Com o cepticismo habitual que me acompanha desde sempre, não só em relação às coisas da vida como em relação a mitos e lendas, o meu espírito brincalhão e com lampejos de colegial, não me impede de ter curiosidade em analisar de forma crítica e objectiva esses mesmos mitos e lendas, tentando ligar o místico ao real de forma a perceber o que está por traz dessas crenças.
Sendo a história dos homens e das suas civilizações, não apenas aquilo que aos historiadores apeteceu contar para edificação e muitas vezes até sujeição dos povos, sendo muitas vezes ignorados ou deformados factos, passando estes a uma história paralela que o povo por esse meio, não deixa esquecer. Essa história paralela, que há primeira vista não passa de um ensaio anedótico e por vezes aventuroso, é quase sempre fundado a meu ver, em factos reais ocultos sob a forma do místico, a que os povos se referem como o " misterioso desconhecido".
Assim sendo, a existência dos Trolls para os noruegueses, é a forma simples de tentar contar a sua história, com o respeito real para com a Terra que os acolheu. Os Trolls, essas criaturas cheias de Natureza, tendo dentro de si a longa noite Invernal, as altas montanhas e as suas florestas profundas, não passam de uma personificação do seu próprio País.
"Bem longe no norte da Europa existe um país comprido e estreito chamado Noruega. Entre os bosques escuros, os lagos iluminados pela lua, os profundos fiordes e as enormes montanhas coroadas pela neve, encontraremos os trolls", diz a lenda.
Sendo a história dos homens e das suas civilizações, não apenas aquilo que aos historiadores apeteceu contar para edificação e muitas vezes até sujeição dos povos, sendo muitas vezes ignorados ou deformados factos, passando estes a uma história paralela que o povo por esse meio, não deixa esquecer. Essa história paralela, que há primeira vista não passa de um ensaio anedótico e por vezes aventuroso, é quase sempre fundado a meu ver, em factos reais ocultos sob a forma do místico, a que os povos se referem como o " misterioso desconhecido".
Assim sendo, a existência dos Trolls para os noruegueses, é a forma simples de tentar contar a sua história, com o respeito real para com a Terra que os acolheu. Os Trolls, essas criaturas cheias de Natureza, tendo dentro de si a longa noite Invernal, as altas montanhas e as suas florestas profundas, não passam de uma personificação do seu próprio País.
"Bem longe no norte da Europa existe um país comprido e estreito chamado Noruega. Entre os bosques escuros, os lagos iluminados pela lua, os profundos fiordes e as enormes montanhas coroadas pela neve, encontraremos os trolls", diz a lenda.
Nos nossos dias fica a região coberta de neve e gelo apenas durante o semestre do frio, mas há muito, muito tempo que um pesado glaciar cobria por completo o território, (referência à Era Glaciar). Com o aquecer do clima, empurrando para norte o glaciar, as populações do sul acompanharam o movimento migratório das águas e gelos. Consideraram a nova terra como sua e chamaram-lhe de "Norge", o diminutivo de "o caminho do norte", intitulando-se a si próprios de "nordmenn", homens do norte, os naturais de Norge.
Julgaram-se os primeiros habitantes dessas terras, ao constatarem a beleza de uma natureza ainda por explorar, mas depressa constataram que a região era habitada pelas mais variadas criaturas, nos lugares mais remotos, (sem dúvida a personificação dos seus medos mais profundos em relação à terra desconhecida).
Nas profundezas dos bosques, que muitos afirmavam não ter solo, vivia Nokken. Pelos rios e quedas de água, vivia Fossegrimen, que entre outras, era conhecido pela sua mestria no desempenho da rebeca de Troll, e muitos dos músicos de então aprendiam com ele as suas músicas, (referência aos mais dotados e corajosos).
No mar ao largo da costa do norte, morava Draugen, e não foram poucos os pescadores que o reconheceram em momentos de tempestade e naufrágio, (mais uma vez o medo em momentos de aflição).
Pelas terras de cultivo, estábulos e celeiros, rondava um número elevado de pequenas criaturas denominadas Haugtusser, Tromter, Tuftekaller e Nisser. Divertiam-se juntos e muitas vezes também com os humanos, mas só quando estes as tratavam com consideração, (alusão ao necessário respeito constante para com a Natureza amiga, da qual tiravam o seu provento).
Nas montanhas, e havia muitas, viviam os Trolls e o maior e mais poderoso de todos era Dovregubben. Alguns dos Trolls eram enormes com árvores e plantas rupestres crescendo-lhe nos narizes e cabeça, (as grandes montanhas cobertas de densas florestas), mas outros podiam ser relativamente pequenos, (alusão às pequenas plantas que iriam adensar as florestas tornando-as ainda mais temíveis).
Todos tinham uns narizes compridos e curvados, só tinham quatro dedos tanto nas mãos como nos pés e a maioria tinha um rabo espesso. Alguns tinham somente um olho ao centro da testa, enquanto outros tinham duas e três cabeças. Os trolls eram criaturas da noite e com a luz directa do sol convertiam-se em pedra. Os trolls viviam centenas de anos e a maioria eram peludos e assustadores.
Apresentavam algumas semelhanças com os humanos, tendo apenas quatro dedos em cada mão e pés. As mulheres dos Trolls utilizavam muito os narizes para mexer a sopa e as papas, enquanto cozinhavam. Eram curvadas e guedelhudas e todas tinham o rabo enrugado. Apesar de meterem medo, eram usualmente benevolentes e ingénuas, caindo por vezes nas armadilhas dos filhos dos agricultores, (caracterização por comparação com as suas próprias mulheres, ingénuas e sem dúvida uma ilusória mas querida convicção relativamente ao ideal do comportamento feminino).
De entre os seus muitos dotes sobrenaturais, incluía-se o da metamorfose. As Trolls podiam transformar-se nas raparigas mais deslumbrantes. Davam-se pelo nome de Huldre e conseguiam levar atrás de si para a montanha, muitos dos jovens camponeses de olhos azuis. Daí que fosse sempre muito importante observá-las de trás, pois o rabo era impossível de esconder.
Segundo a lenda, o troll norueguês é enorme, rude, pesado e escuro, (as montanhas fortes e tenebrosas nas noites escuras de Inverno), e não sendo rápido, ainda consegue fazer para si prisioneiros, (referência ao desaparecimento de exploradores que se perdiam nas zonas montanhosas).
Designado como "predador da noite", gosta de adoptar a forma de um homem selvagem para sair à noite, quando as pessoas estão a dormir. Acreditava-se que a ira dos trolls não tinha limites. e por esse motivo, era importante manter uma boa relação com eles, que no futuro poderia ser frutífera, (o necessário respeito pelas forças da Natureza, e pela Natureza em si, que edificou o carácter ecologista dos noruegueses).
Ainda segundo a lenda, era durante a noite que todos os trolls dançavam e comemoravam os solstícios de Verão e Inverno, tudo ao ritmo do henking, uma estranha dança descompassada. Gostavam de capturar crianças recém-nascidas, (os medos e o respeito pelo desconhecido), trocando-as por trowies, criaturinhas de aspecto desprezível! Por esses actos, os trolls sempre foram considerados malévolos e eternos inimigos dos homens, só tendo sua imagem mudada com o passar do tempo, tornando-se de bom carácter e ingénuos, (quando já tinham o conhecimento intrínseco da sua terra, e os medos tinham sido dissipados).
O passar do tempo e a entrada na Idade Média trouxeram a concepção que temos actualmente da imagem de um troll. O mito actual aconselha sabiamente que se devem manter boas relações com os trolls e da próxima vez que vá aos bosques ou às montanhas da Noruega, recorde que, seguramente não querem fazer-lhe nenhum mal. Mas tenha cuidado, nas horas do crepúsculo não está só. Então nesse momento estará só você... e todos os trolls.
Ao contrário de outros países europeus, cada vez mais modernizados, a Noruega ainda mantém profundos bosques somados às belíssimas paisagens naturais, havendo sempre um respeito enorme pela preservação da natureza. Este culto foi o motivo pelo qual "o troll", sempre existiu e talvez nunca se extinga da cultura norueguesa.
Segundo a lenda um troll traz boa sorte e fortuna...
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