A partir da Plaza
del Ayuntamento, caminha-se para a Plaza de la Reina, a praça vizinha da anterior onde está localizada a
Catedral. O seu alto campanário gótico de 50 metros
de altura (El Miguelete, do séc. XIV) orienta-nos pela distância mais curta
levando-nos rapidamente até à sua entrada.
A Catedral da cidade de Valencia foi
construída no séc. XIII sobre uma antiga mesquita, que também já tinha sido
construída sobre um templo romano. A sua fachada apresenta uma mistura de
estilos e por isso tem elementos românicos (a Porta do Palau), góticos (A Porta
dos Apóstolos) e barroco (a Porta Principal).
O caminhar para a entrada da catedral barroca da cidade, foi
acompanhado por enorme emoção, pois é ali se encontra uma das maiores relíquias
do cristianismo, o Santo Graal. É em especial por este motivo que esta Catedral
é também conhecida por “La Catedral del Santo Cáliz”.
A Catedral tem três atrações principais: O 1º é o Santo Graal, o cálice que foi usado por
Jesus Cristo na Última Ceia, para dele beber o vinho (símbolo do sangue de
Deus). O
2º é o Museu do Tesouro que tem cerca de cinco salas repletas de magníficas peças de ourivesaria em
prata
e ouro, arte românica e pintura sacra de grande qualidade, onde
se destaca um
par de pinturas de Goya. O 3º é uma linda custódia em ouro e prata
dourada
de cerca de 2 m de altura, que em certos dias santos é levada nas procissões pelas ruas de Valencia.
O Santo Graal é como
se sabe, um dos mais antigos e enigmáticos mitos da humanidade. O termo Graal, no francês arcaico,
significa bandeja. Por
outro lado, pode ter origem latina, no vocábulo Gradalis, que significa cálice. Já o termo Sangraal
seria uma variação etimológica de Sangue
Real.
Há oficialmente uma aceitação provisória do Vaticano, relativamente ao cálice de Valencia, que pode
ser visto num relicário como que pairando acima do altar de uma capela existente do lado direito da porta principal, cujo altar possui um lindo retábulo. Esta capela é um lugar recatado, silencioso e escuro, de uma incrível singularidade e dedicada ao Santo Graal .
A história do Santo Graal é bastante complicada e envolveu vários locais no leste da Espanha para evitar uma série de guerras e monarcas. No seu final, o Santo Graal repousou em Valencia, onde contínua desde o séc. XV. Ele caiu e quebrou-se em 1785, mas, supostamente um trabalho magistral de reparação foi feita por um joalheiro.
As evidências científicas
atestam que esta relíquia foi produzida entre a segunda metade do primeiro
século antes de Cristo e a primeira metade do primeiro século da era cristã.
Segundo a história, a peça que constitui o Santo Graal, foi produzida em ágata
roxa na região de Alexandria mas, posteriormente, já em Espanha, no séc. XIII,
recebeu adornos de ouro e de pedras preciosas, como esmeraldas e rubis, tendo o
conjunto uma altura de aproximadamente 17 centímetros.
Portanto, é
cientificamente comprovado que o Cálice da Catedral de Valencia foi produzido
no período e região correspondente à versão cristã do Santo Graal. Mas a Igreja
não é perentória em aceitar este cálice como uma relíquia religiosa e também
não é possível atestar que seja este o cálice de Cristo.
No entanto o Santo Graal
de Valencia é uma relíquia histórica da cristandade ocidental e mesmo que este
não seja o Santo Graal verdadeiro, ele simboliza pelo menos o Santo Graal
metafórico do imaginário medieval; pois ambos têm valores distintos e
igualmente incalculáveis. O Santo Graal é sem dúvida uma referência secular dos
valores humanos perdidos que deverá segundo a lenda, ser resgatado por um profeta,
um valente guerreiro, um líder de uma nação ou simplesmente por quem se revelar
digno de portá-lo…
Fonte: http://www.mrfs.net/trips / http://www.spectrumgothic.com.br/
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