Do Largo das Laranjeiras onde estivemos sentados algum tempo, na esplanada
do restaurante/bar Recantos, seguimos
a pé pela rua João Lopes Faria até à
Praça de Santiago, situada no
coração de Guimarães.
A rua João Lopes Faria desce ligeiramente até ao centro da cidade,
com passeios em lajes de pedra alisada pelos séculos e estrada estreita com
piso de paralelepípedos. Possuindo nitidamente uma traça medieval, nela há maioritariamente
casas de dois e três pisos, com graciosas varandas de ferro forjado, ou balcões
e alpendres de granito, observando-se ainda algumas casas apalaçadas com brasão
de armas nos portais. Por momentos imaginamo-nos num cenário medieval, onde a
nobreza foi insinuando ricas moradias que dão uma atmosfera única a Guimarães.
Estas características
arquitetónicas estendem-se às casas situadas no coração da cidade, nomeadamente
na Praça de Santiago e no Largo da Oliveira em pleno centro histórico, onde a rua João Lopes Faria vai desembocar e onde chegamos de seguida.
A Praça de Santiago é um lugar mítico, onde outrora se reuniam as pessoas para a conversa no fim do dia, e onde se vendiam e trocavam produtos alimentares e que ainda hoje se mantém igual a si própria. Forma um conjunto com o vizinho Largo da Oliveira e é, um dos mais belos e agradáveis lugares do centro histórico de Guimarães (classificado como Património da Humanidade pela UNESCO).
A Praça de Santiago é uma praça bastante antiga, referida ao longo do
tempo em vários documentos, que conserva ainda a sua inicial traça medieval.
Foi nas suas imediações que se instalaram os francos que vieram para Portugal
em companhia do Conde D. Henrique de
Borgonha.
Segundo a tradição, uma
imagem da Virgem Santa Maria foi
trazida para Guimarães pelo apóstolo
S. Tiago (o mesmo de Santiago de Compostela), e colocada num
templo pagão que existia num antigo largo, passando a chamar-se desde aí Praça de Santiago. Aí estava situada
uma pequena capela alpendrada do séc. XVII, dedicada a Santiago que foi demolida em finais do séc. XIX.
Da
Praça de Santiago passa-se por baixo
de uma casa medieval, a Domus Municipalis, com
pórticos que formam uma passagem que ocupa todo o rés-do-chão do edifício, para
o vizinho Largo da Oliveira.
É neste largo que se encontra o que resta do antigo
Convento da Nossa Senhora da Oliveira,
do qual resta somente a Igreja da
Oliveira e o lindíssimo claustro inserido no Museu Alberto Sampaio. Em frente à igreja pode apreciar-se o Padrão do
Salado, um alpendre gótico erguido em 1340, que relembra a vitória de D.
Afonso IV sobre os mouros, na batalha com o mesmo nome.
Fazendo a ligação entre a Praça de Santiago e o Largo
da Oliveira, destaca-se a Domus
Municipalis, um imponente monumento que foi em tempos antigos o Paço do
Concelho em finais do séc. XIV, realçando-se o alpendre sustentado em cinco
arcos góticos, as cinco janelas de sacada e uma estátua na fachada do edifício
que representa Guimarães.
A
Igreja de Nossa Senhora da Oliveira
foi mandada reedificar por D. João I,
como forma de agradecimento pela vitória na Batalha de Aljubarrota. Está situada ao lado do Museu de Alberto Sampaio e rodeado de
casas medievais recentemente restauradas. É um espaço onde o olhar se perde no
escuro do granito, no colorido das varandas cheias de flores e na alegria das
esplanadas.
Local
de convívio por excelência de todos os vimaranenses, é em conjunto com Praça de Santiago, palco de manifestações
culturais e muita animação de rua. A Feira
do Entulho, com cinema ao ar livre, teatros de rua, concertos e muitos
outros eventos, animam as noites de Primavera e Verão, neste local da cidade.
Fonte: http://www.cm-guimaraes.pt/
http://www.portugalio.com/ http://www.submundos.com/ http://www.igogo.pt/
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