Em posição dominante na margem direita do rio Aude, a Sudeste da moderna cidade, encontra-se constituído o conjunto arquitectónico medieval de Carcassonne, que foi restaurado pelo arquitecto Viollet-le-Duc, encontrando-se inscrito na lista do Património Mundial da UNESCO desde 1997.
Carcassonne é uma combinação doce e irresistível entre a vanguarda discreta de uma cidade tranquila que as muralhas protegem de um sol que por vezes espreita apaziguador, e a ternura dos ocres de uma cidade nova, discreta, que pacientemente espera pelo vento suão que irá fazer o rodopiar dos girassóis e o ondular das searas, que crescem à volta da cidade no Verão...
A origem da cidade vem desde os tempos dos conquistadores Romanos, e segue até o século XIV. O lugar ocupado pela Cidadela de Carcassonne remonta aos povos Celtas, Galo-romanos, Visigodos e Sarracenos. As fundações das suas casas e muralhas retratam com clareza essas sucessivas ondas civilizadoras.
A posição estratégica de Carcassonne, colocou a cidade no centro de conflitos religiosos. No século X os cruzados sitiam a cidade para combater os Cátaros (seita de monges católicos que dominava a região do Languedoc), que acabaram por ser dizimados, em 1209, por ordem de Roma.
Diversos senhores feudais, e reis da França, entre outros, contribuíram para o crescimento e fortalecimento da Cidadela de Carcassonne. Durante a Segunda Guerra Mundial, a cidadela foi usada como campo de prisioneiros. No final do século XIX, o conjunto estava praticamente abandonado, quando foi redescoberto por turistas ingleses. A Cidadela de Carcassonne, é hoje um resquício da Idade Média, em lugar altaneiro sobre a cidade nova.
A história de Carcassonne é muito interessante. Outrora a cidade fortificada ficava na fronteira com a Espanha e por isto era fortemente armada. Em algum momento a prosperidade de Carcassonne causava inveja a outras cidades como Paris e muitas outras. Assim a cidade foi invadida (por franceses, não por espanhóis!) e tomada e a sua população foi expulsa, estabelecendo-se no vale logo abaixo.
A fronteira com a Espanha foi alterada e Carcassonne perdeu sua importância militar. Os "novos ocupantes" da cidade abandonaram-na em decadência enquanto os "velhos ocupantes" prosperavam no vale adjacente. Daí a "velha Carcassonne" ter ficado tão preservada, enquanto a "nova Carcassonne" mudava, evoluía e prosperava.
Agora a cidade tornou-se uma fantástica atracção turística, de entrada grátis, embora se pague para uma visita ao Castelo, onde ao percorrer as suas muralhas se pode observar a formidável paisagem proporcionando um passeio inesquecível. Na cidadela além das muitas ruelas sinuosas, pode observar-se a bela arquitectura proveniente de muitos anos de história emocionante.
Entre os pontos mais visitados estão o Portão de Narbonne, a Torre da Justiça, e a Torre da Inquisição, no Castelo Callares. Depois podemos optar por visitar a Basílica de Saint-Nazaire, o Castelo do Conde, construído no ano 1130, que abriga hoje o famoso Museu Lapidário e o Museu de Cera, que mostra os costumes da população local na Idade Média.
Para além do castelo propriamente dito, há uma infinidade de atracções dentro da Cidadela, acrescido de um número infinito de fascinantes lojas, com estreitas ruas calcetadas, repletas de lojas e de uma sucessão de cafés e restaurantes onde se pode desfrutar de uma boa refeição "gourmet" ou tomar apenas um café...
A visita a Carcassone é uma emocionante viagem ao passado, um exemplo do que é belo nunca deve ser destruído, constituindo sem dúvida, um dos pontos altos de qualquer viagem à França.
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