No
Largo da Oliveira destaca-se a Igreja de Nossa Senhora da Oliveira, e
é o que resta do antigo Convento Nossa
Senhora da Oliveira, do qual resta somente esta Igreja e o lindíssimo claustro inserido
no Museu Alberto Sampaio.
A ocupação do local tem
origem num mosteiro pré-românico, fundado por Mumadona Dias em 949. Para a proteção deste mosteiro foi erguida
uma fortificação que antecedeu o atual Castelo
de Guimarães. No início do séc. XII, este mosteiro daria lugar à Colegiada de Santa Maria de Guimarães,
uma das mais importantes e ricas instituições religiosas do país, na Baixa
Idade Média.
A
igreja atual foi mandada reedificar por D.
João I, em finais do séc. XIV, em consequência de um voto que este rei fez
à Virgem da Oliveira, pela vitória da
Batalha de Aljubarrota. Foi seu
arquiteto, o Mestre João Garcia de
Toledo arquiteto da corte e ligado às principais obras do
reinado de Fernando I de Portugal
que se manteve no cargo após a crise de 1383-85.
O
templo tem uma torre anexa datada de 1513, em cujo rés-do-chão se encontra a
capela funerária dos pais do Prior D.
Diogo Pinheiro, reconstrutor da torre. No interior possui uma capela-mor
foi ampliada em fins do séc. XVII, sob o patrocínio de D. Pedro II, cujas armas se veem na abóbada. O retábulo-mor é da
segunda metade do séc. XVIII, e o cadeiral seiscentista tem espaldares
neoclássicos.
Existem sobre o cadeiral duas grandes telas atribuídas ao pintor Pedro Alexandrino, que representam S. Dâmaso Papa e S. Torcato. O teto é de caixotões, tendo pintado ao centro as armas reais, do monarca reedificador. O altar e a decoração interior são de inspiração neoclássica, mas ali se guarda um famoso sacrário indo-português, de prata.
Segue-se uma pequena
capela batismal, com restos de azulejos seiscentistas, e uma pia barroca. A pia
batismal que antes viera para aqui, trazida pelo Prior D. Diogo Lobo da Silveira, vinda da igreja de S. Miguel do Castelo diz ter sido a
mesma que batizou D. Afonso Henriques,
pelo que nela se mandou gravar a inscrição: «Nesta
pia foi batizado El Rei D. Afonso Henriques pelo Arcebispo S. Giraldo no ano de
1106».
Na
capela do Santíssimo Sacramento
existe um altar de prata e um frontal também em prata, obra de ourives
vimaranenses. Há uma capela na sacristia forrada com azulejo de tipo padrão.
A Igreja de Nossa Senhora da Oliveira marca o final de uma fase do
gótico nacional, sendo as décadas seguintes marcadas pela enorme influência de
gosto Inglês que o Mosteiro da Batalha
iria exercer em todo o território.
No
exterior e em frente à Igreja de Nossa
Senhora da Oliveira observa-se o Padrão
do Salado. Foi erguido no séc. XIV por iniciativa de Afonso IV para comemorar a vitória na Batalha de Salado, em 1340. O soberano participara nesta batalha em
apoio ao enteado Afonso XI de Castela,
auxiliando-o a defender-se de uma armada muçulmana. Encontra-se classificado
como Monumento Nacional desde 1910.
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