O Egoísmo Levado às Últimas Consequências

“De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto”.

Rui Barbosa


O consumismo, o individualismo e a busca desenfreada por lucros, tomaram conta de uma grande parcela da sociedade atual. O homem de hoje levou o seu egoísmo até as últimas consequências, ou seja, ama-se somente a si mesmo!
A sua opção de vida é centrada no egocentrismo, na “liberdade absoluta”, não tendo em conta a liberdade alheia, sendo capaz com facilidade, de recusar e destruir a relação com Deus, com os outros e com o mundo.
Do interior do homem, brota o egoísmo extremado, que passa para os seus pensamentos e ações; para as suas atividades, instituições, estruturas, gerando situações de desrespeito pelos outros, tensões, divisões ou mesmo violência.
Com tudo isso rompeu a filiação divina, a fraternidade com os outros e o domínio sobre as coisas, dando origem a uma inversão radical, numa verdadeira ascensão do relativismo moral.

O homem, com sua soberba, sente-se um pequeno deus, usando e abusando do “viva como achar melhor”. Com uma conceção de vida centrada em si mesmo e em seus interesses, as coisas, o poder, o status..., ocupam o primeiro lugar: vivendo para o ter e o prazer, a sua conduta harmoniza-se no mal; busca-se o ter mais, nem que para isso se tenha de destruir o seu semelhante; a verdade, a honra, a justiça, o trabalho, o compromisso..., deixam de ser valores a respeitar; há sobretudo uma inversão radical nas relações entre pessoas: o outro pode ser a seu entender “coisificado”, instrumentalizado, manipulado; os direitos dos outros são desprezados; o engano, a violência física ou psicológica e a injustiça..., reinam por toda parte.

Numa sociedade que acolhe de bom agrado este homem, a simples gentileza ou simpatia passa a ser olhada com desconfiança, havendo até quem as confunda com atrevimento; a pessoa dócil e humana é taxada de tola ou merecedora de descrédito; o mau comportamento em vez de receber reprovação recebe admiração, sendo incentivado e imitado; o cônjuge infiel é valorizado e aplaudido e o fiel é incompreendido e subestimado (e o adulterado é considerado o perdedor e posto de parte); o bom funcionário é perseguido e o negligente é exemplar; o certo e o errado, a mentira e a verdade, bailam despudoradamente ao som da música das conveniências e os cantores versáteis dessa música, conseguem compor e cantar o errado e a mentira, como o certo e verdadeiro, arrancando com isto muitos aplausos de numerosa plateia...

Fonte: http://www.artigonal.com/ http://pt.scribd.com/
 

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