Chegámos já bem noite a Genéve e procurámos logo o local para a pernoita. Ao contrário da primeira noite que ali passámos, depois de entrarmos na Suíça, quando a cidade ainda fazia os preparativos para a abertura da Feira de Genéve, que ocorreria a partir de 1 de Agosto, Dia Nacional da Suíça, a cidade encontrava-se agora muito mais movimentada e com muito menos locais de estacionamento.
Depois de estacionarmos bem a AC, à beira lago, no Quai de Cologny, tendo como companhia várias ACs de vários países, observámos que a feira parecia ainda fervilhar de actividade e resolvemos pegar nas bicicletas e ir até lá. Esforço para o engano, pois quando lá chegámos já tudo se preparava para encerrar.
No dia seguinte o agradável acordar à beira
lago Lémam, que mais uma vez foi gratificante, tendo ao fundo o seu famoso jacto de água. Depois de um leve pequeno-almoço, mais uma vez pegámos nas bicicletas a fim de conhecermos bem a cidade.
Magnificamente situada nas margens do maior lago da Europa ocidental, o lago Léman ou de Genève, aos pés das montanhas do Jura e às portas dos Alpes, junto do local em que o rio Ródano flui do lago, Genéve é só por si, uma atracção.
Verde e cosmopolita, recordada pelo descanso e tranquilidade mas também pelo espírito de aventura e pela beleza indescritível do entorno natural em pleno anfiteatro dos Alpes, Genève encerra em si todos os segredos de um baú das recordações em cada escalada de uma montanha vizinha, em cada tarde de passeio ou em cada visita ao bucolismo dos campos à sua volta.
Merecedora de uma visita, à volta do seu lago, os visitantes encantam-se com a verdejante moldura da cidade, que atribui um toque diferente a esta desenvolvida metrópole suíça. Estávamos na borda sul da enseada, que é a imagem mais conhecida de Genéve com o seu célebre Jacto de Água, fascinante penacho de espuma branca que ascende a 140 metros de altura.
Pedalando pelos seus cais de canteiros floridos, passando por uma sucessão de parques de plantas raras e palácios antigos do outro lado da rua, com o lago sempre à direita e com a presença da sua abundante fauna aquática, composta com cisnes, gaivotas, patos e mergulhões e as velas multicolores dos seu barcos, que fazem desta baía o quadro perfeito para qualquer visitante regalar a vista.
A Feira de Genéve estava no seu auge, com carrosséis de todo o tipo e restaurantes com comida de todas as partes do mundo, cobrindo grande parte das margens do lago, desde o Quai Gustave Ador até ao Quai du Mont Blanc.
Na margem direita, no
Quai du Mont Blanc, pode-se admirar o
Monumento Brunswick, que guarda o túmulo do
duque de Brunswick, que legou a sua fortuna à cidade, e as fachadas elegantes dos hotéis. Afastado do cais encontra-se o antigo quebra-mar de Pâquis, sinalizado pelo seu farol, onde são os banhos públicos da cidade.
Na margem oposta e já perto da cidade antiga, destaca-se o Jardin Anglais, com o seu Relógio Florido, que todos os meses muda de flores. Mais para o lado do rio Ródano, situa-se a ilha Rousseau, antigo baluarte construído em 1583, dominada pela estátua de Jean-Jacques Rousseau, escritor, filósofo e eloquente filho de Genève.
Fundada pelos Romanos,
Genéve tornou-se uma cidade poderosa e independente. Mais tarde foi tomada pela
França revolucionária em 1798, mas juntou-se à
Confederação Suiça em 1815, após a queda de
Napoleão. Ainda hoje é rodeada em três lados por território francês.
Genéve foi um dos principais focos da Reforma, tendo implantado politicamente as austeras teorias religiosas de
Jean Calvin (1509-1564) no séc. XVI.
Em 1865,
Henri Dunant (1828-1910) fundou na cidade a
Cruz Vermelha Internacional, e desde então
Genéve tem sido um centro de organizações internacionais, como as
Nações Unidas, e de negociações relativas à política, comércio, saúde, ciências e paz. Como centro de congressos, proporciona conforto de cinco estrelas num cenário magnífico, com o famoso repuxo, símbolo da cidade, que sobe acima do lago.
O passeio pelas margens do seu lago também oferecem boas alternativas para quem quiser passear algumas horas por Genéve. Uma delas é visitar o Bain de Pâquis, uma espécie de piscina pública, por onde passámos, com área de lazer já perto do coração da cidade.
A caminhada por esta zona da cidade, vendo um dos lagos mais bonitos da Europa, oferece também espaços interessantes como o Parc des Eaux-Vives, (Parque das Águas Vivas) ou, ao lado, o Parc des Granges, (Parque das Granjas).
Em Genéve os passeios são em placas de cimento, as esplanadas assentam no alcatrão das ruas, os jardins encontram-se muito bem tratados, com muitas crianças a brincarem na relva, adultos a namorarem, mães com filhos, carrosséis... é uma cidade repleta de vida.
No bairro antigo há pessoas às janelas, há movimento nas ruas, a cidade palpita, embora haja carros em todas as ruas a circular, ao lado de jovens em patins, muitas bicicletas, muitas scooters, motas, eléctricos rápidos, sempre a circularem cheios de gente.
Em
Genéve é fácil encontrar senhores de fato e gravata, pedalando em cima de bicicletas. É uma cidade de liberdade, aberta, tolerante. Há centenas de motas espalhados pelos passeios sem incomodarem os peões, e não são multadas, nem a edilidade precisou de gastar milhões a fazer parqueamentos para motas, embora os haja também. Os polícias não andam à caça à multa e se aparecem é para auxiliar habitantes e turistas.
Depois de entrarmos no bairro antigo, parámos num dos seus muitos e típicos cafés, onde estivemos parados a observar a vida da cidade antiga. Ali mesmo podemos visitar uma bela igreja,
l’Église Saint-Maurice, onde fomos muito bem recebidos.
Subimos depois no sentido das montanhas e encontramos a Catedral de Saint-Pierre, que já espreitava lá de cima e que fica lá bem no alto, que é a Igreja de Calvin. Subimos até à Place du Bourg de Four, que se encontrava cheia de turístas, aproveitando para descansar à sombra, nas esplanadas da praça.
Caminhando mais um pouco, fomos até à entrada principal da catedral. A sua fachada principal, mais parece a de um forum ou palácio romano. Por dentro é imponente, com um órgão lindo prateado e dourado e com vitrais maravilhosos a contrastar com a simplicidade do mobiliário, como é próprio de uma igreja protestante. Atrás da Catedral encontra-se o Museu International de la Reforme e ali perto temos um miradouro que nos proporcionam belas vistas do lago e da cidade.
Depois desta visita, descemos pela Rue de l’Hôtel de Ville, onde se encontra a Câmara Municipal (Hotel de Ville), da cidade. Através da Rue de sain-Léger, chegámos ao Parc des Bastions, um enorme parque no centro da cidade antiga e que é uma beleza. Encontrava-se repleto de gente, uns namoravam, outros faziam ginástica, outros ioga, outros ainda jogavam xadrez em enormes tabuleiros desenhados no chão com peças à escala… Neste parque enconra-se o Monumento aos reformadores, o Monument International de la Réformation.
Depois de sairmos do Parc des Bastions, descemos em direcção ao lago, até encontrarmos a Rue du Rhône, junto ao Relógio de Flores que se encontra no Jardin Anglais. Entramos a pedalar em plena Feira, o que a partir de certa altura se tornou impossível, uma vez que a Feira fervilhava de actividade e se encontrava repleta de gente. Depois de nos sentarmos num restaurante árabe e degustarmos "que-babes" acompanhados de batatas fritas, pedalámos até à AC, que nos esperava para rumarmos a França.
Fonte: diplomatatours.pt /Google Maps
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