“Uma
das maiores posses que uma pessoa pode sofrer, é estar possuída por si própria.
Possuída pela ideia que tem de si mesma, que pode ser errada. Por isso é bom
experimentarmo-nos, quando nos julgamos muito hábeis ou muito inábeis, pois
podemos estar enganados. Ao recebermos uma ordem e cumprindo-a, verificamos se
eramos hábeis ou menos inábeis do que pensávamos."
Agostinho da Silva
Qual dos dois és tu, a intuição ou ego,
Aquele que te vê ou o que é cego,
O que está seco ou aquele que rego,
O que é distante ou que vive do apego.
Serão tudo, no caminho que vos delego,
Serás o rio, apesar de hoje seres um rego,
Quando fores tudo, o nada vos entrego,
És o vaso da semente, o seu aconchego.
Coloca a semente na terra, não esperes flor,
Vem a seu tempo, quando regada com amor,
Explode de beleza, o sorriso a nossa cor,
Sorri, confia em ti e cresce, pára de ser actor.
Até podes ser muito elogiado pelo director,
Dificilmente te libertas pois não és o narrador,
Na sociedade és notável, mas não és senhor,
Faz as tuas escolhas, sem olhar o retrovisor.
Aquele que te vê ou o que é cego,
O que está seco ou aquele que rego,
O que é distante ou que vive do apego.
Serão tudo, no caminho que vos delego,
Serás o rio, apesar de hoje seres um rego,
Quando fores tudo, o nada vos entrego,
És o vaso da semente, o seu aconchego.
Coloca a semente na terra, não esperes flor,
Vem a seu tempo, quando regada com amor,
Explode de beleza, o sorriso a nossa cor,
Sorri, confia em ti e cresce, pára de ser actor.
Até podes ser muito elogiado pelo director,
Dificilmente te libertas pois não és o narrador,
Na sociedade és notável, mas não és senhor,
Faz as tuas escolhas, sem olhar o retrovisor.
Bruno
Dias
Esta entrevista de mais uma das "Conversas Vadias", junta dois grandes comunicadores, o Prof. Agostinho da Silva e o jornalista Joaquim Letria.
Estas são algumas das mais significativas perguntas e respostas desta entrevista:
Estas são algumas das mais significativas perguntas e respostas desta entrevista:
JL: "Nós demos mundos
ao mundo (...) demos matéria-prima ao mundo, demos força de trabalho à Europa e
aqueles que transformam essa matéria-prima, ajudámos a construir a riqueza
dessa Europa. O que é que acha que no futuro (...) vamos dar o quê ao
mundo?"
AS: "Vamos dar ao
mundo aquilo que de melhor temos. (...) ver o mundo tal qual ele é."
"Quando falo de
Europa não me refiro só aquela que vai até aos Urais. Estou-me referindo também
aos Estados Unidos que é aquela Europa que vai até ao Atlântico e também
referindo à classe industrial japonesa que é uma Europa instalada no Japão,
tendo aproveitado do Japão a capacidade japonesa de obedecer. Porque o ideal
deles é ser o menos possível, que é a coisa perfeita para entrar numa
companhia."
"No Japão havia essa esquizofrenia: metade do dia eram americanos trabalhando como americanos, a outra metade do dia era japoneses trabalhando menos do que ninguém.
JL: "Mas também são eles que mais preocupação têm com o lazer?"
"No Japão havia essa esquizofrenia: metade do dia eram americanos trabalhando como americanos, a outra metade do dia era japoneses trabalhando menos do que ninguém.
JL: "Mas também são eles que mais preocupação têm com o lazer?"
AS: "Pois claro,
porque eles sabem perfeitamente - porque são budistas - que a coisa vai nesse
sentido. E foi por isso que não seu precisamente o ajustamento da pregação dos
magníficos jesuítas portugueses que foram para lá e a gente japonesa. Os
japoneses se converteriam todos ao mesmo tempo ao cristianismo se os jesuítas
os deixassem ser ao mesmo tempo budista e xintu, tudo junto."
JL: "Nós estamos perante um grande parêntese da História. Temos um passado com referências seguras e certas e à frente um futuro que não sabemos o que é que vai ser. (...) Fala-se do Fim da História. O que vem aí?"
JL: "Nós estamos perante um grande parêntese da História. Temos um passado com referências seguras e certas e à frente um futuro que não sabemos o que é que vai ser. (...) Fala-se do Fim da História. O que vem aí?"
AS: "Quando digo que
o Futuro será de tal maneira, estou apenas a dar a ideia de um Presente
melhorado ao máximo que eu posso imaginar. Mas nada que seja assim o Futuro.
Uma coisa que hoje se pode dar como filosofia do Universo é de que há não só
aquilo que nós entendemos dele, mas outras muitas maneiras de o entender. É
curiosíssimo que se nós juntarmos as duas palavras com que podemos designar um
certo objeto das nossas atenções podemos chamar ou Universo ou Mundo. Num
Universo, a palavra indica que todas as coisas estão ali juntas, é dos vários
lados um movimento para o centro, para o Universo. E Mundo, que todos tomamos
como substantivo é efetivamente um adjetivo. Mundo significa "limpo".
Camões fala nas "mundas almas", as almas que podem ir para o Paraíso
Eterno, as "almas limpas". Então o que é o Mundo diferente do Universo?
O Mundo chamamos nós áquilo que entendemos do Universo. Como se considerássemos
o outro exatamente o antónimo da palavra Mundo, isto é, Imundo."
"Talvez a certa altura surja no mundo alguma coisa de diferente e que se possa rir das ideias que nós tivemos do Futuro."
"Ver o Futuro, não
como uma coisa que muita gente vê como impossível de realizar, mas como uma
coisa possibilíssima de ultrapassar de tal maneira que nós nem a pudéssemos
entender. Há maneiras variadíssimas de ver o mundo. Há coisas por exemplo na
matemática que estão fora da nossa dimensão real.
Fonte:
http://www.youtube.com/watch?v=KhEQp-KtAi0http://sitedepoesias.com/poesias/36379