Num dia de primavera, enquanto
lavava uma cúpula envidraçada, com uma máquina de pressão a partir de uma
varanda da minha casa, observei que algumas vespas insistentemente esvoaçavam à minha volta, zumbindo, zumbindo, mas sem coragem, afastavam-se.
Falta-lhes o fôlego para a luta, pensei...
Continuei a lavar as
vidraças com a pistola de pressão até que observei na última nesga de vidraça,
um pequeno ninho de vespas em forma de cogumelo. Parei a lavagem e observei que
uma delas, possivelmente a vespa-rainha, não abandonava o ninho, por mais próximo
que o jato de pressão estivesse e por mais água que lhe caísse em cima.
Continuei a lavar, observando sempre a estoicidade da rainha, que ali esteve até ao fim, ostentando forte zumbido de firmeza, dela emanando enorme coragem.
Só essa vespa abalava estruturas e avivava as vulnerabilidades do vespeiro, só essa vespa arriscava, zumbia e tinha uma atitude firme no seio daquele vespeiro, desprezando a própria vida. Será essa sua atitude uma pretensão verdadeiramente ambiciosa, que vai percorrendo, sem pressa, o seu caminho de crescimento político?... Se assim for, creio que existirão muitos políticos que muito teriam que aprender com esta determinada vespa-rainha!...
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