Porto - 2º Dia - Visita à Sé e Terreiro do Monte da Penaventosa - Parte IV


Na continuidade da visita à , passa-se à Sacristia. Em estilo gótico, fica situada na testeira do braço direito do transepto, possui chão de mármore, é abobadada em ogiva e dividida por grossos arcos de faces vivas sustentados por consolas em granito embutidos no muro. O seu interior é refinadamente decorado com móveis de valor inestimável, mesas e lavatórios em mármores raros, as guarnições de espelhos, os armários e o relógio em estilo rococó são feitos de pau-preto.

Continuando a vista à Sé do Porto, deixamos a igreja e encaminhamo-nos para o transepto sul, que dá acesso aos claustros do séc. XIV e à Capela de São Vicente.


Entrando no claustro gótico, pertencente a meados do séc. XIV-XV, construido no reinado de D. João I (que se casou com D. Filipa de Lencastre na Sé do Porto em 1387), observa-se que tem uma configuração abobadada, com nervuras assentes em colunas fasciculadas, em que os capitéis são revestidos por um único motivo vegetal.

Este claustro foi começado nos fins do séc. XIV. Apresenta sete grandes painéis de azulejos (segundo quartel do séc. XVIII), com cenas do "Cântico dos Cânticos", em referência ao diálogo místico entre Deus e a Virgem, padroeira da Catedral.


É nas suas galerias porticadas que encontramos a entrada para a Capela de São Vicente (fins do séc. XVI), de sóbria arquitectura clássica. Apresenta um notável cadeiral, do séc. XVII, com cenas bíblicas, do Antigo e Novo Testamento. Vários Bispos do Porto escolheram ser ali sepultados. Possui ainda um belo órgão.
Uma graciosa escadaria do séc. XVIII do mestre italiano Nicolau Nasoni, conduz-nos aos pisos superiores, onde os painéis de azulejos exibem a vida da Virgem e as Metamorfoses de Ovídio. Estes painéis de azulejo que revestem as paredes do claustro, despertam a leigos e estudiosos o maior interesse, tanto pela beleza que irradiam, como pelos temas que patenteiam.


O segundo andar do claustro foi objeto de um revestimento azulejar no séc. XVIII, da responsabilidade de António Vital Rifarto, com cenas alusivas ao Cântico dos Cânticos e dos Salmos.
No piso intermédio encontra-se a Casa do Cabido, constituída por quatro saletas abobadadas, onde se encontra exposto o Tesouro da Catedral, segundo projeto do arquiteto Fernando Távora (1992). A entrada faz-se, não pela porta principal, virada para o Terreiro da Sé, mas sim pelo interior da Catedral, num percurso museológico que engloba ainda o claustro e as dependências anexas.


Este Tesouro está exposto em nove vitrinas, onde podemos observar objetos de ourivesaria, paramentaria e livros litúrgicos, relativos ao culto catedralício, alguns deles ainda hoje em uso.
São cerca de 150 peças expostas que abrangem vários períodos da nossa história, desde o séc. XVI ao séc. XIX, e que se revestem de especial carga histórica e simbólica.


Depois é a vez de apreciar a capela de S. João Evangelista que fica no interior do ângulo sul da Casa do Cabido. Das belas coisas da Sé do Porto que não pode deixar de se visitar, é esta capela gótica de S. João Evangelista, que um almoxarife real e juiz do mar, contemporâneo do rei D. Dinis, de nome João Gordo, mandou ali fazer para nela dormir o sono eterno. O seu túmulo  merece uma atenta e demorada visita.
Trata-se de uma obra do séc. XIV, lavrada em pedra de Ançã, que nas três faces visíveis da arca sepulcral, esculpidas em alto relevo, estão representadas cenas ligadas à vida de Cristo e de Maria. Assim, na face principal, podemos apreciar a Última Ceia; na testeira inferior, o Calvário; e na cabeceira a Coroação da Virgem Maria.  Na pedra que cobre o sarcófago estende-se a estátua jacente de um guerreiro que veste o hábito e o manto dos cavaleiros da Ordem de Malta, cuja cruz é visível à altura do peito, do lado esquerdo.


(Fazer visita virtual em: Catedral do Porto - Rota das Catedrais)
Após a visita saímos para Largo da Sé e ao seu lado o Terreiro de Dom Afonso Henriques que confina, nos nossos dias, com as Escadas da Sé, a Calçada da Vandoma, a Calçada de Dom Pedro Pitões e a rua de Dom Hugo.


No terreiro, encostados à varanda do Miradouro esperamos o pôr-do-sol. É um excelente lugar para se poder com facilidade constatar que foi à volta da Sé do Porto que a cidade foi crescendo, encavalitando-se nas encostas do morro. O casario apertado e alto estende-se morro abaixo por ruelas estreitas que descem até ao rio Douro.

O pôr-do-sol não tarda e o cenário convida às fotos. Dali o panorama é belíssimo com o Barredo a seus pés, o leito generoso do rio Douro e a encosta da margem esquerda, pertencente a Vila Nova de Gaia.

 


Fonte: http://www.rotadascatedrais.com/ http://www.noscafora.be/ http://www.guiadacidade.pt/ Mapa da cidade do Porto / http://www.in.pt/paginainic

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