Guimarães - 2º Dia - Do Largo da Oliveira ao Largo do Toural - Parte XI



Saindo da Igreja de Nossa Senhora da Oliveira, desaguamos novamente no Largo da Oliveira, o lugar fundador de “Vimaranes” e que ainda mantém uma "réplica" da árvore (uma oliveira) associada à lenda das origens do lugar.
 
Além das esplanadas o regresso à história antiga da cidade faz-se olhando para as fachadas das antigas casas com varandas floridas em ferro forjado e para as arcadas do amplo pórtico dos antigos Paços do Concelho, que fazem a ligação com a Praça de Santiago, que mantêm o figurino medieval.


Vale a pena entrar e subir ao primeiro piso da velha Câmara para admirar, na sala das audiências, um teto de madeira em masseira decorado com uma belíssima pintura a óleo representando a Justiça e a deusa grega Atena. Crê-se que a pintura, que foi restaurada recentemente, date dos séculos XVII-XVIII.
Nas portas e montras dos pequenos pontos comerciais do centro histórico, os corações, símbolo da Guimarães 2012 – Capital Europeia da Cultura, que simboliza "o amor que os vimaranenses têm à sua história e às suas memórias", e que se apresentam vestidos com muita criatividade e das mais variadas maneiras, dando um bonito colorido à cidade.
Depois é tempo de sair do núcleo histórico de Guimarães a caminho do Largo do Toural, para fruir a cidade na sua face interior. Pelo caminho o encontro com as suas ruas estreitas e praças aconchegadas com esplanadas em cantos e recantos, cheias de gente da terra e que a visita.
A roupa a secar nas varandas floridas, as mulheres às janelas conversando com os vizinhos, as crianças a jogar à bola na calçada, as bancas às portas das mercearias, as pessoas cumprimentando quem passa, fazem com o visitante se sinta como que em casa estivesse.

Pelo caminho troços ainda existentes da antiga muralha da cidade são encontrados, alguns sob a forma de antigas torres de vigia,  que se misturam com as casas ou estão totalmente encobertos pelas construções do centro histórico de Guimarães, até chegarmos ao Largo João Franco, conhecido pela original escultura de D. Afonso Henriques, da autoria de João Cutileiro.
O Largo João Franco é um agradável espaço no coração do centro histórico, onde se pode desfrutar de uma variedade de oferta de serviços desde pastelarias, restaurantes, livraria, lojas tradicionais. É neste largo que fica localizada a sede do Cineclube de Guimarães, umas das mais emblemáticas organização culturais locais. Destaca-se nele uma fonte em granito construída em 1820 com duas bicas e, no cimo, o brasão de Portugal esculpido.
 
Caminhando a partir do Largo João Franco depressa se chega ao Largo do Toural (Campo da Feira), que é a sala-de-visitas da cidade e que, fruto da intervenção recente, apresenta um perfil diferente do das últimas décadas. A sua história remonta ao séc. XVI, mas a configuração atual vem de setecentos, do tempo da construção da Igreja de São Pedro (que ficou incompleta, faltando-lhe a segunda torre) e principalmente da dita "frente pombalina" (um desenho enviado pela Rainha D. Maria I), e cuja unidade contrasta com as fachadas do centro histórico.
Considerado hoje como o coração da cidade, era no séc. XVII um largo extramuros junto à principal porta da vila, onde se realizava a feira de gado bovino e outras de diversos produtos. Em 1791 a Câmara aforou o terreno junto à muralha para edificação de prédios, que foram feitos mais tarde segundo planta vinda possivelmente de Lisboa, e determina-se assim, o início da lenta transformação Largo do Toural.
No seu centro esteve colocada a estátua de D. Afonso Henriques, a mesma que hoje se encontra no Parque do Castelo, junto à porta do Paço dos Duques, sendo alguns anos depois substituída por uma vistosa fonte, mais tarde substituída por um chafariz renascentista de três taças, originalmente colocado no Toural em 1583, e depois transferido para o Largo Martins Sarmento entre 1873 e 2011, quando para ali voltou.
A recente intervenção neste largo e na Alameda de São Dâmaso que lhe dá continuidade urbanística, teve assinatura da arquiteta Maria Manuel Oliveira, e o novo piso (representando o mapa do núcleo histórico classificado pela UNESCO) foi desenhado pela pintora Ana Jotta. Nele não deixa de causar alguma perplexidade, ver o pavimento colado aos troncos das jovens árvores que aí foram plantadas, sem que lhes tenham deixado espaço para o seu crescimento natural.

Fonte: http://fugas.publico.pt/ http://www.monumentos.pt/ http://www.guimaraesturismo.com/

Nenhum comentário: