Porto - 2º Dia - Ruas da Sé - Parte V



À observação do pôr-do-sol, segue-se uma passeata pelas ruas antigas das redondezas da . Passando pelo Terreiro de Dom Afonso Henriques, envereda-se pela Rua de D. Hugo, também conhecida por rua de Trás da Sé, que vai dar ao Beco de Redemoinhos.
 

A rua de D. Hugo, também chamada rua dos Cónegos ou de Trás da Sé, é um arruamento medieval por trás da Catedral, cujo percurso corria paralelo à desaparecida muralha primitiva. É uma das mais interessantes ruelas do núcleo envolvente da do Porto, mantendo ainda que por vezes adulterada, a mesma traça desde a época medieval. Nela descobrimos casas nobres e palacetes, onde residiam cónegos da diocese e abastados fidalgos.


Contornando o estreitíssimo Beco dos Redemoinhos encontramos do lado esquerdo, uma das casas mais antigas da cidade (imóvel n.º 5), ainda hoje habitada. Desta casa conserva-se apenas a parede sul, que limita, atualmente, a sede da Associação dos Arquitetos Portugueses (Secção Regional do Norte), que fica situada junto da Muralha Fernandina.
 
Do Beco dos Redemoinhos continuamos a descer a rua de D. Hugo, até à encruzilhada com a pequena ruela que liga às Escadas das Verdades, que descem até à Ribeira.


É ali no início destas escadas, do lado direito que vemos a antiga Capela de Nossa Senhora das Verdades. Esta capela é um modesto templo retangular e sóbrio, cujo valor assenta na sua antiguidade e na história a que está ligada, uma vez que alberga a imagem de uma Virgem que encimava a Porta das Verdades, uma das portas da Muralha Primitiva, derrubada no séc. XIX. Está hoje mal estimada e sempre fechada, o que é uma pena.
Dá-se a volta e caminha-se agora subindo a rua de D. Hugo e a meio caminho, do lado esquerdo uma casa apalaçada chama a nossa atenção. É a Casa Museu Guerra Junqueiro, um palacete que data de 1730 e pertenceu à família portuense dos Freire de Andrade. O edifício da Casa Museu nunca pertenceu a Guerra Junqueiro, embora no seu interior se encontre um espólio de 600 peças que o escritor e poeta reuniu de diversas viagens que foi realizando ao longo da vida. É de salientar que embora sua esposa e filha tivessem doado a sua casa na rua de D. Hugo, nº15, à Câmara Municipal do Porto, esta foi considerada demasiado pequena para se ajustar ao museu.


Caminha-se depois até ao cruzamento com a Avenida Vimara Peres e desce-se a caminho do tabuleiro superior da Ponte D. Luís I. Este tabuleiro da ponte serve a linha D do Metro do Porto que vai até Vila Nova de Gaia, podendo ser usado também para os peões atravessarem a ponte.
Chegados à lindíssima a Ponte Luís I ficámos cerca de meia hora observando vista deslumbrante do Cais da Ribeira e as passagens de ida e vinda do metro de superfície passando pela imponente ponte.


Sobe-se novamente a Avenida Vimara Peres, que possui o nome de um senhor da guerra cristão da segunda metade do séc. IX oriundo do noroeste da Península Ibérica. Nascido na Galiza, era um vassalo de Afonso III, que o enviou para vir reclamar o Vale do Douro, que em tempos remotos estava integrado na província romana da antiga Galécia e que acabou por conquistar o burgo de Portucale (Porto) aos mouros. A sua imponente estátua pode ser observada no Terreiro de D. Afonso Henriques, junto da Calçada Vandoma e ali bem perto, situada do lado direito da Sé.
Já era hora de jantar e descemos a Avenida Dom Afonso Henriques, percorrendo todo o caminho até à Avenida dos Aliados. Ali ao lado desta Avenida, no troço pedonal da Rua do Bonjardim, entre a Rua de Sá da Bandeira e a Rua do Dr. Magalhães Lemos, bem perto do Teatro Rivoli, um painel colocado à entrada do Restaurante Regaleira, puxa desde logo pelos galões “Só você e eu sabemos aonde ela nasceu”, pode ler-se.


A grande arma publicitária do Restaurante Regaleira é justamente o facto de ser o berço consensual da iguaria, cuja criação se deu há precisamente 60 anos, quando o Sr. Daniel David Silva, um ex-emigrante, pegou na tradição da tosta francesa, adicionando-lhe molho, concebendo assim a primeira “Francesinha”, que ganhou fama nacional e internacional, fazendo-se hoje por todo o norte do país.
Fonte: http://balcaovirtual.cm-porto.pt/ http://www.portoturismo.pt/ http://www.portoxxi.com/ Google Maps / Wikipédia.org

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