De Princesa a Bruxa


“O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal”
 
(1 Coríntios 13:4-5).

 
Quando a nossa vida profissional, pessoal e sentimental corre bem, o aspeto e a forma como nos mostramos irradia uma carga positiva muito grande.

Naturalmente, o nosso “astral” está em alta e isso passa uma mensagem para quem connosco convive, que pode ser uma faca de dois gumes. Os nossos verdadeiros amigos sentem-se felizes por verem a nossa vida correr bem. Os outros, aqueles que não conseguem alcançar os seus objetivos, que são fracassados, ou que pura e simplesmente não gostam de nós, são “atacados” pelo mal da inveja. A inveja no Brasil é definida de uma forma muito interessante, chamam-lhe “olho grande” ou “olho gordo” mas, na realidade, manifesta-se em qualquer parte do mundo da mesma forma.

Inveja é a total insatisfação com o que possuímos por muito bom que seja. Nunca nos sentimos realizados, e o que os outros adquirem é sempre motivo de despeito e mau-olhado.

A inveja é um dos sentimentos mais torpes e difíceis de serem eliminados da alma humana. Trata-se de um dos vícios que mais sofrimento causa à humanidade. Onde houver apego à materialidade das coisas aí estará a inveja. Basta alguém se destacar em qualquer área, por mais ínfima que seja e lá estará o invejoso pronto para apontar o dedo e tentar minimizar o feito do seu próximo. Uma roupa diferente, um calçado da moda ou mesmo uns simples brincos ou pulseira torna-se motivo para elogios, nem sempre sinceros.

Segundo o dicionário, inveja significa: Desgosto ou pesar pelo bem ou pela felicidade de outrem ou desejo extremado de possuir o bem alheio.

Basta uma pessoa atingir algum sucesso ou estar feliz, para ter alguém a invejá-la. A partir daí, tudo o que a pessoa faça ou diga é motivo de crítica, maledicência, gerando um ataque cerrado, vindo de quem cerca a pessoa e curiosamente de muitos não próximos, através de terceiros enviados para a molestar psicologicamente.

Outro exemplo clássico é a inveja profissional. A inveja é sintoma de incompetência. Para que um olho não invejasse o outro, Deus colocou o nariz no meio.

Quando alguém se sobressai, a inveja é a primeira a dar os parabéns; A força da sua inveja é a velocidade do meu sucesso.

A inveja tem uma ligação ao «quero», mas num querer que é «do que é do outro», de viver o que o outro vive, ter o que o outro tem. É algo sombrio, que se procura esconder – a palavra de raiz é “invidia” que significa «olhar enviesado, de soslaio». Basta o sucesso de alguém para a despertar.

O invejoso presta muita atenção ao que os outros fazem ou deixam de fazer – para falar mal de tudo e de todos e por todo e qualquer motivo. Naturalmente, encontra sempre uma forma de depreciar, de desvalorizar. E é dramático porque não há forma de agradar a um invejoso – a não ser apagando-se. O impulso e o comportamento de quem inveja, é de querer retirar do outro ou simplesmente estragar o que é desejável – e, que bem vistas as coisas, é do outro.

A inveja é uma das mais perigosas paixões humanas sobretudo, porque nunca se apresenta como tal e o seu grau de destruição costuma ser máximo. Também não é um sentimento que os menos dotados dominem, mas atrai sobretudo as pessoas inteligentes. O invejoso não deve mostrar o objeto ou motivo da sua inveja, pois nessa atitude poderá desmascarar-se. A inveja, naturalmente, é típica dos medíocres (que nunca conseguem alcançar os seus objetivos), daqueles que ficaram abaixo do potencial sonhado, dos que conhecem as próprias limitações, embora nunca o confessem. Mas o que a move é sempre a argúcia e a paciência. A inveja pode ser fascinante, pois os que dominam esta "arte" têm de conhecer bem os pontos fracos dos que odeiam, trata-se do primeiro passo para sobre eles construírem a lenda presistente e devastadora. Em certa extensão, a inveja usa a força do movimento (envio e receção de mensagem silenciosa) através de uma subtil mudança na direção desse mesmo movimento. Um ligeiro desvio da energia pode ser arrasador. Sendo um dos elementos da natureza humana, a inveja rodeia-nos, sempre disfarçada por sorrisos hipócritas. E a todo o momento se sente o gozo dos que a praticam todos os dias.

Shakespeare, no seu “Yago feroz”, definiu os invejosos como “porcos humanos”, que vivem num chiqueiro amontoado de infâmias e covardias, capazes de todas as traições e deslealdades...

O maior antídoto contra a inveja é o ideal de vida. Quem se extasia diante uma obra de arte ou mesmo de uma poesia ou de um romance, ou se comove a ponto de rolarem lágrimas pela face ao ouvir uma peça musical, ou tem criatividade para elaborar pesquisas científicas, ou trabalhos literários e artísticos, jamais terá um “neurónio” capaz de alojar qualquer manifestação invejosa e por isso bem-haja.

Fonte: http://www.fontedeluz.com/ http://psicologia.org.br/internacional/inveja.htm


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