das suas diferentes características, continua a distingui-las de forma marcante.

A Itália moderna é uma república democrática e um país desenvolvido, com a oitava melhor classificação no índice de qualidade de vida. O país goza de um alto padrão de vida, sendo o 18º país mais desenvolvido do mundo. Foi um dos membros fundadores do que é hoje a União Europeia, tendo assinado o Tratado de Roma, em 1957.

O idioma oficial é o italiano, falado por quase toda a população. O italiano padrão, é uma língua derivada do dialecto da Toscana, sobretudo aquele que é falado na região de Florença. Há no entanto vários dialectos, falados em algumas regiões do país, bem como algumas línguas, como o francês, o alemão ou o esloveno, em cidades ou regiões próximas dos países de origem dessas mesmas línguas.

A economia da Itália era baseada outrora na agricultura. Porém, após a 2ª Guerra e depois de ter passado por grandes mudanças, o país tornou-se primordialmente industrial. A Itália possui grandes diferenças socioeconómicas entre a região norte e a região sul do país. O norte da Itália é altamente industrializado, sendo Milão o seu centro financeiro. Porém o sul é ainda predominantemente agrícola.

A simpatia do seu povo, faz-nos sentir como que em casa, sendo mais fácil encontrarmos pessoas respeitadoras, amáveis e prontas a ajudar, do que no nosso próprio país. Dei muitas vezes por mim a pensar, que não é por acaso que o seu cinema é dos mais polémicos, criativos, mordazes e críticos da sociedade contemporânea, sendo este uma espécie de espelho de uma sociedade que facilmente se autocritica, crescendo por isso positivamente.

Na Itália o autocaravanismo itinerante está muito desenvolvido. Vêem-se muitíssimos italianos e casais jovens de autocaravana, as áreas para autocaravanas existem em todas as cidades com interesse turístico e são boas. Os parques de campismo são de muito boa qualidade, têm bastantes sombras, mas são caros, ficando a diária acima dos 60 euros. Vendem a internet caríssima, sendo em média a 3 euros à hora, à excepção do parque de campismo de Florença, que a vendia a 1 euro - 12 horas.

O custo de vida é comparável ao nosso, em especial na alimentação, roupa, sapatos (mais baratos e de melhor qualidade), restauração e espectáculos, mas as entradas nos museus e palácios, bem como as auto-estradas são caras.

A culinária italiana tem várias características específicas, conhecidas mundialmente. No entanto, dentro da própria Itália, a culinária não só é regional, como também sazonal. As regiões têm características próprias, que as diferenciam umas das outras. Utilizam diferentes ingredientes, receitas e até modos de preparo.

Na antiga Itália, as refeições podiam ter até cinco pratos servidos, com mais três achegas depois de terminada a refeição. As refeições duravam horas e, em dias de festividades, podiam durar até o dia inteiro. Hoje em dia, esta tradição só é utilizada em feriados especiais e, mesmo assim, não de forma tão exagerada. No entanto os cardápios nos restaurantes, permitem uma enorme escolha, inclusive todas as hipóteses abaixo incluídas.

As refeições seguiam a seguinte regra:

1. Antipasti - tiragostos quentes ou frios.
2. Primo - um prato quente como pasta, risoto, gnocchi ou polenta.
3. Secondo - o prato principal. Normalmente, composto por peixe, carne bovina ou suína ou aves.
4. Contorno - uma guarnição, normalmente de salada ou legumes cozidos. Servido com o prato principal.
5. Formaggio e frutta - queijo e frutas, a primeira sobremesa.
6. Dolce - a sobremesa em si, com bolos e biscoitos.
7. Caffè - Café e/ou expresso.
8. Digestivo - licores ou vinhos que, tradicionalmente, encerravam as refeições.

A culinária italiana que conhecemos hoje não é verdadeiramente italiana. A culinária de cada região da Itália difere bastante da das outras e não existe uma culinária própria para o país inteiro. Neste caso, costuma-se dizer que a culinária italiana é mundial, pois todos os países adicionam o seu toque especial às receitas italianas.

No entanto, as várias regiões presenteiam-nos com belíssimos pratos que resultam de uma evolução de séculos de mudanças sociais e políticas. As suas raízes encontram na Idade Média e mostram a influência dos árabes e normandos. Essas influências ajudaram a moldar o que hoje é conhecido como culinária italiana, adicionando itens como: batatas, tomates, pimenta e milho.

Na gastronomia do norte da Itália predominam produtos de influência francesa, austríaca e húngara, com o emprego de muitos produtos derivados do leite, enquanto que no sul, predominam os de influência árabe, com o uso de muito molho de tomate, pouca carne bovina e muita carne de coelho, ovina, caprina e suína.

Nos bosques e montanhas predominam os famosos “funghi” (cogumelos) e muita caça. Já no litoral, encontra-se diversos tipos de peixe, com destaque para o atum e o peixe-espada, além muitos outros frutos do mar e bacalhau.

Salames, queijos e vinhos de primeira linha completam a riquíssima cozinha tipicamente regional de todas as partes da Itália.

Fonte: Wikipédia / reismagos.com.br / mundi.com.br/Turismo

Verão na Itália

A nossa escolha para as férias deste último Verão, recaiu na bela Itália, um dos países que mais influência teve e tem na cultura europeia e mundial, em todas as áreas da arte e da cultura.


A Itália pode assim vangloria-se de uma longa tradição cultural das artes às ciências e tecnologia, e uma forte tradição de excelência em todas as formas de arte, cultura, literatura e ciências.


Assim sendo é naturalmente um País com um riquíssimo património cultural, arquitectónico e artístico, factores que reconhecidamente o transformaram, num dos grandes destinos turísticos no mundo.


É um País extenso, que nos maravilha ao longo de toda a viagem percorrida de Norte a Sul, por ser constituído por uma enorme variedade de ecossistemas e de paisagens, que nos proporcionam muitos momentos emocionantes durante os vários percursos realizados.


Afamada pelas suas extraordinárias cidades históricas, a Itália oferece imensos atractivos naturais e urbanos, que nos mereceram uma viagem mais lenta e atenta, por muito haver que ver.

É nela que encontramos Roma, a terceira cidade mais visitada da União Europeia, sendo constantemente considerada como uma das mais belas cidades antigas do mundo. Florença, com lindas praças e um enorme número de monumentos religiosos e civis, que testemunham a rica história artística da cidade e Veneza também considerada a cidade mais bonita do mundo, segundo o New York Times, que a descreve como, "sem dúvida a mais bela cidade construída pelo homem", além de um sem número de outras cidades de grande beleza e riqueza histórica e artística.

Depois da escolha feita com o acordo de toda a família, foram realizados os preparativos para a viagem, que começaram com bastante antecedência, pois entre tantos e bons locais a visitar, teria que ser feita uma escolha criteriosa e cuidada, para se realizar um roteiro adequado ao tempo que se tinha para a viagem, incluindo a ida e a volta.

O roteiro escolhido foi:

- Partida de casa/El Escorial (Madrid);

- Madrid/Poblet;

- Poblet; Monteblanc; Arles;

- Arles/Cannes;

- Cannes/Nice/Monte-Carlo (Mónaco)/San Remo;

- San Remo/ Alassio/Savona/Génova;

- Génova;

- Génova/Rapallo/Portofino/Cinque Terre/Pisa;

- Pisa/Firenze (Florença);

- Firenze;

- Firenze /Siena;

- Siena/Orvieto;

- Orvieto/Roma;

- Roma;

- Roma/Assisi (Assis);

- Assisi;

- Assisi/San Marino/Rimini;

- Rimini/Bologna (Bolonha);

- Bologna;

- Bologna/Padova (Pádua);

- Padova/Verona;


- Verona;


- Padova/Venezia (Veneza);

- Venezia;

- Venezia/Murano/Burano/Torcello/Venezia;

- Venezia/Verona;

- Verona;

- Verona/Bergamo/Leco/Lago Como/Bellagio/Como/Milano;

- Milano (Milão);

- Milano/Turino (Turin);

- Turino/Alpes Italianos/Alpes Franceses/Briançon;

- Briançon/ Alpes-de-Haute-Provence /lago de Gap/Canal de Sisteron/Narbonne;

- Narbonne Plage;

- Narbonne/Andorra;

- Andorra/Andorra la Vella/Aldeia de Sauca;

- Sauca/Chegada a casa.

As Férias

Para que possamos entender um pouco o foco distorcido que muitos dão a este tema, é preciso fazer uma viagem no tempo, quando tínhamos uma vida bem mais rotineira que nos dias de hoje.

O pai em geral, salvo algumas excepções, era o único que trabalhava, era o provedor do sustento da família. A mãe cuidava do lar e da educação dos filhos em casa, e estes tinham aulas de Outubro até fim de Junho.

O ritmo era bem diferente do de hoje, e poucas empresas faziam pontes nos feriados ou entre o Natal e Ano Novo. O mês consagrado era o Agosto, quando a família completa escolhia um local único para ir e ficar praticamente o período integral de férias, isto é um mês inteiro de férias.

A motivação maior não era o descanso do trabalho, mas o momento de passar um longo tempo desfrutando o prazer de ter a família unida. A maioria das pessoas trabalhava naquilo que gostava, e os picos de stress no trabalho não sofriam um agravamento com questões externas críticas, como trânsito e a segurança.

A flexibilidade era extraordinária, pois se não dava para se sair de férias em Agosto, saía-se em Julho ou em Setembro.

As opções eram bastante limitadas, e ia-se geralmente para a praia mais perto de casa. Ir para o estrangeiro era pouco comum. Havia poucas auto-estradas e as viagens eram por isso muito penosas. A tecnologia engatinhava. O resultado das fotografias via-se, apenas, umas duas semanas após o regresso das férias.

Mas, este retrato mudou radicalmente nos dias de hoje. Os filhos já não querem acompanhar os pais e estes para os desculparem, dizem que se tornaram bem sedo independentes ou autónomos, quando a verdade é só uma, na realidade não há o gosto por estar em família, pois os pais esqueceram-se de o fomentar. As famílias já não escolhem os locais de férias de comum acordo com os seus filhos, e por isso eles não os acompanham.

Hoje todos se preocupam em fazer férias em lugares entusiasticamente vendidos pelas agencias de viagens ou pelos média, para acrescentarem no seu currículo um lugar da moda, onde estão por vezes uma só semana, até porque o dinheiro de um mês de férias de antigamente, só lhes dá hoje para oito dias.

Claro que todos gostariam de passar como antigamente um mês fora de casa, mas a falta de humildade não os deixa dizer isso e dizem simplesmente que não aguentam estar fora de casa mais de 15 dias (que é na realidade, o máximo que todos podem gozar fora de suas casas, pois mais do que isso é insuportável para a sua economia).

Por outro lado há quem prefira férias em locais que lhes proporcionam alguns dias de sossego, uma fuga ao trânsito caótico das cidades onde vivem, uma oportunidade de meditação e isolamento, entre tantos outros motivos bastante centrados no EU.

"A função das férias é quebrar a rotina do trabalho, fazendo com que o funcionário se descontraia e se revigore". Esta é a moderna definição de férias para todos.

Cabe no entanto aqui uma profunda reflexão. Não será melhor quebrar a rotina do trabalho e das nossas actividades de uma maneira geral, no nosso dia-a-dia, para nos descontrairmos e nos revigorarmos permanentemente?

Devíamos por isso tentar ser felizes com o que fazemos, descontraindo-nos, revigorando-nos, quebrando a rotina, sempre que podermos. Buscando novos caminhos, e principalmente aprendendo a dizer NÃO.

Não aos excessos, sejam eles quais forem, inclusive aqueles que levam a um excesso de informação e comunicação exacerbada. Não ver televisão, não ligar o telemóvel, sempre que se possa. Fazer uma distribuição adequada do nosso tempo em actividades alinhadas com as nossas motivações internas, certamente minimizará o nosso stress, seja ele qual for.

É necessário ter tempo e vontade para fazer um pouco de tudo que gostamos, além de trabalhar. Dormir bem, comer bem, conhecer novos lugares e pessoas, dançar, tirar fotos, fazer jardinagem, cortar relva, consertar coisas, pescar, namorar, visitar velhos e bons amigos que não se vêem há muito tempo e até procurar parentes, se forem pessoas com quem nos damos bem. Enfim divertirmo-nos! O que pode ser feito sem a necessidade de férias programadas.

Fonte: adaptação para a nossa realidade , de um texto de Dieter Kelber, editado no portal rhportal.com.br

5º Dia - Visita ao Parque Natural de Montesinho

No último dia, domingo, após o acordar foi tempo de beber do rio de Onor. Lentamente caminhou-se pelo vale do rio de Onor, avançando lenta e calmamente, ao som do murmurar das suas águas, apreciando profundamente os odores, os sons, como o cantar das cigarras e o cachoar das rãs.
Depois o almoço, e a partida a caminho da última etapa da visita à zona Oeste do Parque Natural de Montesinho e já a caminho de casa. Saindo de Bragança, deparamo-nos com a paisagem rural da região, diversificada e de uma enorme riqueza paisagística.

É um território que foi sabiamente administrado ao longo de séculos pelo homem, que representa na realidade a identidade cultural dos povos brigantinos, onde as populações vivem ainda em equilíbrio real com a natureza.É um caminho que mais parece conduzir ao outro lado do Éden... A vegetação é densa e muito verde. Nas povoações o medieval irrompe com todo o seu esplendor e um pouco por todo o lado surgem pelourinhos, capelas, castelos, entre outros…

A estrada atravessa uma região de orografia marcadamente agreste, subindo lentamente pelas vertentes. A primeira aldeia que encontramos no caminho, é Grandais.

Passados mais alguns quilómetros a subir, aparece-nos a povoação de Portela, que se estende do lado direito da estrada e que está cercada por uma vegetação onde podemos observar, o carvalho negral, a esteva, as giestas, o pinheiro, castanheiros e ainda carrascos.

Portela é uma pequena aldeia que é atravessada pelo rio Baceiro, e tempos houve em que os moinhos construídos junto ao rio e hoje abandonados, serviam para moer farinha para os animais e pessoas da aldeia.

A partir daí a serra impõe-se e percorre-se uma estrada sinuosa, sempre a subir, com alguns escaparates de estrada para se poder apreciar a belíssima vista dos vários vales, que se vão encontrando pelo caminho. Os riachos e rios que aqui e ali correm, vão embelezando ainda mais a paisagem.

No trajecto, podem ser adquiridos produtos da região, como frutas, enchidos, doces, licores e vinhos, em pequenas bancas à borda da estrada. Depois numa espécie de planalto, entre campos cultivados, cerejeiras e castanheiros encontramos Vila Verde. Ali a paisagem é aberta, e a aldeia encontra-se harmoniosamente envolvida por pequenos bosques de castanheiros e terras de cultivo, com bordos de vinha.

Depois e um pouco mais a diante, chegamos a Vinhais. Fundada no século XIII, a vila de Vinhais jaz na chamada «Terra Fria», zona de escassa população, serras austeras, florestas de carvalhos e vales onde cresce a urze, os amieiros e os salgueiros. Nos miradouros de Vinhais, ali mesmo do lado esquerdo da estrada, podem ver-se ao longe, pequenas aldeias de aspecto medieval que se aninham nas pregas das serranias.

A vila situada em terrenos de encosta, formando uma espécie de varanda, com vista para o vale lá no fundo, possui alguns antigos solares, como o das Casas Novas, o da Corujeira ou o palacete brasonado do Arrabalde, além de um velho castelo em ruínas e um bonito fontanário do século XVII.

Porém, vale sobretudo a pena admirar a extraordinária paisagem que se observa do alto do monte da Cidadela ou do miradouro da Capela de Santo António, que abrange também parte do Parque Natural de Montesinho, cuja beleza agreste está ali bem patente.

O Castelo de Vinhais é um lugar surpreendente, pois além de dali se observar uma vista deslumbrante, no seu interior foi disponibilizado espaço para se construírem habitações, as mais antigas muito rudes e castiças e as mais recentes, mais modernas.

A muralha de formato oval é reforçada com algumas torres. Ao lado da porta principal está a torre de menagem. Desta antiga cerca apenas restam alguns troços erguidos do lado nascente. Os antigos muros foram destruídos no séc. XVIII para ser edificada a Igreja de Nossa Senhora da Assunção e foram também utilizados nos edifícios que se iam construindo à volta do Castelo.
A paragem na vila demorou cerca de uma hora. Depois a partida a caminho de Chaves, para se apanhar a estrada de volta a casa.

Fonte: viajar.clix.pt