Guimarães - 1º e 2º Dia - Campo da Feira e Igreja de S. Dâmaso - Parte I



A partida para Guimarães, a nossa histórica “Cidade Berço” foi realizada a meio da tarde. À chegada ao cair da noite e depois de uma volta de reconhecimento pela cidade, fomos logo a caminho do parque de estacionamento, muito usado por autocaravanas, designado por Campo da Feira e que nos serviu durante a nossa estadia na cidade, para a pernoita.

O parque de estacionamento, muito bem situado, embora em terra batida, é muito sossegado e fresco e proporcionou-nos uma belíssima estadia, a olhar durante a noite o iluminado Castelo de Guimarães, que se observa no topo oeste do parque. No topo este, encontra-se a peculiar Igreja de S. Dâmaso, e é rodeado pelas ruas de Dona Teresa (mãe de D. Afonso Henriques) e Dona Mafalda (esposa do nosso primeiro rei e por isso mesmo, primeira rainha de Portugal). Na rua de Dona Teresa observa-se um belo edifício brasonado e na rua Dona Mafalda, situada num nível superior ao parque, observam-se várias casas típicas de traça medieval, de dois pisos com planta retangular, varandas balaustradas e mísulas entalhadas, que são de enorme beleza, além de algumas casas solarengas, encontradas pouco antes de se chegar ao Castelo.

 
No dia seguinte fomos visitar Guimarães. Evocar ou visitar Guimarães é regressar às origens de Portugal, àquela que foi a capital do Condado Portucalense. É uma cidade que nunca renegou o seu passado, bem pelo contrário, fez questão de preservar o seu património de modo exemplar e por isso mesmo é sempre com orgulho que qualquer português a deve visitar.
 

À saída da autocaravana fomos logo visitar a Igreja de S. Dâmaso, não fosse fechar antes do nosso regresso. Por fora é de arquitetura lisa e modesta, com uma só torre sineira. Mas por dentro é belíssima e surpreendente. Possui altares laterais, na capela-mor um notável retábulo em talha dourada, obra do entalhador vimaranense Pedro Coelho e o teto é de caixotões. A nave é igualmente decorada com retábulos em estilo português de finais do séc. XVII e princípios do séc. XVIII.

 
Mas o que surpreende admiravelmente é a excelente combinação da talha dourada com os azulejos historiados que decoram o seu interior. Executados durante a primeira metade do séc. XVIII, contam-nos episódios da vida do Papa S. Dâmaso. A construção da Igreja de S. Dâmaso, principiou na primeira metade do séc. XVII e terminou apenas no século seguinte.

 
Da igreja seguimos em direção à Colina Sagrada onde esta situado o Castelo, caminhando pela estreita rua de Dona Mafalda, com um só passeio e piso em paralelepípedos. Nesta rua vêem-se nichos com altares sagrados, onde não faltam velas nem flores. À sexta-feira é invadida pelas bancas da feira semanal, mas para quem lá passa noutro dia qualquer, fica fascinado com a tranquilidade que o lugar oferece dada a proximidade com os monumentos emblemáticos da nossa nacionalidade.

 
Fonte: http://viajante-abreu.com/ http://www.guimaraesturismo.com/

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