Saindo do primeiro quarto visitado, encontramos quer à sua entrada, quer à saída, uma Antecâmara. A Antecâmara é uma sala que antecede o primeiro quarto encontrado. Este compartimento tem as paredes revestidas por duas tapeçarias de Jan Raes II, evocando episódios da vida do Cônsul romano Públio Décio Mus, também segundo cartões desenhados por Paul Rubens. Noutra parede um pano de Veneza, do séc. XVI, bordado a ouro e prata com motivos religiosos. Num dos ângulos, observa-se um oratório de talha dourada, com uma escultura em alabastro do séc. XV, representando Nossa Senhora dos Anjos. Peças de mobiliário português, um tapete persa, dois grandes pratos e um aquário de porcelana da China constituem os restantes elementos expostos na sala. O pormenor mais interessante deste quarto é o seu teto, uma vez que se encontra pintado com motivos vegetalistas, cenas de caça e heráldica.
A
Antecâmara dá acesso ao enorme Salão Nobre, onde se entra em seguida. Este
salão, o maior de todos os compartimentos do Paço dos Duques, era destinado às festas e receções e apresenta-se
recheado com mobiliário português e flamengo do séc. XVII. Na parede voltada ao
claustro podemos ver a quarta réplica das Tapeçarias
de Pastrana, “A Entrada das forças
portuguesas em Tânger” (1471), que se entrega sem resistência após a queda
de Arzila. Aos lados, dois grandes
anjos candelários em madeira entalhada do séc. XVIII. Sobre o arcaz, à entrada
do salão, um atril de ferro trabalhado, do séc. XVI. No chão veem-se três grandes
tapetes persas.
Ao Salão Nobre segue-se a Sala de S. Miguel. Nesta sala um espelho ricamente entalhado ornamenta o espaço entre as janelas da sala. No centro a chaminé está ornada por um conjunto entalhado com duas figuras de anjos sustentando uma coroa. Decoram também a sala, dois contadores espanhóis do séc. XVI e do XVII e uma cómoda do séc. XVIII.
Algumas outras peças de
mobiliário, uma terrina chinesa, dois jarrões, uma poncheira de porcelana
oriental e uma imagem de S. Miguel,
em calcário, do séc. XVI decoram a sala. Por fim, nas paredes, as últimas
tapeçarias, encontrando-se uma delas, ladeada por dois anjos candelários.
A Sala de S. Miguel serve de Antecâmara ao Quarto de D. Catarina de Bragança, e é nele que se entra em seguida. Ali se encontra um retrato em tela da Rainha de Inglaterra, D. Catarina de Bragança (1638-1705), filha de El-Rei D. João IV de Portugal, e mulher de Carlos II de Inglaterra, cuja autoria se atribui aos discípulos de Lely. Na mesma parede, observa-se um “Cordeiro Pascal”, em tela, atribuído a Josefa d’Óbidos. Sobre a cómoda um livro-baldaquino forrado a veludo vermelho, com as armas dos Monges de Cister e emblemas eucarísticos em aplicações de prata, do séc. XVIII. Uma cama portuguesa do séc. XVII, dois tapetes persas, uma tapeçaria francesa e alguns outros objetos de adorno completam o arranjo do quarto.
No final da visita
descemos até ao rés-do-chão e encaminhámo-nos para o bar, que se encontra
situado numa sala sombreada, recolhida e silenciosa. Ali encontramo-nos com uma
imperiosa vontade de ficar durante muito tempo, ouvindo o silêncio e olhando o
exterior, sentados em banco de pedra como em tempos medievos, encostados a uma
janela com traça da mesma época e saboreando um interminável chocolate quente.
Fonte:
http://pduques.imc-ip.pt/
http://www.guimaraesturismo.com/ http://www.portugal-live.net/ http://pduques.imc-ip.pt/ Panfleto
desdobrável (IMC), Guia de Visita ao Palácio Ducal de Guimarães.
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