Le Corbusier, o pioneiro da arquitectura moderna

Le Corbusier foi um arquitecto francês de origem suíça (6/10/1887-27/8/1965). Nasceu em Le Chaux-de-Fonds, estudou artes plásticas e antes dos 20 anos, viajou pela Europa, conhecendo os maiores arquitectos da sua época.

Ele foi um dos maiores homens das formas que o mundo já conheceu, sendo considerado o arquitecto mais importante do século XX. Escreveu vários livros, era exímio pintor e escultor e também designer de móveis modernos.

Le Corbusier era o sobrenome do avô paterno, que ele adoptou para servir de pseudónimo e assim ficou conhecido em todo o mundo. Seu nome de nascença era Charles-Edouard Jeanneret, mas ele dizia que todos nós temos o direito de nos reinventar-mos, pelo menos uma vez na vida. Saiu da Suíça aos 29 anos e foi para Paris, onde achava tudo muito chato (a Art Nouveou e a Art Deco) e dizia muitas vezes, “temos que recomeçar do zero”. Foi o pioneiro da arquitectura moderna.

O contacto com as formas geométricas do cubismo leva-o a conceber a simplificação das manifestações artísticas do século XIX. Em 1922, no Salão de Outono (Paris), expõe seu primeiro projecto sobre uma cidade contemporânea de 3 milhões de habitantes.

Em 1933 redige a Carta de Atenas, código de princípios gerais que prevê a supressão do traçado das cidades baseado em ruas e quarteirões e propõe a implantação do zonas selectivas, com uma divisão de áreas segundo quatro funções num mesmo conjunto habitacional, (habitar, trabalhar, circular e recrear).

A sua ideia é posta pela primeira vez em prática na cidade de Marselha (França) após a II Guerra Mundial. Le Corbusier chamou-lhe "La Cité Radieuse", ou Unidade de Habitação de Marselha, e pretendia ser um complexo residencial radical.
O projecto serviu como primeira oportunidade para Le Corbusier pôr em prática as teorias de proporção e escala que viriam a dar origem ao Modulor (sistema de proporções que surgiu do desejo de seu autor de não converter ao sistema métrico decimal as unidades como pés e polegadas. Em vez disso, Le Corbusier passou a referenciar as medidas modulares baseadas nas proporções de um indivíduo imaginário, inicialmente com 1,75 m e mais tarde com 1,83 m de altura).

Ao mesmo tempo, constituía uma visão inovadora de integração de um sistema de distribuição de bens e serviços autónomos que serviam de suporte à unidade habitacional, dando resposta às necessidades dos seus residentes e garantindo uma autonomia de funcionamento em relação ao exterior.
Esta natureza auto-suficiente pretendida por Corbusier era a expressão de uma preocupação que começara a reflectir desde os anos 20, na sua análise aos fenómenos urbanos de distribuição e circulação que se começavam a repercutir-se na sociedade moderna, consolidando os conceitos que vinham a desenvolver-se em torno da ideia moderna de habitar.

Em 1936 visita o Brasil e do seu contacto com os arquitectos Lúcio Costa e Oscar Niemeyer influencia o surgimento de uma nova arquitectura no país. Nas décadas seguintes, dedica-se a trabalhos teóricos e projectos em diversos países.

Morre em Roquebrunne-Cap-Martin, França, aos 78 anos, afogado no Mediterrâneo. O seu velório foi no Palácio do Louvre em Setembro de 1965. O seu legado influencia até hoje o mundo da arquitectura, arte e design...

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