Piodão - Serra do Açor

Chegados ao Piódão, procurámos com alguma dificuldade o lugar para a pernoita. Ali o terreno é invariavelmente acidentado e depois de muitas voltas, decidimos que o melhor lugar que nos permitiria ter um repouso adequado, seria à entrada do pequeno  largo plano, que serve de átrio à povoação.
Vestimos casacos mais grossos, uma vez que ali o frio aperta à noite, pois é lugar de grandes amplitudes térmicas, e partimos à procura de um bom lugar para jantar.
A igreja destaca-se à noite, não só pela iluminação circundante, mas também e sobretudo pela brancura da cal, que sobressai em contraposição ao casario escuro de xisto.
O Piódão é uma aldeia serrana, de feição rural, e acessos difíceis, um excelente exemplo de como o ser humano se adaptou ao longo dos séculos aos mais inóspitos locais.
A aldeia ter-se-á desenvolvido a partir de um anterior castro lusitano, o “Casal de Piodam”, hoje em ruínas, que terá ao longo do tempo sabiamente aproveitado e aperfeiçoado a agricultura em socalcos.
Já no século XX o estilo de vida que durante anos perdurou no Piódão, sofreu uma grande mudança, com a emigração em massa que se fez sentir um pouco por todo o Portugal, perdendo-se a força da terra.
Depois a fama do Piódão voou longe, através de cartazes de propaganda turísticos, que espalharam o seu exótico retrato, que ainda hoje encanta qualquer um, por alguns caminhos do mundo… Hoje em dia Piódão é uma força turística, que continua a preservar a sua essência.
Quando lá se chega, a primeira impressão é de deslumbramento, e depois quando visão trepa encosta a cima, a emoção sentida é de amor à primeira vista. As suas típicas e escuras casas de xisto e lousa, com janelas em madeira pintadas de azul-forte, descem graciosamente a encosta da serra, até enquadrarem a pequenina igreja, que mais parece uma peça de barro pintado, de presépio tradicional. Por esta razão, a aldeia e o anfiteatro formado pelas suas casas na encosta íngreme da Serra do Açor, é apelidada de “aldeia presépio”.
O único restaurante aberto é um espaço moderno ali construído recentemente, que se destaca do casario escuro de xisto, pela sua arquitetura moderna, pintado de bordeaux e branco, com algum betão à vista.
Para lá nos dirigimos, sendo o jantar a tradicional chanfana, e como sobremesa a “tigelada”. Depois um breve passeio por algumas ruas adormecidas, onde nem cães nem gatos se viam, o que nos convenceu a recolher mais cedo. Pensámos, “Em Roma, sê romano”, pois cada lugar tem seus hábitos e costumes, que devem ser seguidos por quem os visita.
Fonte: http://www.visitportugal.com / http://www.guiadacidade.pt/pt/poi-piodao-1691  / http://www.quintadoriodao.com/port/out/acor.html

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