Romantismo do Desespero



Como legado de meu pai, herdei uma coleção de velhas revistas “BROTÉRIA”, de edições dos anos 50, que venho lendo aos poucos ao deitar. Um dos últimos artigos lidos foi um estudo/reflexão da sociedade daquela época, cujo tema é "Romantismo do desespero", (BROTÉRIA - REVISTA CONTEMPORÂNEA DE CULTURA, Vol. LXV, número 4, Outubro de 1957, pp. 291-308), do Pe. Agostinho Veloso e que para mim não é mais do que um texto profético que agora se confirma.
Procurei o texto na internet, mas não o encontrei, só aparecendo um registo da sua existência na página web da revista BROTÉRIA, que ainda hoje se edita, mas agora com a designação, BROTÉRIA – CRISTIANISMO E CULTURA.
Por ser o seu conteúdo de enorme atualidade, copiei a primeira parte. É uma excelente reflexão para oferecer, em tempos que a confirmam e que sempre se repetem, e ainda recordar a escrita e o pensar do Pe. Agostinho Veloso, um «Jornalista de garra e verbo camiliano»*.
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Romantismo do Desespero

“Mais ce n’est pas justement à un surcroît de rêve, entretenu par de célèbres esthètes de fausses prophéties, que l’on doit ce romantisme du désespoir?”

                                                                       Jean-Marie Creuzeau (1)

Na vida, como na sua expressão literária e artística, o mundo dá-nos a impressão de ter perdido a alma. Mas, porque a alma está lá, o mundo dá-nos também a impressão de se contorcer em vascas de desespero. E, como o desespero é mau conselheiro, não admira que o mundo se esteja a transformar também ou numa leoneira de ferras, ou numa estância de loucos.

A paixão lúdica, tão característica do nosso tempo, vem daí. Nasce deste terrível estado de espírito, a que chegou o homem sem Deus, e se pode comparar à inquietação da agulha magnética, depois de ter perdido o norte. A agulha nem sente nem pensa. Se sentisse e pensasse, para ela, o facto de ter perdido o norte, seria, ao mesmo tempo, o desespero e a loucura. Ora, o homem moderno vai perdendo o sentido do sobrenatural. E é também nessa medida que ele se vai precipitando no desespero e na loucura. Desespero, até ao suicídio; loucura até ao absurdo, tanto no pensar, como no viver.

Estou a escrever isto, e a pensar em Lucrécio, cujo ateísmo o lançou, precisamente, no suicídio e na loucura. E penso, também em Pascal, debruçado sobre o paradoxo humano, paradoxo feito de grandeza e de miséria – uma grandeza que fala de Deus, que para Si nos criou; e uma contradição só em Cristo e por Cristo se poderia resolver.

Como diz Pascal, “La connaissance de Dieu sans celle de sa misére fait-l’orgueil. La connaissance de sa misére sans celle de Dieu fait de dásespoir. La connaissance de Jésus-Crist falt le milieu, parce que nous y trouvons et Dieu et notre misére” (2). Mas quem é Jesus Cristo, para essas pobres vítimas do romantismo do desespero, tão frequentes no nosso tempo?

Conduziu-me a estas reflexões uma breve meditação sobre dois desastres recentes: o que matou James Dean e o que ia matando Françoise Sagan. Ambos eles exemplificam o romantismo do desespero, em que o nosso mundo se está a precipitar, e em escala cada vez mais alarmante. “Dentro do carro, - dizia Dean – sinto que sou uma estrela”. Era a loucura romântica a roçar pelas raias da megalomania. E o resultado foi esfacelar-se, ainda rapaz, com o carro que conduzia à velocidade de 150 quilómetros por hora! “Adoro conduzir com os pés nus”, - dizia Sagan, num acesso ultra-romântico de exibicionismo patológico. E foi assim que ela, quando conduzia à mesma velocidade do comparsa americano, por pouco não ia tendo a mesma sorte…

Sente-se, no mundo contemporâneo, uma fadiga geral, que vai do delírio da acção, até ao “dolce far niente”, como lei suprema da vida. O meio termo, que é o centro do equilíbrio criador, tornou-se cada vez mais difícil. A reflexão repousada e atenta supõe um ideal supremo da vida, um ideal a que todos os outros se devem subordinar. Ora esse ideal supremo é inconcebível, se o homem não passa de um epifenómeno da matéria, e se todas as suas acções se confinam, no tempo e no espaço, aos estremos limites da sua passagem pelo mundo.

Mas o espirito está lá, e, com ele, estão aspirações incoercíveis de infinito, que o homem pode iludir, mas não pode experimentar. Daí, antinomias insuperáveis, que solicitam o homem para fora das linhas clássicas da existência, e o projectam num mundo de sonho, em que se refunde, afinal, o romantismo do desespero, para onde os estetas de falsas profecias nos estão a conduzir.

Para o romantismo do desespero, nem contam as leis eternas de Deus, nem valem as leis de emergência dos homens. Daí, a rebelião e o azedume, numa atitude constante de desconfiança e de autodefesa, tão facilmente encontradiça, por exemplo, em todos os filmes, em que James Dean é protagonista. Estou a pensar em “Fúria de Viver”, “A leste do Paraíso” e “O Gigante”. São filmes sombrios, feitos à imagem semelhança do actor, que nem sequer precisou de representar, para aparecer em cena. Bastou-lhe ser ele, tal e qual o romantismo do desespero o fez.

Em “Fúria de Viver”, James Dean é um inadaptado incorrigível, na escola e em tudo, e, por isso, um falhado e um indesejável social. Em “A leste do Paraíso”, a inadaptação e o cinismo atingem o desespero dentro do próprio lar paterno. E em “O Gigante”, vemo-lo encarnar o egoísmo cínico do arrivista falhado, no que há de mais profundamente humano no coração do homem. Creio serem estes os únicos filmes em que James Dean colaborou, e em todos eles o protagonista se desentranha em gestos absurdos, ferozmente egoístas, e com total desprezo pela comunidade. O reflexo da auto-defesa, que corresponde a este criminoso desprezo para com a comunidade, conduz, pelo seu próprio peso, à constituição de pequenos estados no estado, ou sejam as sociedades artificiais, que têm o seu paradigma na mania clubista, quase sempre organizada à imagem e semelhança das lojas maçónicas e das células comunistas. Havia uma célula natural, que era o lar, prolongado na amizade de vizinhança e na afinidade das famílias do mesmo sangue. Mas tudo isto se perdeu, quando se perdeu, o sentido superior da vida. Na sua vez, surgem as comunidades artificiais, que são os clubes, organizados em seitas de todas obediências, menos a legítima e nobilitante obediência à autoridade constituída.

Foi assim que os estetas de falsas profecias levaram todos os descontentes a trocar a milícia pelo ergástulo, e a substituir a ordem clássica da paz, que é a tranquilidade na ordem, pelo romantismo do desespero, que é a desordem definitivamente instalada na vida de cada um.

Para justificar todo este artificialismo, que os três filmes de Dean traduziram e talvez pretendessem legitimar, há quem diga que a coisa se explica pelo desencanto da juventude, em face da actual sociedade burguesa. Dizem que a juventude tem necessidade de sonho e que precisa de encontrar, numa sociedade autêntica, o lugar que lhe pertence. É verdade. Em todo o caso, parece-me que não é este o caminho do triunfo. Se não me engano, onde os estetas de falsas profecias querem conduzir a juventude é a um mundo ainda mais aburguesado do que aquele de que se queixam, visto ser um mundo infra-humano e de irresponsabilidade total. Pelo menos, é esse o sentido bem marcado nos três filmes de James Dean. E é também esse o sentido transparente nos dois livros, até hoje dados à estampa, por Françoise Sagan…

Ora, o futuro de cada um e o lugar que a cada deve pertencer na vida, não são coisas que venham burguesmente já feitas pelos outros, sejam os pais ou o Estado. Seria essa a pior forma de parasitismo burguês. O futuro, deve cada um conquistá-lo, à sua custa, no esforço constante de cada dia, a caminho de melhor e mais perfeita autorrealização. Só então, depois da auto-valorizarão, é que o homem se pode considerar com direitos, que o dever cumprido lhe conquistou. Tudo isto, que é elementar em ética social, está, porém, de todo em todo ausente, nos filmes de James Dean e nos livros de Sagan, que, por isso, alinham ao lado do pior e do mais parasitário burguesismo. Creio que tudo isto é claro como a luz do meio dia, para quem, em vez da palha das palavras, prefira, como eu, descer até ao conteúdo das ideias.

Sonho? Sim. É bom sonhar. Mas é preciso que o sonho se complete com o lastro da realidade. É preciso que o sonho não seja como moinho sem grão, ou como acção sem finalidade superior. É preciso que o acréscimo do sonho, alimentado por estetas de falsas profecias, não dispare no romantismo do desespero, preguiçoso ou anárquico, em que a juventude se está a precipitar. (3)

O sonho tem o seu lugar. Mas não basta. Requer-se, também, a tomada de consciência do real, e a certeza de que a realidade se não limita ao delírio da velocidade, nem no tempo, nem no espaço. (…) E desta prespectiva, em vez da evasão, no sonho, ou na embriaguez, que tanto pode ser de whisky, como de exibicionismo, abrem-se outros caminhos, em que ao homem se oferecem todos os recursos e todas as dimensões de que precisa, para se poder realizar. Claro está que estou a referir-me aos recursos da graça, e às dimensões sobrenaturais, que só Cristo nos pode dar. (…)

Pe. Agostinho Veloso, in BROTÉRIA - REVISTA CONTEMPORÂNEA DE CULTURA, Vol. LXV, número 4, Outubro de 1957, pp. 291 a 295

(1)  Jean- Creuzeau Marie, James et Françoise, in “ Le Monde Nouveau”, Paris, 12-V-57, pág. 10.

(2)  Pascal, Les Pensées, n. 527.

(3)  Jean-Marie Creuzeau, James et Françoise, em “Le Monde Nouveau”, Paris, 12-V-57, pág. 10.


Vida e Morte de uma Estrela

Uma estrela forma-se a partir de uma nebulosa. Pouco a pouco, e, devido á ação gravitacional, a nuvem começa a condensar-se em redor do centro. Nesta altura a temperatura no interior da nuvem é baixa (10 graus Kelvin).
 
Com o passar do tempo, a nuvem vai-se comprimindo devido á força gravitacional que vai aumentando e, em consequente a temperatura também aumenta, formando-se no centro uma bola incandescente. Neste momento está formada a protoestrela. No núcleo, quando a temperatura é muito elevada começam-se a produzir reações termonucleares em que há combustão do hidrogénio.
 
O tempo de duração do hidrogénio depende da massa da estrela. Assim quanto maior for a estrela, menos tempo demora o combustível a esgotar-se. Quando o hidrogénio acaba a pressão de radiação cede ao peso da estrela.
 
Entretanto começa a combustão do hélio uma vez que é o único elemento que resta no núcleo. Devido ao que aconteceu com a pressão de radiação, a estrela começa a contrair cada vez mais, então a sua temperatura começa a aumentar dramaticamente.
 
Começa a ser consumido o que existe nas camadas superiores da estrela. Então a luminosidade desta aumenta e a estrela expande-se o seu volume. Ao expandir-se, há um arrefecimento da superfície e esta torna-se mais vermelha. Neste momento, a estrela transforma-se numa gigante vermelha.
 
A última fase das estrelas depende da sua massa. Após se ter transformado numa gigante vermelha, uma estrela pode ter diferentes fins: Anã Branca; Estrela de neutrões; depois da Supernova, Buraco negro.

Vida e Morte de uma Estrela, é 7º Episódio de uma série de 12 documentários relativos ao tema geral “O Universo”.
 
 

 

Gerês - De Viarinho das Furnas a Vilar da Veiga e Termas do Gerês - 3º Dia - Parte IX



 
Deixa-se para trás a barragem de Vilarinho das Furnas e volta-se à estrada, para fazermos o caminho de regresso às Termas do Gerês.
Pelo caminho mesmo repetindo a paisagem, acompanha-nos a tão afamada Natureza do Gerês. E temos sorte, porque é uma natureza “diferente” que nos acompanha. É a Serra Amarela, com vegetação sobretudo rasteira, bem distinta da exuberante, encontrada em terras mais baixas, mas igualmente fantástica. Respira-se o ar puro inconfundível e mesmo com o som do veículo motorizado que nos transporta, a presença do silêncio é evidente por aquelas paragens.
Novamente em Campo do Gerês, que se faz notar pelos seus muitos espigueiros e pelas terras de amanho que se estendem entre o casario, num amplo assentamento. Por vezes a estrada é ladeada por pérgulas feitas de videiras que fazem uma espécie de galerias porticadas.
Começa-se depois a descer para S. Bento da Porta Aberta. Pelo caminho mais uma vez a serra agreste nos acompanha e mais abaixo, a flora multicolor sobressai entre o arvoredo alto e viçoso da Serra do Gerês, com algum casario escondido entre a folhagem. Mas vale a pena descer com calma, não vá o diabo tecê-las…
Chega-se depois a S. Bento da Porta Aberta e ali se passa sem paragens, mas não se perdem as vistas de toda a área envolvente da Albufeira da Caniçada, que dali se alcança mostrando toda a sua magnificência de uma paisagem que quase sempre se associa ao Gerês: árvores altas e frondosas a perder de vista e vistas deslumbrantes.
Passamos a barragem e a marina do rio Caldo e segue-se a caminho das Termas do Gerês. Mas logo mais à frente se para, em Vilar da Veiga, pois a noite aproxima-se e o apetite já se faz sentir.
O restaurante escolhido, “O Chana”, talvez em homenagem a um filho empreendedor, possui ambiente informal, com mobiliário rústico. Uma ementa simples, que vai da Pisa à Lasanha em forno de lenha, do Bife da Vazia ao Bacalhau, onde tudo é servido com conta, peso e medida... e no fim, a fatura é uma agradável surpresa. Cá fora a oferta de desportos náuticos, com a possibilidade de aluguer de barcos, canoas e motas de água, mas também uma parede de escalada e um campo de tiro. 

Já a noite cai quando nos pomos a caminho das Termas do Gerês. Chega-se assim ao fim de um grande dia, cheio de descobertas e surpresas, num soberbo encontro constante com a Natureza do Gerês.

Gerês - Campo do Gerês e Barragem de Vilarinho das Furnas - 3º Dia - Parte VIII




No caminho e um pouco por todo o lugar vamos encontrando restos de construções romanas, como padrões, na chamada Leira dos Padrões, que ainda hoje guarda o nome.

Em Campo do Gerês, encontramos ainda a Ponte de Eixões, uma ponte de origem romana bastante robusta e com dois talha-mares no sentido norte-poente, sobre a qual passava a antiga Geira Romana. Como referiu o abade Custódio José Leite em 1728, a Ponte dos Eixões, ao tempo denominada de Ponte de Rodas, era obra nova resultante de uma reconstrução, “tendo sido antes obra romana, que um grande madeiro arruinara.” (Sousa, 1927).

A Ponte dos Eixões, situa-se a Sul da Veiga de S. João de Campo, sobre a bucólica ribeira de Rodas que a partir do local se faz rio de Campo, fazendo passagem pelas vizinhas freguesias de Covide e Carvalheira.

No Cabo da Veiga, o sítio chamado Casa da Guarda, possui vestígios das fortificações que serviram para recolher as sentinelas dos povos de Bouro, que aqui guardavam incessantemente as fronteiras e faziam guarda aos viajantes que passavam na Geira, um troço da via XVIII do Itinerário de Antonino, ligando Bracara Augusta (Braga) à Asturica Augusta (atual Astoga). Atravessa a Serra do Gerês e penetra em Espanha pela Portela do Homem, onde se faz a fronteira ainda nos nossos dias.

Campo do Gerês é o atual agregado rural pertencente à parte da Serra do Gerês integrada no Parque Nacional de maior carisma comunitário, depois do desaparecimento da aldeia de Vilarinho das Furnas.

À freguesia de Campo do Gerês pertencia a povoação de Vilarinho das Furnas, que segundo uma tradição oral teria começado a sua existência por ocasião da abertura da celebre estrada da Geira. Certo porém é a sua existência já no tempo de D. Sancho I, que lhe concedeu foral em 1218.
 
Vilarinho está hoje submersa pela Albufeira da Barragem do mesmo nome, onde subsistiram até à sua submersão pelas águas, usanças antigas de regime comunitário, delas apenas restando a existência do forno comum e das vezeiras ou pastoreio comum. Nos dias em que a barragem está vazia (o que só acontece quando é preciso limpá-la), ainda é possível ver as ruínas das velhas casas de pedra de Vilarinho das Furnas, uma paisagem desoladora e de uma solidão absoluta.

O espectro da barragem começou a pairar sobre a população como um abutre esfaimado. A companhia construtora da barragem chegou, montou os sues arraiais e meteu mãos á obra. Esta surge progressiva e implacável. O êxodo do povo de Vilarinho pode localizar-se entre setembro de 1969 e outubro 1970, quando na aldeia foram afixados os editais a marcar o tapamento da barragem. De um ano dispuseram pois, os habitantes de Vilarinho para fazer os seus planos, procurar novas terras e proceder á transferência dos seus móveis.

As 57 famílias que habitavam esta povoação estão agora dispersas pelas mais variadas terras dos concelhos de Braga. Da vida e recantos da aldeia comunitária não resta mais que um sonho. Sonho que é continuado no Museu Etnográfico de Vilarinho da Furnas, construído com as próprias pedras da aldeia. A barragem de Vilarinho da Furnas foi inaugurada em 21 de maio 1972.

Campo do Gerês foi outrora abadia do padroado e pertenceu aos Templários. Noutros tempos, na véspera e no dia de festa a S. Bartolomeu organizava-se uma procissão na qual participava todo o concelho com todas as suas autoridades. Compareciam todas as cruzes das freguesias do concelho, seguindo para a ermida de Vilarinho das Furnas, regressando, depois ao Campo do Gerês.
 
Fonte: http://www.cm-terrasdebouro.pt/ http://www.igogo.pt/ponte-de-eixoes/ http://viagenstravel.com/ http://aldeialusitana.blogspot.pt/

Bom Ano Novo

É importante que em cada dia de nossa vida, aprendamos com nossos erros ou nossas vitórias, o importante é saber que todos os dias vivemos algo novo. Que no novo ano que se inicia, possamos viver intensamente cada momento com muita paz e esperança, pois a vida é uma dádiva e cada instante é uma bênção de Deus.

Gerês - Museu Etnográfico de Vilarinho das Furnas - Campo do Gerês - 3º Dia - Parte VII



Já perto de Campo do Gerês, num cruzamento de estradas, encontramos então o marco miliário epigrafado da Geira, sob um rústico alpendre em granito. Está encimado por um Cristo de pedra em cruz ocre. Este conjunto é albergado por uma estrutura metálica por fora e forrada em madeira por dentro e assente em três pilares de pedra.

Dos muitos marcos miliários da Geira Romana, alguns têm sido reaproveitados, como é o caso dos Cruzeiros de Sá, quer em Covide, quer em S. João do Campo (Campo do Gerês).

Nesse mesmo entroncamento observa-se do lado esquerdo o Museu Etnográfico de Vilarinho das Furnas, enquadrado num espaço verde e amplo que leva à reflexão. Esse museu foi mandado construir pela Câmara de Terras do Bouro nos anos 80, com pedras retiradas da aldeia submersa de Vilarinho das Furnas. Lá dentro podem ver-se instrumentos antigos de lavoura e artesanato e também pode obter-se alguma informação relativa à aldeia submersa de Vilarinho das Furnas.

Junto ao museu, observam-se também alguns espigueiros, tão característicos da região norte de Portugal. O espigueiro, também chamado canastro, caniço ou hôrreo, é uma estrutura normalmente de pedra e madeira, existindo no entanto alguns inteiramente de pedra, com a função de secar o milho grosso através das fissuras laterais, e ao mesmo tempo impedir a destruição do mesmo por roedores através da elevação deste. Como o milho requer que seja colhido no outono, este precisa de estar o mais arejado possível para secar numa estação tão adversa como o inverno.

A estrada leva-nos rapidamente até às terras altas mas planálticas de Campo do Gerês. Esta simples terra é formalmente chamada de Campo do Gerês, mas também é conhecida por Assento (por se situar num planalto) ou S. João de Campo, como é mais comummente conhecida. É uma freguesia bem montanhosa, situada nos contrafortes a oeste da Serra do Gerês e a sul da Serra Amarela.

É nesta terra situada entre as duas serras é fortemente marcada pelo isolamento, pelo trabalho agrícola e pelo pastoreio, mas repleta de inúmeros atrativos de enorme beleza natural, que passa o “ainda jovem” rio Homem.

Com Campo do Gerês no meio, as serras do Gerês e Amarela são espaços naturais de grande importância, inseridos no Parque Nacional da Peneda-Gerês, e que têm sido alvo de notáveis e interessantes observações orais e escritas, desenvolvidas por inúmeros especialistas de áreas distintas.

Entre um vasto grupo de notáveis autores destaca-se mais uma vez Miguel Torga, que refere “A serra Amarela é um dos ermos mais perfeitos de Portugal. Situada entre o Gerês e o Lindoso, as suas dobras são largas, fundas e solenes. (...) Não há estradas, senão as da raposa matreira, nem pousadas, senão as cabanas dos pastores”. (in Diário III, 25 Julho, 1943/46)

Fonte: http://www.cm-terrasdebouro.pt/ http://www.igogo.pt/ponte-de-eixoes/ http://viagenstravel.com/ http://pt.wikipedia.org/

Mark Rothko (1903 – 1970)

 
 
Daugavpils, 25 de setembro de 1903 — 25 de fevereiro de 1970
Mark Rothko, nascido Markus Rotkovičs (Rothkowitz), foi um pintor expressionista abstrato (embora ele rejeitasse tal classificação), nascido na Rússia (Letónia) e naturalizado estadunidense. Influenciado pela obra de Henri Matisse – a quem ele homenageou numa de suas telas, Rothko ocupou um lugar singular na Escola de Nova York.

De origem judaica, Rothko era um intelectual, um homem extremamente culto que amava a música e a literatura e era muito interessado pela filosofia, em particular pelos escritos de Nietzsche e pela mitologia grega.
 
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=wjEAX0cRgg0


Em Portugal... Cá se fazem, cá se pagam?...


As buscas à residência e escritório de Medina Carreira, por o seu nome ter sido usado por suspeitos para ocultar a verdadeira identidade de outros envolvidos no branqueamento de capitais e fuga aos impostos, no caso Monte Branco, pode ter resultado de um engano. Um engano grave pelo qual os investigadores devem responder. Mas a capa do "Sol" não foi engano nenhum. A rapidez com que qualquer busca ou escuta que envolva figuras públicas acaba nos jornais já não é defeito da Polícia Judiciária e do Ministério Público. É feitio.
Depois do caso de Medina Carreira, foi o de Teixeira dos Santos, Almerindo Marques e o ex-secretário de Estado Costa Pina. As buscas às suas residências e escritórios também acabaram, ao fim de poucas horas, nos jornais e televisões. Em causa está uma investigação às Parecerias Público-Privado. E se no caso de Medina Carreira foi fácil provar imediatamente a sua inocência, o mesmo não acontece com estes três. A divulgação destas buscas transformou-os, aos olhos da opinião pública, em condenados políticos sem direito a defesa.
Nunca escondi as minhas profundas discordâncias com Medina Carreira, que considero ter sido, como comentador, um dos principais advogados de defesa da austeridade, antes dela chegar - parece que entretanto mudou de opinião - e um populista de todos os costados. E considero que Teixeira dos Santos foi, dentro do governo anterior, o principal defensor de uma intervenção externa e o seu maior facilitador. Mas as minhas discordâncias com os dois anteriores ministros das finanças são políticas. E é no campo da política, e não em julgamentos mediáticos, que o confronto com os dois se deve fazer.
O que a justiça portuguesa fez a estas duas pessoas, que não tenho qualquer razão para suspeitar de falta de honestidade, é uma nojeira. Não são os primeiros. Não serão os últimos. De Sócrates a Passos Coelho, o poder político vive sob ameaça do Ministério Público e da PJ. Vivem eles e vivemos todos nós. Todos podemos ver a nossa vida devassada, as nossas conversas telefónicas publicadas em jornais, sem que sejamos culpados de coisa alguma.
Toda a gente que seja suspeita de ter cometido um crime deve ser investigada. Dentro da lei e com todas as garantias. Seja um cidadão comum, seja um detentor de um cargo público, seja um comentador. Mas também todos temos direito o ver o nosso nome protegido da calúnia.
O problema é sabermos que, como sempre, estas investigações não darão em nada. E não darão em nada porque não são para dar. Se fossem, não víamos escarrapachada nos jornais cada diligência judicial, cada escuta, cada busca. Se fossem, teríamos menos suspeitos e mais condenados. Se fossem, não ficávamos com a estranha sensação de que as buscas são feitas para serem noticiadas, que as escutas são efetuadas para serem publicadas. E que, por de trás de cada fuga de informação, estão sinistros jogos de poder em que as corporações da justiça se envolvem.
A cada episódio destes - e já foram tantos - cresce o temor de que a justiça, em vez de nos proteger, nos põe em perigo. Em vez de investigar a corrupção e os crimes de colarinho branco, atira lama sobre as pessoas sem nunca chegar a qualquer conclusão. Em vez de usar o seu poder para fazer justiça o usa para ajustes de contas. E uma justiça assim assusta. Não assusta os criminosos. Assusta, acima de tudo, os inocentes que tenham o azar de se cruzar no seu caminho.
Esta justiça, tão expedita na forma de investigar e sempre tão parca nos resultados finais, não serve ninguém. Só acaba por servir, na forma como descredibiliza, os que, com tanto ruído, se vão safando de pagarem pelos seus crimes.
 
 
Daniel Oliveira (www.expresso.pt)

Sexta-feira, 14 de dezembro de 2012


Ler, ver e ouvir mais em: http://www.agenciafinanceira.iol.pt/economia/ppp-inquerito-buraco-no-asfalto-teixeira-dos-santos-buscas-pj/1401346-1730.html#





 
"Se quereis prever o futuro, estudai o passado. Transportai um punhado de terra todos os dias e fareis uma montanha."
 
Confúcio

Serra do Gerês - Por terras de Calcedónia - 3º Dia - Parte VI




Desde tempos remotos que estas terras altas da Serra do Gerês foram habitadas, não só por constituírem um excelente ponto de observação sobre as cercanias da serra, de forma a observarem os possíveis inimigos que se aproximavam, mas também por proporcionarem um bom espaço para a prática da pastorícia, tanto do agrado dos primeiros povos castrejos.

Depois também por aqui andaram os romanos, que ocuparam estes espaços, desbravando terras nos vales e proporcionando paz, fazendo com que não fizesse sentido a vida no cimo dos grandes montes e montanhas. Possivelmente estes povos foram ocupando os vales e dedicando-se à prática da agricultura (de subsistência), não deixando no entanto, a pastorícia.

Foi nestas terras que se fundou a Calcedónia, uma antiga comunidade romana. Calcedónia não era um mero sítio, não era só um local. Calcedónia era todo um espaço geográfico que vai desde Rio Caldo, passando por Covide, Campo do Gerês, Junceda e ainda as antigas Termas do Gerês, Ponte de Saltos e Bemposta.

Mas a mítica cidade de Calcedónia existiu mesmo por ali, perto daquelas altas serranias e deixou até aos nossos dias muitos sinais da sua presença. Por certo, aquando da ocupação romana, muitas das populações castrejas pré-existentes, por ali terão continuado, misturando-se assim as populações e as duas culturas. É desta vivência familiar e em especial da sociedade dos povos castrejos que terão ficado enraizados os hábitos comunitários destas gentes e que até aos nossos dias perduram.

Ao percorrermos estas terras estamos então a percorrer as terras da antiga Calcedónia, dos seus segredos por desvendar e outros já desvendados, que resultam do estudo das suas antigas ruinas e as muitas marcas, que a sua marcante presença ali nos deixou.

De todos os percursos que fizemos no Gerês, este é de todos a de maior significado histórico, e por isso mesmo a mais tocante. Pelo caminho a serra com toda a sua dimensão granítica impõe-se e mostra-nos a nossa pequenez.

Chegámos então ao marco maior da "Geira Romana", a antiga estrada possivelmente construída no último terço do séc. I d.C., que ligava Bracara Augusta à Galiza e que apresenta um percurso de cerca de 215 milhas (cerca de 318 quilómetros). Está situado num entroncamento de estradas, em cima de uma rotunda granítica, destacando-se sob um pórtico formado por três colunas, que suportam um telhado piramidal de cor ocre.

À Geira que por ali passa referiu-se assim Miguel Torga, in Diário IV, "Estou a vingar-me mais uma vez, a olhar esta Geira Romana e os seus marcos delidos. Estou a vingar-me de quantos Césares o mundo tem dado, convencidos de que basta mandar fazer calçadas e pontes, gravar numa coluna a era e o nome, para que a eternidade fique por conta deles.”
 
Fonte: http://www.igogo.pt/marcos-miliarios-da-geira-romana/ http://www.serra-do-geres.com/ http://arquivo.bestanca.com/

Jupiter: O Planeta Gigante


Júpiter tem sido um grande laboratório de física. No início do séc. XVII Galileo, logo após ter inventado a luneta, descobriu com ela as quatro maiores luas de Júpiter: Io, Europa, Ganimede e Calisto. A observação do movimento dessas luas em torno de Júpiter contribuiu para a afirmação de Galileo de que a Terra e os demais planetas giram em torno do Sol e não que todos os astros giram em torno da Terra. Pouco depois a física, cuja paternidade podemos atribuir a Galileo, estava em franco desenvolvimento. Em 1686 um lord inglês, Isaac Newton, escreveu as "3 leis fundamentais da física" e a "Teoria da Gravitação Universal" que foram logo aplicadas às observações de Júpiter e suas luas para verificar se eram corretas.

Atualmente várias teorias da física têm sido confrontadas com observações de Júpiter para verificar suas exatidões, ao mesmo tempo que nos permite um melhor entendimento do observado. As diversas sondas espaciais que se aproximaram de Júpiter constataram a existência de um forte e complexo campo magnético em sua volta. Teorias têm sido formuladas para explicar esse campo magnético. Hoje em dia, com base em experimentos realizados em diversos laboratórios do mundo, inclusive no departamento de física da UFMG, acredita-se que ser esse campo magnético é devido ao movimento de cargas elétricas numa extensa camada de hidrogênio metálico existente no interior de Júpiter.


Jupiter: O Planeta Gigante, é 6º Episódio de uma série de 12 documentários relativos ao tema geral “O Universo”.



Fonte: http://www.observatorio.ufmg.br/pas01.htm;http://www.youtube.com/watch?v=QsArO_FDQ9s

Serra do Gerês - De S. Bento a Covide - 3º Dia - Parte V






Deixa-se S. Bento da Porta Aberta e mais uma vez nos fazemos à estrada ao encontro da “genialidade da Natureza” (como escreveu Miguel Torga no seu Diário VII), que nos há de levar a Campo do Gerês.

A estrada segue por caminhos cheios de silêncio e múltiplos verdes, serra acima e sempre em presença de picos rochosos que ladeiam a estrada numa companhia persistente e que por vezes se abrem deixando observar lá em baixo, ora para Norte, ora para Este, longínquas paisagens iluminadas pelo sol.
Há medida que se vai subindo a serra, as árvores dão lugar a pequenos arbustos e ao zimbro que cobrem os cumes. Nesta serra na Primavera abundam as urzes, as giestas, os jacintos, narcisos e os lírios.
Ocasionalmente aparecem planaltos com vegetação herbácea onde, de maio a setembro, pastam os rebanhos. É ali que nos deparamos a meio caminho com a povoação de Covide.
Covide possui assim uma ótima localização ambiental e paisagística, podendo observar-se toda a envolvente da Ribeira do Homem com os seus verdes campos agrícolas, predominantemente orientados em socalcos, fruto da adaptação do homem ao meio na prática de uma agricultura tradicional, que ainda mantém atualmente uma dinâmica predominantemente orientada para a policultura e para o autoconsumo, com uma produção daquilo que há de melhor no País, como a carne barrosã, o cabrito, o mel, os enchidos e fumados, as plantas medicinais e aromáticas, produtos hoje muito valorizados por um nicho de consumidores urbanos, preocupados com a qualidade e a segurança alimentar.
A Veiga da Santa, em Covide, clareia entre o casario de muitas gerações e a sombra de bosquetes de carvalhal sobrevivente. Recordam-nos estes sítios as memórias piedosas do dealbar do cristianismo, cristalizadas aqui no martírio e no milagre da Santa Eufémia.
Reza a história que se encontram ali as pegadas de Santa Eufémia, no Penedo da Veiga da Santa, ao lado da sua capela. Segundo a tradição, era o local procurado por Santa Eufémia para fazer as suas orações, quando andava a fugir à perseguição do seu pai, Caio Atílio, Governador Romano de Bracara Augusta (antiga Braga).
De acordo com a tradição, desde tempos muito remotos que tem existido naquele local um culto religioso e, que é atualmente celebrado na capelinha ao lado, naquela que é a principal festa de Covide, num culto fervoroso a Santa Eufémia.
Segue-se depois para a última etapa para Campo do Gerês. Por todo o caminho se encontram restos e vestígios de construções romanas. É ali que nos encontramos com parte das belas paragens da Geira, a antiquíssima estrada romana, que outrora, vinda da antiga Bracara Augusta segue para Norte, a caminho de terras de Espanha e que ainda ali nos mostra alguns dos seus marcos milenários, fazendo um conjunto impar, porque emoldurada pelos íngremes rochedos da Serra do Gerês.

Mais sobre a vida e culto à Virgem Mártire Santa Eufémia em: http://www.santaeufemiapenedono.com/?page_id=19

Fonte: http://terrasbouro.blogspot.pt/ http://www.geresviva.com/ http://calcedonia.com.sapo.pt/covide.htm http://www.infopedia.pt/$serra-do-geres

Há uma estrela que se apagou!…


Frei Fernando Ventura é um frade franciscano capuchinho, que nasceu em 1959. É um teólogo e biblista e foi professor de Ciências Religiosas no ISCRA em Aveiro. É intérprete na Comissão Teológica Internacional da Santa Sé. Colabora, como tradutor, com diversos organismos internacionais, como a Ordem dos Capuchinhos, a OFS e a Federação Bíblica Mundial. Pertence ao quadro de redatores da revista Bíblica, onde assina artigos de aprofundamento teológico.

Autor do primeiro estudo sobre Maria no Islamismo, lançou o livro “Roteiro de Leitura da Bíblia” (Editorial Presença). Ministra cursos e retiros, percorrendo o mundo de convite em convite ou de conferência em conferência, como tradutor. É assíduo comentador na atualidade social e religiosa na SIC Notícias. A TSF escolheu-o como "Figura do Ano" em 2010.
Aqui Frei Fernando Ventura é entrevistado pela jornalista Ana Lourenço, comentando a atualidade social do País, no jornal da SIC, Edição da Noite do passado dia 23.12.2012 (23:47). Vamos ouvi-los…

"Esperando um Mundo marcado pela espiritualidade…" (clique em cima do link pf): http://sicnoticias.sapo.pt/programas/edicaodanoite/2012/12/23/frei-fernando-ventura-comenta-a-actualidade-social-do-pais