“Os ricos que paguem a crise!!!”
Devido à recente crise,
este antigo slogan parece estar outra vez na moda!... Esta é talvez a frase mais demagógica
e invejosa que pode ser proferida nos dias que vivemos. Por isso quando a ouço
de alguém, o carimbo é de invejoso. Ainda mais quando sabemos que vivíamos e ainda
vivemos, querendo ser proprietários de alguma coisa. Não foi por isso que as
famílias portuguesas se endividaram até à ponta dos cabelos, querendo ter o que
não podiam?
Se a memória não me falha,
este slogan foi popularizado nos anos 70 pelo então deputado da UDP, o já
falecido Acácio Barreiros, na época do PREC,
o processo revolucionário então em curso.
Segundo
nos diz o Presidente da APEMIP e julgo que muitos concordam, “Num país onde se construiu mais nos últimos 30 anos
do que durante os mais de oito séculos da nossa nacionalidade, a propriedade
imobiliária deixou de ser um sinal exterior de riqueza”. Mas no entender também de
muitos outros, isso só é assim para os devedores desses imóveis.
Para
aqueles que realmente os possuem (isto é, que já não os devem), esses são “ricos”
e como na época do PREC, os seus bens de preferência deveriam ser “nacionalizados”, devendo os impostos também de preferência
só recair sobre esses, porque os outros coitadinhos só podem ir pagando aquilo
que devem.
Os
outros, os reais proprietários, são para a sociedade em CRISE, “aqueles que devem
pagar a crise”. Até porque são uns desalmados, por não partilharem as suas
propriedades com os mais pobres, não dando um quartinho ou um anexo de suas
casas às famílias que coitadas, por algum motivo perderam as suas casas ou sofreram
"desapropriações", por falta de pagamento das prestações do crédito imobiliário. Estes na “nova” lógica “PRECrisiana” são uns verdadeiros
malandros, porque guardam aquilo que é seu somente para si.
É
nesta lógica que os políticos nunca são punidos por usarem os dinheiros
públicos a seu belo prazer, gastando com mordomias o dinheiro dos nossos
impostos, não se preocupando em criar riqueza para o seu País. Porque afinal são
“os ricos”, que sempre pagaram os seus impostos, que “devem pagar a crise!”
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