Sintra - 3º Dia - Quinta da Regaleira - Jardins - Parte II

Escolhida a modalidade de visita livre à Quinta da Regaleira, iniciámos em primeiro lugar o percurso pelos seus mágicos jardins, com a ajuda de um plano-guia, para com liberdade e calma, podermos descobrir os seus vários recantos mágicos, os seus ambientes ou edifícios de exuberante arquitetura, como as torres, lagos, poços ou as demais dependências acessíveis à visita, bem como os seus misteriosos percursos subterrâneos de enigmático simbolismo.
Sobem-se as escadinhas para o Terraço das Quimeras, onde está situado o bar ao ar livre e compra-se uma garrafa de água fresca, não vá o calor tece-las… E inicia-se a visita...

Caminha-se em direção ao edifício da Estufa, que foi outrora a paixão de Carvalho Monteiro, que também gostava de “botanizar”. O edifício comprido e estreito é um templo dedicado à deusa Flora. A fachada ostenta um painel de azulejos que representa seis sacerdotisas num ritual de fertilidade.
Segue-se-lhe a Gruta da Leda, que se encontra situada por baixo de uma ampla estrutura em pedra, formando um semicírculo, construída para fazer lembrar uma muralha, onde não faltam nem as ameias.

Por baixo desta estrutura existe uma escultura simbolicamente enigmática, com a figura de uma dama (a Leda) que segura uma pomba e está acompanhada de um cisne (que aparentemente parece estar a mordê-la). Trata-se da representação de uma mortal por quem Zeus se apaixona, e na impossibilidade de existir uma relação entre ambos, este assume a forma de um belo cisne, para assim se poder aproximar da sedutora mulher. De destacar nesta escultura, a presença de uma pomba na mão de Leda (representação do espírito da pureza), que nos remete para o culto ao feminino e também à Imaculada Conceição.
Já depois de se sair deste labirinto, deparamo-nos com a Torre da Regaleira que se assemelha a um observatório astronómico, o que não deixa de ser interessante por se contrapor ao mundo subterrâneo (visto que uma das saídas do Poço Iniciático nos leva à torre). Foi, não esta torre, mas uma semelhante que deu inicialmente o nome à Quinta.

Sobe-se por uma escadaria para o patamar superior, por cima da Gruta da Leda a caminho da entrada para a Torre da Regaleira. O patamar encontrado é um miradouro de onde se desfruta de uma magnífica vista sobre a zona mais baixa dos jardins.
Entra-se na Torre da Regaleira e percebe-se que esta foi construída para dar a quem a sobe a ilusão de se encontrar no eixo do mundo.

Dali para cima, o passeio pelos jardins e pelo bosque faz-se por caminhos de ascensão, partindo das zonas delicadas e subindo até à floresta espontânea, onde a vegetação é plantada sem ordem aparente, tão ao gosto da sensibilidade romântica vigente durante o séc. XIX.

Fonte: Panfleto com o plano-guia da Quinta da Regaleira / http://www.historiadeportugal.info/ http://atracoessintra.no.sapo.pt/

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