Logo à frente do lado direito vemos o Campo della Pecharia, onde se encontra o interessante edifício da Pecheria ou Mercato del Pesce (mercado do peixe) do Rialto, de Venezia. O Mercado do Peixe Rialto está localizado no centro de Venezia. Este mercado de peixe é composto por dezenas de bancas em mármore branco. Durante o todo o dia, por trás deste mercado, num estreito canal paralelo ao Grande Canal, podemos encontrar ancoradas junto ao passeio/cais, embarcações vendendo muitos e variados legumes e frutas.
Num canto do edifício com vista para o Grande Canal, pode ser visto presa na parede, uma estátua representando São Pedro (o pescador), representando uma história famosa do pescador do Novo Testamento.
Durante toda a manhã este lugar está lotado, mas os peixeiros estão sempre disponíveis para atender as várias demandas de clientes que ali ocorrem, amanhando e cuidando da boa aparência do pescado. O Mercado do Peixe do Rialto é realizado de terça a sábado, das 7.30 às 12.00 e é o maior mercado de peixe de Venezia.
Um pouco mais à frente e do mesmo lado observa-se outro comprido “Mercato di Rialto”, o mercado das frutas e legumes, o verdadeiro coração da cidade. Estes dois mercados do Rialto são visitados por milhares de venezianos durante a semana, que ali fazem compras regularmente. Mas também são visitados por centenas de turistas durante todo o ano, que ali vão admirar este lugar cheio de cor e animação. Estes dois mercados foram construídos em estilo gótico em 1907, pelo arquiteto Domenico Rupolo.
Em frente do Mercato del Pesce e o Mercato della Frutta del Rialto, observa-se na margem esquerda do Grande Canal. O Palazzo della Colonne deve o seu nome às alvas e elegantes colunatas com singelas arcadas, na fachada principal do palácioé em estilo barroco, com influência na tradição veneziana-bizantina muito peculiar.
Este é um palácio localizado no Sestieri di Cannaregio, com a sua fachada principal com vista privilegiada para o Grande Canal. Tem uma forma perfeitamente simétrica, composta por três níveis e um sótão em água furtada. O palácio sofreu durante a sua existência várias alterações, mas o seu aspecto atual, deve-se a alterações de restauro e renovação realizadas no séc. XVIII, um trabalho de Antonio Gaspari. Os seus alvos pilares são o elemento mais característico da fachada do edifício.
Saindo do cais situado à frente do Mercato della Frutta, o Vaporetto segue o seu percurso e após uma curva à direita começa-se a ver a magnifica Ponte Rialto. A Ponte di Rialto é a ponte em arco mais antiga e mais famosa sobre o Grande Canal e de Venezia. Ela foi durante muito tempo a única ponte que ligava as duas margens do Grande Canal e por isso formalmente a única ligação permanente entre os dois lados do Grande Canal, até serem construídas as restantes pontes.
A primeira construção que cruzou o Grande Canal foi uma ponte flutuante, construída em 1181 por Nicolò Barattieri. Chamou-se inicialmente Ponte della Moneta, presumivelmente pela cunhagem de moeda veneziana que se fazia perto da sua entrada oriental.
A evolução e importância do Mercado de Rialto na margem oriental do canal, aumentou consideravelmente o tráfego fluvial perto da ponte flutuante, sendo por isso substituída por volta de 1250 por uma ponte de madeira.
Em 1310 sofreu um fogo que a destruiu parcialmente, sendo reconstruída. Em 1444, caiu devido ao demasiado peso quando a multidão ali se reuniu para ver um desfile náutico, sendo reconstruída novamente, mas em 1524 voltou a derrubar. A ponte de pedra que hoje existe e formada por um único arco, foi desenhada por Antonio della Ponte, e construída entre 1588 e 1591, baseada no desenho da anterior ponte de madeira, com duas rampas inclinadas que se cruzam num pórtico central.
Fonte: http://alloggibarbaria.blogspot.com / http://www.casagredohotel.com/ Wikipédia.org
À frente deste pequeno canal e na margem direita do Grande Canal observa-se o magnífico Palazzo Fóndaco dei Turchi, hoje o Museu de História Natural (Museo di Storia Naturale). Foi outrora um armazém de mercadores turcos nos séculos XVII-XIX. O Palazzo Fondaco dei Turchi é um dos palácios de Venezia, situado no Sestiere di Santa Croce, a Sul e ao lado de um de mais um dos rios que afluem ao Grande Canal, o rio Fóndaco dei Turchi.
Um pouco mais à frente do lado direito, ergue-se majestosamente a fachada do prestígiado Palazzo Cà Pesaro, uma composição poderosa e equilibrada de arcos e colunas nos dois pisos superiores.
Um pouco mais à frente, na margem esquerda observa-se Palazzo Cà d’Oro, um elegante palácio com uma fachada inconfundível em mármore branco e varandas rendilhadas. É o mais famoso palácio gótico veneziano, localizado no Sestiere di Cannaregio e de influência oriental, com janelas com rendilhados em mármore e pináculos orientais.
As margens do Grande Canal são revestidas com mais de 170 edifícios, a maioria dos quais datam do séc. XIII ao séc. XVIII, que demonstram a antiga riqueza de Venezia que se devia sobretudo ao comércio marítimo da República de Venezia.

Tomado o vaporetto o nosso percurso iniciou-se lento e ziguezagueante, no Grande Canal. Após uma curva à esquerda, passámos por baixo da Ponte della Costituzione (Ponte da Constituição), uma ponte de construção recente de Santiago Calatrava. e logo em seguida o vaporetto teve a sua primeira paragem à esquerda, na plataforma “Ferrovia”, que serve a Gare ferroviária de Santa Lucia, onde entrou muita gente.
Até ao séc. XVIII apenas uma ponte atravessava o Grande Canal, a Ponte Rialto, a mais bela de todas. Mais tarde foram construídas outras duas pontes, a Ponte degli Scalzi e a Ponte dell'Accademia, sendo recentemente construída a quarta ponte, uma estilizada, larga e controversa ponte desenhada por Santiago Calatrava, a já referida Ponte della Costituzione, que liga a estação de comboios à área aberta a veículos da Piazzale Roma.

Atrás da Chiesa di San Geremia, no início da junção do do Canale di Cannaregio com o Grande Canal, observa-se o Palazzo Labia colado ao Campanille da Chiesa di San Geremia. O Palazzo Labia é uma mansão barroca que foi construída na década de 1690. Este palácio tem a sua fachada principal voltada para o Grande Canal. No entanto o seu grandioso e comprido alçado lateral esquerdo está virado para o Canale di Cannaregio.
A Chiesa di San Marcuola é uma igreja fundada no século IX. A mão direita pertencente aos restos mortais de São João Batista estava ali guardada, mas a igreja foi queimada no século XIV, sendo reconstruída no séc. XVIII, pelos arquitetos Giorgio Massari e Antonio Gaspari, mas a sua fachada não foi concluída. A igreja encerra um famosa “Última Ceia” de Tintoretto (1547), com Cristo e os apóstolos, iluminados sobre um fundo preto, no que parece ser uma versão teatral da história do Novo Testamento.
Após a compra dos cartões/passes dirigimo-nos para a plataforma onde apanharíamos o vaporetto para a Piazza San Marco, situada já no final do Grande Canal.




A entrada na ponte e a paisagem durante toda a travessia até à ilha onde se encontra Venezia, é por si só digna de atenção e registo. A Ponte della Libertà liga a cidade ao continente e à Estação Ferroviária de Santa Lucia, à entrada do Grande Canal.
No século XX, para com facilidade se aceder à cidade, foram realizadas algumas obras de ligação a Venezia, como a Ponte della Libertà, uma estrada para automóveis que não é mais do que uma espécie de um aterro em vários pontos, que permitiu uma ligação fácil ao continente; a construção da estação ferroviária de Venezia de Santa Lucia e um grande estacionamento nivelado e um silo automóvel.
Venezia estende-se por uma área de 412 km², incluindo as ilhas de Murano, Burano, Torcello e outras ilhas situadas na laguna de Venezia, como a sua famosa praia, a comprida e estreita ilha do Lido.
O cartão combina tanto o transporte terrestre, como o autocarro e as viagens nos canais principais ou para qualquer das outras ilhas, efectuadas pelos ferrys e “barcos-autocarros”, os famosos vaporetti. No total, existem 25 rotas que ligam os vários pontos na cidade.
O barco clássico veneziano, a gôndola, é nos dias de hoje um transporte muito caro (120 euros por cada meia hora), sendo apenas utilizado por turistas, ou para casamentos, funerais ou outras cerimónias. As únicas gôndolas ainda de uso não são particulares, pois pertencem a autarquia. Há também outro tipo de gôndolas, os traghetti, usadas pelos venezianos que são despojadas de cadeiras de brocado ou veludo e de outros apetrechos de luxo, que cruzam os canais, parando apenas em sete pontos entre a estação ferroviária e a Piazza San Marcos. Os visitantes podem ainda tomar os barcos-táxis entre as várias áreas da cidade, se pretenderem fazer viagens mais rápidas.
Saímos de Padova já ao final da tarde quando a noite já se adivinhava, e por isso já chegámos a Venezia de noite. Fomos ver o parque automóvel situado à entrada de Venezia, pois tínhamos a informação que ali também podiam estacionar e ficar autocaravanas.
Resolvemos então procurar um parque de campismo bem localizado, em lugar sossegado e com bons meios de transporte para a cidade. Passámos novamente a ponte de Venezia para o lado continental da laguna, uma vez que a cidade é formada num arquipélago no Golfo de Venezia.

Na noite em que chegámos, tivemos o prazer de estarmos à conversa com um jovem casal de Lille, ele português filho de emigrantes e ela francesa. Muito simpáticos, acompanharam-nos durante grande parte da noite, bebericando connosco ginja e vinho do Porto, conforme as preferências.

A maravilhosa Basílica di Santo Antonio, conhecida em Padova simplesmente por Basílica del Santo, leva à cidade anualmente, milhares de peregrinos de todo o mundo. A importância de Santo António é tão grande na Itália que foi o escolhido pelos italianos para padroeiro de toda a Itália. Assim sendo não poderia escrever sobre Padova, sem me debruçar sobre a sua vida, de tamanha importância para os italianos.
Aos 15 anos, entrou no convento da Ordem dos Cónegos Regulares de Santo Agostinho. Primeiramente foi frade agostiniano, tendo ingressado como noviço em 1210, no Convento de São Vicente de Fora, em Lisboa. Aí ficou dois anos, pedindo depois para ser transferido para o Mosteiro de Santa Cruz em Coimbra, porque eram tantas as visitas de parentes e amigos, que perturbavam sua paz. Em Coimbra fez os seus estudos de Direito, Filosofia e Teologia, sendo também ali ordenado padre.
No início de Novembro de 1220, António desembarcou em Marrocos, mas uma terrível enfermidade reteve-o no leito durante todo o Inverno, pelo que resolveram enviá-lo para Portugal. O navio de volta a Portugal foi levado pelos ventos para a Itália. Desembarcou na Sicília e dirigiu-se para Assisi, onde se encontrou pela primeira vez com San Francesco, participando na realização de um Capítulo Geral da Ordem, que se iniciou a 20 de Maio de 1221, em Assisi.

Foi tanta a repercussão de sua morte e tantos os milagres a ele atribuídos em vida e desde os primeiros tempos após a sua morte, que onze meses depois de ter morrido foi canonizado pelo Papa Gregório IX. Em 1263, quando seu corpo foi exumado, a sua língua estava intacta e continua intacta até hoje, numa redoma de vidro, na Basílica de Santo António, onde se encontram os seus restos mortais.