Uma caminhada por Arles


Arles
No dia seguinte, o acordar em plena Place de la Liberation, mais movimentada e barulhenta do que de noite. Esta praça encontra-se na margem esquerda do rio Ródano, e bem perto da gare ferroviária de Arles.

Depois de tomarmos o pequeno-almoço tardio, numa esplanada de café, bem perto da Gare, fomos visitar a bela cidade de Arles. Caminhando para Sul, logo encontramos a antiga porta da cidade, aberta no que resta da velha muralha da cidade.

A partir desta antiga porta, seguimos em frente, pela rue Cavalerie, até atingirmos a Place Voltaire, cheia de esplanadas e a abarrotar de turistas. Ali parámos para nos sentarmos durante o tempo suficiente para se sentir o lugar, admirando com pormenor os passantes, bem como os seus hábitos e costumes.

Seguimos pela rue Voltaire, cheia de comércio e com muitas lojas de artesanato. Logo no início da rua, podemos observar já no seu final, a imponente e bela Arena Romana, que nos espreita, enchendo os espaços e limitando o horizonte.

Chegados à praça, impõe-se, no cimo de uma escadaria em semicírculo, o enorme Anfiteatro Romano que é provavelmente a maior atracção turística da cidade de Arles e que é testemunho da sua próspera e longínqua época romana.

Comprámos bilhetes e entrámos. O Anfiteatro é avassalador e obviamente inspirado no Coliseu de Roma. Tem a forma oval medindo 136 m de comprimento e 109 m de largura, possui 120 arcadas e 60 galerias no total, rede de drenagem em muitos corredores e escadas de acesso para uma saída rápida da multidão. Datando do séc. I a.C., tinha a capacidade para 20.000 espectadores e foi construído para proporcionar entretenimento na forma de corridas e sangrentos encontros entre feras e gladiadores ou lutas entre gladiadores. Hoje, ainda ali se podem assistir a touradas e espectáculos de Verão.

Após a visita à Arena, seguimos subindo a rua do lado direito e paralela ao Anfiteatro. As lojas de “souvenirs”, os cafés e os restaurantes sucedem-se do lado direito, até ao final da rua. Do lado esquerdo o gradeamento, que a separa da área do Anfiteatro.

Um pouco antes de chegarmos ao topo da rua, encontramos do lado direito o edifício que guarda trabalhos de vários artistas plásticos que homenageiam van Gogh. Entrámos e observámos com atenção as obras presentes, de onde se destaca um Botero e uma maqueta do quarto de van Gogh, na casa amarela. Depois de sairmos da galeria/museu, continuamos a subir a rua, intercalando com algumas paragens para a compra de várias lembranças. No topo da rua, encontramos uma praça na colina de Hauture.

Nesta praça, desde logo se vêem os muros e as vedações do Teatro Romano. Também construído no final do século I a.C., um século antes de seu vizinho e famoso Anfiteatro, o Teatro Romano de Arles está muito menos bem conservado. Data da primeira fase de urbanização da colónia romana, fundada por César em 46 a.C. sendo construído sobre a colina de Hauture. Ao lado do Teatro Romano, temos o bonito Jardin D’ Eté.

Descendo pela rue de la Calade, cruzamos com a rue de l´Hotel de Ville e virando à esquerda, deparamo-nos com a bela Place de la Republique, que possui no centro um alto obelisco egípcio. Ela é o verdadeiro coração da cidade e ali encontramos alguns dos mais emblemáticos edifícios de Arles.

O edifício do Hôtel de Ville (Câmara Municipal), encontra-se à direita e a Igreja de St. Trophime, à esquerda. Há entrada, um casamento. Esta Igreja foi anteriormente uma catedral e é sem dúvida uma bela e importante obra de arquitectura românica. Possui um bonito portal, que é considerado um dos melhores exemplos da arte e escultura românica, representando o Juízo Final. Também se deve visitar o claustro, assim como as colunas adjacentes.

Na Idade Média, esta praça estava reduzida a um pátio estreito entre a Igreja de St. Trophime e a Igreja de St. Anne. Desde a construção do Paço Municipal, no século XVII, o local foi profundamente alterado e a sua área actual encontra-se mais alargada e ocupada lateralmente por vários blocos habitacionais.

Pela rue de l’Hotel de Ville, fomos até à Place du Forum, onde se encontram vários restaurantes e cafés, entre os quais o célebre Café Terrace, pintado por van Gogh, intitulado “Café Terrace à Noite”, que o proprietário pintou de amarelo (a cor do quadro), para satisfazer os turistas, uma vez que na realidade o café tinha cor bege, mas que à noite, devido à iluminação da época, ficava amarelado, sendo por isso pintado dessa cor.

Depois caminhámos até à margem esquerda do rio Ródano, caminhando calmamente pelo Quai M. Dormoy. Subimos por escadas até ao cimo do paredão feito em pedra, que segue contornando todo o cais. Ali encontramos as magníficas paisagens do rio e da cidade que nos acompanham durante muitos metros de andamento.

É um local onde para além de se observar as paisagens naturais, com suas cores vibrantes, pode ainda ser feita, a observação da vida das pessoas simples de Arles, que por nós passam, a caminho de suas casas ou das suas vivências mais comuns.

Depois, já novamente na Place de la Liberation, fomos ao encontro da AC, que no estacionamento nos esperava, para o início de uma nova etapa, a caminho de Cannes, onde no final do dia, iriamos pernoitar.

Fonte: Wikipédia / Mapa de Arles

Nenhum comentário: