Deixa-se a Sala dos Contadores e vira-se para a direita, já na zona este do Paço e encontramos uma Sala de Jantar Intima. Trata-se da sala privada de refeições, decorada com um tapete persa e mobiliário português do séc. XVII. A parede do fundo é revestida por uma tapeçaria que representa “Os Arúspices” e faz parte do conjunto de cinco tapeçarias flamengas do séc. XVII existentes no Paço, as quais evocam episódios da vida do cônsul romano Públio Décio Mus, segundo cartões de Rubens, assinadas por Jan Raes II. Em cima do mobiliário veem-se um aquário e um prato de porcelana chinesa, gomis e outros elementos decorativos de estanho, cobre e faiança.
Passa-se
em seguida a uma varanda virada ao Pátio
Interior do Palácio e é ali que encontramos a porta de entrada para a Capela, situada a um nível superior, à
qual se acede através de ingreme escadaria.
O pórtico da Capela do Paço dos Duques encontra-se encimado pelo brasão do 1º Duque da Casa de Bragança. De estilo gótico, apresenta uma nota curiosa dada pelos oito fustes de mármore, que se destacam de toda a construção granítica do Paço Ducal. Estes, elementos da estrutura do palácio de Çala-ben-Çala, Senhor de Ceuta, foram, segundo a tradição, trazidos por D. Afonso aquando da conquista daquela Praça em 1415.
Já
no seu interior, na parede de fundo da Capela,
veem-se quatro retábulos de madeira do séc. XVII. No chão, sob os painéis, um
banco e uma arca em talha gótica, do séc. XVI. Os vitrais figurativos são uma
obra recente do pintor vimaranense António
Lino (1914-1996). Nas paredes laterais da Capela, veem-se reproduções de telas italianas: uma de Rafael, ”A Transfiguração” e outra de Domenichino,
“A Última Comunhão de S. Jerónimo”.
Sai-se da Capela e caminha-se para a ala sul do Palácio, sendo a sala seguinte a Sala do Cipião. Nesta sala destacam-se de imediato as quatro tapeçarias flamengas do séc. XVII, assinadas por Andreas Van Den Dries, que decoram as paredes. Estas belas tapeçarias representam cenas alusivas às segundas Guerras Púnicas: “Encontro de Cipião e Aníbal”, “Desembarque das Hostes de Cipião em Utica”, “Entrada Triunfal de Cipião em Cartago” e “Cipião Libertando uma Princesa Cartaginesa”. Decoram também a sala, móveis portugueses dos séculos XVII e XVIII, dois grandes jarrões, um prato e uma poncheira de porcelana chinesa e diversos objetos de adorno em faiança, vidro e latão. O tapete é um exemplar persa do princípio do séc. XVII.
Já
na ala sul do Palácio encontramos o primeiro quarto de dormir. Aqui pode ver-se
uma cama portuguesa do séc. XVII com aplicações de latão, coberta por uma
colcha indiana de séc. XVIII, ricamente bordada a ouro e matiz. Do restante
mobiliário destaca-se um armário entalhado e por cima deste, uma tapeçaria de
Aubusson representando um “Casamento Principesco”, do séc. XVII. No chão, um
tapete persa e sobre a arca, uma “Piedade” em barro policromado. Neste
compartimento destaca-se o teto, pois encontra-se pintado com motivos
vegetalistas.
Fonte:
http://pduques.imc-ip.pt/ Panfleto
desdobrável (IMC), Guia de Visita ao Palácio Ducal de Guimarães.
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