No último dia do final de semana no Gerês e antes de partirmos a caminho de casa, tínhamos planeado um último percurso pela Serra do Gerês. Este último percurso é no seu todo um misto constante de beleza e aventura.
Partimos então do Parque de Campismo do Vidoeiro, deixando para trás o ativo e fresco rio Gerês, a caminho das Caldas
do Gerês, e logo à frente à esquerda, encontrámos o cruzamento que nos levaria por
estrada estreita, ingreme e sinuosa, até ao alto da serra.
Pelo caminho que se faz devagar, mas com
andamento suficiente para vencer a inclinação, subimos a encosta sul da
montanha sobranceira ao desfiladeiro das termas. Pelo caminho a floresta abraça a estreita estrada alcatroada, e aqui e ali os riachos brotam impetuosos em cascatas que descem a caminho do vale.
A meio caminho pára-se para provar a água límpida que sai por uma bica, na Fonte do Curral do Gaio. Novamente a caminho do alto da serra, segue-se por estrada que por vezes afunila, fazendo temer a passagem por outros veículos que circulem em sentido contrário, uma vez que por vezes não possui qualquer resguardo, nem escaparates.
A meio caminho pára-se para provar a água límpida que sai por uma bica, na Fonte do Curral do Gaio. Novamente a caminho do alto da serra, segue-se por estrada que por vezes afunila, fazendo temer a passagem por outros veículos que circulem em sentido contrário, uma vez que por vezes não possui qualquer resguardo, nem escaparates.
Chegados ao cume da montanha, são 830
metros que se atingem e a vegetação luxuriante que nos acompanhou durante todo
o caminho não se aligeira, pois a arborização contínua densa, mas a estrada
alarga, fazendo com que se respire de alívio e com um prazer redobrado porque
ali se nota um ar mais puro, embora mais rarefeito. Ali dominam as coníferas das mais variedas espécies.
Seguimos então para a direita, quando uma
tabuleta nos indica a direção do Miradouro
da Pedra Bela. Paramos a autocaravana e seguimos a pé por um caminho em terra batida, em direção ao antigo
miradouro. Encontra-se em primeiro lugar uma bonita construção em granito, com uma torre de vigia e que corresponde
à antiga casa do guarda-florestal, hoje em estado de abandono, e à sua volta vê-se
um grande aglomerado de
penedos graníticos. Subimos por eles acima e ali empoleirados observamos as magníficas
vistas em direção oeste, que impressionam. Como uma verdadeira vista aérea,
observa-se primeiro a densa floresta de pinheiros e coníferas com exemplares de grande porte, misturados com outras espécies arbóreas
como o carvalho, o azereiro e o medronheiro, entre outras… Lá em baixo o
casario, que se estende pelas vertentes mais baixas do vale estreito,
percorrido pelo rio Gerês.
Depois caminha-se em sentido contrário, mais alguns metros por estrada
alcatroada, que nos separam do miradouro novo da Pedra Bela. Os visitantes são em maior número, pois dali se
desfruta de um panorama de beleza arrebatadora. É um dos mais belos miradouros
de Portugal, que fica situado a uma altitude de 834 m, onde a vista tudo
abarca…
É ali que encontramos uma lápide em bronze, com o poema "Pátria" de Miguel Torga, que segundo alguns conhecedores da sua vida e obra, afirmam que foi escrito ali, na Pedra Bela.
É ali que encontramos uma lápide em bronze, com o poema "Pátria" de Miguel Torga, que segundo alguns conhecedores da sua vida e obra, afirmam que foi escrito ali, na Pedra Bela.
A Pedra Bela desde sempre encantou
quem por ali passa, dizendo os antigos que foi a mão divina que aqui a colocou,
como que uma peça num presépio, perfeita e imponente. Este
é um dos locais mais famosos do Gerês,
e uma vez avistando a paisagem, percebe-se instintivamente o porquê. Montanhas,
a Albufeira da Caniçada, os rios que
serpenteiam a serra, a confluência do rio
Cávado com o rio Caldo, a
vegetação própria daquela serra, ou a estonteante Portela do Homem!…
Sobe-se um pouco mais, por uma escadaria em pedra
que nos leva até ao miradouro com corrimões de ferro galvanizado. Como águias que
pairam nas alturas, observamos lá em baixo as Caldas do Gerês com o seu casario confinado pelo desfiladeiro das
termas. Para Este estende-se a Albufeira
da Caniçada formando o grande lago que se espraia até à Barragem do Rio Caldo. Ao longe, mas bem distintas as elegantes e
brancas pontes do rio Caldo mostram
que a partir dali é a serra que se impõe. À volta das águas da albufeira, os
altos picos da Serra do Gerês emolduram
a paisagem, fazendo realçar a beleza magnificente do conjunto.
É especialmente ali que se impõe recordar mais uma vez Miguel Torga, um filho daquelas terras.
"Gosto de rever certas paisagens,
ainda mais do que reler certos livros. São belas como eles e nunca envelhecem.
O tempo não degrada a linguagem que as exprime. Pelo contrário. Enriquece-a,
até, num esforço de perfeição constante que, embora involuntário, parece
intencional. (...) E eu olho, olho, e não me canso de admirar uma placidez
assim permanentemente movimentada (...)." (Gerês, 3 de agosto de 1959, Diário VIII).
Fonte:
http://fragasepragas.blogspot.com/ http://www.serra-do-geres.com/
http://www.guiadacidade.pt/ http://www.igogo.pt/ http://www.serra-do-geres.com/
Nenhum comentário:
Postar um comentário