Mértola tem várias almas que ali a todo o tempo ressuscitam. A
Myrtilis Iulia romana, a Mirtolah árabe e a Mértola portuguesa, que debruçada sobre
o rio Guadiana, foi outrora um
importante entreposto comercial fenício, depois cartaginês, romano e árabe,
devido à facilidade de navegação rio acima, a partir da sua foz. Aqui andaram
portanto, muitos navegantes de terras longínquas que por aqui andaram
fazendo trocas de produtos e trazendo notícias e influências de outros mundos.
Com a chegada dos
romanos, a povoação foi batizada de Myrtilis
Iulia e por lá passava uma importante
via romana que a ligava Pax Julia (a
antiga Beja) a Baesuris (Castro
Marim), e que dali derivava para Balsa
(Tavira) e Ossónoba (Faro), com
várias ligações ao resto da Lusitânia.
Assim a sua situação num
ponto-chave de antigas comunicações terrestres ou fluviais com o sul da
Península e como baluarte de defesa dessas vias, conferiu-lhe uma enorme
importância ao longo dos séculos.
O
ano de 712 assinala o aparecimento dos árabes. É o começo de um
longo período de prosperidade para a Mirtolah
muçulmana, que chega a ser capital de um reino
Taifa, tal como Silves e Faro. Resultado do desmembramento do califado de Córdova, as diversas taifas
da península contribuíam para o desenvolvimento cultural e artístico dos respetivos
territórios.
Em 1238, a vila foi
reconquistada aos mouros por D. Sancho
II que no ano seguinte a entregou à Ordem
de Santiago, vindo esta a proceder à sua fortificação.
Depois do Souk bem visto e revisto, era tempo da
visita à vila de Mértola. Mas foi
neste final de visita ao Souk,
quando distraidamente olhava as bugigangas dos mercadores, que me perdi da
família. Ainda esperei em vão à saída do mercado árabe, e como pareciam ter-se
evaporado, e por minha conta resolvi explorar a vila.
A vila de Mértola hoje no Alentejo profundo, e
com as suas várias raízes históricas, tem
muito que ver. A sua implantação na encosta de uma elevação leva-a a
estender-se desde as águas da margem direita do Guadiana até ao alto da colina onde se ergue o Castelo.
Começando por baixo, junto
da margem esquerda do Guadiana vê-se
o antigo Caís acostável romano,
provavelmente à época fortificado, que juntamente com as inúmeras moedas
romanas cunhadas na antiga Myrtilis
Iulia, encontradas um
pouco por todo o lado na vila, são os testemunhos da sua antiga importância.
No início da subida em
anfiteatro a caminho do castelo, um pouco abaixo do início das ruas ocupadas
pelo Souk, observa-se a Torre do Relógio. É provável que a Torre do Relógio tenha sido erguida em
finais do séc. XVI ou inícios do séc. XVII, no contexto da reorganização da
zona urbana da Praça do Município.
Esta edificação foi erguida na proximidade de um conjunto de construções
representativas do poder político, administrativo, judicial e económico e
reaproveitando um antigo torreão da muralha, passou a marcar o limite da Praça do Município e a assumir-se como
um dos elementos emblemáticos de Mértola.
Em 1896 o relógio primitivo foi substituído por outro mais recente que vai
continuar a marca o tempo da Vila Velha
até aos nossos dias.
Antes da porta islâmica da
entrada para o Souk, vê-se do lado
esquerdo em lugar mais alto que o nível da estrada, o pequeno mas harmonioso Mercado de Mértola. Lá dentro vendem os
produtos da região: As laranjas, as tangerinas, os limões, os queijos, o mel,
as ervas aromáticas frescas e secas para os chás e as flores…
Fontes: http://pt.wikipedia.org/;
http://www.luardameianoite.pt/serpa/serpa14.html; http://www.rotas.xl.pt/1204/500.shtml
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