Lisboa - 3º Dia - Visita ao Mosteiro dos Jerónimos - Parte IX

Sobe-se depois pela escadaria que dá acesso ao Coro-Alto. Entra-se pela porta que se encontra do lado esquerdo ao cimo dessa escada, e dali se observa a imponência do interior da Igreja do Mosteiro. Por trás da varanda observa-se o Coro-Alto.
O Coro-Alto era um espaço muito importante para as orações dos monges. Era o local onde era realizada a oração comunitária também chamada “Ofício Divino”, o mais significativo dos deveres religiosos. Essa oração repartia-se por sete momentos ou seja por sete horas – As Horas Canónicas – ao longo do dia. Assim, sete vezes por dia, os monges entravam no Coro-Alto para rezar, recitando ou cantando o “Ofício Divino”. Faziam-no então no Cadeiral (fila de cadeiras de madeira, ligadas umas às outras e fixas aos dois lados das paredes de um Coro). Na primeira parte dessa longa oração, os monges podiam estar sentados nas cadeiras do Cadeiral; na segunda, tinham de rezar de pé. Neste caso, era-lhes permitido apoiar-se nas misericórdias ou seja, numa pequena peça saliente colocada por baixo do assento de cada uma das cadeiras do Coro. Isso permitia então ao monge apoiar-se, aliviando, por momentos, o peso que exercia sobre os seus pés.
Este Cadeiral foi desenhado pelo arquiteto Diogo de Torralva e executado, em 1550, pelo mestre Diogo de Çarça. Esta obra merece ser admirada na sua globalidade mas especialmente nos pormenores de escultura que apresenta. Existem aqui duas séries de cadeiras. Cada uma possui um assento levadiço no qual se encontra a “misericórdia” decorada com vasos, cabeças de jovens, guerreiros e animais fantásticos. As cadeiras são todas diferentes tendo cada uma a sua própria decoração. Umas apresentam temas profanos, ou seja, que nada têm a ver com assuntos sagrados: paisagens, homens, etc.; outras, têm uma decoração de inspiração religiosa com imagens de santos.


As pinturas colocadas na parede à volta do cadeiral são do séc. XVIII e representam alguns apóstolos e outros santos, como por exemplo São Jerónimo e Santo Agostinho.
Antes de se sair do Coro-Alto, observa-se a imagem do Cristo Crucificado. É uma imagem feita em madeira, obra atribuída ao escultor flamengo Philippe de Vries. Foi oferecido pelo Infante D. Luís (filho do rei D. Manuel) ao Mosteiro, em 1551.

Sai-se do Coro-Alto e percorrem-se os corredores do piso superior do Claustro. Dos varandins podem observar-se as gárgulas (pequenas esculturas salientes que serviam na sua maioria, para escoar a água da chuva). Estas representam figuras de animais. As que têm um sulco são as originais (séc. XVI) e as que não têm, são apenas decorativas e foram acrescentadas no séc. XIX.
À volta da varanda deste piso, podemos observar várias esculturas em nichos. Representam o rei D. Manuel I de chapéu, a apontar para cima, rodeado de virtudes com forma humana, santos e vários profetas da Bíblia.

Fonte: http://www.strawberryworld-lisbon.com/ http://www.mosteirojeronimos.pt / http://www.e-cultura.pt/WebPatriPatrimonio.aspx?IDPatrimonio=2489&print=1

Lisboa - 3º Dia - Visita ao Mosteiro dos Jerónimos - Parte VIII

Sai-se do Refeitório e continua-se o percurso pelo Claustro em direção à Sala do Capítulo.
À medida que se vai andando nas galerias do Claustro, reparamos que o Claustro dos Jerónimos tem dois pisos com tetos abobadados. Nas alas e arcos do piso inferior abunda uma decoração manuelina, com representações naturalistas (plantas e animais de terras distantes), símbolos nacionais e emblemas do rei, bem como temas religiosos e náuticos, como é aliás normal neste tipo de estilo.


No piso superior a decoração é renascentista obedecendo a uma evolução natural do projeto, à medida que foi sendo executado sob a responsabilidade dos mestres João de Castilho e Diogo Torralva.
A caminho da Sala do Capítulo não podemos deixar de reparar no Túmulo de Fernando Pessoa. Este poeta nasceu em Lisboa em 1888 e morreu em 1935. Os seus restos mortais foram trasladados para o Claustro do Mosteiro dos Jerónimos em 1985. Fernando Pessoa escreveu um livro de poemas alusivos ao tema dos Descobrimentos, que é um marco na literatura portuguesa e se chama Mensagem. Para além disso, Fernando Pessoa gostava de visitar os Jerónimos com frequência.


Nos mosteiros, a Sala do Capítulo era a sala de reuniões dos monges. Após a missa da manhã, a comunidade juntava-se na Sala do Capítulo para a reunião diária que começava com a lembrança do santo do dia, seguindo-se a leitura de um Capítulo da Regra de Santo Agostinho. Depois os monges discutiam problemas relativos à sua vida administrativa: compra de terras; atribuição e distribuição de determinadas tarefas entre eles, etc. A disciplina era também um assunto ali tratado.
Neste Mosteiro, o Portal da Sala do Capítulo ficou terminado no séc. XVI. O seu interior é do séc. XIX, conforme a inscrição num dos fechos da abóbada. É nesta sala que ao centro está colocado o Túmulo de Alexandre Herculano, historiador e romancista do séc. XIX, e primeiro presidente do Município de Belém.

De novo no Claustro, encaminhamo-nos para a porta que dá acesso ao segundo piso do Claustro e ao Coro-Alto. Antes, porém, deve reparar-se na parede sul, com as várias portas que correspondem aos antigos confessionários. Do outro lado da parede ou seja, do lado da igreja, há portas iguais a estas. O confessor entrava pelo Claustro e o penitente pela igreja, ficando ambos separados por uma grade de ferro.
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Lisboa - 3º Dia - Visita ao Mosteiro dos Jerónimos - Parte VII



Acabada a visita à Igreja do Mosteiro Jerónimos, sai-se para nos dirigirmos para o Claustro, para a continuação da visita ao Mosteiro.
Os claustros dos mosteiros, tal como o do Mosteiro dos Jerónimos, são construções normalmente de forma quadrangular, com um ou dois andares constituídos por galerias cobertas e abertas através de arcadas, para um pátio central. Aparecem quase sempre encostados a um dos lados da igreja, localizando-se à sua volta as várias dependências conventuais, como a Sala do Capítulo, o Refeitório e outras.


O Claustro do Mosteiro dos Jerónimos é considerado um dos mais belos do mundo, e nele podíamos passar horas, só observando a beleza e riqueza dos pormenores esculpidos nos seus pilares e arcadas. Este local era destinado apenas aos monges que o usavam para a leitura, oração, meditação e lazer. Por isso, ao longo das suas paredes, por baixo das arcadas, poderemos observar inúmeros medalhões em pedra, representativos das cenas da Paixão de Cristo, entre outros com símbolos régios. Era também por ali que os monges tinham acesso ao Refeitório, Sala do Capítulo, Sacristia e Coro Alto.
Dirigimo-nos depois para a Sala do Refeitório. Era nela que os monges tomavam, em conjunto, as suas refeições. O ambiente que se vivia, durante as refeições era silêncio e solenidade, obedecendo os monges a regras próprias de comportamento. Não era permitido conversar pois, durante a refeição, um dos monges lia passagens da Bíblia ou algum outro livro religioso. Para que todos pudessem ouvir claramente, utilizavam um púlpito de madeira, espécie de varandim, construído a um nível mais elevado, como os que existem nas igrejas e usada pelos sacerdotes quando pretendem pregar.

Esta sala encontra-se revestida de azulejos (séc. XVIII), num friso largo acima do rodapé, que representam cenas do Antigo e Novo Testamento.
No topo norte dessa Sala, por cima do painel de azulejos que representa o “Milagre da Multiplicação dos Pães”, vê-se uma pintura de Avelar Rebelo, representando novamente S. Jerónimo. É uma pintura a óleo sobre tela, do séc. XVII, onde se podem observar, os símbolos relacionados com a figura de S. Jerónimo: o leão; a caveira; o chapéu e o manto de cardeal; a vela, a ampulheta, o crucifixo e os livros.

No topo sul, por cima da lareira (do séc. XIX) e enquadrado por moldura de pedra lavrada está uma pintura mural (óleo sobre estuque) representando a Adoração dos Pastores”. É uma pintura que terá sido feita em finais do séc. XVI, e nela podemos observar que Nossa Senhora expõe o Menino Jesus num lençol branco, para ser adorado pelos pastores. Do lado direito da Virgem está S. José e em redor, os pastores. Um deles traz às costas um borrego, outro um cesto e outro ainda, um cabrito. Vê-se também um tocador de gaita-de-foles, o boi e a mula, próprios do presépio.

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Lisboa - 3º Dia - Igreja do Mosteiro dos Jerónimos - Parte VI

Caminhando lentamente avança-se depois em direção a zona do altar. Ao subir-se um pequeno degrau, detemo-nos alguns segundos, pois estamos por baixo da grande abóbada. Ao olharmos para cima observa-se a enorme abóbada decorada com grandes medalhões de bronze dourado - são os fechos da abóbada. Nesses medalhões estão representados vários símbolos, reais (o escudo com as armas reais e a Esfera Armilar) e religiosos (a Cruz da Ordem Militar de Cristo).
Caminha-se de seguida em direção à Capela-Mor. Ali se observam os túmulos reais em mármore, apoiados sobre elefantes. É nestas túmulos que se encontram os restos mortais do rei D. Manuel I e de sua mulher, a rainha D. Maria (no lado norte) e do seu filho, rei D. João III e de sua mulher, a rainha D. Catarina de Áustria (no lado sul).

Quis o rei D. Manuel I que o Mosteiro lhe servisse de panteão real (edifício funerário ou igreja onde se colocam túmulos de monarcas), tendo os monges a pedido do rei, ficado com a obrigação de rezar uma missa por dia, pela sua alma e dos seus sucessores.
Esta capela, tal como hoje se encontra, foi mandada construir pela rainha D. Catarina e foi inaugurada em 1572. Observa-se ali as diferenças existentes na arquitetura, entre esta capela e o resto da igreja. O arquiteto responsável por este projeto foi Jerónimo de Ruão, que introduziu elementos característicos da arte maneirista. Ali, também se encontram belas colunas de duas ordens, clássicas e com mármores coloridos, por oposição ao calcário de lioz, empregue no corpo geral da igreja.

Ao fundo desta capela (mesmo por trás do altar), podem apreciar-se cinco pinturas da autoria de Lourenço de Salzedo, com cenas que representam a Paixão de Cristo”, em cima e a Adoração dos Reis Magos”, em baixo. Ao centro encontra-se o magnífico sacrário de prata da autoria do ourives João de Sousa e oferecido pelo rei D. Pedro II, cumprindo a promessa de D. Afonso VI, em ação de graças pela vitória alcançada contra os espanhóis na Batalha de Montes Claros (1665), a qual pôs fim à Guerra da Restauração.
Na Capela-mor, maneirista, ainda podemos ver o belo retábulo-mor é de autoria de Lourenço de Salzedo, pintor régio.

No transepto estão os túmulos de D. Sebastião e do Cardeal D. Henrique, seu tio.

Fonte:
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Lisboa - 3º Dia - Igreja do Mosteiro dos Jerónimos - Parte V

Antes de entrarmos no Mosteiro dos Jerónimos deve parar-se para observar, com atenção, toda a sua fachada, que nem sempre teve o mesmo aspeto. No séc. XIX o edifício sofreu algumas modificações que, embora não tenham alterado a sua estrutura primitiva, vieram dar-lhe a forma que hoje conhecemos.
Caminha-se para o Portal Principal, situado a meio da fachada sul, voltado para o Tejo, que embora de dimensões mais pequenas e menos majestoso que o Portal Sul, é o mais importante Portal dos Jerónimos, quer pela sua localização, frente ao Altar-Mor, quer pela sua decoração.
Este é o belo pórtico de João de Castilho, estruturado ao modo de monumental relicário de ourivesaria, sobrepujado pela estátua da Virgem de Belém e o Arcanjo S. Miguel, e decorado com esculturas dos Apóstolos, Profetas, Doutores da Igreja, Sibilas e anjos.

Ali podemos realçar nos nichos do topo, “Cenas do Nascimento de Jesus Cristo”, observando-se da esquerda para a direita: a Anunciação (o anjo anuncia a Maria que vai ser mãe de Jesus); a Natividade (nascimento de Jesus); a Epifania (adoração dos Reis Magos). Mais abaixo encontram-se as estátuas do rei D. Manuel I e da rainha D. Maria, com os seus santos patronos, S. Jerónimo e S. João Baptista. Neste Portal trabalhou Nicolau de Chanterene que aqui introduziu alguns elementos característicos da Arte do Renascimento: os anjos vestidos à romana; os querubins (motivo decorativo composto por uma cabeça de criança com um par de asas); o pormenor e o realismo com que foram representadas as estátuas dos Reis e ainda o excelente estudo do “nu de S. Jerónimo”.
No registo inferior, ao centro do mainel que divide a porta, vemos uma estátua do Infante D. Henrique. O portal é ladeado por dois janelões de arco redondo.  

Entra-se de seguida em silêncio na Igreja, tendo-se logo a sensação de se entrar numa grande gruta. O teto possui uma abóbada polinervada que é composta por várias nervuras, que são as estruturas de pedra que têm origem nos respetivos cantos para se multiplicarem pelo teto. A juntar cada uma das nervuras, observa-se um elemento circular em pedra, com motivos que caracterizam o estilo manuelino, com a Cruz da Ordem militar de Cristo, a esfera armilar, cordas náuticas e motivos vegetalistas.
O interior é escuro e à medida que avançamos em direção à Capela-Mor, a zona mais escura da entrada vai dando lugar a zonas de maior luminosidade.

Faz-se uma primeira paragem no sub-coro. É ali que pode ser observada a primeira pintura  onde se encontra representado S. Jerónimo, como "O Penitente no Deserto", junto ao Túmulo de Vasco da Gama. Nessa bela pintura, o santo é apresentado magro, num local deserto, castigando-se, com uma pedra  na mão e meditando em frente de um crucifixo.
Nos respetivos túmulos estão representados alguns elementos decorativos referentes à vida e aos feitos destes dois personagens da História de Portugal.

Continua-se o caminho em direção à nave central. Observa-se à volta e repara-se que as colunas ali existentes são ricamente decoradas. A cobertura do teto é em forma de arco em abóbada. Todos os vitrais do mosteiro são já do séc. XX (1938). Os que cobrem os dois janelões da parede sul representam imagens dos reis fundadores, D. Manuel I e sua mulher, D. Maria, cada um deles com os respetivos santos patronos. D. Manuel, acompanhado por Vasco da Gama, antes da partida para a Índia e D. Maria rodeada das suas aias e de alguns monges jerónimos. Ao centro, podemos ver a imagem de Santa Maria de Belém ou Nossa Senhora dos Reis. A Virgem tem o Menino ao colo e em segundo plano, vê-se uma imagem de Lisboa antes do terramoto de 1755. Em baixo, observam-se as naus dos Descobrimentos.

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Lisboa - 3º Dia - Mosteiro dos Jerónimos - Parte IV

Deixam-se os jardins e caminha-se em direção ao Mosteiro dos Jerónimos. Atravessando a rua agiganta-se o imponente Mosteiro, um monumento que traduz a riqueza da época dos Descobrimentos, uma vez que foi quase na totalidade financiado pelo “dinheiro da pimenta”, um imposto sobre os produtos vindos do Ultramar.
Foi mandado erguer nos bancos de areia  junto ao rio Tejo por D. Manuel I em 1496, pouco depois do regresso de Vasco da Gama, sendo inicialmente designado Mosteiro de Sta. Maria de Belém, e doado aos monges da Ordem de S. Jerónimo.

Antes deste mosteiro ser construído, existiu ali uma igreja dedicada à invocação de Sta. Maria de Belém, mandada edificar pelo Infante D. Henrique, em meados do séc. XV. O Mosteiro dos Jerónimos veio substituir essa igreja, onde os monges da Ordem de Cristo davam assistência aos muitos marinheiros que por ali passavam. Por esse motivo, o Mosteiro perpetua não só a memória do Infante, pela sua grande devoção a Nossa Senhora, mas também por parte de D. Manuel I, a crença em S. Jerónimo, pelo que escolheu os monges da Ordem de S. Jerónimo, cujas funções eram rezar pela alma do rei e dar apoio espiritual aos que partiram da Praia do Restelo à descoberta de novas terras.
O Mosteiro foi sempre uma referência cultural durante os seus cinco séculos de existência, sendo desde sempre citado ou pintado por artistas, cronistas, escritores ou mesmo viajantes. Foi outrora acolhimento e sepultura de reis e mais tarde de poetas, como Alexandre Herculano e Fernando Pessoa. Hoje este belo mosteiro é admirado por todos nós, não apenas como uma notável obra de arquitetura, mas como parte integrante da nossa cultura e identidade.

Na sua construção trabalharam homens de arte como por exemplo os arquitetos Diogo de Boitaca, João de Castilho, Diogo de Torralva, Jerónimo de Ruão, os escultores, Nicolau de Chanterene, Filipe Brias, Lourenço de Salzedo, e os pintores, Simão Rodrigues, Avelar Rebelo, sendo da sua autoria belos trabalhos escultóricos e arquitetónicos, a que se somaram mais tarde outros nomes como, António Augusto da Costa Mota que realizou os trabalhos relativos aos túmulos de Vasco da Gama e de Luís Vaz de Camões, e Abel Manta, que realizou os estudos para os vitrais da fachada sul da Igreja do Mosteiro dos Jerónimos (1938).



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Lisboa - 3º Dia - Jardins de Belém - Parte III

Acabada a visita ao Museu Nacional dos Coches, foi hora de nos passearmos um pouco pelos jardins da Praça Afonso de Albuquerque e da Praça do Império, que foram construídos por altura da Grande Exposição do Mundo Português realizada em 1940, destacando-se à beira do Tejo, pelos seus amplos relvados, proporcionando agradáveis momentos de descanso a quem por eles passa, seja a pé ou de bicicleta.
Estava-mos na zona de Belém, e por isso mesmo havia que saboreá-la, espreitar-lhe os cantos, parar em alguns dos seus bancos para escutar os pássaros, ver o passar das gentes, olhar as suas os canteiros floridos, as suas fontes, os seus lagos e repuxos, correndo o olhar por entre o arvoredo e observar o amplo estuário do Tejo, um santuário para muitas aves aquáticas invernantes, que muitas vezes ali se veem sobrevoando os jardins.
Em frente do Museu Nacional dos Coches e do Palácio de Belém, residência oficial do Presidente da República Portuguesa, situa-se o Jardim da Praça Afonso de Albuquerque, que foi construído em homenagem ao Vice-rei da Índia, Afonso de Albuquerque, por se situar numa zona histórica de grande significado da época dos Descobrimentos Portugueses.
Este jardim conta com uma área de 1,6 hectares, com grandes espaços abertos e zonas ajardinadas ladeadas por sebes, apresentando quatro pequenos lagos artificiais e diversas peças de estatuária, destacando-se no centro da praça uma coluna neomanuelina, encimada por uma estátua de bronze de Afonso de Albuquerque.
Logo a seguir, bastando atravessar uma estrada, encontra-se o amplo Jardim da Praça do Império. No séc. XVII, este local era uma zona de praia: «a Praia do Restelo». O Jardim foi construído em 1940, com projeto de Cottineli Telmo, tendo ficado os trabalhos de jardinagem a cargo de Gomes Amorim.
Este jardim tem sofrido várias alterações e benefícios ao longo dos anos, como é o caso dos 30 brasões das “cidades e províncias de Portugal Continental, Insular e Ultramarino”, da Cruz de Cristo e da Cruz de Avis, executados em mosaico-cultura em buxo, iresine e santolina, nos canteiros envolventes à Fonte Luminosa, inspirados nos ornamentos manuelinos do Mosteiro. Surgiram depois da exposição de 1940, sem projeto, dependendo apenas da imaginação e habilidade de alguns dos jardineiros da época.
Hoje o Jardim da Praça do Império inscreve-se num enorme quadrado fronteiro ao Mosteiro dos Jerónimos com 175 m de lado e uma área total de cerca de 3 ha, sendo 1,5 ha destinado a zona verde. Com grandes alinhamentos de ciprestes em conjunto com muitas oliveiras, que lhe dão um carácter evocativo da paisagem portuguesa.
Dos três lagos existentes, o central é marcado pela bonita Fonte Luminosa e os laterais pelos elementos escultóricos. Junto da Fonte Luminosa e olhando para poente, pode observar-se em todo o seu esplendor, a comprida e bela fachada manuelina do Mosteiro dos Jerónimos.
Os pavimentos são em genuína calçada portuguesa, evidente no modo de execução e nos motivos decorativos, destacando-se os signos do Zodíaco em três das principais entradas do jardim. Num canteiro em frente do Mosteiro dos Jerónimos, uma âncora espetada no relvado, em conjunto com o arranjo do canteiro, tem a função de relógio de sol.
Estes Jardins fazem o elo de ligação com muitos dos emblemáticos edifícios de Belém, como o Centro Cultural de Belém, o Museu da Marinha, o Planetário Calouste Gulbenkian, o Museu Nacional de Arqueologia e claro o inconfundível Mosteiro dos Jerónimos. Além disto tudo é o local preferencial escolhido pelo Presidente da República para receber os Chefes de Estado que visitam o nosso País.
Fonte: http://lisboaverde.cm-lisboa.pt/ http://www.guiadacidade.pt/ http://www.festasdelisboa.com/

Lisboa - 3º Dia - Visita ao Museu Nacional dos Coches - Parte II



O Museu Nacional dos Coches está instalado num comprido edifício, que outrora foi o Picadeiro Real e que parece ser hoje uma extensão do próprio Palácio de Belém.
Criado por iniciativa da Rainha D. Amélia de Orleãns e Bragança, mulher do rei D. Carlos I, o Museu dos Coches Reais, como então se chamava, foi inaugurado no dia 23 de Maio de 1905.
D. Amélia, senhora de grande cultura, toma consciência do valor patrimonial das viaturas de gala da Casa Real e com o apoio de Monsenhor Joaquim Boto, Cónego da Patriarcal de Lisboa e do Conselho do Rei e do seu Estribeiro-Mor, Tenente Coronel de Cavalaria Alfredo Albuquerque, propôs-se reuni-las, a fim de salvaguardar este espólio e apresentá-lo ao público à semelhança do que acontecera, pela primeira vez em Paris em 1900, na Exposição Universal.
O local escolhido para a sua instalação foi então o Picadeiro Real de Belém que deixara de ser utilizado e onde, há época, já se encontravam armazenadas algumas das principais viaturas da corte e para onde a rainha fez convergir os antigos carros nobres da Casa Real Portuguesa e respetivos acessórios, património que se encontrava disperso pelos vários depósitos e cocheiras dos vários palácios reais.

Da primitiva coleção faziam parte 29 viaturas, fardamentos de gala, arreios de tiro e acessórios de cavalaria utilizados pela Família Real.
Após a implantação da Republica, em 1910, o Museu passa a designar-se por Museu Nacional dos Coches e o seu espólio foi enriquecido com outros veículos da Coroa, do Patriarcado de Lisboa e de algumas casas nobres portuguesas.
Hoje o Museu reúne uma coleção que é considerada única no mundo devido à variedade artística das magníficas viaturas de aparato dos séculos XVII, XVIII e XIX e ao número de exemplares que integra.
Reunindo uma coleção única no mundo de viaturas de gala e de passeio do séc. XVII ao séc. XIX, na sua maioria provenientes dos bens da coroa ou propriedade da Casa Real portuguesa, o Museu Nacional dos Coches inclui no seu espólio coches, berlindas, carruagens, seges, carrinhos de passeio, liteiras, cadeirinhas e carrinhos para criança formando um conjunto de excelente qualidade que permite ao visitante a compreensão da evolução técnica e artística dos meios de transporte de tração animal utilizados pelas cortes europeias até ao aparecimento do automóvel.
A encabeçar a coleção de viaturas do salão nobre encontramos os retratos de vários elementos a quem pertenceram os coches. Não deixa de ser curioso estabelecer a ligação entre a viatura e o seu proprietário, imaginar a que felicidades ou tragédias aquelas enormes rodas de madeira os conduziram. E se fizermos este exercício, podemos deparar com uma nova revelação: cada coche era estudado e desenhado por forma a adaptar-se aos gostos e características do seu proprietário.
Hoje todos temos carros mais ou menos iguais, impessoais, e que qualquer pode ter, mas outrora havia a preocupação dos que os possuíam, de se em fazerem representar pela viatura de transporte, como ainda alguns de nós tem ainda a pretensão de fazer.
Princesas mais infelizes ou viúvas possuíam coches escuros, as mais felizes tinham-nos com motivos florais, ou com um aspeto tão frágil e delicado quanto a sua própria pessoa. Reis imponentes tinham carros fortes, de linhas duras e ricas, ostentando brasões e outras figuras que pretendiam ostentar riqueza ou a sua própria realeza…
Da coleção exposta destaca-se o raro exemplar de coche de viagem de Filipe II, construído em Espanha em finais do Séc. XVI, início do Séc. XVII, um dos modelos de coche mais antigos que se conhece.
Particular relevo merecem também os três monumentais coches mandados executar pelo Embaixador no Vaticano, Marquês de Fontes ao Papa Clemente XI, construídos em Roma em 1716. Estas viaturas, únicas no mundo, são exemplares perfeitos da "carrozza romana" de aparato, onde as caixas abertas se conjugam com imponentes composições escultóricas nos alçados traseiros e dianteiros, alusivas aos Descobrimentos e Império portugueses.
Completam a coleção os retratos a óleo dos monarcas da dinastia de Bragança, antigos proprietários dos carros expostos, e um importante conjunto de documentos gráficos composto por desenhos, gravuras e fotografias relacionados com as peças ou com a história do museu.
Completam a coleção um núcleo de arreios de tiro pertencentes às viaturas, a coleção reúne ainda um conjunto significativo de arreios de cavalaria, selas, fardamentos de gala, de armaria e acessórios de cortejo setecentistas de que se destaca um conjunto de trombetas da Charamela Real.

Fonte: Wikipédia.org / http://www.museudoscoches.pt/

Belém - 3º Dia - Chegada a Lisboa e Visita ao Museu Nacional dos Coches - Parte I

Depois de se ter visitado o Palácio da Pena, partimos com rumo a Lisboa. A viagem feita já de noite foi rápida e lá chegados, fomos direito à zona de Belém, onde se estacionou num parque automóvel aberto a autocaravanas, situado em lugar sossegado, junto à estação de cacilheiros de Belém.

A zona ribeirinha de Belém está muito ligada à época dos Descobrimentos, pois era dali que as naus partiam à aventura por mares nunca antes navegados. Hoje, é uma área espaçosa, com amplos jardins, como o belo e pouco visitado Jardim do Ultramar (o meu preferido e que me faz sempre relembrar a minha infância ultramarina) e os imponentes monumentos manuelinos, como o Mosteiro dos Jerónimos, a Torre de Belém, e ainda o Padrão dos Descobrimentos, o Planetário, o Palácio da Belém (a residência oficial da presidência portuguesa), além do Centro Cultural de Belém, e claro a Rua Vieira Portuense, onde nos seus restaurantes se podem apreciar as muitas iguarias gastronómicas típicas.


Naqueles dias ali passados queríamos revisitar todos esses monumentos ligados aos descobrimentos, bem como alguns museus da zona, há longo tempo visitados e já um pouco esquecidos, observar as novidades e a animação cultural presentes no CCB – Centro Cultural de Belém, além de passear pelos belos e extensos jardins da zona, caminhar à beira-rio ou simplesmente admirar o rio e usufruir da beleza das suas margens, de preferência degustando um delicioso pastel de Belém acabadinho de fazer, uma inconfundível iguaria ali fabricada desde 1837.
Ali os dias passaram rápidos, porque quando há muito que ver, o tempo parece voar. As manhãs como é do nosso gosto, foram relaxadas, a ver beijar o rio e a olhar os destinos rotineiros e com hora marcada dos cacilheiros. Ali ao lado num pequeno bar, eram tomados bons pequenos-almoços e almoços leves e tudo o que poderia escassear na autocaravana.

No dia seguinte ao da chegada, a tarde foi iniciada com uma visita ao emblemático Museu dos Nacional dos Coches. O Museu Coches conserva e expõe no ambiente requintado do antigo Picadeiro Real uma excecional coleção de viaturas reais do séc. XVII aos finais do séc. XIX.

Considerada a mais notável coleção do mundo do seu género, permite ao visitante compreender não só a evolução técnica dos transportes de tração animal como acompanhar as mudanças de gosto manifestadas nas artes decorativas tão bem expressas na ornamentação das viaturas. É também um dos museus mais visitados de Portugal e o mais visitado da cidade de Lisboa.
 Fonte: http://www.visitlisboa.com/ http://www.museudoscoches.pt/ (ver visita virtual)