Na Portagem, assim chamada, porque nela os judeus expulsos de Espanha pelos Reis Católicos, pagavam a "portagem" para entrar em Portugal pela ponte romana, ainda existente no local, junto ao complexo de lazer, bem como a torre militar que, então, fazia a fronteira. Acima, ao fundo, na escarpa granítica a pique as muralhas, o castelo e o casario de Marvão.
As escarpas tornam-se espanto redobrado quando percebemos que as alturas revelam um esforço humano colossal com onze séculos. Ali, onde supomos habitar somente o vento, percebemos que a rocha suporta muralhas. Atrás, destas, assomando timidamente, o ocre dos telhados e uma ou outra torre alva mais atrevida. Vive ali gente, entre as nuvens, o voo das aves e os ventos das alturas. Em breve, durante a tarde do dia 3, a estrada sinuosa, encaracolando monte acima, leva-nos até ao coração da vila de Marvão.
O monte que suporta Marvão, no coração do Parque Natural da Serra de São Mamede, obriga-nos a, invariavelmente, torná-lo protagonista de quase todas as histórias do lugar. A Serra do Sapoio, é dramatismo geológico, esforço acrescido da natureza para congeminar relevos.
Depois do almoço, fomos ao encontro do local programado por nós para as pernoitas seguintes, o Parque de Campismo Rural da Asseiceira, (de um cidadão inglês, que mal falava o português, pois estava cá há sómente 6 meses), situado perto de Santo António das Areias, na encosta norte de Marvão, onde se ouviam além do frequente cantar dos pássaros, as "vozes" tão interessantes das vacas, cabras e ovelhas que pastavam por aquelas bandas. Uma delicia...
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