Já perto de Campo do Gerês, num cruzamento de estradas, encontramos então o marco miliário epigrafado da Geira, sob um rústico alpendre em granito. Está encimado por um Cristo de pedra em cruz ocre. Este conjunto é albergado por uma estrutura metálica por fora e forrada em madeira por dentro e assente em três pilares de pedra.
Dos muitos marcos miliários da Geira Romana, alguns têm sido reaproveitados, como é o caso dos Cruzeiros de Sá, quer em Covide, quer em S. João do Campo (Campo do Gerês).
Nesse mesmo entroncamento observa-se do lado esquerdo o Museu Etnográfico de Vilarinho das Furnas, enquadrado num espaço verde e amplo que leva à reflexão. Esse museu foi mandado construir pela Câmara de Terras do Bouro nos anos 80, com pedras retiradas da aldeia submersa de Vilarinho das Furnas. Lá dentro podem ver-se instrumentos antigos de lavoura e artesanato e também pode obter-se alguma informação relativa à aldeia submersa de Vilarinho das Furnas.
Junto ao museu, observam-se também alguns espigueiros, tão característicos da região norte de Portugal. O espigueiro, também chamado canastro, caniço ou hôrreo, é uma estrutura normalmente de pedra e madeira, existindo no entanto alguns inteiramente de pedra, com a função de secar o milho grosso através das fissuras laterais, e ao mesmo tempo impedir a destruição do mesmo por roedores através da elevação deste. Como o milho requer que seja colhido no outono, este precisa de estar o mais arejado possível para secar numa estação tão adversa como o inverno.
A estrada leva-nos rapidamente até às terras altas mas planálticas de Campo do Gerês. Esta simples terra é formalmente chamada de Campo do Gerês, mas também é conhecida por Assento (por se situar num planalto) ou S. João de Campo, como é mais comummente conhecida. É uma freguesia bem montanhosa, situada nos contrafortes a oeste da Serra do Gerês e a sul da Serra Amarela.
É nesta terra situada entre as duas serras é fortemente marcada pelo isolamento, pelo trabalho agrícola e pelo pastoreio, mas repleta de inúmeros atrativos de enorme beleza natural, que passa o “ainda jovem” rio Homem.
Com Campo do Gerês no meio, as serras do Gerês e Amarela são espaços naturais de grande importância, inseridos no Parque Nacional da Peneda-Gerês, e que têm sido alvo de notáveis e interessantes observações orais e escritas, desenvolvidas por inúmeros especialistas de áreas distintas.
Entre um vasto grupo de notáveis autores destaca-se mais uma vez Miguel Torga, que refere “A serra Amarela é um dos ermos mais perfeitos de Portugal. Situada entre o Gerês e o Lindoso, as suas dobras são largas, fundas e solenes. (...) Não há estradas, senão as da raposa matreira, nem pousadas, senão as cabanas dos pastores”. (in Diário III, 25 Julho, 1943/46)
Fonte: http://www.cm-terrasdebouro.pt/
http://www.igogo.pt/ponte-de-eixoes/ http://viagenstravel.com/ http://pt.wikipedia.org/
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