Modernidade Liquida

 

 
Muitos de nós acham que o que importa é ter segurança, e para isso será necessário mais do que tudo ter e conservar um emprego.

Mas na vida, “trabalho”, vai muito para além de ter um emprego. Trabalhar é mais do que tudo exercer uma ação no mundo, uma ação que modifique, e mesmo que sendo pequena, deve ter valor e transformar.

Pensar no que queremos e como podemos dar a nossa contribuição para modificar o mundo é fundamental. O trabalho é tão importante, porque nesse processo de transformar o mundo, nós mesmos também somos modificados e assim se dá a grande relação: (re) construímos o mundo ao mesmo tempo que somos (re) construídos por ele.

Para melhor entendermos este processo, trago aqui um depoimento exclusivo em vídeo com o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, gravado em sua casa na cidade de Leeds, Inglaterra, no dia 23 de julho de 2011.

Para Bauman (1999 e 2004), na sua visão de pós-modernidade, o que mudou foi a "modernidade sólida", que cessa de existir, e, em seu lugar, surge a "modernidade líquida". A primeira seria justamente a que tem início com as transformações clássicas e o advento de um conjunto estável de valores e modos de vida cultural e político. Na modernidade líquida, tudo é volátil, as relações humanas não são mais tangíveis e a vida em conjunto, familiar, de casais, de grupos de amigos, de afinidades políticas e assim por diante, perdem consistência e estabilidade.

Nesta entrevista Bauman motiva-nos a encarar um grande desafio contemporâneo: entender as mudanças que o advento da modernidade líquida produz na condição humana. E esse desafio orienta a forma de repensamos os velhos conceitos que costumavam cercar as narrativas de nossas vidas.

Bauman fala-nos com rigor conceitual, reconhecendo a fluidez entre os laços, entre os conceitos e os saberes - temas que ainda não haviam conquistado um estatuto académico claro, como o amor, o medo e a felicidade.

Mas Zygmunt Bauman aborda também as expectativas para o século XXI, relativas à internet, e da necessidade de construção de políticas globais, na construção de uma nova definição de democracia, entre outros temas.

Atualmente Zygmunt Bauman é considerado mundialmente uma sumidade, sendo professor emérito de sociologia das universidades de Leeds e Varsóvia.



Fontes: http://www.sermelhor.com/trabalho/projeto-de-vida.html; https://www.youtube.com/watch?v=1miAVUQhdwM;http://pt.wikipedia.org/wiki/Modernidade

É isto o mundo adulto?


A tentativa de se fazer um cozinhado tripartido de "salvação nacional" chegou ao fim. Caldo entornado, trabalho dobrado. E agora senhor Presidente? Manter o leme virado para a mesma direção ou dar um novo rumo?

"Sem acordo”, disse Cavaco Silva a 10 de Julho, “encontrar-se-ão outras soluções no quadro do nosso sistema jurídico-constitucional” — “existirão sempre soluções para a atual crise política”.

Ainda bem senhor Presidente!...


A radionovela continua…


Dia 21-07-2013: O Presidente falou aos portugueses. Infelizmente vamos manter o leme virado na mesma direção. Pena.

Contrapoder 19-07-2013

Fonte: http://sicnoticias.sapo.pt/programas/contrapoder/2013/07/19/contrapoder-19-07-2013

Segue-se uma boa visão sobre os acontecimentos políticos, que deram origem ao quadrado da crise.

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Comentadores esforçaram-se, sem sucesso, por estabelecer um nexo entre os acontecimentos da crise dos últimos dias. As metáforas da infância invadiram o espaço mediático com os actores, menorizados, a serem tratados de miúdos, fedelhos, garotos.


A sucessão de acontecimentos dos últimos dias e a eclosão de uma crise dentro da crise deixaram a sociedade portuguesa estupefacta e incrédula. Comentadores e analistas esforçaram-se, sem sucesso, por estabelecer um nexo entre acontecimentos, identificar uma racionalidade por detrás das decisões, um fim último que permitisse compreender as tácticas. Parecia impossível uma leitura que obedecesse à lógica e desse sentido ao drama que se desenrolava na esfera política. Perante esta impossibilidade, as metáforas da infância invadiram o espaço mediático com os actores, menorizados, a serem tratados de miúdos, fedelhos, garotos e os seus comportamentos considerados amuos, birras e criancices.

Este discurso, que depressa se generalizou, é revelador da capitulação perante a irracionalidade e a irresponsabilidade do exercício do poder por aqueles que o receberam, por delegação, através do voto.

É certo que os valores do mundo adulto que servem de referência à menorização dos adultos através da metáfora da infância parece estar em vias de extinção, mesmo noutras paragens. Será que o comportamento de instâncias internacionais, como o FMI, que reconhecem erros nos programas de ajustamento, mas continuam diligentemente a aplicar a mesma receita, indiferentes aos seus efeitos sobre os países, é exemplo de responsabilidade e racionalidade? Será que o Conselho Europeu que assiste passivamente ao desmoronamento de países que supostamente deviam ocupar um lugar entre iguais, para não perder a face perante os poderes que o dominam, dá um exemplo de decisões racionais e responsáveis?

E quando todas estas instâncias, nacionais e internacionais, atiram culpas para cima umas das outras dos maus resultados das suas decisões, isso é um comportamento responsável? E o que dizer do sucessivo adiamento da reforma da união bancária, que surge como a melhor forma de proteger os cidadãos e os Estados dos erros do sector, para agradar a um só país, sem dúvida preocupado em evitar que se tornem conhecidos os erros dos seus próprios bancos e a sua responsabilidade numa crise que foi sempre apresentada como culpa dos outros?

Em Portugal, a recente crise foi desencadeada pela demissão de um ministro, de reconhecido mérito entre os seus pares e abençoado pelos credores que afirmou alto e bom som que era incapaz de prosseguir a agenda de que tinha sido incumbido. Ao cabo de dois anos de aplicação de um programa, que mais parecia destinado a castigar o país e expurgar a sociedade dos seus vícios, veio reconhecer que errara nos cálculos, como já muita gente tinha dito antes, falhara os objectivos e não tinha condições para terminar esse mandato.

Não questionou os pressupostos, nem a racionalidade moralista que o inspirou, antes apontou a fraqueza da liderança política e a sua incapacidade de travar o impacto, no interior do governo, da devastação social e económica do país. No meio da agitação e da intriga que se sucedeu a esta demissão passou despercebido o juízo sobre o comportamento de um agente político que, não tendo perdido a fé, nem a sua opinião sobre o país que nunca o elegeu, como fazia questão de sublinhar, voltou calmamente ao seu emprego anterior.

Perante isto, parecia chegado o momento de parar para pensar, num contexto europeu em que surgem mais dúvidas do que certezas e em que já não é possível prosseguir a sangria de recursos materiais e humanos de países exauridos. O momento de ouvir as propostas alternativas que têm surgido no debate público e de aprender com as experiências de outros, assumindo uma posição que devolva alguma dignidade ao país e à sua liderança política, subjugada por forças externas a quem se agarrou para chegar ao poder. Não foi esse o entendimento do Presidente da República. Resta saber se a sua decisão permitirá recolocar a responsabilidade e a racionalidade no centro da decisão política. Porque com o modelo de referência do mundo adulto que nos trouxe até aqui, então as crianças não merecem os adultos que têm.

Por Lígia Amâncio, in Jornal Público de 15/07/2013

Lígia Amâncio é psicóloga social e professora catedrática do ISCTE

O que é a Liberdade?


“Liberdade é para o homem o que o céu é para o condor”
Castro Alves

 
Eu passei a adolescência e a juventude sob o regime da ditadura e isso significou, entre outras coisas, a censura. Não havia liberdade de expressão naquela época. Jornais e revistas tinham trechos cortados, diversos filmes não puderam ser exibidos por um longo período e alguns livros não podiam ser vendidos livremente. Tudo em nome da segurança nacional. Para quem estava no poder durante a ditadura, pensar de modo diferente colocava em risco o modelo de sociedade que eles idealizavam.

Aliás, a liberdade de expressão foi um dos componentes da liberdade que foi suprimida. A liberdade estava comprometida como um todo. E por falar nisso, o que é liberdade.

Esse é um conceito difícil de definir já que, como foi e é muito influenciado por ideologias e interesses dos mais diversos, está bastante distorcido. Em uma pesquisa feita com jovens, o conceito de liberdade para eles é bem simples: fazer o que quer, quando e como quer. Dá para perceber como essa noção, para eles, está influenciada pela ideologia do individualismo.

Para Hannah Arendt, esse conceito restrito de liberdade (de ir e vir e de agir conforme a própria vontade, por exemplo) surge quando o sujeito perde a liberdade no espaço público, ou seja, perde o contato com seus pares e o livre debate de ideias com base no pensamento plural e em um ambiente público organizado. Para essa pensadora, o conceito de liberdade tem, portanto, um caráter essencialmente político.

Eu me lembro de que um amigo da juventude teve de sair do país porque aqui era perseguido por suas ideias. De vez em quando ele retornava por curtos períodos e tínhamos a oportunidade de conversar. Minha maior curiosidade era a de saber da experiência dele de viver em um país em que os livros – sem restrição - estavam todos disponíveis. Nunca me esqueço da resposta que ele me deu. Ele disse que no país em que vivia na época, a situação era muito pior porque as pessoas não queriam ler muitos dos livros aqui proibidos, porque estavam convencidas de que não valia a pena, ou seja, o pensamento estava massificado.

Algumas vezes penso que o mundo contemporâneo, que nos contempla com tanta diversidade em todos os campos – estilos de vida, correntes de pensamento, comportamento, ciências etc. -  retirou de muitos de nós o pensamento crítico e, portanto, a liberdade de pensar e de agir.

Vejamos alguns exemplos. Atualmente temos todo tipo de calçados e roupas e em todos os tamanhos, mas a maioria se veste de modo muito semelhante e, pelo menos as mulheres, querem usar apenas os manequins 38 ou 40. Temos uma diversidade enorme de maneira de ser, mas todos querem ser iguais: no comportamento, na aparência do corpo, nas preferências, no ritmo do pensar, entre outras coisas.  Temos lugar para todo tipo de gente, mas acreditamos que precisamos ser extrovertidos, alegres, jovens e ter uma imensa rede social de “amigos”. E por aí vai... O que buscamos? Ausência de conflitos, anular as diferenças, aceitação social...

Liberdade de expressão combina sempre com conflitos de ideias. E nada mais salutar para o crescimento do que travar contato com pensamentos diversos. Hoje não temos quase (quase!) censura institucional talvez porque a tenhamos internalizado. Estamos submetidos a pensamentos quase (quase!) totalitários.

Já observaram como é comum a postura de, ao travar contato com livros, textos, análises etc., concluir que concordamos ou não concordamos? Essa talvez seja a melhor garantia de nada mudar. Quando concordamos é sinal de que já pensávamos assim; quando discordamos, recusamos o diálogo e o conflito que poderia – quem sabe? – inaugurar outros pensamentos diferentes dos dois anteriores.

Este blog teve, em sua origem, uma intenção: a de estimular o livre debate, o diálogo e o embate de ideias a respeito da educação informal e formal neste mundo tão complexo. Mas isso ficou bem difícil, não é verdade? 
 
Rosely Sayão, in http://blogdaroselysayao.blog.uol.com.br/

Rosely Sayão é psicóloga formada pela PUC de Campinas e atua há mais de 30 anos. É consultora em educação e ministra palestras em escolas e empresas sobre educação de crianças e adolescentes. Colunista da Folha de São Paulo – do Caderno Equilíbrio, da Band News FM. Livros publicados: “Família: modos de usar” (2006, Editora Papirus), “Em defesa da escola” (2004, Editora Papirus), “Como educar meu filho?” (2003, Publifolha).





Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=vkj2cQzIg8A ; http://www.cpflcultura.com.br/palestrante/rosely-sayao/


Grécia: A Era de Alexandre


Depois da construção do Parthenon, no séc. V, a Grécia Antiga alcançou o seu maior esplendor.

Tinha avançado em direção à democracia e alcançado os maiores índices culturais e artísticos do mundo na sua época. Mas a possibilidade de expansão da Grécia até o momento havia sido limitada por guerras civis.

Seria necessária a vontade e a visão de um homem, Alexandre Magno, para expandir os limites do império até a Pérsia e Egipto.

Os macedónios eram os páreas do mundo grego, até que um homem elevou o seu povo ao domínio de um Império.

"Alexandre o Grande foi um dos grandes comandantes da história. Ele vivia numa época de inovação na arte grega de guerrear".

Alexandre empregou a mais nova tecnologia para conquistar civilizações, transformando as terras do Egipto à Índia num novo mundo grego.

"Os gregos conquistaram todo o mundo conhecido. Eles exportaram o seu modo de vida, porque achavam que era o melhor modo de vida que o ser humano poderia viver".

Mas não existe reino sem um rei, e após a morte súbita e misteriosa de Alexandre, o seu império desmoronou tão rápido quanto surgiu.


Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=phJh5B9sM5I; http://www.documentarios.org/video/detalhar/1351/grecia_a_era_de_alexandre/

Entre Ambos os Rios e Serra do Soajo - 3º Dia - Parte I



O acordar no Parque de Campismo de Entre Ambos-os-Rios (GPS: N 41º 49' 26'' W 8º 19' 03'') foi tranquilo, e após um leve pequeno-almoço, seguiu-se uma caminhada por toda a península de terra firme, delineada pelas correntes dos rios Lima, Froufe e Tamente, que faz parte do parque.
Quando se caminha pelo parque, a sensação é de que estamos numa ilha, rodeados de água por todos os lados. No entanto é uma ilusão, pois por entre os pinheiros e devido a algum relevo do terreno, quando se olha à volta o que se vê, é a água que nos rodeia.
O parque goza de um ótimo clima fresco, próprio do Minho, em qualquer época do ano, possuindo uma paisagem verde, onde impera a variedade Pinus pinaster, que em grande quantidade contrasta com o forte azul da grande massa de água dos rios que o circundam. Nos troncos dos pinheiros, os musgos e líquenes fazem adivinhar o clima da região.
A grande massa de água que envolve a península onde está situado o parque, faz parte da Albufeira do Touvedo, pois está a montante da barragem do mesmo nome, que represa as águas do Lima ali bem próximo.
O Parque de Campismo de Entre Ambos-os-Rios está localizado em zona alta e como já aqui referi, em pleno Parque Nacional da Peneda Gerês, sendo uma excelente base para a sua exploração.
Nas proximidades encontram-se o Castelo e a Barragem do Lindoso, o Mosteiro de Santa Maria de Ermelo e os famosos laranjais, quer pelo sabor dos seus frutos, quer pela beleza que dão aos lugares que as possuem, além da famosa vila do Soajo, com os seus antigos e bonitos espigueiros e as muitas e bonitas serranias, com ribeiros, cascatas de água e lagoas naturais.
Eram alguns desses lugares que queríamos visitar naquele domingo, mas como ao sair de casa demos por uma anomalia no elevador do atrelado da mota, não a podemos trazer, o que obrigou ao agradável aluguer de um jipe na receção do parque, para se fazer a ansiada incursão pela Serra do Soajo.
Ao início da tarde, já a bordo do jipe, seguiu-se então pela N203, a caminho do cruzamento à esquerda, que nos iria levar por estrada estreita e declivosa pelas serranias do Soajo.
A Serra do Soajo está situada junto à fronteira com Espanha, na margem direita do rio Lima e localizada entre as Serras da Peneda e do Gerês, pertencendo ao Maciço Antigo do Minho. Tem uma orientação geral Norte-Sul e integra o Parque Nacional Peneda-Gerês.
Naquele dia, foi um pouco ao sabor e procura do rio Lima, que se fez o deambular pela região. Logo no início da estrada que nos leva pela Serra do Soajo, a natureza mostra-se exuberante. O verde brota por todos os lados. Nas hortas em socalcos, os habitantes tiram muito do seu sustentável provento.
Descendo devagar pela estrada pela margem esquerda do Lima, olha-se o rio que corre no seu leito entre verdes e graníticas margens altas.
Logo se chega ao vale, e ao passar a ponte sobre o rio Lima, ao fundo, vê-se à direita, triste e abandonada, a velha Central hidroelétrica do Lindoso, que foi desativada quando foi construída a Barragem do Alto Lindoso.
A história desta antiga barragem e inicialmente encoramento do Lindoso remonta ainda aos tempos da monarquia, quando foi apresentado em 1905, um anteprojeto para a exploração hidráulica do Salto de Lindoso. Em 1907, D. Carlos I outorgou a concessão do aproveitamento hidroelétrico no rio Lima, e foi feito o primeiro encoramento do Lindoso. Entre 1923 e 1924 foram realizadas obras e a represa foi sobrelevada, da altura de 5 metros para uma altura de 22.5 metros, deixando de ser uma represa e passando a barragem com albufeira. Até que foi desativada pela construção da Barragem do Alto Lindoso.

Fonte: http://www.infopedia.pt/$serra-do-soajo; http://www.igogo.pt/mosteiro-de-ermelo/; http://ecotretas.blogspot.pt/2011/11/antiga-barragem-do-lindoso.html; https://maps.google.pt/; http://www.lifecooler.com/

A Caminho de Entre Ambos-os-Rios - 2º Dia - Parte VI



Deixámos Ponte de Lima já ao final da tarde e seguimos para Ponte da Barca, a cerca de 18 Km de distância. A estrada que leva a Ponte da Barca e a Arcos de Valdevez fica na margem esquerda do Lima e acompanha de perto o curso do rio.
A cerca de 3,5 Km, em São João da Ribeira, olha-se o singular Monumento ao Cristo Rei, encimado por uma imagem branca de Cristo Redentor.
A partir da Ribeira as povoações sucedem-se umas às outras e a uni-las as veigas de vinho verde acompanham-nos na estrada, pertencentes a algumas senhoriais casas solarengas, que se veem aqui e ali ao longo da estrada ou perto das povoações, como a Casa de Crasto, na povoação da Ribeira ou a Casa do Barreiro, na Gemieira.
Chegamos à bonita vila de Ponte da Barca ainda com algumas horas de dia pela frente. Ponte da Barca fica situada numa região abençoada pela natureza, pautada pelo verde da rica vegetação e pela calma do rio Lima. 
Outrora apelidada de “Nóbrega”, um topónimo de provável origem celta, com o crescimento da localidade e séculos mais tarde, foi apelidada de “Barca”, devido ao atravessamento do rio Lima ser efetuado por meio de uma barca, e, posteriormente, aquando da construção de sua bonita Ponte, símbolo da vila, em finais do século XIV, passou a ser conhecida por “Ponte da Barca”.
Integrada na Região Demarcada dos Vinhos Verdes, Ponte da Barca denota a influência económica desta indústria vinícola através das suas graníticas casas brasonadas, solares e pequenos palacetes que a enfeitam um pouco por todo o lado enriquecendo-a.
Ponte da Barca foi também local de passagem de peregrinos e fieis, por ser local de cruzamento de dois caminhos de ligação a Santiago de Compostela.
Deixamos Ponte da Barca a caminho do Parque de Campismo de Entre Ambos os Rios, a cerca de 11 Km, já em pleno Parque da Peneda Gerês, próximo da Albufeira do Touvedo no rio Lima, onde iriamos ficar, para depois fazermos as restantes incursões, pensadas para o resto daquele fim de semana.
Pelo caminho podemos notar a riqueza cultural e o impacto na paisagem provocados pela ação humana, que se traduz também no enriquecimento da paisagem com variadas formas construtivas como muros, levadas, calçadas, pontões, espigueiros, moinhos, abrigos de pastor ou alminhas…
Mas por ali hoje também se somam à paisagem milenar, os grandes planos de água conseguidos pelas albufeiras ou elementos lineares como as novas estradas.
A Freguesia de Entre Ambos-os-Rios é porta de entrada para quem quer visitar a zona central do Parque Nacional da Peneda-Gerês. Pela sua beleza natural, esta freguesia é ponto de visita obrigatório para os amantes da natureza. As suas montanhas e rios, os habitats, a fauna e a flora de rara beleza e diversidade, deslumbram quem por ali passa.
O Parque de Campismo de Entre Ambos-os-Rios é uma excelente base para a exploração do Parque da Peneda Gerês e oferece a possibilidade de reservar atividades de canoagem, BTT, canyoning e rafting nas proximidades, existindo também na envolvente, uma rede de trilhos pedestres sinalizados.
O mais agradável deste Parque de Campismo de Entre Ambos-os-Rios, é que fica situado numa pequena península de terra alta, rodeada pelas águas dos rios Lima e seus afluentes Froufe e Tamente.
Quando chegamos ao parque e depois de nos instalarmos em zona alta a ver o rio Lima, ainda tivemos tempo de grelhar carne para o jantar, numa das churrasqueiras do parque de campismo.

Fontes: http://ribeiraptl.blogspot.pt/;http://www.guiadacidade.pt/pt/poi-ponte-da-barca-15596; https://pt.wikipedia.org/wiki/Gemieira; http://www.roteiro-campista.pt/ADERE/entre-ambos-rios-moldura.htm; http://www.jf-entreambos-os-rios.pt/index2.html

Ponte de Lima - Ribeira Lima - 2º Dia - Parte V



Depois da visita à Igreja Matriz, seguimos um pouco ao acaso pelas ruas de Ponte de Lima, até que chegámos ao Largo Camões, a sala de visitas da vila, onde parámos para descansar numa das suas muitas esplanadas.

No Largo Camões, destaca-se o seu bonito e nobre Chafariz, que foi concluído em 1603, com as armas de Ponte de Lima. Este largo fica hoje situado onde outrora existiu parte da cerca muralhada da vila, que separava o extenso areal ribeirinho de um interior onde coabitavam espaços verdes, casas e quintais, que estavam a norte balizadas pela rua da Ponte na qual entroncava a rua do Rosário e a sul pela rua da Ribeira, hoje chamada do Postigo, que desembocava no Passeio 25 de abril, bem ao lado da Torre de S. Paulo.

Na segunda metade do séc. XIX, com a demolição da muralha e da Torre dos Grilos que se encontrava à boca da ponte, o espaço do futuro Largo de Camões ganhou uma outra dimensão. Os quintais que tinham como baliza a parede da muralha passaram a ficar devassados e as casas que nela entestavam, foram obrigadas a encontrar um novo apoio ou a reorganizar as suas estruturas e fachadas.

Naquela tarde de sábado, a música ecoava alta no Largo Camões, pelo que preferimos ir até à ponte, para dali olharmos mais uma vez o rio.

Caminha-se depois pelo Passeio 25 de abril, a caminho da autocaravana, a fim de continuarmos a viagem até Ponte da Barca, onde iríamos ficar, para descobrir mais belezas das margens do Lima, a montante desta bela vila.

No caminho e mais uma vez se vê à esquerda a Torre de S. Paulo, do séc. XIV, e a Torre da Cadeia Velha, que serviu de cadeia até aos anos sessenta do séc. XX.

Do lado direito, no Passeio 25 de abril encontramos também o imponente Pelourinho de Ponte de Lima, que tem sofrido ao longo do tempo várias remodelações desde 1755, que lhe acrescentaram altura além das armas do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarve.

O Pelourinho encontra-se em frente do edifício dos Passos do Concelho, assente numa plataforma de três degraus circulares. Tem base cilíndrica e lisa e o fuste é liso de secção circular que vai estreitando até ao topo. Dali pode olhar-se bem o rio Lima.

Antes de deixar para trás Ponte de Lima, convém aqui referir que ali, as águas mansas do rio Lima e as suas largas margens de areal, guardam além da Lenda do Lethes, uma outra a quem as gentes limianas deram o nome de Lenda do Galgo Preto.

A Lenda do Galgo Preto é uma história que tem por certo um fundo verdadeiro, pois é bastante usual por terras de Portugal, os mancebos marialvas, deixarem as suas “amadas” sós e abandonadas, depois de as saberem enamoradas.

Conta esta lenda, que El-Rei D. Manuel I tinha por grande companheiro um fidalgo, D. Ruy de Mendonça. Quando este soberano decidiu ir de peregrinação a Santiago de Compostela levou esse seu amigo fidalgo com ele, passando por Ponte de Lima, onde ficaram para repousar. Foi então que nesses dias nesta vila, que D. Ruy conheceu D. Beatriz de Lima, de descendência fidalga por parte do pai e moirama por parte da mãe, por quem se apaixonou. 

No momento de retomar a viagem a Santiago de Compostela, os jovens enamorados despediram-se junto do rio Lima jurando amor eterno. Não contente com isso, a jovem voltou a pedir a D. Ruy que jurasse mais uma vez, mas agora pelas águas correntes do Lima. O jovem jurou, dizendo-lhe que iria amá-la até que as águas se esgotassem para sempre.

Passados alguns meses, soube-se pelo reino que D. Ruy iria casar com uma dama da Corte. No dia da boda, D. Ruy, ao entrar para a carruagem que o levaria ao altar, caiu morto! Seguidamente a esta morte, começou a aparecer nas areias que contornavam o rio Lima, um enorme galgo preto.

A vila ficou atónita e havia muitos que acreditavam ser este galgo a a alma de D. Ruy, que ali iria ficar, deambulando pelo areal, espiando a vingança de D. Beatriz, que lhe ditara passar duro castigo, até que as águas do Lima acabem o seu percurso líquido e brando, isto é, para todo o sempre!

Se alguma vez passarem ao anoitecer na ponte que dá o nome a esta encantadora vila do Lima e olharem para o areal das margens do rio, talvez vejam uma sombra negra, dando reviravoltas no areal, aproximando-se do rio, parecendo beber com sofreguidão, quedar-se a olhar atonita para a corrente das águas, e depois caminhar vagarosa e cabisbaixa para os lados de Viana do Castelo, até desaparecer de todo.

Fontes: http://ruarte-martes.pontedelima.com/lendas-de-ponte-de-lima/;http://www.verportugal.net/Viana-Do-Castelo/Ponte-De-Lima/Ponte-De-Lima/Patrimonio/Pelourinho-de-Ponte-de-Lima=001064;http://solagasta.com/passeio-pedestre-centro-historico-de-ponte-de-lima-ponte-de-lima/; http://www.cm-pontedelima.pt/ponto_interesse.php?id=1: http://www.folclore-online.com/lendas/minho/galgo_preto.html#.UecD7aVda00; http://vem-conhecer.blogspot.pt/2009/04/lenda-do-galgo-preto.html

 

A História Educacional dos Filhos


"A educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida."

John Dewey


As formas de educar os nossos filhos são variadas. Mesmo hoje em dia, diversas são as opiniões sobre a melhor maneira de formar as nossas crianças para serem futuros adultos éticos e de bom caráter.

Pensar a evolução da educação dos filhos ao longo dos anos, suas bruscas alterações ao longo do século XX e suas permanências, é repensar o que ainda fazemos de errado e o que já melhoramos na construção educacional do futuro.

Mudanças económicas, sociais e até mesmo tecnológicas, fizeram com que as práticas de nossos pais, avós, bisavós e de outras gerações anteriores, já não sejam olhadas como válidas; mas não podemos descartar o que ainda é preciso manter dessas mesmas tradições educacionais.

Neste encontro, Rosely Sayão traça a evolução da educação dos nossos filhos e provoca a reflexão sobre nossos erros, para que arrisquemos projetar o futuro para a educação daqueles que mais amamos.

Rosely Sayão é psicóloga e consultora em educação. Autora de diversos livros como “Em defesa da escola” e “Família: modos de usar”.



Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=IuGJ06mtdOM
 
 

O Quadrado da Crise


Os episódios rocambolescos da radionovela da crise governamental continuam. As “crises” sucedem-se sem parar. Enquanto os ganhadores das eleições sedem e descem dentro do governo, aqueles que eram uma minoria sobem. Afinal sempre valeu a pena juntarem os poucos trapinhos a quem tinha um guarda-fato substancial. Para isto serão necessárias eleições?

“Paulo Portas criou a crise e depois apontou uma solução de superação na base do acordo feito com o PSD, acordo esse que apresentou ao Presidente da República. Só que o Presidente não aceitou os termos desse acordo e a crise continua."

"A minha incomodidade, a nossa incomodidade, é partilhada pelo comum dos portugueses que estão confrontados com uma situação financeira muito grave (...) e que de repente, de uma forma injustificada, são colocados perante uma gravíssima crise política e o fator dessa crise política é o demissionário ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros". (Miguel Alvim, in Notícias Ao Minuto de 14 de Julho de 2013)  

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Este é o folhetim que mais apreciei durante a última semana:

 
O Aplauso

Tudo na cerimónia dos Jerónimos soava a falsa inocência e a um falso desejo de redenção. Como se todos tivessem ido pedir a Deus que fizesse desaparecer a última semana.

Quando descem à terra, os governantes já estão habituados a ouvir vaias e apupos.

Mas domingo, na casa de Deus, o aplauso substituiu a vaia. Para conforto do Presidente da República, Cavaco Silva, e do primeiro-ministro, Passos Coelho. Mas não do apontado vice-primeiro-ministro, Paulo Portas. Para ele, apenas silêncio.

Sendo que silêncio foi tudo o que os elementos da trindade que nos governa tiveram para dar aos tristes que governam à saída da Entrada Solene do novo Patriarca de Lisboa, domingo, no Mosteiro dos Jerónimos.

Nem uma palavrinha de consolo para a caixa das esmolas dos repórteres. Mesmo depois do reconfortante e vigoroso aplauso ouvido sob a abóbada do mosteiro onde os pares da república marcaram presença para ouvir D. Manuel Clemente.

Parecia que Deus tinha decidido dar refúgio aos desembestados governantes que tinham passado a semana anterior em sonoras e pueris dissensões, bem como ao Presidente que depois de atraiçoado pelos ditos governantes os forçou a manterem-se juntos.

E o agora D. Manuel III dedicou à crise esta sentença: “A concórdia começa nos corações, quando ninguém desiste de ninguém, seja em que campo for.”

Mas, como dizia o poeta inglês John Milton, “É melhor reinar no Inferno do que servir no Céu”.

E os passos e os gestos dos homens do poder nas naves da igreja de Santa Maria de Belém denunciavam que o inferno da semana que passou estava mais presente nos corações de Cavaco Silva, Passos Coelho e Paulo Portas do que a concórdia que estava nas palavras de D. Manuel III.

Deus não aplacou o inferno da crise política nem os homens que a provocaram se livraram da culpa por comparecerem, servis e submissos, na primeira missa solene do novo patriarca.

Não, não foi a Igreja nem D. Manuel Clemente quem se serviu dos políticos, domingo, nos Jerónimos. Foram os políticos que, pelo exagero e pela forma ostensiva com que se apresentaram quiseram fazer constar que Deus estava com eles – e por isso as chagas da crise iam passar.

Parafraseando São Paulo e a epístola aos romanos, terão perguntado: Se Deus está connosco, quem estará contra nós?

Temível, a linguagem dos gestos falou mais alto do que os silêncios. As câmaras de televisão e dos fotojornalistas revelaram como o inferno está no coração da coligação, que se afirma a si própria como sólida, confiável e pronta a durar.

Veja-se a imagem de Passos Coelho dentro da igreja, depois da ovação. Cumprimenta efusivamente alguns convidados (entre os quais Maria Barroso) sem olhar para o homem que designou vice-primeiro-ministro. É Paulo Portas quem faz um ligeiro gesto e só então recebe um cumprimento seco do primeiro-ministro.

No sábado, no momento do anúncio do novo acordo de governo, o cenário fora o mesmo. Nem um aperto de mão selou a renovada concórdia. Nem um olhar. Apenas um toque de Portas em Passos, ao qual este mal reage. Durante a leitura do documento conjunto, mal se olham.

Regresso aos Jerónimos e à fotografia de Nuno Ferreira Santos, capa do PÚBLICO: aí sobressai o sorriso de Portas para Passos, com o sorriso de quem tem um brinquedo novo (o brinquedo é a política económica, as relações com a troika e a reforma do Estado) enquanto Cavaco, o Presidente, está em primeiro plano, mas desfocado, a aplaudir.

Ao lado de passos, Assunção Esteves, presidente da Assembleia da República, contempla a cena. Durante a cerimónia será filmada a trocar impressões com o primeiro-ministro, que lhe responde com uma expressão de alívio.

Voltando a Paulo (a São Paulo) e à Epístola aos Romanos: Se Deus está por nós, quem estará contra nós?

Não sendo certo de que lado está Deus, parece certo que quem está contra o governo é o próprio governo.

E o aplauso? Porquê o aplauso que, como num circo romano, designou como vencedores do dia o Presidente e o primeiro-ministro e o omitiu o suposto vice-primeiro-ministro, que os analistas e comentadores dão como vencedor desta contenda?

Afinal de contas, quem estava por eles? Por que aplaudiram?

Talvez por estarem dominados pelo medo. Pelo medo do colapso. E por terem visto neles os homens que “salvaram” a coligação e com isso evitaram uma catástrofe. Terão demonizado, por omissão, o Paulo Portas que, solícito, beijava a mão do novo patriarca.

Foi como um aplauso de fim de regime. De regime a quem já só resta o medo do fim e a ilusão de o evitar. Talvez seja um medo exagerado. Ou talvez o medo exagerado precipite o salto para o vazio.

Tudo na cerimónia dos Jerónimos soava a falsa inocência e a um falso desejo de redenção. Como se todos tivessem ido pedir a Deus que fizesse desaparecer a última semana. O beijo de Maria a Cavaco, que o Presidente recebe com surpresa, os apertos de mão forçados, os sorrisos, os olhares que se desviam, os guiões da cerimónia transformados em abanicos…

Um teatro do absurdo com uma missa em pano de fundo e as paredes grossas de um mosteiro que não deixaram entrar o calor mas conservaram a realidade do lado de fora.

Ali um regime e um governo tiveram a ilusão de existir. E, como noutros tempos, foram pedir a Deus a legitimação que perderam.

Um aplauso fez-se ouvir. Mas não era Deus. Era o medo.

A Importância da Meditação

 

Inglória e vaga atitude,
O ideal haverá sempre de ser maior.
Seríamos incapacitados na origem?
Desejar voar e nunca ter asas.
Talvez tenhamos apenas o olhar,
E a distância do céu da imaginação.
E qual é a verdadeira graça da realidade?
Não teria o delírio do sonho força maior?
Como não ter desprezo de si
Se o distante parece ser mera miragem?
E ainda assim sustenta a estranha vontade
O querer chegar neste não sei onde.
E chegar para que
Se o lúdico parece estar apenas no caminho?
Entre pedras duras e delicadas flores,
Num quadro bruto pintado com sensíveis tons.
Alma prisioneira, alma fugitiva....
Sempre esta alma a perturbar.
Tantos são os horizontes,
Imenso é o infinito,
E toda tolice será sempre insuficiente,
E ainda assim necessária
Para ter algo de ingénuo e puro.
E isto talvez seja o grande delírio,
Imaginar o bem infinito,
Pois houvesse ele não havia o mal.
Afinal de contas:
O que é bem? O que é o mal?
Por toda nossa moral esclerosada,
Por toda nossa desgastada ética.
Afinal de contas:
Qual é a promessa que não se cumpre?
E cumprida. Como viver sem promessas?
Iludidos pelo fato de existirmos.
Existirmos na constatação biológica de ser.
Na prova dos sentidos,
Justamente estes que hão de morrer com o corpo.
Então, como criticar os enganos?
Somos ignorantes em toda nossa sabedoria,
E só resta por dizer:
Que de tudo que pensamos saber,
Apenas estamos a brincar
Em nosso frágil castelo de cartas.

Gilberto Brandão Marcon, Sem as Asas do Infinito

  

Não podemos negar que o mundo hoje invade o nosso cotidiano e até mesmo os nossos momentos de descanso e prazer com pressões que se acumulam, tumultuando a nossa mente, tornando assim cada vez mais difícil nos voltarmos para dentro de nós mesmos e visualizar a causa de nossas angústias.

Todos sabemos que as respostas para a maioria de nossas perguntas estão dentro de nós, mas as pessoas insistem em buscar as respostas fora, demorando cada vez mais para se encontrarem.

A meditação é um dos caminhos para esse encontro com nós mesmos. A prática da meditação ajuda-nos a limpar a mente, amplia a capacidade de lembrança e acima de tudo, proporciona prodigiosos insights que podem ajudar a resolver os nossos problemas.

Neste vídeo o mestre budista Thubten Lhundrup ensina-nos técnicas básicas de meditação por meio da respiração, uma das melhores técnicas meditativas para iniciantes.



Fontes: http://sitedepoesias.com/poesias/86609; https://www.youtube.com/watch?v=YpbFOhDsUSw; http://somostodosum.ig.com.br/conteudo/conteudo.asp?id=10412

*Saiba quem é o poeta Gilberto Brandão Marcon em:
http://www.administradores.com.br/u/tarkus/

Ler mais sobre a importância da Meditação em: http://somostodosum.ig.com.br/conteudo/conteudo.asp?id=10412