Mértola - 1º e 2º Dia - Parte I



A partida a caminho de Mértola foi realizada a uma sexta-feira ao final da tarde e a chegada pelas 21:30 ainda encontrou a cidade bastante animada.

A vila à chegada iluminada e colocada num anfiteatro, trepando pela encosta de um morro acima e virada ao rio Guadiana, é uma visão já de si suficientemente marcante e arrebatadora para qualquer viandante que por ali passe.

No entanto, naquele dia ouvia-se propagado pelo vento, um belo som de música islâmica que lhe dava uma aura verdadeiramente mourisca, que se confirma de forma absoluta à aproximação, com o seu casario branco e ruas estreitas, quando se entra na cidade.

Como já era noite e a cidade se encontrava cheia de gente, fomos logo procurar lugar para a pernoita, seguindo para um parque junto ao rio e do antigo cais, que estava infelizmente ocupado por um palco de onde provinha a música islâmica que se ouvia à chegada.

Daquele lado observavam-se bem conservados, os restos da muralha da antiga "Mirtolah” muçulmana ocupada pelos mouros durante vários séculos, que com a música a condizer fazia o todo, para o imaginário concreto daquelas épocas passadas.

Depois de alguma procura optou-se por ficar dentro da cidade, encontrando-se com alguma sorte um lugar num pequeno parque de estacionamento, situado numa espécie de varanda com vista para o morro onde se encontra a pequena Capela de Nossa Senhora das Neves e junto do Quartel dos Bombeiros de Mértola.

Nestes dias decorriam as festividades relativas ao Festival Islâmico de Mértola, que nós queríamos testemunhar. A Mértola islâmica dos dias do Festival enche-se de uma mistura de sonoridades de cá e de lá, do outro lado do mediterrâneo, pois dali vêm não só muitos animadores, mas também muitos comerciantes que ali também vêm vender os seus produtos artesanais.

A música por estes dias impõe-se ouvindo-se acordes de alaúdes e o batuque das darbukas. As noites do festival são um claro convite à descoberta de novos sons: no cais, no castelo, na praça ou em vários recantos da vila, as noites são feitas de mais música, de música nova, cheia de ritmos ora fulgurantes ora mais intimistas, de artistas que ali vêm de todo o mundo árabe.

Pela música se enaltece, ali, uma comunidade recetiva à diferença, à descoberta, à experimentação, ao diálogo e ao salutar convívio entre todos os que para ali vêm e que interagem com os simpáticos e acolhedores habitantes de Mértola.

Fontes: http://www.festivalislamicodemertola.com/ http://www.radiopax.com/

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