“…, o Portugal democrático de hoje é ainda uma
sociedade de medo. É o medo que impede a crítica. Vivemos numa sociedade sem
espírito crítico – que só nasce quando o interesse da comunidade prevalece
sobre o dos grupos e das pessoas privadas.
Mas não somos
livres? O poder que nos governa não é livre e igualmente eleito por todos os
cidadãos? Estaremos nós a praticar, de forma perversa, mais uma variedade do
queixume?”
José Gil in, Portugal Hoje, O Medo de Existir
Vários
milhares de pessoas inundaram as ruas em várias cidades do país para protestar
contra as medidas de austeridade enquanto os conselheiros de Estado reuniram no
Palácio de Belém, no passado dia 15 de setembro.
Tudo
começou quando um grupo de pessoas convocou um processo de mobilização e
manifestação contra troika e a austeridade em Portugal, para o dia 15 de setembro,
às 17h, em Lisboa (Praça José Fontana, Perto de Liceu Camões; Metro Picoas).
“É preciso
fazer qualquer coisa de extraordinário. É preciso tomar as ruas e as praças das
cidades e os nossos campos. Juntar as vozes, as mãos. Este silêncio mata-nos. O
ruído do sistema mediático dominante ecoa no silêncio, reproduz o silêncio,
tece redes de mentiras que nos adormecem e aniquilam o desejo. É preciso fazer
qualquer coisa contra a submissão e a resignação, contra o afunilamento das ideias,
contra a morte da vontade coletiva.”
O belo texto manifesto que apelava à cidadania fez o
resto e muitos se juntaram ao protesto. Já não era sem tempo!...
ideias, contra a morte da vontade colectiva. É preciso convocar de novo as
vozes, os braços e as pernas de todas e todos os que sabem que nas ruas se
decide o presente e o futuro. É preciso vencer o medo que habilmente foi
disseminado e, de uma vez por todas, perceber que já quase nada temos a perder
e que o dia chegará de já tudo termos perdido porque nos calámos e, sós,
desistimos.
O saque (empréstimo, ajuda, resgate, nomes que lhe vão dando consoante a
mentira que nos querem contar) chegou e com ele a aplicação de medidas
políticas devastadoras que implicam o aumento exponencial do desemprego, da precariedade,
da pobreza e das desigualdades sociais, a venda da maioria dos activos do
Estado, os cortes compulsivos na segurança social, na educação, na saúde (que
se pretende privatizar acabando com o SNS), na cultura e em todos os serviços
públicos que servem as populações, para que todo o dinheiro seja canalizado
para pagar e enriquecer quem especula sobre as dívidas soberanas. Depois de
mais um ano de austeridade sob intervenção externa, as nossas perspectivas, as
perspectivas da maioria das pessoas que vivem em Portugal, são cada vez piores.
A austeridade que nos impõem e que nos destrói a dignidade e a vida não
funciona e destrói a democracia. Quem se resigna a governar sob o memorando da
troika entrega os instrumentos fundamentais para a gestão do país nas mãos dos
especuladores e dos tecnocratas, aplicando um modelo económico que se baseia na
lei da selva, do mais forte, desprezando os nossos interesses enquanto
sociedade, as nossas condições de vida, a nossa dignidade.
Grécia, Espanha, Itália, Irlanda, Portugal, países reféns da Troika e da
especulação financeira, perdem a soberania e empobrecem, assim como todos os
países a quem se impõe este regime de austeridade.
Contra a inevitabilidade desta morte imposta e anunciada é preciso fazer
qualquer coisa de extraordinário.
É necessário construir alternativas, passo a passo, que partam da mobilização
das populações destes países e que cidadãs e cidadãos gregos, espanhóis,
italianos, irlandeses, portugueses e todas as pessoas se juntem, concertando
acções, lutando pelas suas vidas e unindo as suas vozes.
Se nos querem vergar e forçar a aceitar o desemprego, a precariedade e a
desigualdade como modo de vida, responderemos com a força da democracia, da
liberdade, da mobilização e da luta. Queremos tomar nas nossas mãos as decisões
do presente para construir um futuro.
Este é um apelo de um grupo de cidadãos e cidadãs de várias áreas de
intervenção e quadrantes políticos. Dirigimo-nos a todas as pessoas,
colectivos, movimentos, associações, organizações não-governamentais,
sindicatos, organizações políticas e partidárias que concordem com as bases
deste apelo para que se juntem na rua no dia 15 de Setembro.
Dividiram-nos para nos oprimir. Juntemo-nos para nos libertarmos!
Mobilizações organizadas (da responsabilidade dos próprios organizadores):
Braga - https://www.facebook.com/events/193208664146461/
Funchal - https://www.facebook.com/events/280028472097234/
Guarda - https://www.facebook.com/events/497094853635387/
Lisboa -https://www.facebook.com/events/402643499798144/
Porto - https://www.facebook.com/events/155261837945257/
Vila Real de Santo António: https://www.facebook.com/events/400097636724084/
ADENDA: A manifestação de 15 de Setembro é pacífica. As armas que levamos são
as nossas vozes e a nossa presença. Não serão, pois, bem vindos ao protesto ou
à página quaisquer apelos à violência. Na impossibilidade de darmos a esta
página atenção permanente dada a concentração de esforços em sermos muitos
milhares no próximo Sábado, demarcarmo-nos de comentários notoriamente
racistas, xenófobos ou fascistas assim como de perfis com o propósito de
insultar os participantes.Em nenhum outro momento da
democracia portuguesa as canções de Zeca
Afonso fizeram tanto sentido como agora!
A manifestação de 15 de Setembro é pacífica. As armas que levamos
são as nossas vozes e a nossa presença. Não serão, pois, bem vindos ao protesto
ou à página quaisquer apelos à violência. Na impossibilidade de darmos a esta
página atenção permanente dada a concentração de esforços em sermos muitos
milhares no próximo Sábado, demarcarmo-nos de comentários notoriamente
racistas, xenófobos ou fascistas assim como de perfis com o propósito de
insultar os participantes.A manifestação de 15 de Setembro é pacífica. As armas
que levamos são as nossas vozes e a nossa presença. Não serão, pois, bem vindos
ao protesto ou à página quaisquer apelos à violência. Na impossibilidade de
darmos a esta página atenção permanente dada a concentração de esforços em
sermos muitos milhares no próximo Sábado, demarcarmo-nos de comentários
notoriamente racistas, xenófobos ou fascistas assim como de perfis com o
propósito de insultar os participantes.A manifestação de 15 de Setembro é
pacífica. As armas que levamos são as nossas vozes e a nossa presença. Não
serão, pois, bem vindos ao protesto ou à página quaisquer apelos à violência.
Na impossibilidade de darmos a esta página atenção permanente dada a
concentração de esforços em sermos muitos milhares no próximo Sábado,
demarcarmo-nos de comentários notoriamente racistas, xenófobos ou fascistas
assim como de perfis com o propósito de insultar os participantes.A
manifestação de 15 de Setembro é pacífica. As armas que levamos são as nossas
vozes e a nossa presença. Não serão, pois, bem vindos ao protesto ou à página
quaisquer apelos à violência. Na impossibilidade de darmos a esta página
atenção permanente dada a concentração de esforços em sermos muitos milhares no
próximo Sábado, demarcarmo-nos de comentários notoriamente racistas, xenófobos
ou fascistas assim como de perfis com o propósito de insultar os participantes.A
manifestação de 15 de Setembro é pacífica. As armas que levamos são as nossas
vozes e a nossa presença. Não serão, pois, bem vindos ao protesto ou à página
quaisquer apelos à violência. Na impossibilidade de darmos a esta página
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ou fascistas assim como de perfis com o propósito de insultar os participantes.A
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