Madame de Sévigné (1626-1696)

Nascida em Paris a 5 de Fevereiro de 1626, Mary Rabutin Chantal, Marquesa de Sévigné, casa com o Marquês de Sévigné, em 1644, com apenas 18 anos e teve dois filhos. O casamento não foi muito feliz, e depois de algum tempo passa a viver sozinha. Em 1652 o marido morre num duelo e fica viúva com 25 anos. Vive entre a Bretanha, onde possuía uma propriedade e Paris, onde frequentou a corte e os salões.

Precocemente viúva, foi uma mulher que aproveitou bem a vida. Recebia muito, ia à igreja, aos concertos, ao teatro, lia muito, escrevia muito e trocava muita correspondência. Seus contemporâneos foram susceptíveis à sedução do seu charme e o estilo encantador de suas cartas ainda hoje impressiona.
Uma homenagem de Madame de Lafayette, sua amiga, é representante da admiração que se tinha na época, por ela: "Sua inteligência e saber, embelezam tanto a sua pessoa, que não há ninguém na terra tão bonita ".

No entanto, ela recusou-se a casar novamente, tendo mesmo rejeitado os avanços de Fouquet, superintendente do rei. Sabemos que ela adorava a filha e foi para ela que Madame de Sévigné escreveu cartas diárias, que são hoje um documento único sobre a vida na época.

E foi assim, que Marie de Rabutin Chantal, Marquesa de Sevigné, passou à história das letras francesas, graças a essa correspondência, que da sua residência parisiense no hotel Carnavalet, manteve com sua filha, Françoise-Marguerite, Condessa de Grignan, que residia na Provença. Essas cartas foram publicadas após a sua morte, o que a fez famosa.
Através de sua correspondência, podemos encontrar descrições de personalidades da época, bem como de hábitos, costumes e acontecimentos da sua época. É uma fonte inesgotável de dados e factos históricos e sociológicos, sendo por isso considerada uma cronista de seu tempo.
Acerca da sua escrita Luiz Roberto Monzani (professor na Universidade de Estadual de CampinasBrasil), diz: “A correspondência de Madame de Sévigné, é digna de atenção sobre diversos pontos de vista. Em primeiro lugar, do ponto de vista literário, já que se trata de uma das melhores estilistas da Língua Francesa. Sua prosa alia, de maneira às vezes ímpar, a naturalidade e a elegância, e compreende-se perfeitamente ao lê-la, porque é considerada uma daquelas pessoas que contribuíram para a fixação de sua língua”.

Por várias vezes Madame de Sévigné passou temporadas em Grignan, com sua filha e seu genro e lá morreu em 1696, tendo passado para a posteridade. Desde a celebração do tricentenário da morte de Madame de Sévigné, são organizadas em Grignan, palestras, leitura de cartas, reposições históricas e concertos de canto e música clássica, todos os anos com grande sucesso, tendo como tema principal a sua correspondência.
A mesa de pedra em que Madame de Sévigné escreveu algumas vezes quando se encontrava em Grignan, encontra-se ainda na Caverna de Rochecourbière. Para chegar a esta caverna, que é um lugar de frescor, deve passar-se antes da piscina sul de Grignan, pela estrada para Montélimar e vira-se à esquerda na primeira esquina. A caverna fica a 300 metros do cruzamento.

Nas suas cartas, publicadas sob o título de “Memórias” em 1696, Madame de Sévigné narra com pormenor e espontaneidade os costumes que imperavam na corte de Luís XIV, entre os quais, inclui evidentemente, o uso que as damas faziam do leque.


Fonte: pagesperso-orange.fr

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