Caminhando, percorreu-se o curto caminho desde a zona dos Clérigos até à zona do Carmo. Era ali que queríamos visitar a
belíssima Igreja do Carmo, localizada no
cruzamento entre a Praça Carlos Alberto
e a Rua do Carmo, bem perto da zona
dos Clérigos.
Chegados
à Praça Carlos Alberto, observa-se ao longe, do lado direito a Igreja
do Carmo ou Igreja da Venerável Ordem Terceira de N.ª Sr.ª do Carmo.
A
Praça Carlos Alberto outrora chamada
Praça
dos Ferradores, que se concentravam neste local. No
topo nascente, encontra-se o Palácio dos
Viscondes de Balsemão, construído no séc. XVIII.
Mas
era a Igreja do Carmo que ansiávamos
visitar e foi para lá que apressadamente se caminhou. Em estilo barroco/rococó
é uma joia rara, que foi construída na segunda metade do séc. XVIII, entre 1756
e 1768, pela Ordem Terceira do Carmo,
sendo o projeto do arquiteto José
Figueiredo Seixas.
Quando
se chega perto observa-se que esta igreja está geminada com a Igreja dos Carmelitas, a ela encostada do
lado oeste, como que constituindo um volume único, embora se diferenciem bem uma
da outra.
A
fachada de cantaria, ricamente trabalhada, possui um portal retangular, que se
encontra ladeado de duas esculturas religiosas dos profetas Elias e Eliseu executadas em Itália, rematado por um amplo frontão e no
corpo superior da frontaria, podem ver-se coruchéus e esculturas com as figuras
dos quatro Evangelistas, revelando influências do estilo “barroco Italiano”
criado por Nicolau Nasoni.
Contudo não é a fachada frontal que mais impressiona, mas sim a fachada lateral esquerda, que está revestida por um grandioso painel de azulejos, representando cenas alusivas à fundação da Ordem Carmelita e ao Monte Carmelo. A composição foi desenhada por Silvestre Silvestri e pintada por Carlos Branco, sendo executada na fábrica da Torrinha, em Gaia e datados de 1912.
O
interior é riquíssimo, destacando-se
a excelente talha dourada dos retábulos rococós das capelas
laterais e do altar-mor, além de diversa estatuária e pinturas a óleo,
espalhados um pouco por toda a igreja.
Depois é a vez da Igreja dos Carmelitas ao seu lado. A fachada desta Igreja foi levantada entre 1619 e 1628 e tal como a Igreja do Carmo, apresenta uma expressiva decoração barroca em granito, uma das características das igrejas da cidade do Porto.
No
final da visita a estas duas igrejas, foi a vez de um demorado descanso nas
esplanadas em frente, a ver chegar a noite, ao que se seguiu um jantar de
snacks, protegidos do frio da noite pelos enormes vidros da explanado do café
em frente das duas belas Igrejas do
Carmo, olhando a beleza dos seus magníficos portais.
Após o descanso e o jantar, o regresso ao Parque Biológico de Gaia. À saída da zona do Carmo uma passagem pelo Jardim da Cordoaria, hoje designado por Jardim de João Chagas.
O
nome de Jardim da Cordoaria, por que é mais conhecido, deve-o à existência naquele
lugar da Praça da Cordoaria, onde era realizada a atividade dos cordoeiros que ali
estiveram instalados - na cordoaria nova - durante cerca de 200 anos.
No entanto no séc. XIX, a Câmara decidiu transformar essa Praça da Cordoaria num passeio público. O projeto, da autoria do paisagista alemão Emile David, foi executado em 1865/1866.
No
Jardim estão as estátuas de Ramalho
Ortigão e de António Nobre e um
conjunto de esculturas de Juan Muñoz
de 2001, assim como "O rapto de Ganímedes". No âmbito do Porto 2001,
Capital Europeia da Cultura, este jardim sofreu uma remodelação.
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